Escola Perola, sexta feira, 17 horas
Finalmente havia se acabado aquele dia. Tauane se manteve silenciosa por até o cessar das aulas. Enquanto esperava seu pai, Lewis Isla, foi falar com Lam que se mantinha isolada no patio da escola. Sem jeito Tauane se aproximou da amiga.
— Me desculpas, Lam? — Tauane evitava o contato visual.
— Por que está pedindo desculpas?
— Porque a culpa é minha.
— Como assim? — perguntou Lam, se levantando e ficando frente a frente com Tauane.
— Eu perguntei o porque de você ter tantos machucados no corpo.
— Por que você não cuida de sua vida? — Lam empurrou Tauane que ficou de costas para a parede.
— Eu só queria o seu bem.
— Olha o bem que você me causou. Você é só uma riquinha mimada que acha que todo mundo tem uma mãe feliz te esperando em casa. — Cada palavra que Lam falava mais embolada ficava dua fala.
— Eu nem sequer conheci minha mãe. — respondeu Tauane ainda presa contra a parede.
— Você tem sorte. Eu também queria nunca ter conhecido a minha.
— Se eu puder te ajudar, Lam.
— Sim me ajuda nunca mais chegando peeto de mim e do meu irmão. Adeus, Tauane.
Lam correu para o portão de saída da escola. No caminho cruzou com um homem de estátura mediana na casa dos 30 anos, sem nada que o destacasse dos demais. Ele viu Tauane encostada na parede do refeitório e se apressou para chegar até ela.
— Filha olha o que eu te trouxe!!! — Mostrou um brinquedo caro vendido na capital.
— Pai, vamos embora? — Tauane respondeu chorosa e evitando olhar para seu pai.
Lewis nunca havia visto sua filha naquele estado. Pensou em chamar Mauren, o qual já conhecia de longa data, mas decidiu que era melhor perguntar diretamente a sua filha quando chegassem em casa. Sexta-feira era o único dia da semana em que podia passar mais tempo com sua filha e detestava que fosse gasto dessa maneira, mas não tinha outra solução. Pegou sua filha no colo. Tauane era muito maior que uma criança comum o que ás vezes escondia o fato de ter apenas 8 anos. Cansada ela descansou a cabeça nos ombros de seu pai. Mesmo não tendo nada chamativo os braços de Lewis eeam seu porto seguro. Na mente deTauane nada poderia a atingir.
— Vai ficar tudo bem, meu amor, seu pai tá com você.
Era rotineiro caminharem da escola até a casa. Lewis possuia uma carruagem glamurosa, mas evitava usá-la já que destacaria demais em uma escola humilde dessas. Pai e filha usavam esse raro momento juntos para conversarem, já que Lewis trabalha de domingo a sexta-feira na capital.
Residencia Isla
A maior casa de toda vila Pérola. De longe pode se ver os gigantes muros que cercam a casa de dois andares. O primeiro andar possuia uma gigantesca sala de estar, sala de jantar, um pequeno salão de jogos, cozinha e banheiros. No segundo andar localizavam-seo s quartos de Tauane, Lewis, Quesia e Antone, quem guiava a carruagem, e um quarto de hospedes.
Lewis chegou em frente ao portão e com dificuldade o abriu com Tauane em seu braço. O quintal, de grama, estava emlamassado devido a chuva que teve a noite e começo da manhã. Ainda com as botas sujas de lama entrou na casa, recém limpa por Quesia. A mulher esboçou reclamar, mas ao ver Tauane chorando em seu colo guardou para si mesma os desagrados.
— O que aconteceu, senhor? — perguntou Quesia preocupada.
— Eu não sei. Eu cheguei ela estava amoada. — Lewis suspirou entristecido — Quesia eu sei que pedi para que eu fizesse os jantares nas sextas, mas pode preparar hoje? Eu aumento seu salário.
— Imagina, meu senhor. Eu farei tudo por vossa pessoa, nem preciso de salário, mas você insiste em me pagar.
— Eu já te disse você não é uma Fong, não mais.
— Mas meu senhor, você me comprou.
— Eu não quero falar disso agora, Quesia. — Cortou o assunto ali, e subiu até o quarto de Tauane.
Lewis entrou no quarto de Tauane. Era um quarto grande com dezenas de brinquedos de pelucia. Todos eles mal alinhados em uma prateleira. A cama de Tauane era luxuosa de madeira da noite e com uma colchão de penas de águias negras que custavam o preço das casas de seus amigos. Com cuidado Lewis desceu Tauane e se sentou ao lado de sua filha. Não entendia o que acontecia, mas doia seu peito perceber a tristeza no rosto de sua filha. Tauanenão conseguia conter as lágrimas e abraçando seu cobertor começou a chorar de soluçar. Lewis começou a fazer cafuné em sua filha tentando a acalmar.
— Não estão te tratando mal na escola, né?— perguntou ele com voz mansa. Mesmo conhecendo sua filha e sabendo que dificilmente seria isso, sentiu que devia tirar essa dúvida.
— Não é isso, pai.
— O que foi então meu amor?
— Meu melhor amigo. — O choro de Tauane se intesificou enquanto tentava achar palavras.
— O que tem seu amigo?
— Ele tá morrendo. — Após uma breve pausa de dois ou três segundos — Pai me fala você que é médico, por que as pessoas ficam doentes?
— Tauzinha, nossos corpos são como brinquedos. Temos que cuidar ou eles quebram. — Lewis tentou fazer uma alusão.
— Mas o Iam tem a minha idade? Como ele poderia fazer mais?!
Lewis desviava do olhar cortante de Tauane, que era mais águdo que o mais afiado dos gumes.
— O que aconteceu com seu amiguinho?
— Eu não sei. Mas pai você pode ajudá-lo?
— Desculpe filha. Mas o papai não tem tempo para isso. Eu adoraria ajudar seu amiguinho. Eu adoraria ajudar a todos que precisam. Mas eu não posso. eu não consigo. — Lewis cai nas lágrimas junto de Tauane. Imaginando a dor sa família daquela criança.
Lewis sabia que tinha que ser forte naquele momento. Ele secou as lágrimas e se levantou da cama de sua filha. E criando coragem de olhar diretamente nos penetrantes olhos de Tauane explicou a sua filha:
— Tau não importa quanto tempo passou com alguém o que importa é comofoi esse tempo que passou. Seu amiguinho vai melhorar, eu acredito. Se você acredita nas divindades ore para que elas proejam o Iam é tudo que você pode fazer agora.
Um silêncio quase total se instaurou no quarto. Exceto pelo choro da menina nada podia ser escutado. Tauane se sentia segura no conforto do abraço de seu pai. Queria que o tempo congelasse ali, e que seus braços fossem seu abrigo para todo o sempre. Porém o “sempre” da garota foi efemero e acabou quando Quesia bateu na porta de seu quarto avisando que o jantar estava pronto.
— Amorzinho vamos comer? — perguntou calmamente Lewis
— Desculpas, pai. Eu estou sem fome.
— Quesia foi mal, mas não vamos comer agora.
— Tudo bem meu senhor. — respondeu Quesia descendo as escadas imediatamente.
Lewis eaboçou insistir para que sua filha fosse jantar. Mas naquele momento era aceitavel que ela não tivesse apetite alguma. E ao inves disse continuou a fazer cafuné em Tauane até que ambos adormecessem
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