Narrador
– Eu já vou indo, você fecha tudo por aqui? – Falei com Alessa que apenas assentiu com um som nasal enquanto permanecia imersa no notebook a sua frente.
Havíamos voltado com os trabalhos no estúdio, tínhamos muita coisa para entregar, mas estava tudo correndo em um bom ritmo. Eu consegui adiantar bastante alguns dos trabalhos ficando até mais tarde no estúdio com Alessa graças a Camila e Mani, que se revezavam para pegar Alycia na creche e ficavam com ela até eu buscá-la ou chegar em casa. Hoje era a vez de Mani, mas acabou que Camila foi buscar minha filha porque saiu mais cedo do trabalho.
Bati na porta do apartamento que Camila dividia com Lucy e esperei que ela abrisse, como demorou eu bati de novo e depois mais uma vez, até que então uma Camila suja de tinta e sorridente abriu a porta.
– Você demorou. – Falei rindo e estendendo a mão para tocar em seu rosto e tirar um pouco de tinta azul que tinha em sua bochecha. – O que vocês estão aprontando?
– Estávamos pintando com tinta guache. – falou passando as mãos no moletom já totalmente manchado. Ainda assim ela ficava linda de cabelo preso e toda suja de tinta. Ouvi a gargalhada de Alycia e então sorri, eu amava aquele som.
– Lucy está com Aly? – Perguntei e Camila negou com a cabeça e me deu espaço para entrar. A expressão de Camila ficou apreensiva e eu estranhei de imediato. Quem estava com a minha filha?
– Não seja grosseira. – Foi o que ela disse antes de me seguir para dentro do apartamento e assim que eu cheguei à sala descobri sobre o que ela falava.
Liam estava no chão junto de Alycia e os dois estavam, assim como Camila, sujos de tinta e com sorrisos enormes no rosto. Minha filha gargalhava pelas gracinhas que o homem fazia para chamar sua atenção. Eu não podia sentir raiva por Liam estar com Camila, fazê-la rir e se divertir, mas eu podia ficar com raiva dele fazer isso com a minha filha. Camila parou ao meu lado e bateu palminhas chamando atenção dos dois.
– Olha quem está aqui, mi amor. – Alycia virou seu rosto se deparando comigo e levantou do chão e vindo correndo até mim. Eu sorri deixando o meu incômodo de lado e me agachei para recebê-la. Alycia se jogou em meus braços e eu a abracei me levantando com ela em meu colo sem nem mesmo me preocupar se ela iria me sujar.
– Estava aprontando, girassolzinho? – Aly espalmou as mãos sujas de tinta vermelha em meu rosto e eu fiz um “oooh” com a boca a fazendo gargalhar em puro divertimento por me ver suja de tinta. – Pestinha!
– Faltou um pouco aqui. – Camila Veio com seu dedo cheio de tinta azul e sujou todo o meu nariz.
– Camz! – A repreendi, mas isso só fez com que a latina e minha filha caíssem em uma crise de risos alta. Aproveitei que ela estava distraída rindo de mim junto de minha filha e enfiei dois dedos no pote de tinta que estava em suas mãos e os passei por todo o seu rosto. – Ri disso agora. – Ela fingiu estar surpresa pela minha atitude, mas logo voltou a gargalhar com a minha filha e foi impossível não rir também.
– Vejo que estão se divertindo. – Liam se aproximou e enlaçou Camila pela cintura, o que fez meu riso cessar de imediato.
– Aly, adora aprontar. – Camila falou se livrando de maneira delicada dos braços do homem. – Vem, mi amor, vamos tentar limpar um pouco de toda essa sujeira. – Camila ofereceu seus braços e minha filha foi de bom grado. – Já voltamos. Lo, usa o banheiro do corredor, tá? – apenas assenti antes de ela sair junto de Aly para o seu quarto me deixando sozinha com Liam.
– Sua filha além de adorável, também é linda. – “Eu sei seu otário” foi o que eu pensei.
– Obrigada, Alycia é a melhor criança do mundo. – Falei no tom mais amigável que eu consegui naquele momento.
