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História Test Drive - Capítulo Único - História escrita por Bbraettgo - Spirit Fanfics e Histórias
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História Test Drive - Capítulo Único


Escrita por: Bbraettgo

Notas do Autor


Estou repostando.

O projetinho saiu do site, o que é uma pena. Mas vamos seguir em frente!

Capítulo 1 - Capítulo Único


Jungkook era um típico coreano de classe média, com uma vida dentro dos padrões normais da sociedade. Morava com os pais e o irmão mais velho, tinha um grupo de amigos unidos, cursava o ensino superior no período da manhã e trabalhava à tarde para complementar a renda familiar e comprar coisas de seu interesse.

Tudo como mandava o script de uma vida mediana.

Quer dizer, quase tudo.

Para completar sua vida comum, faltava-lhe um amor. Não, na verdade lhe faltava um relacionamento, afinal, amor já tinha. Platônico, distante e secreto, mas tinha.

A faculdade era algo novo e diferente. Ao contrário da escola, no curso superior dividia a sala de aula com pessoas de diferentes faixas etárias, classes sociais e fases de desenvolvimento; porém, com pessoas que compartilhavam um desejo em comum: o diploma de fotografia.

E sua turma era composta por cerca de 20 alunos, entre homens e mulheres. Mas, dentre todos, ele era o mais jovem ali. Segurava a lanterninha e por isso era tratado como um bebê pelos amigos, Seokjin, Jimin e Hoseok. Não que gostasse de ser tratado como uma criança, mas já tinha desistido de mostrar a eles o quanto era crescido, afinal, até trabalhava!

Seu emprego lhe consumia cerca de nove horas em seu dia. Saía da faculdade na hora do almoço e seguia para o trabalho, onde ficava até quase 22h.

Trabalhava em uma concessionária autorizada da Hyundai e, apesar de não ser o maior fã de carros, entendia tudo sobre eles, afinal, precisava passar informações técnicas sobre os automóveis e ter domínio de todas as funcionalidades deles. Também tinha que conseguir oferecer as vantagens e desvantagens de um modelo para o outro, auxiliando os compradores — ricos, bem ricos — a decidir sobre qual o carro que melhor se encaixava em suas necessidades.

Jungkook achava engraçado como seus clientes podiam pensar em suas necessidades automotivas sem se preocupar com o valor. Para eles não fazia diferença a quantidade de zeros antes da vírgula e sim se havia tração nas quatro rodas, ou se o freio ABS tinha boa resposta, ou se as janelas eram blindadas de fábrica.

Sabia que nunca teria a oportunidade de ter um dos carros que vendia. Nem em seus sonhos mais expansivos. Eram caros demais. Completamente fora da sua realidade econômica mediana.

Mas tudo bem.

Pelo menos ele podia se exibir para Hoseok e dizer que já tinha dirigido carros caros. E o amigo sempre ficava louco de ciúme e inveja, pedindo encarecidamente que fosse avisado quando a concessionária estivesse procurando novos funcionários.

E era exatamente assim que começaria seu dia na faculdade, provocando o seu hyung querido e apaixonado por automóveis, principalmente os SUV’s:  carros grandes, esportivos, que serviam para os passeios e para as aventuras.

— Hobi-hyung — chamou-o, sentando-se ao seu lado no banco que ficava de frente para o prédio da fotografia — Adivinha o que eu fiz ontem.

O amigo de cabelos pretos olhou para si. Estava sentado ao lado do namorado, Jimin, com o cabelo recém pintado de rosa. Seokjin estava em pé, parado em frente ao casal e desviou o olhar do celular para fitar o corpo malhado do maknae do grupo.

— Criou coragem para adicionar Kim Taehyung no Facebook? — falou em meio a um sorriso provocador.

Sim, esse era o nome do amor secreto, platônico e distante de Jungkook. Um colega de turma que era todo proporcional: a conta bancária era tão extensa quanto a sua beleza; o gosto por artes era tão volumoso quanto a quantidade de tatuagens; e a cara fechada era tão intensa quanto a pose de badboy.

— Não — respondeu contrariado — Ontem fiz o primeiro test drive do novo SUV que recebemos — Viu os olhos de Hoseok arregalarem ao mesmo tempo em que seu corpo se virou completamente para si, soltando a mão de Jimin neste processo.

— Não brinca! — exclamou e Jungkook sorriu vitorioso — Qual?

— Palisade — respondeu com um falso desdém.

— Não acredito! Você é o cara com mais sorte no mundo! — disse empolgado — Me conta tudo!

— Ah… — Levou as mãos até a nuca — Sabe… SUV… uma boa tração nas quatro rodas, sete lugares que podem virar um super bagageiro, freio ABS, quase cinco metros de comprimento…

— O que mais? — Estava extremamente interessado.

— Interfone de comunicação da primeira para a última fileira — falou pensativo, como se quisesse lembrar todas as características do carro — piloto automático…

— E a direção? Potência?

— 295 cavalos e câmbio automático com oito marchas — concluiu.

— Céus — gemeu de êxtase — Preciso desse emprego, Kook… você já sabe, quando estiverem aceitan…

Hoseok continuou falando, mas Jungkook parou de prestar atenção quando viu Kim Taehyung chegar no prédio. Estava ainda mais lindo que o normal, pois exibia uma cabeleira azul nova. Uma cor nunca usada antes.

Semicerrou os olhos em desconforto quando viu Yoongi chegar, com a mesma cor de cabelo. Os dois cumprimentaram Namjoon, o mais inteligente e criativo da turma, que ria compulsivamente deles. Será que estavam namorando? Afinal, era comum que casais adotassem coisas iguais quando estavam juntos.

— …Jungkook? — A voz melodiosa de Jimin lhe tirou do transe.

— Oi? — Olhou para o dono de cabelos rosados.

— Está viajando aí…

Jungkook piscou com certa rapidez, como se ainda estivesse retomando a consciência da situação. Encarou o amigo por alguns instantes e depois voltou seu olhar para o outro trio.

— Será que estão juntos? — perguntou sério e Seokjin olhou para trás, acompanhando o casal que também olhou em direção a Taehyung e seus amigos.

— Acho que Namjoon não estaria rindo se fosse uma combinação de casal — Seokjin falou sério e olhou para Jungkook — Do jeito que são bobos, deve ser alguma besteira, tipo aposta, ou algo do tipo.

— Muito quinta série, se for isso — Jimin comentou.

— Gente rica é besta mesmo — Hoseok completou.

Mas Jungkook não falou nada. Sim, podia ser uma brincadeira juvenil, mas e se não fosse? Porém, não podia fazer nada. Se estivessem juntos, estariam e ponto final. Ele e Taehyung eram de realidades completamente diferentes, e mesmo que quisesse, sabia que nunca daria certo.

A única coisa que sabia é que o dono de seu coração estava deslumbrante com os fios azulados, que combinavam com o cadarço da bota preta. A jaqueta preta de couro estava escondendo as tintas que pintavam a pele morena. Jungkook tinha favoritismo pela representação da Noite Estrelada de Van Gogh que o outro tinha no antebraço direito. Era uma pena que não podia vê-la naquele momento, porque ela devia combinar lindamente com a nova tonalidade do cabelo do outro.

Kim Taehyung era lindo, mas também era rico.

E Jungkook sabia disso não só pelas fofocas que corriam pelos corredores da faculdade, mas também porque o outro era dono do SUV Santa Fé, da mesma marca para qual trabalhava.

Quem tinha um Santa Fé certamente tinha muito dinheiro na conta bancária. E esse era o caso de Kim Taehyung.

Era uma figura emblemática e cheia de mistérios e suposições. Diziam que ele e Namjoon se conheciam de longa data e que já tinham tido problemas judiciais por conta de pichações na adolescência. Mas também falavam que Taehyung era um amante incondicional de Basquiat e Van Gogh — nisso Jungkook acreditava, afinal, o outro tinha telas de ambos os pintores adornando a sua pele.

Porém, tanto ele quanto seus dois amigos, eram pessoas inacessíveis aos reles mortais. Fechados em si mesmos, quase não interagiam com outros alunos. Alguns os achavam metidos, mas Jungkook preferia pensar que eram apenas reservados.

Continuava a fitar o trio que agora conversava sobre alguma coisa enquanto Yoongi terminava seu cigarro. Sentiu seu braço ser tocado por Hoseok que o alertou sobre a hora, a aula começaria em breve e precisavam entrar.

Era engraçado como se sentia tão perto e tão longe de Taehyung. Dividiam a mesma sala de aula, mas havia uma vala de distância entre eles mesmo assim. Já estava conformado que nunca trocaria nenhuma palavra sequer com o outro.

Sem falar nada, levantou e seguiu os três amigos rumo ao interior do prédio de fotografia. Mais um dia começava. Teria que ter força para completar a dupla jornada, de estudo e trabalho.

{…}

Já estava uniformizado. Vestia a camisa branca completamente abotoada por baixo do paletó preto que levava o logo da Hyundai junto com o nome da concessionária do lado esquerdo, no bolso. A calça de linho tinha um bom caimento. Sim, trabalhava de terno — mas sem gravata. O padrão econômico dos clientes era alto e por isso os funcionários estavam sempre vestidos à rigor.

