Após o jantar, a família Bocaiúva Monteiro permaneceu no quarto assistindo um filme de comédia, juntos. Fabinho acabou por dormir no sofá do quarto dos pais. Admirados com o momento, eles também se aconchegaram na cama e não demoraram muito a dormir. A paz estava voltando a reinar naquela residência.
Quinta-feira, manhã.
Germano havia acordado mais disposto e depois de sentar na cama e se espreguiçar, ele se virou e passou a encher a esposa de beijos, na intenção de acorda-la.
— Bom dia, meu amor.
— Bom dia, meu bem. - o agarrou pela nuca lhe dando um beijo. — Está melhor?
— Sim. - sorriu e acarinhou o rosto dela. — Com você cuidando de mim, não tem como não melhorar.
— Bobo! - voltou a beija-lo
— Nossa gente, que babação. - a voz de Fabinho ecoou no quarto causando um leve susto no casal.
— Bom dia para você também, moleque. - Germano falou após lançar um travesseiro no rapaz. — Quando você casar e for completamente apaixonado pela sua esposa, como eu, manhãs assim vão se tornar comum.
— Sei não. - gargalhou. — Vocês são melosos demais da conta, eu em!
— Ah... vem cá filhote! - Lili brincou. — Tem carinho para você também. - sorriu ao ver ele indo para cama dos pais.
— Eu não tenho mais dez anos, gente.
— Agora existe limite de idade para receber carinho? - a mãe questionou beijando a bochecha do rapaz.
— Quer beijinho do papai, quer? - Germano brincou e fez cócegas no filho.
— Doutor Germano sendo carinhoso com o caçula dele chega até a assustar. Tenho medo do temporal que vai armar hoje, no Rio de Janeiro. - comentou fazendo os pais gargalharem.
— É, mas o doutor Germano carinhoso já passou e agora é hora de todo mundo levantar, porque tem bastante trabalho para fazer na Bastille. - levantou-se da cama e caminhou na direção do banheiro.
— Vou tomar banho, mãe. - beijou a bochecha da mais velha e saiu do quarto, já Lili foi para o banheiro e ao chegar no cômodo, deparou-se com o marido de frente para a parede, de baixo do chuveiro lavando os cabelos. Ela retirou sua camisola e adentrou o box, o abraçando por trás . O casal tomou banho entre beijos e trocas carícias.
Após o momento, o químico foi para o closet, escolheu um terno cinza, vestiu-se e retornou para o banheiro para ver a esposa terminar de escovar os cabelos.
— Tão linda. - sorriu bobo. — Ainda não consigo acreditar que você vai para Bastille comigo.
— Você não deveria estar tão feliz assim não... - o olhou. — Está lembrando que sou chata, né?
— Nem tudo é perfeito. - deu de ombros e caminhou até ela. — O importante é que você estará lá, comigo. - a abraçou pela cintura.
— Quero uma cadeira do lado da sua, viu? Para trabalharmos juntinhos. - beijou o queixo dele.
— Ótimo. - a apertou mais entre seus braços. — Amo ficar grudadinho com você.
— Eu também. Agora deixa eu terminar de me arrumar, se não vamos nos atrasar. - lhe deu um selinho e foi para o closet em busca de seu macacão azul.
Após achar a peça, a vestiu, fez uma maquiagem básica e desceu junto ao marido para tomar café com o filho. Os três fizeram o desjejum sob os olhares atentos de dona Euzébia, que estava amando vê-los tão alegres. Depois de finalizarem a refeição, eles fizeram suas higienes e seguiram juntos para a fábrica.
Bastille
O casal adentrou o prédio de mãos dadas. Os dois eram só sorrisos para todos os lados. Fabinho os acompanhava.
— Bom dia! - Mirtes cumprimentou os patrões. — Dona Lili, que bom lhe ver por aqui.
— Bom dia, dona Mirtes. É um prazer estar de volta. - sorriu cortês.
— Como está minha agenda hoje? - Germano tomou a palavra.
— Muitos papéis para analisar e assinar. Para sua sorte, o Zé Pedro compareceu às reuniões de ontem, então elas não precisarão ser remarcadas, pois ele já resolveu tudo. Os relatórios estão na sua mesa.
— Ótimo. Eu e Lili vamos aguardar os papéis na sala. - olhou para o filho. — Juízo, moleque. Tenha um ótimo dia! - o abraçou.
— Valeu, pai! Tenham um bom dia também. Amo vocês. - beijou a bochecha da mãe e foi para o laboratório da fábrica.
— Dona Mirtes, por favor... - Germano chamou a atenção da secretária, antes de entrar em sua sala. — A senhora pode arranjar uma cadeira para Lili?
— Sim, senhor. - assentiu e logo saiu em busca do objeto para a patroa.