– Camila a adora e é bom ver o relacionamento dela com um bebê de perto, mostra como ela vai ser uma boa mãe. – Eu o encarei com o cenho franzido. Porque ele já estava pensando sobre isso, eles mal se conheciam e mal haviam começado a namorar. Ele já estava pensando em ter filhos com ela depois de poucas semanas? Ele está louco?
– Você não acha que está muito cedo para pensar em Camila como mãe de seus filhos? – Eu não consegui controlar minha boca. – Vocês estão juntos a pouco tempo, não acha? – Tentei não soar rude ou coisas do tipo. Liam não mudou a expressão de “sou um cara legal e amigável” depois do que eu falei.
– Sim, ainda é cedo. Porém eu acho que quando você encontra a pessoa certa, vocês meio que sente. E Camila tem me feito sentir, sabe? – Ele soou sincero. – Eu não vou deixar essa garota escapar, Lauren. Você deixaria? – Dirigiu a pergunta a mim e foi como levar uma tijolada no meio da minha fuça.
Eu não poderia culpar o cara por pensar em um futuro com Camila, por querer isso. A latina era de longe a melhor pessoa que eu já havia conhecido, não amar Camila parecia uma missão impossível. Eu não poderia culpa-lo.
– Eu vou me limpar, volto em um minuto. — Foi tudo que eu fui capaz de dizer antes de sair dali,
Encostei minhas mãos na pia enquanto encarava meu reflexo no espelho, meu rosto estava todo em vermelho e azul. Suspirei. Liam estava mesmo apostando todas suas fichas em Camila e não havia nada que o impedisse de fazer isso. Camila merecia ser feliz, então eu não deveria estar tão incomodada com isso. Joguei água no meu rosto tentando ao máximo tirar toda aquela tinta e não foi muito difícil, eu acho que demorei mais pensando do que realmente limpando.
– Você demorou. – Camila falou assim que eu a encontrei na sala com Aly, Liam já não estava mais no cômodo. – Demorou tanto e ainda assim não limpou direito. – Levou uma das mãos até meu rosto e esfregou levemente.
– Obrigada. – Agradeci quando ela se afastou. – Onde está Liam?
– No banheiro, ele foi tomar um banho. – Apenas concordei. Peguei minha filha de seus braços e Camila me entregou a bolsa. – Tchau, mi amor.
– Muito obrigada por ficar com ela hoje, eu tive um dia corrido no trabalho. – Me justifiquei.
– Tudo bem, hoje era a vez de Normani, eu que me adiantei porque estava morrendo de saudades. – Me aproximei a abraçando e depositando um beijo em seu rosto, deixei me demorar um pouco mais em minha despedida.
– Obrigada, diga ao Liam que eu mandei um “tchau”. – A latina me levou até a porta.
– Okay, dirija com cuidado. — A latina encostou o rosto na porta e então ficou nos observando enquanto esperávamos o elevador.
...
Alycia havia passado a noite em claro, quase não havia dormido e por consequência eu não dormi. Mani não havia passado a noite em casa, sorte dela porque caso contrário ela também não teria dormido. Aly estava enjoada, mas nenhum sinal de febre, então eu dei um remédio para cólica e quando o dia amanheceu ela enfim descansou um pouco. Eu precisava ir para o estúdio, mas não queria deixá-la na creche, eles não a deixariam descansar, então resolvi levá-la para o trabalho. Peguei algumas coisas que provavelmente abarrotariam o porta-malas do carro com o cercadinho inflável, na verdade era um pula-pula, mas eu usava como mini “jaula” quando a levava para o estúdio. Preparei algumas mamadeiras, comidas, fraldas, roupas, o tablete com todos os filmes da Disney e documentários sobre animais.
Mani adentrou pela porta da frente enquanto eu ajeitava algumas mamadeiras dentro da bolsa, murmurou um “bom dia”. Pelos óculos escuros em seu rosto e a roupa da noite passada deveria estar voltando de alguma farra.
– Já está levando-a para a creche?