Passava um pano com um produto específico para lustrar a lataria do Palisade. Foi escolhido como um dos quatro vendedores que representariam o novo modelo e, por isso, havia feito o primeiro test drive no carro luxuosamente caro da marca.

Essa exclusividade era uma honra, pois lhe renderia uma boa comissão. Mas, também, era uma boa recompensa pelo esforço que aplicava ao trabalho. Certamente era um bom vendedor e já ouvia as lamúrias do dono da concessionária sobre o quanto sentiria sua falta quando ele se formasse e se dedicasse exclusivamente à fotografia.

Mantinha-se lustrando o carro tranquilamente quando a voz de Hyuna se fez presente. A mulher era uma espécie de concierge do local. Ela recepcionava os clientes e os encaminhava aos vendedores que lhe apresentariam o produto. Felizmente, Jungkook era o único vendedor do Palisade naquele horário.

— Senhor Kim, lhe apresento o Senhor Jeon, nosso melhor vendedor do modelo — Ela falou com certeza em suas palavras.

O vendedor e aspirante a fotógrafo parou o trabalho de lustrar e se endireitou. Virou-se em seguida para encarar o cliente ricaço que provavelmente havia demonstrado interesse no automóvel mais custoso da concessionária.

Porém, ao virar-se por completo, deparou-se com a cabeleira azul e a reconheceu do período matutino. Era ele o Senhor Kim… Senhor Kim Taehyung.

— Boa… boa tarde — gaguejou minimamente, sentindo a escassez de oxigênio nos pulmões.

— Jungkook? — Taehyung franziu as sobrancelhas — É Jungkook, né? — perguntou incerto.

— Sim, senhor Kim — respondeu sem graça.

— Ah sim, não precisa me chamar assim — falou com um sorriso tranquilo e lindo no rosto — Pode me chamar pelo primeiro nome, Jungkook.

Hyuna alternou o olhar entre os dois, com um rosto confuso.

— Já se conhecem? — A mulher perguntou.

— Sim, sim — Taehyung confirmou — Estudamos na mesma sala de aula.

— Oh! — exclamou — Então acho que estará bem assessorado — concluiu — Irei deixá-los à vontade então.

A mulher falou e se afastou após uma reverência singela e educada.

— Não sabia que trabalhava aqui — O mais velho falou enquanto passava os dedos longos no capô do SUV.

— Sim — respondeu ligeiramente sem graça — Há algum tempo já.

— Então você já dirigiu essa gracinha, não? — perguntou e olhou para o vendedor de canto de olho, de uma maneira muito mais sensual do que o necessário para a ocasião.

— Já sim — respondeu, ignorando os comichões internos que sentiu com aquele olhar.

— E aí? — Virou-se e recostou o corpo no capô, cruzando os braços, mantendo uma postura altiva e sedutora demais — O que achou?

— Estamos falando de um modelo novo, que está entrando em substituição ao Vera Cruz — respondeu ignorando as chamas internas, focando apenas no seu lado vendedor — São oito marchas com câmbio automático, motor V6 3.8, 295 cavalos de potência… Então acho que posso responder que foi um prazer dirigir essa belezinha.

— Estou em dúvida entre esse e o Telluride da Kia — falou mantendo meio sorriso adornando os lábios, sem perder a postura.

— É um bom SUV também — Continuou mantendo a pose — Mas se me permite comparar, o Telluride, apesar de ter tração nas quatro rodas, ele pesa mais nas dianteiras chegando a uma distribuição de 65% à 35% — falou de modo técnico, jogando todo seu charme de vendedor —, enquanto o Palisade consegue manter tração integral nas quatro rodas.

— Interessante… porque eu prefiro tração integral a mais dianteira — Desmanchou a pose e voltou a olhar o carro.

Escorregou a cabeça para dentro do automóvel que estava com as janelas abertas. Passou a olhar o interior com certa curiosidade.

— Ele vem com alerta de colisão iminente, controle de velocidade adaptativo, assistente de mudança de faixa, alerta de ponto cego e detector de fadiga — Tocou o ombro de Taehyung, fazendo-o tirar a cabeça de dentro do carro e em seguida abriu a porta do motorista e estendeu seu braço, fazendo menção para que ele entrasse — Em comparação ao seu Santa Fé…

— Já reparou no meu carro? — interrompeu a exposição e o olhou, com a sobrancelha levemente arqueada.

— Trabalho com carros, meio impossível não reparar... — Sorriu para disfarçar o nervosismo repentino, pigarreou para retomar sua fala — O Palisade comporta oito ocupantes, com entrada USB em todos os assentos, porta-malas de 510 litros, que, porém, chega a 1297 litros com o rebatimento da segunda fileira.

— Uau! — Surpreendeu-se — 1297 litros de porta-malas?! Dá para esconder um corpo nesse carro…

— Até dois — falou no impulso e rapidamente sentiu seu rosto corar com o comentário.

— Interessante — Taehyung sorriu, porém, seu sorriso mostrava algumas intenções escondidas a mais.

— Então... — Voltou a pigarrear — São 4,98 metros de comprimento e 1,98m de largura — Tentava falar compulsivamente, fugindo ao olhar do outro, que agora não focava mais no painel e sim em seu rosto —, 1,75m de altura e 2,80m de entre-eixos. Acomoda rodas de 20 polegadas e apesar de grande, ele tem um coeficiente de arrasto de 0,33 por conta dos ótimos recursos de aerodinâmica.

Jungkook falava quase sem pausa e de modo mecânico, como se estivesse lendo um manual. Percebia o olhar do dono de fios azulados pesar sobre si.

— São 16 porta copos, tem carregamento wireless para Android e iOS, central de multimídia com tela de 10,25 polegadas — continuava a expor as maravilhas do carro — conta com saída ar condicionado no teto e interfone para se comunicar com a última fileira… além de estar equipado com o modo de direção na neve, além dos modos normal, sport e smart.

— Posso fazer o test drive? — Cortou a fala ansiosa do vendedor.

— Claro! Podemos agendar com Hyuna agora mesmo se quiser.

Taehyung sorriu e saiu do interior do carro, fechando a porta em seguida. Voltou a cruzar os braços e recostou novamente seu corpo no carro imenso de lataria preta.

— Marquei um test drive com o Telluride também — falou firme — Vou sair com ele amanhã.

— Ótimo — Sorriu — Experimente nosso concorrente da Kia, mas tenho certeza que você vai se apaixonar pelo Palisade.

— Papo de vendedor isso, hein? — debochou.

— Tenho que ganhar dinheiro de algum jeito, não?!

— Eu agendo com a Hyuna mesmo? — perguntou para confirmar a informação.

— Sim. Ela tem a minha agenda, caso você queira que eu lhe acompanhe, é claro.

— Quero sim — Sua voz saiu um pouco mais baixa do que anteriormente — Obrigado, Jungkook — Estendeu-lhe a mão.

O vendedor aspirante a fotógrafo apertou a mão do cliente e crush com força. Queria passar-lhe profissionalismo. Não. Na verdade, não queria que o outro percebesse que de alguma forma mexia com seus sentimentos.

Viu o colega de turma se afastar de si e andar em direção ao balcão de Hyuna para agendar e pagar o test drive. Soltou o ar com força, quase suspirando. Precisaria mandar uma mensagem aos amigos e contar a novidade.

Havia falado com Taehyung e provavelmente andaria com ele de carro por alguma das rotas selecionadas para o teste. Tudo bem que não tinha o sonho de falar com o crush em seu trabalho, enquanto estava vestido com um terninho bordado, porém, não reclamaria com o universo por essa dádiva.

Tinha tido a oportunidade de ouvir a voz grossa e um pouco rouca do outro de pertinho. Além de ter podido vê-lo tão próximo de si que pode reparar com mais cuidado na pintinha na ponta do nariz. Ele era lindo.

Continuou olhando para o homem mais bonito, sensual e delicioso de toda a galáxia — em sua humilde opinião. Ele assinava alguns papéis instantes após ter digitado a senha na máquina de cartão. Ele era rico.

Kim Taehyung levantou da cadeira confortável onde estava sentado e se encaminhou até a saída, acompanhado por Hyuna. Entretanto, antes de sair, virou-se para trás e sorriu enquanto acenava para Jungkook, que acenou de volta, sentindo o coração querer sair pela boca.

Hyuna se despediu do homem lindo e maravilhoso e andou em direção a Jungkook, com um sorriso incrédulo no rosto.

— O que você fez com ele, Jungkook? — Ela perguntou curiosa.

— Eu? — Ficou confuso — Como assim? Eu não fiz nada, por quê?

— Ele te elogiou tanto que eu achei que ele ia querer pagar o carro no débito — Riu.

— Nossa! — exclamou com estranhamento — Não fiz nada demais, só falei as características, nada demais… aliás… ele agendou o test drive?

— Sim, agendou — Cerrou os olhos — Vou ter que trocar sua folga, afinal ele marcou para o sábado.

