- O que você faz na minha casa, Tojo? - perguntou Maki - Realmente teve a audácia de vir até aqui?
- Ora, pois eu estou aqui, não estou? - Nozomi respondia, com um sorriso espontâneo estampado em seu rosto.
Maki a fitou por um momento e depois encarou sua mãe, que entendeu a situação e preferiu deixar as meninas à sós.
- Sim, você infelizmente está aqui, e eu quero saber o motivo - disse a Ruiva.
- Não acha que precisamos conversar, Maki-chan?
- Não, não acho, Nozomi...
- Pode, ao menos, me convidar para entrar? - Pediu Tojo, ainda sorrindo.
Maki concordou e pediu para que a visita fosse até o seu quarto. Assistiu Nozomi caminhando calmamente adentro, e então foi até a cozinha pegar chá gelado para servi-la. Ficou pensando no que aquela menina fazia em sua casa, apesar de que queria dizer muitas coisas à ela, ainda assim não precisava se aborrecer ainda mais naquela tarde, lembrando da conversa que tivera com Nico algum tempo atrás. Só queria esquecer tudo aquilo, mas os problemas nunca vão embora, e o principal deles estava em sua casa.
A ruiva pegou os copos e se dirigiu até seu quarto, encontrando Nozomi sentada em sua poltrona favorita. Não tinha como sentir mais raiva naquele momento, preferiu respirar fundo e se sentar em sua cama, entregando o copo à visita.
- Obrigada, Maki-chan! - disse Nozomi - Bem, percebo que seu dia não foi nada agradável, huh?
- É pra isso que veio? Debochar de mim? Aliás, como sabe que Nico me contou? - disse Maki, desconfiada.
- Eu estava na feira logo atrás do parque e vi vocês duas conversando. Já sabia o que havia acontecido após você sair com aquele humor... Nico é mesmo uma boa menina, não é? - Tojo dizia, tentando iniciar o assunto que lhe interessava.
- Nozomi... Vá direto ao ponto - Maki estava impaciente.
- O que eu quero dizer é... Ela poderia ter deixado de te contar o que aconteceu, mas não o fez. Ela preferiu te contar a verdade à omitir algo de você. Nico te ama, Maki. Ela disse isso quando... - Nozomi fez uma pausa ao perceber que relembraria os fatos.
- Será que você não entende? NADA justifica que ela... O que vocês duas fizeram! - Maki dizia, mais uma vez com os olhos nadando em lágrimas - Nunca me senti tão decepcionada com alguém... Tem noção de como é se sentir assim em relação a alguém que você ama?!
Nozomi a encarou com um sentimento tão forte de culpa, que precisou dar uma pausa. Pegou seu copo e bebeu um gole do chá que Maki servira.
- Sabe, eu e Nico nos conhecemos há muito tempo. Nove anos, para ser mais exata. Éramos muito unidas no jardim de infância, porém eu me mudei para o interior depois de um tempo e perdemos contato. Quando voltei, ficamos muito felizes em ter nos encontrado novamente, ela era minha única amiga na Otonokizaka, antes da Eli-chan. E foi nesse tempo que... Eu passei a ter outro tipo de sentimento por ela - Tojo iniciou.
- E onde quer chegar com isso? - Perguntou a ruiva, ainda chorando.
Nozomi a ignorou e continuou.
- Ela me acolheu depois que eu cheguei, me envolveu em suas loucuras de sempre. Enfim, eu tinha um braço amigo quando precisasse, e ela tinha a mim também. Depois que vocês se conheceram, eu sabia que tinha algo errado. Eu sabia que eu a perderia e pretendia fazer algo a respeito antes que as coisas ficassem sérias... Mas foi tarde demais. Nico pode ser orgulhosa mas sempre foi muito inocente, nunca sabia ao certo qual próximo passo tomar, e eu... Eu me aproveitei disso para tentar torná-la minha, e deu tudo errado. Piorei as coisas para mim e destruí o relacionamento de vocês. Por isso eu vim me desculpar... A culpa foi toda minha, você sabe o quão boba Nico pode ser, mas ela confiava em mim e isso bastava. Agora, perdi a confiança dela, mas se eu a amo, preciso vê-la feliz com a pessoa que ela gosta. - Nozomi finalizou, ficando cabisbaixa e esperando uma resposta.
Maki olhava para aquela moça. Ela parecia realmente arrependida, mas a ruiva não estava pronta para perdoar. Claro que precisava levar em consideração tudo que Nozomi havia dito, mas tinha que pensar muito antes de dar uma resposta.
- Olha, Nozom-
- Não precisa me responder hoje - Tojo interrompeu - Meu principal objetivo hoje era me desculpar com você e tentar me explicar. Claro que devo ainda mais desculpas à Nico, por mais que já tenha pedido, mas o que eu fiz foi imperdoável e me arrependo muito por estragar o que vocês tinham.
Maki a encarava sem saber o que dizer. Após tudo aquilo, precisava de um tempo para processar as informações em sua cabeça.
- É melhor você ir, Nozomi. Você saberá quando eu tiver algo a dizer, mas não é hoje - disse Maki.
- Sim, claro! - Nozomi voltou com o sorriso no rosto - Então estou indo.
Maki a levou até a porta e, sem se despedir, a veterana seguiu seu caminho de volta pra casa, pensando se havia feito a coisa certa. Passando pelo mercado, ouviu seu nome ser chamado. Ao se virar, viu Eli Ayase correndo em sua direção.
- Eli-chan!
- Nozomi! - Eli a abraçou forte.
- O que faz aqui? - Tojo perguntou.
- Eu fui comprar mantimentos alí no mercado, e você? - Disse Eli, entusiasmada por encontrar sua amiga.
- Eu... Eu havia ido na feira comprar coisas para o almoço, mas agora já está tarde, perdi o horário dando uma volta no parque - Nozomi tentava mudar de assunto - Elicchi, Nico-chan me disse ontem para te ligar, tem algo que queira me falar?
- Q-Que?! Não... Nada! - Eli estava confusa - Bem... Não quer vir até a minha casa? Poderemos conversar lá.
Nozomi percebeu que Eli estava nervosa, então aceitou seu convite pensando que algo poderia ter acontecido. As duas caminharam juntas até a casa de Eli, ambas com suas compras em mãos, enquanto conversavam sobre assuntos aleatórios no caminho. A mente de Nozomi estava em outro mundo, com tudo aquilo que estava acontecendo, o que fez com que ela tropeçasse em um degrau na calçada.
- Nozomi! Cuidado! - Gritou Eli.
Ayase rapidamente pegou o braço de Tojo e tentou puxá-la de volta, mas isso só fez com que a loira perdesse seu equilíbrio e caísse junto. Ela sentiu o impacto por um momento, e ao abrir os olhos, viu Nozomi abaixo de si. Sua expressão de dor passou rapidamente ao se ver naquela situação. Seus rostos não se tocavam por questão de centímetros. Eli olhou para ela aproximou ainda mais seu rosto, enquanto a olhava nos olhos, se preparando para finalmente beijar sua amada.
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