– Não, hoje ela vai ficar comigo no trabalho, ontem à noite ela mal dormiu, acho que estava com cólica. Então eu vou levá-la comigo e ficar de olho, talvez mais tarde a leve para uma consulta. – Expliquei pondo as bolsas nos ombros. – Me ajuda a pôr esse pula-pula e a bomba no carro?
– Não quer que eu fique com ela? – Se ofereceu.
– Acho melhor não, você está com cara de quem terá uma bela ressaca hoje. O dia no estúdio vai ser tranquilo, hoje eu e Alessa não vamos receber ninguém.
Com a ajuda da minha amiga colocamos todas as coisas no carro, eu prendi a cadeirinha de Aly no banco traseiro e me certifiquei que estava bem preso. Me despedi de Mani e então partimos rumo ao estúdio. Pedi para que Stewart o porteiro do prédio me ajudasse com a bagagem e então subi até a sala comercial onde meu estúdio ficava.
– Trouxe o Pugzinho para o trabalho hoje? – Alessa falou vindo em direção a mim para pegar a cadeirinha onde Aly dormia e eu a entreguei.
– Obrigada, Stewart. – Agradeci ao homem que sorriu simpático e partiu. – Ontem à noite ela me deu um trabalhão e não dormiu, achei melhor passar o dia de olho nela. – Expliquei levando as bolsas com as coisas de Aly para o armário e a bolsa térmica para a geladeira da copa. – Me ajuda a encher esse pula-pula, falei pegando o plástico murcho e a bomba.
Enchemos o plástico que era fofinho como um colchão inflável e eu coloquei as cobertas que havia trago para forrar o plástico e deixá-lo mais confortável possível. Tirei Aly da cadeirinha com cuidado para que ela não acordasse e então a deitei sobre as cobertas fofinhas no pula-pula.
– Ideia de gênio. – Alessa falou baixinho e eu assenti.
– Preciso de um café, não dormi nada essa noite.
– Na copa, fiz uma jarra e trouxe alguns bolinhos. – Sentei na bancada da pequena copa que havia ali no estúdio e comecei a beber um pouco do forte café de Alessa enquanto conversávamos sobre os trabalhos que iríamos dar continuidade hoje. Haviam câmeras no estúdio e elas também estavam conectadas aos nossos celulares, no meu eu ativei a que dava para ver onde Aly estava e fiquei a observando dormir. – Você é uma mãe muito coruja. Ela está dormindo do outro lado dessa parede de madeira, Lauren. Relaxa.
– Você fala isso porque ainda não é mãe, quando você for vai ser tão neurótica o quanto eu. – Falei deixando o celular de lado.
– Sou muito jovem para que outro serzinho dependa de mim, me contento em ser tia. – Nós rimos juntas.
– Pois hoje você irá trocar as fraldas de Alycia.
– Não mesmo, no máximo dou a mamadeira e o banho. – Falou levantando e saindo da copa com um bolinho na mão. Ela fazia graça, mas sempre que precisava ela trocava a fralda de Aly, sim.
Aly dormiu até próximo aos meio dia e quando acordou estava tranquila e dócil até demais. Ela não chorou, mas estava muito quietinha. Tirei sua temperatura e estava normal, procurei algum sinal de mancha ou vermelhidão do rosto e nada além de bochechas coradinhas. Alessa saiu para almoçar e eu fui dar comida para Aly, ela até comeu um pouco, mas depois recusou o resto e isso me deixou preocupada. Coloquei ela no pula-pula próximo a mesa de som onde estávamos, o tablet ligado em algum filme infantil e fiquei a observando. O meu celular começou a tocar e a foto de Camila pulou na tela do mesmo.
Ligação on
– Oi, Camz. – Falei cabisbaixa observando minha filha da minha cadeira.
– Hey, que voz xoxa é essa? – Camila perguntou do outro lado da linha. Eu não queria a preocupar, mas decidi falar.
– Aly não dormiu muito bem ontem e está um tanto estranha. Muito quieta, não quis comer muito e eu estou um pouco preocupada.
– Já mediu a temperatura? – Como o esperado seu tom já havia mudado.
– Sim, a temperatura está normal.