— Ah… poxa… justo sábado — reclamou. Adorava folgar aos sábados.

— Até pensei em passar para outro vendedor, mas ele não quis, se negou de todo jeito.

— Que horas? E que rota ele escolheu? — perguntou já conformado.

Os clientes que queriam testar os carros da concessionária tinham que agendar e pagar a taxa do teste. O valor variava não apenas de modelo para modelo, mas também pela rota escolhida. Havia várias opções de trajetos, alguns mais curtos, que permitiam um teste de 20 minutos, até outros mais longos que duravam duas horas. Quanto mais caro e mais longo o trajeto, mais dinheiro o cliente tinha que desembolsar.

— Então… — Hyuna cruzou os braços e riu — Não sei o que você fez… ele estuda com você, né?!

— Sim… mas eu já disse que não fiz nada demais.

— Então ele deve ser a fim de você — falou simples e Jungkook arregalou os olhos.

— Oi?

— Jungkook, ele reservou… e pagou… por 12 horas com o carro. É mais caro do que alugar esse modelo por um fim de semana.

— Doze horas? — repetiu incrédulo.

— Sim… vocês vão sair daqui às dez da manhã e voltar a dez da noite. E eu não tive como negar, ele pagou à vista, não pediu desconto, não fez exigências… quer dizer — Sorriu — a única exigência foi que fosse você o vendedor.

— Quê? — Continuava descrente.

— Falou que enviaria a rota completa até amanhã — Descruzou os braços — Disse que quer testar alguns tipos diferentes de estrada… então amanhã eu te passo todo o trajeto que vocês farão.

A mulher se endireitou e voltou a rir.

— Jungkook, tenho certeza que ele vai comprar esse carro, então, parabéns pela primeira venda do nosso novo carro chefe — Deu dois tapinhas amigáveis no ombro do vendedor e se afastou.

Ele ficou estático. Ainda estava confuso com o que havia acontecido. Taehyung não devia ter pagado mais de um milhão de wons só para testar um Palisade. Tudo bem que esse valor era troco de pão para quem podia comprar um carro daquele porte e valor, mas mesmo assim.

Hyuna estava certa. Seria muito mais barato alugar um automóvel daquele modelo por um fim de semana, além de que ele teria muito mais liberdade para explorar a cidade, sem depender de horários e sem a presença incômoda de um vendedor ao lado.

Teria muito mais liberdade. Mas mesmo assim ele preferiu pagar mais caro para rodar com um carro por 12 horas, tendo, ainda, que enviar todo o trajeto que faria. Não fazia sentido e por isso a suposição de Hyuna se fez tão coerente.

Mas não… não era possível que o rico e delicioso Kim Taehyung sensual de fios azuis iria se interessar pelo Jungkook de vida bem na média. Sem chance.

Certamente teria que contar para Hoseok, Jimin e Jin sobre o milagre que havia acontecido em sua vida. Com certeza tinha gastado toda a sorte que teria em toda a sua existência naquele exato momento.

{…}

— Certeza que ele está na sua, Kook — Jimin disse cheio de certeza.

Jungkook tinha os três amigos como bons companheiros, mas sem sombra de dúvidas, Jimin era o mais próximo de si. Os dois haviam nascido na mesma cidade e cursavam o mesmo curso. E, apesar de Jimin ser mais velho, suas idades eram mais próximas. Talvez por isso que Jungkook sentia mais afinidade com o dono dos cabelos rosados.

— Como pode ter tanta certeza? — perguntou enquanto apoiava sua bandeja de almoço na mesa.

— Pelos mesmos motivos que Hyuna disse. Gente rica é rica porque sabe gastar bem o dinheiro. Ele não pagaria tudo isso se estivesse com todos os parafusos na cabeça — respondeu convicto.

— Ah, não sei… — Ficou pensativo — Já estou tendo dor de barriga só de pensar que sábado está chegando.

Jimin riu, fazendo seus olhos se apertarem a ponto de quase se fecharem completamente.

— Não vá se cagar dentro do carro hein — provocou divertido.

— Para de ser besta.

Continuaram a conversar e comer ao mesmo tempo. A verdade é que Jungkook estava mais ansioso do que quando foi ver o resultado de sua prova para faculdade. Ficaria 12 horas na companhia de Taehyung dirigindo um carro causador de orgasmos em homens.

A conversa continuava na temática sobre o possível flerte de Taehyung com Jungkook, quando de repente ele ouviu o barulho de mensagem chegando em seu celular. Olhou para a tela ainda bloqueada, porém iluminada, e visualizou a mensagem de Hyuna.

Destravou o celular e abriu a mensagem.

[Hyuna Hyundai] Segue o roteiro.

[Hyuna Hyundai] enviou arquivo.

[Hyuna Hyundai] Até eu estou com inveja de você.

Jungkook franziu o cenho e abriu a imagem que Hyuna enviou. Arregalou os olhos ao ver o roteiro: sairiam de Seul rumo à Pocheon, uma província mais ao norte do país.

O roteiro incluía duas paradas em museus, almoço em um restaurante típico e uma visita em um parque conhecido pelas belas cachoeiras. O destino estava à 41km de distância do local de partida. Considerando ida e volta, certamente Taehyung teria que pagar algum valor extra pelo test drive, considerando a quilometragem que iria utilizar, isso fazia Jungkook pensar duas coisas:

A primeira é que Taehyung estava realmente pagando muito caro por um test drive, a segunda era que ele precisaria convencê-lo a comprar o carro, senão teria seu rim arrancado por conta da quilometragem rodada.

[Você] Esse roteiro vai passar de 100km.

Respondeu ainda estarrecido, fazendo com que Jimin lhe perguntasse sobre o conteúdo da mensagem, dada a cara de espanto. O mais jovem entregou o celular para o amigo, convidando-o a ver com seus próprios olhos.

Jimin abriu um sorriso largo e em seguida devolveu o celular ao dono, que estava  igualmente chocado, não deixou de comentar que ele e Hyuna estavam certos sobre os desejos explícitos de Taehyung em seu corpinho

Jungkook se negava a acreditar nas suposições dos dois. Seria sorte demais e ele mesmo não saberia o que fazer com tanta bonança.

— Já sabe como vai se vestir? — Jimin cortou sua linha de pensamento.

— Com o uniforme, oras… não posso usar outra coisa — respondeu óbvio.

— Ah, é verdade — Ficou pensativo — Então temos que investir em um bom perfume.

— Ah não Jimin, para que isso?

— Porque claramente ele está a fim e você vai ficar cheirosinho para ele, talvez role até um beijinho.

Jungkook ficou nervoso com a fala de Jimin. Já era um sonho passar o sábado todo ao lado do amado, imagina pensar que poderia rolar alguma coisa. Por mais que fosse bom não alimentar fantasias e expectativas, poderia ser uma boa ideia ficar minimamente preparado para alguma coisa. Afinal, nunca se sabe.

— Sinta — Jimin esticou o pulso para Jungkook cheirar — Esse é o Omnia Paraiba, gosta?

Sentiu o cheiro floral frutado e realmente gostou.

— É feminino, mas o cheiro é muito bom — Jimin comentou — O que acha? Pode usar ele no sábado.

— Será que ele não vai estranhar?

— Se ele achar ruim então é porque ele não é tão bom partido assim — concluiu com certeza.

Jungkook assentiu com a cabeça e aceitou o perfume emprestado. Com certeza aquela fragrância era melhor do que qualquer um dos que tinha em casa. Fora que Jimin costumava investir muito dinheiro em perfumes, logo, aquele devia custar mais que o dobro do mais caro que tinha em sua prateleira. Isso seria bom, visto que Taehyung era um homem muito bem apossado financeiramente.

Ao mesmo tempo, aceitar o perfume deixava-o ainda mais ansioso com o dia que passaria ao lado de Taehyung. O roteiro era imenso e incluía atrações muito interessantes. Mal podia esperar para que sábado chegasse.

{…}

E sábado chegou. Mais lento do que sua ansiedade gostaria, porém, finalmente havia chegado. Acordou mais cedo que o de costume, talvez pelo nervosismo acerca do que estava prestes a viver.

Tomou um banho demorado, com direito a óleo corporal e massagem nos pés. Estava ansioso com o fato de ficar um tempo considerável na presença de Taehyung. Ficava pensando como deveria se portar, se devia puxar algum assunto que não fosse o carro, ou se era melhor ficar em silêncio e apenas responder as perguntas técnicas que surgissem.

Eram muitas coisas para pensar e, felizmente, a sua roupa não era uma delas. Como de costume, teria que ir trajado com o uniforme da concessionária. Uma coisa a menos para lhe descabelar.

Passou o perfume emprestado e deu uma última checada no visual. Deixara o cabelo repartido ao lado, de modo que uma parte de sua testa ficasse a mostra. Ajeitou a camisa uma última vez e suspirou. Estava pronto.

Chegou ao trabalho com meia hora de antecedência do horário combinado, às nove da manhã. Entrou e cumprimentou Hyuna que fez piadinhas sobre o quanto ela gostaria de ter a sorte que Jungkook teve.

