Legal já se passaram cinco dias e minha cabeça não quer para de pensar para que eu possa dormir, em vez de contar carneirinhos ela fica pensando no beijo de Jellal e como Natsu deveria estar agora. Na verdade eu sempre estava pensando em Natsu, acho que por conta da saudade excessiva. Meu olhos estavam fechados por que eu queria mesmo descansar, mas estava ansiosa demais.
Amanha seriamos mandados realmente para o campo de batalha e eu estava muito elétrica. Abri meus olhos e sentei sobre a cama. Diferente do resto todo eu era a única que não tinha uma cama beliche, olhei para todos aqueles homens e respirei a testosterona que pairava sobre o ar. Alguns deles eram realmente gostosos e eu não conseguia santificar meu olhos que deixaram alguns caras até desidratados.
Me levantei e fui até a porta do estabelecimento, que mais parecia um galpão. A noite estava escura e densa, deveria ser umas 3 da manhã e eu estava ali, me sentindo elétrica. Havia alguns homens acordados fazendo rondas no perímetro e eu sai para caminhar, o prateado da lua estava tão forte que os pequenos lampiões a gás não faziam nem diferença.
-Não consegue dormir? -Eu ouvi aquela voz, tão familiar e tão diferente. Eu havia corrido de Jellal em todos os lugares mas pelo visto ele não havia cansado de me procurar. -É...
-Não, minha cabeça está a mil. -Eu disse por fim dando mais alguns passos e ele me seguiu, eu o olhei pelo canto do olho e então ele percebeu que ele deveria dizer algo ou iriamos ficar nessa a noite toda.
-Queria pedir desculpas, pelo... Pelo beijo... -Eu não sabia exatamente se ele havia reparado que eu estava fugindo, mas me senti desconfortável. -Eu amo muito a Erza e não queria mesmo ter feito aquilo. -Agora ele ama ela e não queria ter feito aquilo? Claro que queria.
-Não queria! -Me dei conta do que tinha dito depois que as palavras o atingiram e ele arregalou os olhos.
-Por ela não, mas por mim sim, eu ouvi muita coisa sobre Lucy Heartfilia, a mulher que treina soldados. -Eu não fazia ideia do que me chamavam por ai, mas eu até que achei legal -Sabe, Gray Fullbuster sério? Desculpe Lucy foi só impulso, você foi meu primeiro beijo, minha primeira tranza... -eu engoli em seco suas palavras, não gostava de falar sobre aquilo -Sei que éramos muito jovens e não temos futuro, mas minha boca queria saber qual o gosto que seus lábios tem agora que é uma mulher. -Ta, tudo aquilo que Jellal falou era realmente fofo e eu deveria estar com cara de sonsa, mas isso não muda fato nenhum.
-Gray é meu amigo, eu só tive um pequeno caso com ele, não chegamos nem a namorar, quando você fo
-Me desculpe por isso também... Você sabe que eu não tinha intenções, mas não consegui te olhar depois daquilo tudo. -Ele falava a verdade e eu via a mágoa em seus olhos, mas os meus também estavam a ponto de transbordar -Bem... Espero que possa me perdoar.. -ele ia me dando as costas e eu respirei fundo, ainda assim Jellal era meu melhor amigo, que me conhecia melhor que todos.
-Espera... Tudo bem! Só não vamos contar sobre esse beijo para ninguém, nunca... Natsu seria capaz de viajar até aqui pra te encher de porrada. -Ele soltou uma risada abafada por um suspiro e concordou -Sem falar que a Erza já me quebrou uma vez. -Todos lembravam de quando a poderosa titânia quebrou meu braço por que eu decidi puxar briga com ela.
-Como assim? -Ele perguntou suspeitando de algo.