– Já olhou os dentinhos? Pode estar nascendo algum dentinho novo. – Como eu ainda não havia pensado nisso?
– Espera um minutinho. – Fui até Aly e então abri sua boquinha, ela bateu nas minhas mãos alguma vezes e fez birra, mas eu consegui dar uma olhada e Camila estava certa. Era pouco visível, mas existiam uns pequenos nódulos esbranquiçados na lateral inferior esquerda e na superior também. Eu quase suspirei em alivio. – É o dente, Camz! É só o dente. Na verdade, dois deles.
– Eu senti sua preocupação daqui, passei a manhã pensando em te ligar, na impressão de algo estar errado. – Eu sentei aliviada na cadeira.
– Obrigada por ter ligado, eu já estava angustiada. – Aly começou a resmungar e eu levantei de imediato indo até ela que estava de pé no pula-pula esticando os braços para mim. Prendi o aparelho celular entre o ombro e a minha orelha e peguei minha filha em meus braços. – Mamãe está falando com a titia Camila, meu amor.
– Deixa eu falar com ela. – Camila pediu e eu coloquei o aparelho na orelha de Aly. Minha filha parecia conhecer a voz da mulher e escutava tudo atentamente durante um tempo, ouvi Camz falar meu nome então voltei a falar com ela sobre os resmungos de Aly. – Se ela sentir algo como febre ou coisa assim me liga, certo? Eu vou correndo.
– Não precisa Camila…
– É sério, Lauren! — Adotou um tom de voz autoritária e seria.
– Tudo bem, tudo bem, qualquer coisa eu te aviso.
– Ótimo, agora eu tenho que ir porque preciso terminar algumas coisas aqui. Eu te ligo mais tarde, beijo.
– Beijo, se cuide.
– Até mais. – Desliguei o telefone.
Ligação off
Sentei com Aly no meu colo na cadeira onde eu trabalhava e afaguei suas costas enquanto cantarolava “baby shark” a fazendo fazer alguns sonzinhos cantarolando o mesmo.
– Você dá cada susto na mamãe, girassolzinho. – Falei vendo-a me encarando com aqueles olhões esverdeados. – Sorte que temos a Camz. – Ela se atentou mais ao ouvir o nome da mulher e levou as mãos a boca. Os dentinhos deveriam estar coçando. – Temos que encontrar alguns mordedores novos. – Aly se inclinou e então abocanhou meu rosto o babando inteiro o que me fez gargalhar.
Alessa voltou e nós continuamos o trabalho enquanto Aly ficou brincando pelo tapete da sala do estúdio sob nossa supervisão. Ela voltou a resmungar vez ou outra, mas os lagartos de borracha estavam fazendo um ótimo trabalho em servirem como caçadores de gengiva, eu parei para alimentá-la algumas vezes e Alessa trocou a fralda dela também algumas vezes. Já era quase cinco da tarde quando o elevador parou no nosso andar e Camila passou pelas portas do mesmo.
Aly estava no tapete brincando com o treco que fazia sons e quase me deixando maluca, quando notou a presença da latina, levantou correndo desengonçada em direção a mesma.
– Hey, mi amor! – A latina a pegou no colo e caminhou em nossa direção na mesa de áudio.
– Oi, você não avisou que viria. – Me levantei e abracei a latina deixando um beijo em seus cabelos e logo sendo afastada pelas mãozinhas gorducha de minha filha.
– Oi, Mila! – Alessa levantou também vindo cumprimentar a mulher.
– Eu terminei todo o meu trabalho de hoje e então resolvi dar uma passada para ver como esse neném está. – Falou beijando as bochechas coradas de Aly.
– Já está quase normal, só que agora passou de um “pug comilão”, para um “pug manhoso resmungão”. – Alessa falou apertando a bochecha da minha filha que empurrou sua mão. – Quando estava com a fralda suja você não me expulsou, né? – Cerrou os olhos para Aly que a ignorou e voltou sua atenção para Camila. – Traidorazinha! – Alessa então seguiu para a copa me deixando a sós com as duas.