Ajeitou o carro, conferiu os itens de segurança, se o tanque estava cheio e anotou na caderneta todas as características do carro, como quilometragem inicial e estado geral. Precisaria entregar o carro nas mesmas boas condições em que pegara, e qualquer inconformidade seria acertada no final, com Taehyung.

Terminava de fazer a checagem geral quando o seu cliente chegou. Hyuna o acompanhou até onde Jungkook estava.

— Jeon, o Senhor Kim já está aqui — anunciou.

Jungkook parou o que estava fazendo e olhou para o Senhor Kim. Sentiu a respiração falhar ao ver o homem por quem era apaixonado ali, parado em sua frente.

Os fios azulados ainda estavam úmidos, mostrando que ele tinha os lavado antes de sair de casa. Vestia um jeans escuro e botas desamarradas de propósito. Uma camiseta branca despojada estava por baixo da clássica jaqueta preta cheia de detalhes.

Estava lindamente rebelde.

— Tudo pronto? — Taehyung perguntou.

— Estou apenas finalizando a vistoria e já podemos começar — respondeu formalmente — Enquanto finalizo, você gostaria de tomar alguma coisa, Senhor Kim? Um café? Uma água?

Taehyung riu sem deixar de olhar profundamente para si.

— Aceito uma água, mas vamos parar com essa coisa de Senhor Kim, Jungkook — advertiu — Estudamos na mesma sala e não faz sentido esse tipo de formalidade comigo.

— Tudo bem — concordou — Hyuna —, chamou — traga água para o Senhor Kim, por favor — falou e Taehyung lhe fez uma careta — Uma coisa é eu não ser formal com você entre nós, outra é eu ser informal quando falo no trabalho — explicou.

— Certo.

Taehyung encostou no capô do carro e ficou observando Jungkook trabalhar enquanto aguardava sua água. O vendedor percebeu essa atitude do outro e ficou mais nervoso ainda, porém tentou não transparecer.

Hyuna trouxe a água e se retirou. Taehyung bebeu e continuou olhando fixamente para Jungkook, sem nenhum pudor ou vergonha.

— Daqui até Pocheon-si deve dar uns 40 a 50 minutos — falou, chamando a atenção de Jungkook — Você já tomou café da manhã? É um caminho longo, qualquer coisa podemos parar antes de pegar a estrada para comer.

— Agradeço, Taehyung, mas eu já comi — respondeu envergonhado.

Sim, já tinha comido. Mas era impossível ficar indiferente a uma pergunta dessa, ainda mais de ouvir Hyuna e Jimin enchendo sua cabeça com ideias de que o outro estava a fim de si.

— Hum — Pareceu desapontado — Mas você se importa de me acompanhar? Eu ainda não comi nada.

— Claro que não. Durante o período de tempo contratado, o carro é seu, pode usá-lo como bem quiser — respondeu de modo formal demais e se arrependeu.

— Ótimo. Antes da última saída para a estrada que vamos pegar tem uma padaria maravilhosa.

— Terminei, está pronto, Taehyung? — falou forçando uma naturalidade que não era sua, principalmente naquele momento em que estava absolutamente ansioso.

Jungkook entregou a chave nas mãos de Taehyung, que lhe sorriu. Caminhou até a porta do copiloto e entrou, colocando o cinto em seguida. O cliente fez o mesmo e após afivelar o cinto, colocou a chave na ignição e deu partida.

Começavam ali o test drive.

Os primeiros minutos foram os mais estranhos. O silêncio imperava dentro do carro. Os dois pareciam perdidos em pensamentos. Taehyung dirigia com o vidro aberto e com o braço apoiado na porta. Parecia conhecer o caminho de cor, pois não havia colocado no GPS.

Dirigia tranquilo. Jungkook apreciava a paisagem que aos poucos ia mudando, deixando o cheiro e as cores da cidade e começando a se transformar em um caminho de campos mais abertos e remotos de pessoas.

— Primeira parada — O motorista e cliente disse.

Haviam chegado à tal padaria que Taehyung citou. Ele estacionou o carro e em seguida os dois deixaram o interior do veículo. Caminharam lado a lado ainda em um silêncio desconfortante até a entrada da padaria.

— Olha — Ele disse antes de entrar — A gente pode, sei lá, conversar… essa coisa silenciosa está me deixando agoniado.

Jungkook riu e concordou. Ele estava igualmente desconfortável e era um alívio saber que não era o único.

— Eu sempre venho nessa padaria quando vou a Pocheon-si.

— Você vai muito?

— Menos do que eu gostaria. Você já foi? — perguntou interessado.

— Nunca.

Taehyung sorriu e escolheu uma mesa para se sentarem. Logo a atendente apareceu com os cardápios. Jungkook insistiu que não queria nada, mas Taehyung insistiu tanto que acabou aceitando tomar um achocolatado.

O clima estava menos estranho. Agora estavam começando a conversar. Taehyung contava um pouco sobre o trajeto que fariam que incluía duas paradas em museus, uma cachoeira e uma em um restaurante clássico da região. Contava-lhe que o restaurante era conhecido e famoso por suas peculiaridades.

— Que peculiaridades? — Jungkook perguntou verdadeiramente curioso.

— Bom — Taehyung riu — Tudo lá tem formato de órgãos genitais masculinos e femininos — Riu.

— O que? — falou perplexo.

— Mas a comida é muito boa, vale muito à pena, é por isso que vamos lá.

Continuaram a conversar sobre o restaurante enquanto terminavam o café da manhã. Aos poucos a conversa fluía mais naturalmente e ia se modificando como tinha que ser. Falaram sobre a faculdade e aspirações futuras.

Tinham mais em comum do que imaginavam. Não só no que tange à Fotografia, mas em gostos particulares, como vídeo games e séries de TV. Iam ficando mais soltos e confortáveis na presença um do outro.

Assim que terminaram o café da manhã, seguiram viagem. Taehyung contava coisas sobre a mudança da estrada com o passar do anos, falando sobre estabelecimentos que fecharam e outros que abriram, o que mostrava que ele devia fazer aquele caminho desde muito jovem.

E era exatamente isso. Contou-lhe que vai para Pocheon desde quando era criança, em viagens de família, pois um grande amigo de seu pai morava na região.

O papo ia tão gostoso e leve que Jungkook nem sentiu o tempo passar e quando deu por si, Taehyung já estava anunciando a segunda parada da viagem.

— Aqui — disse enquanto reduzia a velocidade — Este é Africa Museum of Original Art, um dos meus museus favoritos — Saiu e fechou a porta do carro — Esse museu abriga obras maravilhosas de artistas africanos. Eu acho absolutamente importante esse tipo de espaço aqui na Coréia — comentou — sabe né, parte do nosso povo costuma ser racista — falou em tom de crítica — Então eu acredito que todo coreano deveria visitar esse museu.

Jungkook ouvia tudo atentamente. Ele sempre soube que o mais velho e mais rico, apesar do jeito rebelde de badboy, sempre gostara muito de artes no geral. Porém, não imaginava o quanto ele gostava e o quanto sabia.

Assim como na padaria, Taehyung pagou a parte de Jungkook. Entraram no museu que não era apenas majestoso por fora, mas por dentro também. O mais velho falava sem parar de cada artista que viam, mostrando seu vasto conhecimento em artes no geral, até as mais contemporâneas.

O passeio durou um pouco mais de uma hora. Se Jungkook já tinha uma queda por Taehyung, agora tinha um penhasco. Além de rico, estiloso e criativo, era muito inteligente e tinha uma visão de mundo e da humanidade que era louvável.

Retornaram ao Palisade, rumo à terceira parada do dia. No caminho Taehyung teceu elogios inúmeros ao carro por conta do quanto estava achando fácil e intuitivo guiá-lo. Jungkook aproveitava o assunto para falar mais sobre as questões técnicas do automóvel. Por mais que o passeio estivesse melhor do que imaginara, não podia esquecer que seu papel ali era convencer o cliente, vulgo Taehyung, a comprar um exemplar.

— Agora estamos no Hangwa Culture Museum — falou ao estacionar — É um museu diferente — Sorriu — porque é tipo um museu fábrica — Tentou explicar — ele conta a história de como é feito hagwa, sabe? Aqueles docinhos típicos de cerimônia — explicou — E o melhor, é que depois da visita a gente pode comer alguns.

— Parece interessante… eu nunca estive em um museu assim — confessou olhando para o prédio do museu.

Novamente, Taehyung pagou a entrada de Jungkook e iniciaram a visita ao local. E mais uma vez, ele falava pelos cotovelos, mostrando todo o seu conhecimento acerca do assunto, chegava a parecer que ele queria mostrar o quanto ele era interessante.

E como ele disse, ao final da visita, receberam alguns doces típicos de presente. Jungkook provou um e ficou maravilhado, aquilo era muito bom e diferente de todos os que já havia comido na vida. Estava absolutamente grato pelo passeio e, intimamente, já pensava que mesmo que Taehyung não comprasse o carro, só o test drive já tinha feito valer à pena.

