"Não precisamos dizer um “eu te amo” para provar que o sentimos. Ações bastam. Ações sempre bastaram, mas nós demoramos demais para perceber."
Point Of View: Katherine Parson
"Saímos e acalme-se, eu pedi pro Styles não judiar de você ;)
Liam, Louis, Isa e Mari."
Quando um amigo seu quiser ajudar sua vida amorosa, fale que agradece, mas não.
Ele vai fazer do mesmo jeito, mas você vai ter uma razão pra brigar com eles quando tudo acabar em merda.
Acontece que eu deveria estar soltando fogos... Só que uma noite com Harry não é algo que eu queria ter agora. Especialmente depois das nossas línguas terem se conhecido pessoalmente.
Eu sei que é pra ser uma noite, tipo, conversando, como já fizemos várias vezes. Só que não dá pra deixar de pensar na cena de nós dois abraçados, iniciando um beijo que tinha todos os requisitos para não ser suave. Meu pai é que interrompeu tudo e fez manter o pudor.
O que eu faço agora que não tem nem um fantasma nessa casa pra ser a voz da consciência?
Respirei fundo.
Desci as escadas a passo lento, e agora enfim entendo as meninas de filmes de terror que fazem isso (são tantos pensamentos em mente que ficamos um tanto lesadas). A cada passo eu tinha uma visão mais ampla da sala, e a cada vez que isso ocorria meu coração disparava e triplicava sua velocidade. Eu estava ao ponto de ter um ataque. Tudo isso por culpa minha, dele, dos meus hormônios e do amor que eu gosto tanto de negligenciar.
— Ei, boa noite. — Harry pronunciou de voz rouca.
Olhei ele, que estava sentado na bancada da cozinha. Me lembrei de um dos vários livros da Mari que eu li, e eles sempre tinham um momento em que a personagem que tanto hesitou em perder a virgindade decide que o lugar perfeito pra fazer isso é o menos tradicional possível, como por exemplo a bancada de uma cozinha.
Não respondi Harry, ainda não tinha certeza se era de fato uma boa noite. Na verdade, eu fiquei parada o encarando, tentando entender por que aquela cena dele na penumbra era tão mais chamativa do que deveria.
Os cabelos bagunçados e um pouco molhados, a blusa branca com gola V... e até a bermuda. Era atraente... mas acho que me arrumei demais, ou ele está (perfeitamente) simples demais.
— Você está linda, sabia? — ele tirou minhas dúvidas, e eu sorri delicadamente, me aproximando dele. Harry parecia ler meus pensamentos. — Te assustei com essa história de surpresa?
— Digamos que sim. — ri pelo nariz e me sentei ao seu lado, já bebendo um pouco do que estava num copo a minha frente, e era amargo demais. — Argh, o que é isso?
— Vodca. — ele riu ao responder, um tom óbvio na voz. — A vodca escocesa é um pouco mais forte.
— Percebe-se. — eu comentei, quase sem poder respirar.
Harry se remexeu na cadeira, parecendo desconfortável.
— Imagino que alguém falou que eu ia me aproveitar de você ou algo do tipo. — Harry sorriu de canto e eu dei por ombros, escondendo minha ansiedade e medo... um medo bom, se é que existe.
— Bom, não precisaram falar nada, eu imaginei algumas coisas sozinha.
— Pois então... — Harry falou e me puxou pela cintura com suas mãos grandes.
Um, dois, três... respira.
Respira!
Então, quando eu tinha prendido a respiração e fechado os olhos em espera, eu ouvi sua risada.
— É brincadeira. Vocês me julgam mal, hein?
— Acho que é você que se acha bom demais, Styles. — falei para descontrair, largando-me dele e voltando pra minha banqueta. Aproveitei pra dar mais um gole de vodca, afim de me distrair com o amargor.
— Ok, Katherine chata. — ele decidiu, fechando o cenho.
— O que você planejou pra hoje? — eu perguntei olhando o breu que estava a casa com apenas a luz do hall e do corredor acesa.
Styles fez que ia fazer mistério, o que consistia em uma feição vincada e um tanto hipnotizante, mas logo abriu um sorriso animado. E lindo.
— Beber, jogar vídeo game... e, quem sabe, praia mais tarde. — Sorriu falando. — Você topa?
— É claro que eu topo, homem. — Respondi feliz e alcancei a garrafa de vodca para encher novamente meu copo, e também o dele. Harry riu da minha empolgação, tanto para o álcool quanto para seus planos, e avisou que ia pedir alguma coisa pra gente comer.
Foi tudo muito leve e divertido, como se estivéssemos no meio das férias de verão.
Noites assim que me fazem feliz.
Horas antes...
Point Of View: Isabela Black
— Isabela. — Zayn até me chamou, mas não se virou para me ver chegando.
Arqueei a sobrancelha de plano, aproximando-me dele aos poucos.
— Oi. — Respondi metade feliz metade tapada, dando-lhe um beijo na bochecha.