-Nunca disse que transamos, relaxa, só entramos em uma discussão... -Vi que seu rosto relaxou e eu ri -Afinal pra quem eu contaria aquela monstruosidade? -Ele ficou bravo e eu vi que era sério -Aceite! Você tinha 19 e experiência 0. -Ele olhou feio e a cabeça de Lucy vieram alguns flashes da experiência, ela ria agora, mas se lembrava de ter sido horrível. Jellal era fofo e compreensivo, mas os dois sem noção alguma, acabaram por se machucar até que conseguissem de fato sentir algum prazer.
-Ta bem.... Mas você também não era lá muito melhor. -Eu olhei para ele como quem não queria nada, mas dei risada, afinal era verdade, eu era péssima também e estava meio bêbada , o que só piorou a situação -Bom, logo vai amanhecer, acho melhor você ir descansar. -Eu fiz que sim com a cabeça e só então senti meu corpo pesar, não sei quanto tempo conversei com Jellal, mas eu queria mesmo voltar.
Andei a passos largos até o galpão e me aninhei novamente em minha cama, com certeza eu acordaria quebrada, mas nem ligava, tudo estava certo então entre mim e Jellal, o que significava que eu não teria mais que correr dele e isso era ótimo.
Ouvi o hino dos estados unidos, soando pelo ar e isso me irritou profundamente, eu não amava tanto assim a américa ao ponto de ser tirada de um sonho com Natsu. Abri lentamente os olhos, tentando me acostumar com o ambiente e então vi aqueles homens colocando suas roupas na minha frente. Eu já havia me acostumado, mas minha mente não havia entendido ainda que eu estava noiva.
-Mas que merda! -Eu estava claramente de mal humor e isso não era bom -Alguém ainda não menstruou esse mês. -Eu me alertei e vasculhei minha mala, com certeza ali teria pacotes de absorventes e eu iria levar um comigo por precaução.
-Bom dia meninas! -Eu ouvi uma voz forte e dura, ela era rouca, mas muito nítida, aquilo com toda certeza me soou como preconceito, a voz veio se aproximando de mim, enquanto falava baboseiras como "Prontos para chorar como mulherzinhas" -Onde está o capitão Heartfilia? -A voz perguntou irritada.
-Estou aqui senhor! -Sai de trás das beliches com uma mão levantada, com certeza eu estava com cara de merda para ele. Um homem alto de cabelos grisalhos, ele tinha músculos exageradamente grandes e muitas insígnias na roupa, olhei seu nome em uma plaquinha de prata que estava presa ao seu uniforme. -Precht Gaebolg? -Com certeza sua mãe tinha um péssimo gosto para nomes.
-Você é uma mulher? -Ele disparou em minha direção, estava surpreso e eu não consegui entender como ele ainda estava tão chocado.
-Desculpe senhor! -Eu disse engrossando a voz -O fato de eu ter vagina lhe incomoda? -Eu sabia que essa pergunta o colocaria em uma posição difícil e foi exatamente o que aconteceu.
-Vagina? -Ele me repetiu tentando processar minhas palavras -Mas... Não, Claro que não senhorita, problema nenhum.
-Achei que o senhor estava sendo um pouco preconceituoso agora a pouco. -Eu o ignorei e continuei a falar -É apreciável respeitar uma dama, em qualquer ambiente. -ele engoliu minhas palavras -Agora por favor diga o que veio fazer!
-Bem vim lhes informar que seus pertences que levaram deveram estar no caminhão as três... E... E a senhorita tem que ajudar a carregar o caminhão enquanto seus homens vão treinar. -Eu sorri para ele, sabia que ele estava falando de trabalho braçal.
-Sem problemas! -Eu disse e era verdade, o que seriam algumas caixas com armas? Claro que eu não carregaria sozinha -Você por favor poderia me ajudar com isso? Para que eu possa esquecer suas frases preconceituosas?
-Claro que sim! -eu sorri para a atitude amedrontada dele. Claro que eu não falaria nada e claro que ele estava com medo de alguém com mais poder que ele, caso eu contatasse seu chefe, mas em outros lugares eu seria tratada de forma bem hostil, afinal isso aqui é o exército.