— Vem, amor! - o químico puxou a esposa pela mão e eles adentraram a sala da presidência.
Não demorou muito para que Mirtes retornasse a sala do patrão com um funcionário trazendo uma cadeira para Lili. Os dois agradeceram e os funcionários logo saíram, deixando o casal a sós.
— Pronto, minha patroa! Como você me pediu. - sorriu para a mulher que estava sentada ao seu lado.
— Eu estou gostando de saber que sou sua patroa. - sorriu sapeca.
— Você é minha dona. - piscou para ela e recebeu um beijo em troca.
Os dois começaram a analisar toda a papelada que estava em cima da mesa. Eram autorizações, contratos, notas fiscais.... já se passavam das dez e meia da manhã quando Lili soltou a caneta em cima da mesa e descansou o rosto sobre as mãos.
— Não acaba nunca? - olhou frustrada para o marido que estava concentrado.
— Eu falei que tinha bastante trabalho, meu amor. - alisou as costas dela sem tirar os olhos do papel a sua frente.
— Estou entediada. - bufou.
— Falta pouco, Lili. - a olhou. — Terminamos essa primeira pilha e vamos almoçar. Ok?
— Tudo bem. - descansou a cabeça no ombro do marido por alguns minutos e logo voltou sua atenção a papelada.
Quase uma hora se passou e por alguns minutos, Germano desviou sua atenção do trabalho e passou a admirar a esposa concentrada em seu serviço.
— Você fica tão sexy quando está trabalhando. Sabia? - desceu a mão direita sobre a coxa da esposa.
— Ninguém fica sexy trabalhando, Germano. - revirou os olhos e riu do marido.
— Você é excessão. - sorriu ao ver ela se levantar de sua cadeira e sentar em seu colo.
— Então quer dizer que eu fico sexy assinando papéis? - acarinhou a barba dele e mordeu o lábio inferior.
— Muito. - falou enquanto alisava as coxas dela. — Essa sala tem história, né? - cheirou o pescoço dela.
— Lembra dos pós expedientes no carpete? - gargalhou enfiando o rosto no vão do pescoço dele.
— Lembro na mesa também. - riu ainda mais. — Quem olha para você toda tímida assim, nem imagina...
— Ué, eu estava com meu marido. - tornou a morder o lábio inferior. — Não vejo problemas.
— Nossa, mas eu não resisto a você e essa sua carinha de santa, que de santa não tem nada. - comentou a fazendo gargalhar.
— Amor, para. - referiu-se a ele estar lhe apertando em pontos estratégicos.
— Não estou fazendo nada. - respondeu cinicamente a beijando de surpresa e deixando uma mordida em seu lábio. — Coisa linda!
— Vamos almoçar? - beijou a bochecha dele.
— Não estou com fome... - a afastou fazendo com que ela ficasse em pé, se levantou e caminhou até a porta de sua sala a fechando. Ao retornar, fechou as persianas e observou a esposa que o olhava com curiosidade. — Ontem não foi suficiente para matar a saudade que eu estou sentindo. - a prensou contra a mesa. — Eu quero você. - arrastou seus lábios molhados pelo pescoço da empresária que se arrepiou por inteira e sentiu as pernas fraquejarem, mas foi sustentada pelo marido que a pegou no colo e a colocou sobre a mesa.
— Ainda estamos em horário comercial. - a voz saiu arrastada.
— Quem liga? - empurrou alguns papéis para o chão e deitou a esposa sobre o móvel. — Não existe hora certa para amar minha mulher.
— Repete a última parte. - pediu manhosa.
— Minha mulher! - falou com a voz grave e rouca próximo ao ouvido dela e a tomou pelos lábios com desejo. — O tempo não passa para você. - afastou a perna dela e segurou sua coxa com certa força. — Cada vez mais linda. - sentiu ela abrir os botões da camisa dele. — Mais irresistível. - tirou a peça de seu corpo. — Eu sou louco por você, Lili. - a puxou para se sentar novamente na mesa e abriu o zíper de seu macacão. — Você é a minha vida. O meu maior acerto. - desceu a parte de cima da roupa dela. — E eu te amo cada vez mais. - a beijou novamente, enquanto suas mãos ágeis percorriam o corpo da empresária e desabotoavam o fecho de seu sutiã.
— Eu não consigo te resistir. - a voz saia trêmula. — Ainda te amo e te desejo como na primeira vez. - sentiu ele mordiscar um de seus seios. — Sempre foi você. Só você. - arfou. — O homem da minha vida. Meu homem! - gemeu no momento em que ele segurou um dos seios dela.
— Seu homem! - repetiu a fala da esposa e mordeu o queixo dela de leve.
— Como eu pude ficar tantos meses sem te sentir? - o olhou e viu que ele sorria. — Eu te amo! - a empresária mal concluiu sua fala e foi surpreendida por um beijo ávido do marido que logo tratou de retirar totalmente o macacão dela.