A quarta parada era para o almoço no famigerado restaurante Deulmusae. E realmente era tudo muito, erótico, para não dizer outra coisa. Desde pratos e talheres, até copos, jarras e decorações. Tudo em formato de vulvas e pênis de diversos tipos e tamanhos.

Pela quantidade de gente no local, ali realmente era um grande ponto turístico que atraía diversas pessoas, não só coreanas, mas de outras nacionalidades, a julgar pela quantidade de olhinhos ocidentais que encontrou. Muito mais do que nos outros destinos que visitaram.

E a comida era divina. Talvez a melhor que já comera na vida. Não só pelo sabor ou pelo clima do local, mas, principalmente, pela companhia. Ainda estava difícil acreditar que estava sozinho com Taehyung em um local como aquele. E que ainda ficaria mais um tempo!

Jungkook, na verdade, pedia para que aquele dia não acabasse nunca. Estava amando ter esse tipo de contato com o colega gostoso de turma, por quem era secretamente apaixonado.

Sentia-se absolutamente confortável na presença do outro. Chegava a parecer que se conheciam — e conversavam — há décadas. Taehyung era muito agradável e divertido.

— Nossa, estou tão cheio que não cabe mais nem uma bala — Ele comentou.

— Sim, cheio demais — Jungkook concordou — Ainda temos mais uma parada, certo?

— Uhum — afirmou — E para essa parada ainda vamos ter que caminhar um pouco.

— Sério? Onde quer ir? — falou se fazendo de desentendido, pois tinha recebido o itinerário.

— Vamos visitar o Bidulginang Waterfalls, uma cachoeira incrível, uma paisagem de tirar o fôlego… você vai amar.

E ele estava certo, de novo. O lugar era um paraíso. Valia à pena cada centímetro que andou. Taehyung tinha bom gosto até para escolher roteiros de pequenas viagens de um dia.

E o cenário ficava ainda mais bonito quando olhou para Taehyung e sua cabeleira azul que combinava perfeitamente com tudo o que estava ali. Ele era lindo, gentil, inteligentee mesmo sendo podre de rico, era humilde. Havia tido a oportunidade de conhecer uma faceta de Taehyung que não sabia que existia. Era muito melhor do que na sua imaginação.

— Logo menos o Sol se põe — O mais velho disse, lhe olhando de um jeito diferente — Precisamos voltar.

— Verdade — concordou — Por um instante eu esqueci que estava trabalhando — Riu.

Taehyung sorriu de volta, mas não comentou nada, ficando em silêncio com seus pensamentos durante todo o caminho de volta.

Entraram no Palisade e agora iriam rumo à parada final, a concessionária. Taehyung estava mais pensativo do que no início do test drive e isso chamou a atenção de Jungkook. Queria perguntar o que houve, mas ao mesmo tempo tinha medo da resposta. Por mais que tivessem ficado bem mais próximos nas últimas horas, não sabia se era o suficiente para tamanha intimidade e atrevimento.

— Omnia Paraiba — Taehyung finalmente cortou o silêncio.

— Sim — concordou completamente envergonhado. Ele conhecia esse perfume.

— Um dos meus preferidos — falou e desviou rapidamente o olhar da estrada, fitando Jungkook.

— Gosto também — Estava morto por dentro. A ansiedade que havia lhe deixado em paz há um bom tempo, voltara com força total.

Taehyung voltou a ficar em silêncio, pensativo, e Jungkook não conseguia se decidir se gostava disso ou não. Estava nervoso demais para pensar em alguma coisa e a cabeça gritava em desespero. Ele havia notado o seu perfume.

— Sei que precisamos voltar — Taehyung cortou o silêncio novamente, sem tirar os olhos da estrada — Mas tem mais uma coisa que eu gostaria de fazer — Olhou de relance para Jungkook — Você vai se ferrar se eu estender a rota um pouquinho mais?

— O valor da multa é bem alto — advertiu.

— Mas e você? Vai se ferrar? Tipo, ser demitido ou algo assim? — respondeu em um tom de quem estava ignorando completamente o valor da multa.

— Bom, se depois dessa quilometragem e ainda aumentando a rota, mesmo pagando a multa, você não levar o carro… aí sim eu estarei muito ferrado — respondeu sincero e sem a vergonha de outrora.

Taehyung riu soprado e mordeu o próprio lábio, mantendo-se pensativo. Sem parar de dirigir, fez uso do Apple Carplay.

— Siri, ligue para “Pai” — falou em voz alta dando o comando para a assistente eletrônica da Apple.

Jungkook ouviu a ligação chamar e em breve a voz de um homem maduro atendeu a ligação.

— Pai.

Taehyung, onde está?

— Estou no test drive do Palisade.

Gostou? Atende às necessidades?

— Gostei bastante e acredito que não atende só as minhas necessidades, por isso estou te ligando.

Você acha que o Palisade é melhor que o Telluride para a empresa?

— Acho sim, na verdade eu tenho certeza, fora que fica tudo com a Hyundai ainda.

Confio em você então, filho, quando voltar à concessionária negocie um bom preço.

— Na verdade, o vendedor está aqui comigo no carro.

Ótimo, deixe-me falar com ele.

Taehyung olhou para Jungkook incentivando-o a falar com seu pai.

— Senhor Kim, meu nome é Jeon Jungkook, estou falando com o senhor por meio do sistema Apple Carplay, item incluído de série.

Boa noite Senhor Jeon, espero que meu filho tenha sido amável com você.

— Foi sim, um de nossos melhores clientes, na verdade. Muito educado.

Bom, muito bom — Ele riu — Escute, tenho uma empresa que fornece segurança para pessoas muito importantes e preciso renovar a frota. No total são doze carros, mas preciso de blindagem. Na verdade, são treze, contando com o do meu filho, mas acredito que ele não precise de blindagem nos vidros.

Treze carros.

Jungkook ia fechar uma venda de 13 carros? Poderia ficar sem trabalhar pelo resto do ano se quisesse, tamanha seria sua comissão.

— Seria apenas blindagem de vidros ou na carroceria também?

Vocês fazem a blindagem?

— Nós não, mas temos parceria com uma empresa autorizada pelo Exército da Coréia, se quiser, podemos conseguir um bom desconto e lhe entregamos todos os carros com as devidas blindagens.

Maravilha, então fechamos seis com blindagem de vidros e seis com blindagem completa. É a nível IIIA?

— Sim, nós só recomendamos essa. Os outros níveis não são tão protetivos e o custo é muito parecido com o melhor nível.

Combinado. Irei à concessionária na segunda… não… vocês abrem amanhã?

— Abrimos sim e eu estarei lá pessoalmente para recepcioná-lo.

Ótimo, Jeon nos vemos amanhã então.

O homem encerrou a ligação e Jungkook estava em choque. Não podia acreditar que havia acabado de vender 13 carros. Contando a comissão de parceria da blindagem, poderia pagar a faculdade à vista pelo resto dos anos que faltavam.

— Será que agora podemos estender o meu test drive? — Taehyung perguntou em tom provocativo.

— Depois de você me dar uma venda dessa, você pode fazer o que quiser — respondeu sem pensar.

Taehyung sorriu com malícia enquanto Jungkook enviava uma mensagem para Hyuna, contando sobre a venda e sobre o acréscimo de quilômetros na rota. Também sugeriu que Hyuna não cobrasse a multa, já que ele compraria APENAS treze carros.

A mulher lhe respondeu rápido e em êxtase, ela também não conseguia acreditar que aquilo havia acontecido e garantiu que se eles realmente fechassem a compra, não cobraria a multa do acréscimo na rota. No final ainda repetiu que o tal Taehyung devia estar interessado em si, pois aquele não era um comportamento normal.

Jungkook estava nervoso, mas não sabia exatamente o porquê. Não sabia dizer se era por conta da venda, do pedido de Taehyung de ficar um pouco mais consigo, ou se pela fala insistente de Hyuna sobre um possível interesse do outro em sua pessoa.

— Meu pai fornece segurança para pessoas muito importantes, famosas e poderosas — revelou sem muita emoção.

— Tipo quem? — respondeu chocado.

— Não posso falar… — disse simples e mudou minimamente o rumo da conversa — Ele troca os carros da frota a cada dois anos. Desde que eu comecei a dirigir, ajudo ele a escolher e aí meu pagamento é um carro igual — Sorriu — Estamos quase chegando…

Jungkook não sabia o comentar, apenas pensava o quanto o outro era cheio de dinheiro. Viu quando Taehyung tirou o carro da estrada, entrando no meio de trilha de terra. As marcas de pneu na grama rala mostrava que alguns carros entravam naquele local.

— Onde vamos? — perguntou.

— Meu lugar favorito no mundo — Olhou de lado para o vendedor.

O carro ia avançando por entre as árvores. O carro balançava devido a inconstância do solo, mas a tração nas quatro rodas permitia que o veículo não perdesse potência. O Palisade era um carrão mesmo.

Quanto mais seguia em frente, mais fechada a mata parecia ficar. Pelo teto solar, Jungkook via apenas partes das folhas robustas das copas e o céu limpo de nuvens e estrelado.

— Estamos quase chegando.