-É muita gentileza sua Pre-Cht -Eu falei demoradamente seu nome e sai andando, estava até com um pouco de pena, mas não consegui conter um riso travesso que saltou para meus lábios. O aspirante a General passou a tarde toda sendo ordenado por mim e eu não posso dizer que consegui me conter, ainda mais quando ele veio me pedir uma pausa.
-Pare de torturar o homem Lucy -Alzack veio até mim, estava todo cheio de lama.
-O que aconteceu? Foram furar poço? -Rimos e ele me passou sua mochila -Você está me explorando? -Estava extremamente pesada, mas a joguei no caminhão -Como vai correr com isso?
-Espero não precisar correr! -Eu o olhei séria, afinal quem ia para o campo de "batalha" com esses pensamentos?
-Como assim? Não correr? -Eu ri de como isso soava ridículo.
-Espero não ficar na linha de frente, Lucy eu tenho mulher e filha, estou preocupado com elas... Antes, até que eu não pensava muito nisso, mas agora que estou aqui não quero morrer! -Ele disse diretamente para mim, seu olhos transbordavam medo e insegurança, pelo visto ele não tinha compartilhado seu medo com mais ninguém.
-Ei!- Peguei em sua mão e a apertei forte -Vamos voltar, juntos, eu e você, vai ficar tudo bem! -Eu lhe dei um abraço curto e rápido, senti seu corpo relaxar com o contato -Lembra? Eu sou responsável por você! -Eu disse, mais para mim do que para ele -Eu prometo que vou tentar! -Aquela era a promessa mais séria de toda minha vida.
Alguns soldados chegaram e ele se afastou, mas nosso contato visual ainda durou alguns minutos, eu estava realmente com medo, mas ele estava mais e nem era por sua vida, era por sua amada e sua filha, eu estava pensando só em mim mesma, afinal Natsu tocaria a vida alguma hora. E foi pensando nisso tudo que eu lembrei que prometi a Natsu, que eu tentaria com todas as forças volta. Eu estava cheia de promessas incertas.
A tarde passou rapidamente, eu quase não tive tempo de preparar minhas coisas, mas só peguei o básico do básico. Alzack ficou na beliche ao lado da minha cama e eu lhe perguntei sem rodeios.
-Acho que sua mulher vai ter dificuldade para seguir em frente? -Ele se virou para mim, o medo ainda estampado nos olhos -Sabe eu acho que muitas pessoas se importam comigo, mas elas vão superar...
-Não é só isso Lucy, eu sou o homem da casa, quero ver minha filha crescer e tenho que ajudar minha mulher. Não estou querendo ser machista mas minha mulher depende de mim. -Eu o olhei compreensiva, mulheres e mulheres. -Sem contar que não existe essa de amar tudo e a todos Lucy, principalmente para os homens...
-Como assim? -Eu não entendia muito bem o que ele estava dizendo.
-Um homem ou ele gosta ou ele não gosta, não somos totalmente movidos a sentimentos como a maioria das mulheres acha, podemos aprender a gostar. Mas e se ela arrumar um homem que a maltrate ou a minha filha, eu penso nessas coisas. -Ele disse tudo rápido ficando sem folego e parando repentinamente -Se um homem te amar Lucy, te amar de verdade... Ele nunca vai te esquecer e não vai ter esse amor todo para dar a outra pessoa qualquer....
-Minha vida mais se parece com um anime de harem! Deve ser por isso... -Eu lhe contei minha história com Jellal e sobre Natsu ele me ouviu pacientemente, como um amigo gay ouve sua amiga falar dos namorados, não como um homem sem paciência e desprovido de sentimentos.
