História Teoria do Caos - O inicio de uma aventura

— É agora que eu mato você? — Cameron pergunta e eu continuo conferindo se tem tudo que eu preciso dentro da minha mala.

Minha mala está gigante. Esse é um dos meus defeitos, achar que vou precisar de uma quantidade exagerada de roupas, quando na verdade não vou precisar nem da metade que estou levando. A única coisa que eu não estou levando é minha câmera, não acho seguro levá-la para o mesmo lugar que os amigos do Cameron.

Percebo que ele ainda está de pé me encarando.

— Não, Cameron, é agora que você avisa ao seus amigos para serem legais com o Noah.

— Brooke, você não faz ideia do que você acabou de fazer.

— Eu faço sim, Cameron. — digo o encarando. — Você acha mesmo que vai sair de casa, quebrando uma das regras da mamãe, devemos lembrar, e não vai levar meus amigos juntos? Por que vocês tem essa implicância idiota com o Noah?

— Porque ele não faz parte do grupo.

— Eu também não faço, e é exatamente por isso que eu estou levando meus dois amigos comigo quer você queira ou não. — digo — Ou devo te lembrar que há alguns dias eles nem me cumprimentavam? Seu melhor amigo é o que mais me odeia e os outros vão na onda dele e se eu não tivesse ido aquela festa idiota eu nem estaria indo nessa viagem.

— É claro que você estaria indo nessa viagem. Eu nunca te deixaria sozinha. — ele diz cruzando os braços. — E você nunca deu uma chance pra eles.

— É claro que não, eles são uns selvagens. — fecho a minha mala com raiva.

— Só não diga que eu não avisei. — ele diz e sai do quarto.

São quatro horas da manhã e Cameron já está me irritando, é incrível a capacidade do meu irmão de conseguir infernizar a minha vida. Coloco um cardigan cinza que bate na atura do meu joelho por cima do meu short jeans e camiseta branca e estou pronta para viajar por 13 horas em um carro com meu irmão extremamente gente boa – é claro que isso foi ironia.

De acordo com a internet – a fonte mais confiável de notícias – em Oregon está quente, mas não tanto quanto Los Angeles e Montana está gelado, nevando. Por isso estou levando duas malas com dois tipos diferentes de roupas. Vou levar tudo que couber em duas malas gigantes que minha mãe deixa no porão. Além disso, estou levando alguns livros para quando ficar – e eu sei que vai ficar – entediante de mais. Afinal, não tem como não ficar entediada em uma casa cheia de jogadores e líderes de torcida. As únicas pessoas que me mantém sã são Noah e Lizzie.

Desço para o andar debaixo ouvindo os barulhos vindos da cozinha, há algumas malas no hall de entrada e consigo ouvir a voz de Lizzie e Noah. Quando entro na cozinha os encontro conversando com Cameron e ele não parece mais estar com tanta raiva assim de Noah ir na viagem com a gente, o que é consideravelmente estranho já que ele estava querendo me esganar há alguns minutos.

— Tudo pronto? — Lizzie pergunta animada me dando um abraço.

— Sim, só preciso que alguém forte pegue minha malas lá em cima e leve pro carro. — digo e abraço Noah de lado que entende o que eu quero dizer.

— Você é muito mansa, sabia?

— Eu sei, não consigo evitar. — respondo e ele me dá um beijo na testa. — Mudou o humor rápido, Cameron.

— Só parei pra pensar um pouco. — ele diz tomando um gole de seu café que acabou de sair da cafeteira, o que me dá água na boca, afinal eu amo café.

— Lizzie, você pode ajudar o Noah? Vou preparar umas panquecas pra comermos antes de sairmos. — digo dando a volta no balcão e ela balança a cabeça e sai com Noah da cozinha. Quando tenho certeza que eles estão no andar de cima encaro Cameron que está com sua cara de “inocente”. — Você está aprontando alguma coisa.

— Eu não estou aprontando nada.

— Cameron olha bem pra essa sua cara, você parece estar bolando um plano maligno. — digo e ele dá uma risada. — Se você fizer alguma coisa com o Noah eu juro que nunca mais vou olhar na sua cara.

— Eu não vou fazer nada com ele, Brooke, mas vai ser interessante ter o Nash e o Noah em uma casa pequena no meio do nada juntos por uma semana.

— Você fica sempre falando isso sobre o Noah ficar com o Nash, por acaso o Nash tá apaixonado pelo Noah? Ou o Noah pelo Nash? Não, ambos se odeiam.

— Esse é o ponto.

— Que ponto, Cameron?

— Eles se odiarem.

— Isso não faz sentido! — digo sem paciência. — Dá pra você parar de gracinha e me contar logo de uma vez o que está acontecendo? Nada do que você fala faz sentido.

— Em breve você descobre. — ele diz e me dá as costas.

— Cameron Alexander Dallas volta já aqui e me explica isso. — sigo-o enquanto falo, mas ele está se divertindo com a situação. — Eu vou socar uma pinha no seu...

— Opa! — Lizzie diz na metade da escada. — Olha só, mais um pra ir no carro com a gente.

— Quem? — pergunto, mas assim que olho no hall de entrada vejo Nash parado ao lado de suas malas. Ele está com os olhos vermelhos de sono, os cabelos levemente cumpridos bagunçados e está usando um conjunto de moletom cinza.

E por que eu estou reparando tanto, mesmo?

— E as panquecas? — Lizzie pergunta.

— Não fiz, Cameron me irritou muito. — respondo e ela dá de ombros. — Comemos alguma coisa no caminho.

— Cadê as chaves do seu carro? — Cameron pergunta e eu paro de encarar Nash.

— Você não está achando que vou deixar você dirigir o meu carro até o Oregon, né? — pergunto, mas sua cara diz que sim. — Não, Cameron!

— Facilita minha vida, Brooke. — Cameron resmunga.

— Onde está o seu conversível maravilhoso que você tanto ama?

— Meu conversível maravilhoso que eu tanto amo não cabe todos nós e as malas.

— O Noah vai dirigir. — digo tirando as chaves do meu bolso e jogando para Noah que a pega.

— Se eu não te amasse eu te matava, Brooke. — Cameron diz saindo para o lado de fora.

Depois de alguns minutos organizando as malas no porta malas e no teto do carro finalmente entramos todos. Lizzie e Noah na frente, Cameron, Nash e eu atrás. Combinamos de encontrarmos os outros já na casa do meio do nada que Cameron falou e para minha infelicidade Maia estará lá. Mas algo me diz que essa viagem vai ser melhor do que o esperado.