Estava curioso, afinal tudo era mato, não tinha nada ali para configurar o lugar favorito do outro. O que poderia ser mais legal do que todos os lugares que haviam visitado naquele dia?

O carro foi perdendo velocidade aos poucos, após entrar em uma clareira no meio do nada. Finalmente parou, bem no meio de muitas árvores. Taehyung puxou o freio de mão e desafivelou o cinto, virando-se para o vendedor.

— Chegamos — disse feliz.

— Hum… chegamos aqui… bem no meio do nada? — Soltou o próprio cinto — É um bom lugar para cometer assassinatos, mas já vou te avisar que o carro sempre passa por uma rigorosa inspeção quando volta de testes — provocou.

— Poxa… — fingiu desapontamento — Eu havia gostado da ideia de esconder um corpo aqui no porta malas…

Jungkook riu e olhou para os olhos de Taehyung. Sentiu-se desconfortável com a profundidade do olhar do outro sob si. Remexeu-se no banco de couro e desviou o olhar para a janela frontal, vislumbrando a paisagem.

— Gosto de acampar aqui — Taehyung falou mais alto, quebrando a tensão que havia surgido — Queria saber se o carro conseguiria chegar até esse lugar, afinal, ele é enorme.

— Ah, por isso viemos para cá — comentou e viu o outro abrir a porta e sair.

Acompanhou ele e também saiu, sentindo a brisa fresca daquela noite. A lua estava quase no meio do céu, indicando que já se passava das 22h. Ouviu quando Taehyung apertou o botão que abria o porta malas.

— Quero testar a capacidade máxima do bagageiro.

— Claro!

Jungkook ajudou ele a acionar o mecanismo que guardava os bancos da última fileira, deixando o carro com sua capacidade máxima de porta malas. Ambos foram para a parte de trás do carro, vislumbrando-o do lado de fora.

— É… realmente cabe um corpo — O mais velho comentou enquanto entrava no carro.

Acabou se deitando, ficando confortavelmente encaixado no local. Olhou para Jungkook e deu dois tapinhas no chão do bagageiro, ao seu lado, em um pedido mudo para que o outro também entrasse.

O mais novo entendeu o recado e mesmo com muitas borboletas fazendo uma festa em seu estômago, aceitou o convite, deitando-se ao lado do outro.

— Como abre mesmo? — perguntou apontando para o teto solar.

— É elétrico, o botão fica no painel — explicou e se levantou, engatinhando até a frente do carro, onde acionou o comando que abria o teto solar panorâmico.

Enquanto a engrenagem trabalhava, voltou ao seu lugar. Os dois deitados de barriga para cima, viram o céu estrelado aparecer aos poucos sob suas cabeças.

— Realmente cabem dois corpos — O mais rico comentou, sem tirar os olhos do céu escuro.

— Posso te fazer uma pergunta? — Jungkook tirou coragem sabe-se lá de onde.

— Sempre — O mais velho desviou o olhar do céu, para si.

— Por que um test drive se com o valor que você pagou, daria para alugar esse carro por um fim de semana?

Taehyung sorriu e demorou a responder, deixando o jovem vendedor e aspirante a fotógrafo mais ansioso. Voltou a olhar para fora, mas não desfez o sorriso.

— Fácil, se eu alugasse o carro você não viria comigo.

As palavras lhe atingiram como um soco. Hyuna e Jimin estavam certos então? Parecia que sim. Jungkook ficou confuso e nervoso, não sabia o que responder e por isso se manteve em silêncio. Porém sua ansiedade era visível na mania de arrancar peles dos dedos.

O silêncio perdurou, dando espaço apenas para os sons da noite. Um uivo ao fundo, alguns grilos cantarolantes e o piar de corujas. Jungkook sentia que precisava responder alguma coisa, mas não sabia exatamente o quê. Estava ansioso.

— Eu gosto da Lua — Taehyung falou, começando um assunto diferente, ignorando o que havia dito antes.

— Por quê? — Entrou nessa conversa com esperança de que Taehyung esqueceria que ele não respondeu nada a sua cantada anterior.

— É melancolicamente bonita, como a Noite Estrelada, do Van Gogh, sabe?

— Sei sim… você tem tatuado, não?! — perguntou.

— Então você já reparou? — respondeu, virando a cabeça para fitar Jungkook, que permanecia estático olhando para cima — Tenho sim — riu e voltou a olhar para fora — a Lua representa a intuitividade, a fertilidade e o mistério. Tudo fica diferente à noite, não acha?

— Fica mesmo… eu acho que muitas coisas ficam mais bonitas à noite — comentou espontaneamente.

— Também acho — Taehyung se ajeitou — E você, Jungkook, gosta da Lua?

— Acho que gosto sim, não como você, acho que nunca parei para pensar nisso — respondeu levemente confuso.

Taehyung riu soprado e fez um movimento com as mãos para o alto, como se tivesse laçado a Lua para puxá-la para perto. Repetiu esse movimento algumas vezes e Jungkook virou para si.

— O que está fazendo?

— Tentando pegar a Lua para você — respondeu sincero, olhando nos olhos do jovem vendedor.

Jungkook ficou fitando Taehyung. Estava perplexo e ainda mais confuso. As entranhas ardiam de tanta ansiedade e expectativa. O mais velho continuava a lhe encarar, agora com um semblante mais sério.

— Você é bonito o dia todo, mas fica incrivelmente mais belo à noite, Jungkook — Taehyung falou sem pensar e sem hesitar.

Jungkook travou. Realmente Hyuna e Jimin estavam certos em sua desconfiança e agora não restava mais nenhuma dúvida.

— Acho que não consigo te dar a Lua, Jungkook… — Ia continuar a falar, mas foi interrompido pela fala ansiosa do outro.

— …mas pode me dar um beijo — disse em um surto de impulso.

Taehyung abriu um pequeno sorriso o mais lento que pode. Desviou o olhar das orbes escuras de Jungkook para a boca rosadinha. Os movimentos pareciam estar em câmera lenta. Sem pressa levou a sua destra de encontro ao rosto do outro que por sua vez, fechou os olhos na mesma velocidade.

Jungkook sentia o coração pulsar em um nível que preocuparia qualquer médico. Era possível senti-lo pular na garganta. De olhos fechados, se entregou ao incerto. Sentiu a mão do outro lhe tocar de um modo tão macio e único que nem parecia que Taehyung havia sido um encrenqueiro na adolescência e muito menos que era a personificação do clichê de badboy com suas jaquetas e botas.

Sem poder enxergar, apenas sentiu quando os lábios foram tocados pelo outro, porém não era a boca que lhe beijava, ainda. Taehyung roçava o indicador e o polegar em toda a extensão de seus lábios, provocando-o.

Os dedos iam e vinham e Jungkook não aguentava mais. Timidamente abriu os olhos e deu de cara com a face sorridente, porém sem vergonha, de Taehyung lhe encarando. Automaticamente, sorriu de volta.

— Seu sorriso é uma das coisas mais lindas que existe no mundo — Foi a última coisa que revelou antes de puxar rapidamente Jungkook pela nuca e tomar sua boca em um beijo necessitado.

Jungkook respondeu com a mesma voracidade e tomou os lábios carnudos para si. Explorava todo o sabor do outro desesperadamente. Sentia sua língua chocar-se contra a do outro em um ritmo estranho e fora de compasso, mas ainda assim muito harmônico.

Taehyung parecia tão descompassado quanto si mesmo, apertava-lhe a nuca, fazendo seu pelos se arrepiarem, mas muito rapidamente, também lhe apertava os ombros com vontade. Jungkook não ficava atrás em seu afoitamento, e, com uma das mãos amassava o tecido da camiseta cara do outro, apertando o tecido com força.

O ar ficava raro e a respiração pesada e difícil. Jungkook se entregava àquele beijo tão desejado e sonhado por si. Permitia-se embebedar-se da boca de Taehyung. Permitia-se sentir o corpo do outro.

Por isso passou a perna esquerda por cima do quadril de Taehyung, puxando seu corpo para ainda mais próximo do seu. O mais rico arfou de satisfação ao sentir-se ainda mais perto do outro e como resposta levou a destra até a cintura de Jungkook, apertando o local com vontade.

Taehyung, ora ou outra, puxava Jungkook pela cintura para mais perto, quase como se fosse fazê-lo se fundir consigo. O desejo crescia em ambos que não conseguiam parar o ósculo nem por um segundo sequer.

Jungkook, finalmente, liberou a camiseta do outro de sua mão e passou a usá-la para explorar o corpo tatuado do outro por debaixo do tecido. Sentia a pele de Taehyung ferver sob seus dedos, ele estava tão quente quanto si mesmo.

O beijo prosseguia cheio de bagunças corporais, apertões e arfadas sem ritmo. E por isso estava delicioso. Taehyung era delicioso, como sempre imaginou que fosse. Na verdade, era até melhor.

De repente, sentiu Taehyung tentar puxar seu corpo para cima do próprio, pela cintura. Jungkook entendeu o recado e não se fez de difícil, rapidamente ajudando o outro em sua empreitada, e, poucos instantes depois estava deitado completamente em cima do mais velho.