-Provavelmente Natsu não ira amar uma próxima mulher como te amou e pode ter certeza que isso vai ser horrível para ela... Você e Jellal tem uma história, tiveram todas as suas primeiras vezes e é claro que você tem valor para ele Lucy, mas ele sabe ligar os pontos... Vocês não tem futuro e você não o ama, então ele prefere ficar mesmo com Erza, pois ele gosta dela, de sua companhia e é apaixonado por ela, mas ele pensa em você depois de muito tempo... Não quero que Bisca se sujeite a nada disso, por que eu a amo com todas as minhas forças e não confio em outros caras. -Eu entendia claramente suas palavras e elas faziam total sentido, por isso Gray magoava Juvia e ainda assim me dava devida importância. Por isso Natsu me fez prometer voltar, ele nunca amaria alguém como me amou, isso soava muito romântico, mas também muito idiota e triste, afinal elas ficariam presas a uma pessoa, era egoísta com elas mesmo.
-Bem, eu tenho certeza que vamos voltar, já te disse. Natsu, meu noivo me fez prometer que eu voltaria... Mas eu estava com medo por mim mesmo... Agora estou com medo por ele...
-Você não acabou de dizer que vamos voltar? -Ele jogou aquilo na minha cara e eu sorri divertida.
-Lucy Heartfilia? -Ouvi meu nome ser chamado da porta e andei até um belo jovem que estava com uma pequena bolça e um envelope na mão -Sua correspondência. -Eu peguei o pequeno envelope rosa com cheiro de Natsu e fechei os olhos respirando fundo, agradeci e voltei para minha cama.
-Viu, ele te ama! -Alzack disse antes de ser chamado e ir buscar o que lhe tinham enviado. Eu abri o envelope e senti a saudade tomar conta de mim, faziam só seis dias que eu não o via e estava sentindo falta de seus lábios. No envelope havia uma pequena carta na cor amarela.
"Lucy meu amor.
Eu estou morrendo de saudades de você, seu cheiro está por toda parte mas você não está aqui.
Lembro-me dos seus cabelos loiros e longos tão macios que cheiram a morango e as suas roupas a lavanda, como queria senti-los novamente e logo. Espero que nenhum idiota tenha dado em cima de você ou dito algo que te magoou, por que se sim me envie uma carta, eu vou ai quebrar a cara dele pessoalmente. Lu estou torcendo por você, por favor não se esqueça de sua promessa, eu não esqueci e estou te esperando ansioso em casa.
Com amor Natsu."
Como ele podia ser tão perfeito? Eu não o merecia, sem sombra de duvidas. Dobrei a carta e coloquei em minha mala, eu não teria tempo de escrever para ele de volta, então me contentei em sentir o perfume que estava no envelope mais uma vez e fui me deitar. Eu sei que ele estava preocupado, mas não precisava disso tudo, eu estava realmente disposta a voltar.
Quero uma família, filhos de Natsu e uma casa bem grande e aconchegante. Quero mais do que só sexo, eu quero tudo o que a vida pode me oferecer estando ao lado dele, seu coração eu já tinha, então o resto nós íamos conquistando com o tempo, juntos!
Eu mal consegui descansar e ouvi alguém me gritando da porta do galpão, era aquele mesmo aspirante a General, ele me olhava duro e eu estava perdida, sentia que o medo estava ao meu lado, mas não me dei ao direito de ceder a ele, então estava mesmo na hora. O que um dia eu tanto tinha ansiado estava para se realizar e eu estava ansiosa também, apesar de tudo.
Olhei em volta, a agitação toda, aqueles homens todos olhando para mim, aquelas vidas postas aos meu cuidados, era uma grande responsabilidade, eu coloquei minhas botas de cano longo, minha calça do uniforme e minha típica regata preta, prendi meu cabelo, sentindo minhas veias pulsarem e coloquei a grande blusa do exército por cima, aberta e de modo desajeitado. Essa era minha forma de dizer que eu estava indo para ganhar e o excitação fez minhas mãos suarem.
-Está na hora Lucy, bota pra quebrar!
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