– Que horas você vai sair? – a Latina perguntou e eu voltei a me sentar na cadeira para desligar o notebook a minha frente e Camila foi até o sofá que havia ali.
– Na verdade eu e Alessa já íamos embora, deixamos tudo encaminhado para amanhã e já estávamos indo.
– Ótimo, você me dá carona?
– Claro. – Confirmei.
Alessa me ajudou a arrumar as coisas de Alycia, nós fechamos o estúdio e então descemos para o estacionamento. Ajeitamos tudo no carro e prendemos Aly na cadeirinha, nos despedimos da minha amiga, companheira de trabalho e então partimos para o meu apartamento.
– Fiquei com um pouco de medo de você ter ficado puta por eu ter deixado Liam brincar com Alycia aquele dia. – Ela iria tocar no assunto, eu só não esperava que fosse agora, mas já era esperado.
– Me incomodou um pouco, confesso que de início me deu vontade de socar a cara dele. O cara é bonito, boa pinta e ainda leva jeito com crianças… acho que fiquei com ciúmes, ele já levou minha garota e estava querendo cativar a minha filha também? – Brinquei, mas Camila não riu. – Desculpa, eu passei dos limites…– Aproveitei que estava parada no sinal para olha-la.
– Não, tudo bem. – Me garantiu.
– Eu sei que a gente deixou aquilo para trás, me desculpa trazer isso agora. Eu não deveria ter feito essa falado isso. – Me apressei em falar.
– Está tudo bem, Lauren. Sério mesmo. – Sorriu me confortando, no entanto o silencio que tomou de conta estava sendo desconfortável. O sinal abriu e eu dei partida no carro em alguns minutos já estávamos no meu apartamento. – Quer que eu dê banho nela? Aí você pode preparar algo para ela comer.
– Por favor. – Falei agradecida. – Vou preparar algo para a gente também.
– Eu quero, estou faminta. Tudo que eu fiz hoje foi tomar café. – Resmungou sumindo no corredor dos quartos e eu fui para a cozinha.
A minha geladeira estava abastecida graças a Mani que havia antecipado as compras. Eu me virava muito bem na cozinha, modéstia parte.
Fiz uma massa rápida com molho branco, frango e legumes. Macarrão sempre era uma boa pedida, depois de pizza era a comida preferida de Camila, Alycia também adorava. Então acho que minha comida agradaria as duas, eu sei que Camila implicaria com o brócolis, disso eu tinha certeza.
– Hey, que cheiro bom. – A latina entrou na cozinha com a pequena garotinha em seu colo, ambas banhadas e Camz vestia uma roupa minha. – Ela me molhou inteira, então decidi tomar um banho logo de uma vez. – A mulher mais nova colocou minha filha no cadeirão e veio até mim.
– Fiz macarrão ao molho branco com legumes e frango.
– Dá pra tirar os brócolis do meu prato? – Resmungou manhosa me abraçando por trás e encostando o rosto nas minhas costas, contato que fez uma corrente de eletricidade correr por todos os meus membros.
– A criança aqui é a Aly e ela ama brócolis. – Falei tentando soar o mais normal possível. Camila grunhiu e eu ri. Acariciei suas mãos que estavam entrelaçadas na frente do meu abdômen. – Eu tiro para você. – Comemos ali mesmo no balcão da cozinha enquanto eu alimentava a pequena
— Por mim eu comeria sua comida todos os dias, ela é simplesmente maravilhosa. — A latina falou enquanto mastigava a massa em sua boca e eu ri. — Já pode casar. — Comentou e então revirou os olhos e eu franzi a sobrancelha. — Esqueci que você já é casada...
— Sou casada em um papel, Camilla. — A latina ia falar algo, mas eu me adiantei, ainda sem olhar para Camila continuei alimentando Aly. — Mas em breve nem mesmo isso, eu espero. — Continuei focada em Alycia, nem mesmo um ruído foi ouvido nos segundos que sucederam aquilo. Se uma borboleta voasse no lugar seria possível ouvir seu bater de asas. Então eu finalmente olhei para ver se a latina ainda estava ali. E ela estava segurando o garfo e me encarando surpresa.
Continua...
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