Encaixou-se entre as pernas dele, sentindo não só o calor que emanava de seu corpo, mas também a ereção que estava formada e agora chocava-se contra a sua própria.

Estavam uma bagunça infinita de desejos e suores. As mãos exploravam um o corpo do outro sem nenhum pudor. Tentavam descobrir as curvas e os pontos fracos do parceiro. Foi assim que Jungkook descobriu que Taehyung sofria em prazer quando o mamilo era beliscado.

E então judiava da sanidade do colega mais abonado de turma perdendo demasiado tempo no local, fazendo com que Taehyung gemesse por entre seus dentes, puxando o ar com força, como se precisasse mais do que tudo daquela dose de oxigênio.

Taehyung, mesmo com a dificuldade devido ao excesso de estímulos, conseguiu escorregar as mãos, que arranhavam a pele alva das costas de Jungkook, até as nádegas malhadas e durinhas.

Preencheu as mãos com a carne do local e agora era a vez de Jungkook arfar em um sofrimento prazeroso. Seu corpo respondia instintivamente as apertadas que levava, esfregando-se com mais vontade ainda no outro.

Como em uma vingança deliciosa, abandonou os mamilos alheios, levando a destra até o pênis de Taehyung e, mesmo por cima da roupa incomoda, passou a tocar a região. Tentava masturbá-lo com dificuldade, devido ao tecido que complicava tudo.

Em resposta a provocação, Taehyung resolveu apertar a pele macia por debaixo da roupa, tocando a região rígida com as duas mãos. Jungkook não aguentou e gemeu alto dentro do carro, separando-se finalmente do beijo, que até aquele momento mantinha-se imaculado.

Agradeceu mentalmente por estarem no meio do nada, apenas com a Lua testemunhando o tesão mútuo dos dois. Arqueou as costas e por um instante parou a ação em que estava empenhado.

Taehyung entendeu o recado e sorriu para Jungkook, sem deixar de transparecer o quão era apaixonado por ele apenas com o olhar que brilhava mais que a noite.

— Eu te quero, Jungkook — Ele comentou baixinho e de um jeito deveras sexy enquanto escorregava os dedos em direção ao ânus alheio.

Jungkook não conseguiu responder com palavras que podem ser traduzidas. Apenas recolheu o corpo por completo e afundou o rosto na curva do pescoço do mais velho, sentindo o cheiro gostoso que o outro emanava.

Uma mistura de perfume caro com desejo.

Taehyung encostou o dedo indicador em sua entrada e só pode ouvir o gemido sôfrego do mais novo em seu ouvido, eriçando odos os seus pelos e sentidos.

Queria Jungkook. E queria naquele momento.

Tentou invadir a privacidade alheia e não sentiu nenhuma resistência em seu ato. Sentiu o dedo ser acolhido perfeitamente pelo outro que gemeu gostoso e alto em resposta.

O jovem vendedor sentia o corpo arder. O uniforme da concessionária começava a incomodar muito mais que o normal. Arranjou forças sabe se lá de onde e apoiou o corpo nas mãos ao redor do corpo mais pigmentado do que o seu.

O suor que se formava no topo de sua testa, pingou, caindo certeiro na testa do outro, que lhe sorriu pecaminoso, tentando introduzir um segundo dedo, o que estava difícil devido à falta de lubrificação.

Apoiou todo o peso do corpo na canhota e com a destra passou a desabotoar com dificuldade a camisa que agora era puro amasso e suor. Taehyung deleitava-se com a visão lenta e dificultosa do processo, mas ainda assim, continuava a provocá-lo.

Finalmente a camisa estava completamente desabotoada, deixando o peitoral malhado a mostra. Taehyung não resistiu à cena e retirou a canhota do local onde estava e apoiou o corpo nela, levantando-se um pouco. Porém o suficiente para conseguir abocanhar o mamilo esquerdo do mais jovem.

Jungkook gemeu mais uma vez. Não aguentava mais aquela tortura gostosa e podia jurar que estava prestes a chorar se não fosse completamente preenchido pelo outro.

—Tae — Juntou toda as forças e falou de um jeito manhoso que fez com que o outro gemesse contra seu mamilo — Você tem camisinha? — perguntou e Taehyung levantou o olhar para si, sem deixar de prender o pequeno mamilo marrom entre os dentes e sorriu.

O garoto rico não respondeu, apenas fechou os olhos e continuou o que estava fazendo, ignorando completamente o que o outro tinha dito. Pelo menos era isso que Jungkook pensava.

Com rapidez, tirou os dedos do interior de Jungkook e levou a destra com firmeza para a cintura afilada dele. Fazendo força suficiente para fazer pulsar suas veias do braço, ergueu o corpo mais branquinho e virou-o, como se fosse fácil.

Agora Jungkook estava deitado no porta-malas e Taehyung ajeitava-se em cima de si. Retirou a jaqueta preta que só aumentava seu calor corporal e jogou em algum canto qualquer. Em seguida foi a vez da camiseta, ficado completamente nu no dorso e deixando as tatuagens escondidas à mostra.

Jungkook perdeu o ar com aquela visão. Vislumbrava cada rabisco preto e colorido que adornava o corpo alheio. Não resistiu a tentação e passou os dedos longos em cima de cada desenho que conseguia ver. Havia um tanto de delicadeza e admiração em seu toque.

Taehyung parecia curtir aquele momento de total entrega e paixão, tanto que permaneceu parado por uns instantes, dando tempo para a exploração e devoção do outro sob seu corpo.

O mais velho sorriu cheio de intenções e passou a desafivelar o cinto da calça de Jungkook lentamente, fazendo com que o acessório não fosse mais um empecilho que dificultava o acesso de Taehyung ao corpo do mais jovem.

A calça também foi desabotoada e antes que Jungkook pudesse pensar, o tecido do uniforme já não cobria mais suas pernas. Ajudou o outro e removeu os próprios sapatos com os pés. Taehyung apenas terminou o trabalho, arrancando de vez a peça de roupa junto às meias do rapaz, que agora encontrava-se vestido parcialmente com a camisa.

Taehyung satisfeito com a visão, não só do corpo de Jungkook, mas de sua ereção, encontrava-se sentado nas coxas roliças dele. Levou a mão aos bolsos, retirando a carteira. De dentro do acessório de couro preto, retirou um pacote de camisinha e sorriu, jogando-a em cima do peito desnudo do outro.

Jungkook sorriu em expectativa e Taehyung se jogou em cima de si, capturando seus lábios para mais um beijo, menos voraz, porém não menos desejoso. O mais novo levou as mãos aos cabelos macios e azulados do crush e passou a apertar os fios, puxando-os de vez em quando.

Enquanto fazia isso, Taehyung removia o próprio cinto e desabotoava a própria calça, com menos dificuldade do que imaginava. Buscou com as mãos, a camisinha prensada entre os dois peitorais. Abriu o pacotinho com facilidade e removeu o preservativo pegajoso por conta do lubrificante com a mão esquerda. Com a direita abaixou a calça e a cueca o suficiente para libertar o pênis rijo da prisão de algodão de boa procedência.

Sem cortar o ósculo e com ajuda de ambas as mãos, colocou a camisinha no próprio membro. Ajeitou o corpo no meio das pernas de Jungkook que se abriram sem pudor. Com os dedos ainda melecados pela camisinha, lubrificou a entrada de Jungkook.

E aí, neste momento, separou-se da boca do mais novo e olhou dentro de seus olhos mantendo um sorriso apaixonado. Acariciou a testa suada do amante e vendedor de carros com cuidado.

— Você não tem ideia de quanto tempo eu sonho com isso — confessou falando baixinho.

Jungkook riu soprado e fechou os olhos. Taehyung é quem não sabia o quanto ele desejava algo como aquilo. E tinha menos noção ainda do quanto aquele momento estava sendo especial.

— Eu também queria te sentir assim há muito tempo — resolveu falar.

Taehyung sorriu e distribuiu pequenos selares nos lábios de Jungkook. Era apaixonado pelo colega de turma há tanto tempo que nem sabia precisamente. Mas não poderia deixar de provocá-lo.

— Me sentir só assim, uh?! — falou provocativo e Jungkook voltou a abrir os olhos a tempo de vê-lo morder o próprio lábio.

— Não só assim — sussurrou.

— Então o que falta?

— Eu te sentir dentro de mim — confessou sem nem ficar vermelho. Era a verdade afinal e Taehyung precisava saber.

O mais velho aumentou ainda mais o sorriso que estampava em seu rosto e preparou-se para encaixar-se ainda mais entre as pernas gostosas do vendedor de carros.

Sentiu a glande tocar a entrada do ânus de Jungkook, que se contraiu em um movimento involuntário. No entanto, o mais novo relaxou o corpo e dobrou os joelhos, aumentando ainda mais o espaço para Taehyung.

Esse, por sua vez, afundou o rosto no pescoço de Jungkook ao mesmo tempo em que forçou seu pênis contra o ânus do mais jovem. Seu membro foi engolido com menos resistência do que esperava. Gemeu alto saiu como um urro ao sentir-se completamente dentro do outro.