Com a agilidade de alguém experiente, que conhecia o corpo do químico como ninguém, ela desafivelou o cinto dele e abriu o botão de sua calça o ajudando a tirar a peça.
— Me lembra de nunca comprar cueca de outro cor para você, a não ser preta. Tá? - mordeu o lábio ao vê-lo só de box.
— Você gosta dessa cor é? - questionou de modo safado levando a mão direita até o cós da calcinha dela.
— Eu adoro. - enlaçou o pescoço do homem. — Você fica muito lindo. - mordeu o lábio inferior dele.
— Tudo seu, amor. - sutilmente retirou a calcinha dela enquanto lhe dava vários selinhos.
— Eu não quero preliminares. - ordenou ao sentir ele levar a mão até sua intimidade. — Já estou pronta o suficiente para você. - sorriu ao ver a cara de safado que ele fazia.
O químico apenas assentiu e retirou sua cueca de maneira lenta, pois sabia que era uma forma de torturar a esposa, que mordeu os lábios e abriu mais as pernas a espera do químico, que imediatamente tomou a mulher para si, demonstrando todo o desejo que sentira por ela.
Lili passou a quicar no colo do marido a procura de mais intensidade. Abafando gemidos que facilmente seriam gritos se eles estivessem em outro ambiente, a mulher cravou suas unhas nos ombros do empresário que lhe deu um beijo molhado. Os lábios molhados de Germano desciam pelo colo da esposa até os seios, onde ele se dedicou, enquanto a penetrava.
A herdeira revirava os olhos de tanto prazer e o químico não ficava muito atrás. Ver a mulher daquela forma, tão entregue e despojada o fazia a desejar ainda mais. Em busca de mais, os dois passaram a se mover sincronamente. Enquanto a mulher quicava com força, o empresário segurava seu quadril a auxiliando no movimento. Germano estocou algumas vezes e quando sentiu que estava prestes a gozar, aumentou a velocidade de seus movimentos para que Lili gozasse junto a ele.
Alguns minutos se passaram e os dois chegaram ao ápice juntos, a herdeira arqueou as costas e prendeu o corpo do marido ao seu. Suados e ofegantes, eles riram um para o outro. Fazia tempo que o casal não cometia uma loucura como aquela.
— Você faz eu cometer cada loucura. - Lili sussurrou e mordeu o lóbulo da orelha de Germano o fazendo se arrepiar.
— Você gosta, que eu sei. - deu um sorriso sacana.
— Será que a dona Mirtes ouviu alguma coisa? - o olhou.
— Se ouviu, eu não posso fazer nada. - lhe deu um selinho.
— Que vergonha, meu Deus! - afundou o rosto no vão do pescoço do marido. — Por isso que eu gosto de ficar com você no pós expediente, que nós não corremos esses riscos.
— Amor, já aconteceu. - acarinhou as costas dela. — E com você voltando a trabalhar aqui, vão acontecer mais vezes, porque eu não resisto a você. - beijou o pescoço dela. — Então acostume-se.
— Estava aqui pensando... - colocou o dedo indicador sobre o queixo. — Já que vamos fazer uma tour pela fábrica e já batizamos o escritório, podíamos voltar aos tempos áureos do laboratório, né?
— Você é danadinha, né? - mordeu o queixo dela.
— Ah, faz parte. - deu um risada sapeca. — Ninguém é de ferro, com um marido desses então.
— Eu te amo muito! Você não tem noção do quanto eu estou feliz por te ter de volta. - sorriu.
— Eu também te amo muito. Obrigada por não desistido de mim.
— Eu nunca desistiria. - a beijou formalizando aquele momento.
— Amor, sério... - Lili chamou a atenção dele, interrompendo o silêncio que pairava sobre o ambiente. — Estou com fome.
— Vamos almoçar. - deu um selinho nela e catou suas roupas pelo chão.
Os dois se vestiram. Lili arrumou os cabelos, enquanto Germano tentava arrumar a gravata. Percebendo a agonia do marido, a mulher caminhou até ele e passou a ajeitar o nó da gravata.
— Espero que você mantenha esse pique no final de semana em Campos de Jordão.
— Se bobear, a gente nem sai do quarto. - comentou divertido fazendo a herdeira gargalhar.
O casal saiu da sala de mãos de dadas e para o alívio de Lili, a secretária já havia saído para o seu horário de almoço, então ela não precisaria encarar Mirtes e por alguns segundos, rogou ao céu mentalmente, que a funcionária não tivesse ouvido nada. Os dois foram a um restaurante próximo da fábrica e tiveram um almoço regado a conversas descontraídas e muito carinho. Eles estavam voltando a ser o que eram, porém, em uma melhor versão.
“aquele amor duraria uma vida inteira e além.”
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