Zayn permaneceu na sua posição inicial, meio que fingindo chateação, então eu decidi que não estava com disposição para a parte em que ele se sente injustiçado por não ter me convencido a vir para a América do Norte só por causa dele. Eu me virei, indo entrar na casa. Estava cansada e com certeza queria vê-lo, mas até isso podia esperar.
— Ah, então você achou que eu ia te ignorar? — Zayn perguntou perto do meu ouvido e logo me senti puxada pela cintura, dando de cara com os olhos castanhos lindos dele. — Parte de mim queria muito te dar um gelo, mas eu senti saudade.
— Me falaram isso. — eu ri um pouco. — As provas acabaram, mas demorou pra minha mãe deixar eu vir, sabe, a América fica do outro lado do oceano.
— Poxa, sogra. — Ele murmurou e riu. Sorri discretamente e dei um selinho nele, o encarando minuciosamente. Amava o quanto ele era uma pessoa doce quando estávamos longe de tudo e todos. — Isa, eu estou completamente apaixonado por você.
Como essas palavras saíram com tanta facilidade da boca dele?
— Não precisa responder, eu só quis admitir logo. — Zayn emendou e sorriu, colocando minha franja atrás da minha orelha. Decidi não contestar, concordando tacitamente com sua condição. — Como foi o voo? — perguntou enquanto entrávamos na casa.
— Normal e sem sua boca. — eu fiz bico ao responder. — Por que você não me beijou ainda? Digo, de verdade.
— Eu não quero. — Zayn deu ombros respondendo, o que fez uma careta enorme estampar meu rosto. — É brincadeira. — ele me prensou no corredor de repente, fazendo-me arregalar os olhos em surpresa. — Tudo o que eu quero é te beijar.
Meu Deus, a saudade deixa esse homem muito confuso.
Bom, mas havia partes do corpo dele bem certas do que queriam...
— Seu desejo é uma ordem. — eu sorri singela, focando o olhar em seus lábios.
Ah, meu Deus...
Respirações ofegantes e olhares alternados.
Boca, olho; boca, olho...
Eu estava prestes a beijar seus lábios e nunca tinha desejado tanto aquilo, talvez pela saudade, ou talvez por puro desejo. Eu desejava Zayn ali e naquele momento? Certamente. Talvez fosse por isso que todas as partes do meu corpo formigavam e cada vez eu sentia mais vontade de abraçá-lo e selar nossos lábios de uma vez por todas.
E, assim que selei meus lábios no dele, por mais clichê que seja, uma corrente de ondas elétricas percorreu meu corpo, formigando, e parecia que só com seu toque elas cessariam. Tudo em mim estremeceu. Até as partes até hoje inéditas por qualquer pessoa senão minha mãe e, graças a Deus, minha ginecologista (viva à educação sexual).
É, esse tipo de partes mesmo.
A língua de Zayn adentrou minha boca com uma delicadeza e uma vontade até então desconhecida para mim, mas eu não recuei. Aquele beijo tinha um sabor que eu jamais experimentei, um gosto totalmente selvagem e delicioso.
Eu estava com calor e mal havíamos começado...
Agora, a língua dele começou a explorar minha boca... E tudo em mim pulsava, desde minha boca até minhas coxas. As mãos de Malik pairaram confortavelmente em minha cintura. Ao partir do êxtase inicial do beijo, comecei a mover minha língua com a sua. E assim fomos... Por minutos.
Zayn separou nossos lábios e eu fiz protesto, acho que até deixei algum gemido escapar.
— Eu não vou fugir, mas preciso de ar. — Malik pronunciou com um sorrisinho de canto e me encarando. Corei apenas com seu olhar sobre mim. Era a primeira vez que eu sentia que, de uma maneira muito física, ele tinha controle sobre mim. Com certeza eu não estava tão sã quanto pensei.
— Você é malvado. — eu disse, pasma, observando cada movimento seu, inclusive sua respiração pesada. Também senti que ele estava se divertindo às minhas custas, apesar de estar tão afetado quanto eu pelos nossos beijos.
— Disse a garota que eu tive que esperar por semanas. — Malik murmurou meio risonho e eu olhei-o totalmente ofendida. — Ei, nem venha com essa cara, é a verdade.
— Ei nada, eu vim por você. Eu só demorei pra manter a linha de namorada sã. Você já é a pessoa doida da relação... — reclamei com um bico, ao que Zayn riu pelo nariz e tocou as maçãs do meu rosto.
— Definitiva e completamente apaixonado. Com certeza. — falou para ele mesmo e beijou-me delicadamente, sem língua.
— Você é completo, Zayn Malik. — eu sussurrei pela falta de distância entre nós.
— Não quer terminar isso lá dentro? — ele perguntou indicando com a cabeça a porta de um quarto e eu suspirei.
Dei um selinho nele e então entrelacei nossos dedos. Fiquei pensativa por alguns segundos, tentando entender por que nada em mim anunciou um grane sinal vermelho ao compreender a sugestão dele.
Eu gostava muito de Zayn, e eu tinha noção de que cada célula do meu corpo refletia isso.
Não consegui pensar em nenhuma maneira melhor de me expressar, senão aceitando sua proposta.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.