Jungkook apertou os olhos e fincou as unhas nas costas alheias. Sentia a intimidade arder, apesar do prazer inegável que sentia. Taehyung retirou-se completamente de dentro de si, lhe dando espaço para se acostumar com a ardência. Aos poucos, abriu os olhos e então prendeu os lábios grossos do outro entre seus dentes, dando a entender que ele poderia continuar.

E foi isso que ele fez, entrou em si novamente, rapidamente, afundando-se por completo, até sentir o quadril encostar-se completamente ao do outro. Sentindo o lábio ser judiado pelos dentes alheios, começou a movimentar-se lentamente.

Retirava o membro quase por completo antes de lhe preencher com força novamente, repetidas vezes. Sentia as vilosidades do interior de Jungkook chocarem-se contra as veias aparentes de sua ereção, causando uma onda ainda maior de prazer.

Jungkook tremia o corpo involuntariamente, estava em êxtase sendo completamente preenchido com o corpo do outro. Todas as partes de seu corpo ardiam em desejo e prazer, o ar faltava e, por mais que soubesse que Taehyung encontrava-se completamente dentro de si, movimentava seu quadril tentando aumentar ainda mais o contato entre eles.

Os pelos do corpo arrepiavam e espasmos ocorriam em todos os músculos que conhecia e que nem lembrava da existência. Agarrava-se com força as costas tatuadas do mais velho e não deixava de morder e sugar os lábios carnudos.

Taehyung continuava judiando de sua sanidade em um sexo lento demais para sua vontade. Queria que aquilo aumentasse ainda mais de velocidade, mas ao mesmo tempo, a lentificação do ato deixava-lhe com mais frisson.

Ele se movimentava de maneira precisa e controlada dentro de si. Rebolando o quadril quando estava fundo demais em si, fazendo com que o pênis lhe tocasse todos os pedacinhos internos.

Inclusive a próstata.

E quando tocou, Jungkook não aguentou e praticamente gritou. As pernas automaticamente se fecharam ao redor do corpo de Taehyung, pressionando-o para baixo, em um pedido claro para que continuasse com aquele movimento. As mãos arranharam as costas com tamanha força que marcou por completo a pele pintada e em seguida escorregaram para o chão do porta malas, procurando algum local para se agarrarem.

A destra segurou com força na parte inferior do banco que estava atrás de si e a esquerda encontrou algum pedaço de roupa. A coluna quis arquear, mas foi impedida pelo peso do corpo do outro, que estava completamente preso ao seu.

Jogou a cabeça para trás, que era o que lhe restava. Taehyung continuava a movimentar o quadril, atingindo seu ponto mágico com mais frequência, fazendo seu corpo pedir clemência e mais contato ao mesmo tempo. Com o pescoço completamente à mostra, o mais velho passou a beijar o local com vontade, distribuindo beijos, mordidas e sugadas.

Se dependesse dele, Jungkook voltaria para casa todo marcado, para mostrar a quem ele pertencia agora. Usava suas mãos para tentar controlar o corpo descontrolado do amante abaixo de si. Sentia os tremeliques do outro eriçarem os pelos e o mamilo dele.

Essas reações lhe atingiam diretamente, causando espasmos no seu próprio corpo e fazendo com que sentisse o pênis pulsar ainda mais dentro do seu amante. Queria possuí-lo, tê-lo, fazê-lo gemer e gozar como nunca antes, estava difícil manter o próprio controle.

Jungkook estava cada vez mais descontrolado. Os gemidos saiam fora de tom, roucos e manhosos, mas ao mesmo tempo agressivos e desesperados. Os pés se contraíram, ficando em ponta. As coxas ficaram rígidas, apertando ainda mais o quadril do outro. As mãos judiavam dos locais onde estavam depositadas. O suor aumentava e o corpo aquecia ainda mais. A pupila dilatou-se ainda mais e a garganta pareceu secar.

Estava claro, Jungkook estava quase lá.

Então Taehyung, ao perceber isso, deu um beijo no lábio cansado dele e se permitiu aumentar a velocidade. E assim fez. As estocadas passaram a ser mais velozes e precisas, cada uma mais rápida e profunda do que a outra.

Jungkook tremia e parecia não aguentar mais. Seu corpo se movimentava de um jeito como se quisesse fugir dali, por mais que não quisesse. Levou as mãos novamente para as costas do mais velho e o abraçou com força, completamente suado e descabelado. A camisa, única peça que ainda vestia, estava encharcada de suores seus misturados com o do outro.

A cada novo movimento certeiro, o mais jovem sentia que ia desfalecer. A respiração ofegante só demonstrava o quão cansado estava, mas ainda assim, foi num movimento eficaz de Taehyung, que lhe atingiu uma última vez na próstata, que viu estrelas.

Todas aquelas que brilhavam no céu que podia ver pelo teto solar panorâmico invadiram seu interior e lhe preencheram de uma sensação atormentadora de alívio e cansaço extremo. O corpo entrou em choque e os impulsos elétricos percorreram cada pedacinho de seu corpo, arrepiando cada folículo de pelo e cabelo que jazia em seu corpo. Todo o espasmo e desespero terminavam em uma pressão interna na base do próprio pênis.

E assim findou-se seu sofrimento, com um gemido tão alto e sôfrego acompanhado de uma quantidade considerável de sêmen que melecou a barriga dos dois amantes. Havia, finalmente, chegado lá.

O corpo relaxou e parecia pinicar. O riso veio fácil e de repente estava completamente sensível e mole. Os braços custaram a continuar segurar o corpo de Taehyung, já que as pernas não conseguiam manter-se no local onde estavam, escorregando para os lados, dando mais espaço para Taehyung novamente.

O mais velho satisfez-se com o gozo alheio e, agora que tinha mais espaço, passou a aumentar ainda mais a velocidade. Percebia o quanto o outro estava sensível e isso o deixava ainda mais sensual. Apoiou o peso do corpo nos próprios braços, fazendo com que o abraço do outro se findasse.

Taehyung continuava a movimentar-se com força e velocidade chegando a sentir a pressão querer cair. A visão parecia ficar turva e as forças se esgotavam. Deu uma última estocada com força, parando completamente no interior de Jungkook, era a sua vez de se entregar completamente ao desejo do corpo de descansar por completo.

Sentiu o próprio sêmen encher a camisinha completamente durante um gemido alto e precisado. Jogou o corpo em cima do de Jungkook, como se tivesse desfalecido, porém, o riso satisfeito mostrava o quanto não estava nada morto.

O seu riso contagiou o mais novo que passou a rir consigo. Em pouco tempo os dois riam descontroladamente. Taehyung jogou seu corpo para o lado, dando espaço para Jungkook finalmente respirar tranquilamente.

Riram juntos por algum tempo incontável e não sabiam dizer qual era exatamente o motivo do riso. Estavam apenas felizes e completos naquele momento. O riso era só o produto final daquela maluquice que tinham feito, ainda mais no carro da empresa feito exclusivamente para test drive e exposição.

— Vai demorar um milhão de anos para tirar esse cheiro daqui — Jungkook falou primeiro, forçando o cessar dos risos.

— Eu acho que o cheiro devia ficar — falou ainda rindo — Acho que vai atrair mais clientes.

— Até parece — disse e respirou fundo pela primeira vez desde que começaram a se beijar.

— É sim, eu compraria um carro com cheiro de sexo.

— Compraria porque você não é certo — comentou — Afinal, você pagou mais que o dobro do que pagaria para alugar esse carro, só para fazer um test drive…

— Não — Taehyung o interrompeu — Eu paguei mais que o dobro para estar nesse carro com você.

Jungkook não respondeu, apenas virou o rosto em direção a Taehyung. Viu os olhos brilhantes dele e sorriu, completamente apaixonado. O outro, por sua vez, afagou seu rosto de um modo carinhoso.

— Você gostou? — O mais rico perguntou com uma voz grossa e doce ao mesmo tempo.

— Muito — confessou — E você?

— Hum… — Abriu um sorriso divertido — Acho que preciso fazer mais um test drive para ter certeza — brincou e Jungkook cruzou os braços, fingindo estar irritado com a resposta.

— Ah, claro, posso chamar outro vendedor então — reclamou sem verdade alguma.

— Ah não sei não, queria continuar com o mesmo.

Jungkook sorriu e se aproximou do corpo semidesnudo do outro. Segurou o seu rosto e lhe beijou mais uma vez. Um beijo gostoso, calmo e com gosto de pós-sexo. Trocaram carícias delicadas durante o ósculo, sem pressa nenhuma de terminar aquele test drive.

Não sabiam o que iria acontecer dali para frente. Jungkook não sabia o quanto estaria encrencado por sumir um dia inteiro com o cliente. Taehyung também não sabia como eles ficariam dali para frente. Não sabiam de nada.

Naquele momento só queriam saber de aproveitar o resto do tempo que tinham juntos em um dos carros mais cobiçados do momento. Só queriam saber o quanto aquele carro estava totalmente aprovado para escapulidas sexuais.

E realmente, o bagageiro era enorme e permitia que duas pessoas ficassem ali.


Notas Finais


E aí?


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