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História That Tomboy - Seulrene - 35. Sob a chuva. - História escrita por _joobaechu_ - Spirit Fanfics e Histórias
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História That Tomboy - Seulrene - 35. Sob a chuva.


Escrita por: _joobaechu_

Notas do Autor


Joobaechu brotando neste site para dizer que o meu capítulo predileto finalmente está sendo lançado. Tenham uma ótima leitura!

Capítulo 35 - 35. Sob a chuva.


Irene não se sentia mais tão bem como nos outros dias. Almejou tanto para que tudo desse certo e no fim tudo deu errado. Bom, nem tudo. Sua aproximação com Seulgi facilitou um pouco todo aquele processo. Mas ainda assim não estava sendo fácil, levando em consideração de que sua própria mãe não a reconheceu. Poderia ela ter esperado o contrário? Afinal, ela a abandonou.

Assim que Jungsok ouviu através das lágrimas de sua filha, bem como pelas declarações de Solar, seu coração se encheu de raiva e amargura. Ele nunca sequer cogitou na possibilidade de que Lee Jihyun poderia voltar algum dia. No entanto, ela voltou, causando um grande estrago no emocional da jovem Bae.

Jungsok se encontrava mais do que furioso. Queria quebrar todos os pertences de seu escritório só de imaginar a imagem fria de sua ex mulher desprezando a própria filha. Vendo Irene chorar feito uma criança perdida em seu quarto, trancafiada, era de cortar o peito. O homem queria tanto cometer uma loucura, todavia, Yoona esteve lá para ser o seu equilíbrio e, depois de muita conversa, conseguiu alcançar a plena sanidade de seu companheiro.

Irene, por sua vez, passou o resto da noite chorando ainda mais. Nem mesmo com a conversa de seu pai e sua madastra ela conseguiu sorrir novamente. Ía de mal à pior e, daquela vez, não iria esperar mais nada do outro dia.

Até que o sábado veio, cheio de raios solares, como um dia não tão quente assim. Era outono em Seoul, um clima que muitos adoram, o que favorecia os passeios aos sábados e domingo, mas não no caso de Bae Joohyun, a qual não pulou da sua cama antes das nove horas, como sempre faz porque diz ser o correto e saudável. A Bae oscilava suas emoções: uma hora estava triste, outra hora estava com raiva, outra hora simplesmente não expressava nada. Por mais que Jungsok insistisse nas batidas da porta, a filha não atendeu. Ele então resolveu deixá-la um pouco mais, pois entendia bem o que ela passava.

Tendo uma conversa plena e rápida com Solar, o patriarca Bae logo pode recolher as informações necessárias. Lee Jihyun agora era uma caça talentos, não mais uma modelo. Isso explica o fato de seu nome ter saído da mídia por tantos anos. A agência onde ela trabalha fica no exterior, em Nova York. Mas então por que ela veio parar justamente na Coreia do Sul, bem na escola onde sua filha estuda? É muito estranho.

Não perdeu tempo. Ele informou para Yoona sobre o que estava prestes a fazer, pois não gostaria de deixar barato nada do que aquela mulher fez para sua caçula. Jungsok ama Joohyun mais do que tudo nessa vida. Fazer mal para sua Baechu é como um atentado a ele mesmo. Não suporta a ver chorando tanto e saber que grande parte dessa culpa provém da mulher que os abandonou há muitos anos.

Quando Jihyun os deixou, Jungsok mal teve a coragem de interrogá-la. Se julgou covarde por muito tempo. A verdade é que ele unicamente se lembra da cena em que chegava de seu trabalho, encontrando a pequena Bae dormindo num sono profundo em seu quarto. A babá já havia indo embora. Eram quase seis horas da tarde e ele estava louco para passar o tempo necessário com sua família.

Todavia, o que ele encontrou foi somente uma parte de seu closet vazia. O roupa de cama estava toda bagunçada e em meios as prateleiras brancas do guarda-roupa havia um pedaço de papel amassado com algo escrito.

Ele leu e ao mesmo tempo chorou feito uma criança.

"Meu querido Jungsok,

Pouco sei se tenho o direito de te chamar desta forma, mas gosto de utilizar este vocativo justamente por você sempre ter sido uma pessoa maravilhosa para mim e para nossa pequena Baechu.

Sinto muito, eu sou uma covarde e não consegui me adaptar a esta nova vida. Sei que você nunca me perdoará e também não peço para que faça tal coisa, apenas cuide de Joohyun por mim.

Eu nunca poderia ser uma boa mãe. Você sabe: nunca tive vocação para isto, ainda mais se tratando de algo que não estava planejando para acontecer.

E antes que você se pergunte, sim, suas suspeitas são reais: eu e Sungmin estávamos tendo um caso. Nada do que eu disser irá justificar meu erro, então apenas estou lhe dizendo a verdade.

Eu realmente desejo toda a felicidade do mundo para vocês, especialmente para a bebê. Ela é linda e tem muito o que conquistar. Penso que seu nome se assemelha muito com Irene, aquela linda modelo.

Foi apenas um pensamento, pois em minha concepção, Joohyun ainda se tornará uma grande modelo. Talvez, certo?

Eu sinto muito por isso, Jungsok. Você merece alguém melhor do que eu e tenho certeza de que encontrá. Por isso, viva a sua vida e carregue o pensamento de que eu nunca poderia fazer algo melhor do que você fará por ela.

Mesmo que não acredite, eu te amei muito e também amo Joohyun. Adeus!

— LJH."

Para Jungsok, foi uma ousadia tão grande ela dizer que os amava. Era óbvio que aquela era só uma forma culta de terminar uma carta. Seus sentimentos não eram reais. É por isso que o homem nunca a perdoou e, provavelmente, nunca a perdoará.

Mas é óbvio que ele queimou aquela carta para que sua filha nunca a encontrasse. Afinal, haviam coisas ali que certamente a deixariam chateada, como o fato daquela gravidez ter sido um acidente para sua mãe. Jihyun ainda era uma modelo em ascensão e ter Joohyun significou se aposentar dos palcos por um tempo, coisa que ela odiou.

A depressão durou por um tempo depois que sua esposa foi embora. Bom, não eram casados. Eles se conheceram na época da faculdade, onde o rapaz cursava administração e Jihyun cursava modelo. A mesma era muito amiga de Yoona, quem cursava direito. Foi onde surgiu a amizade entre os três jovens, porém sempre fui muito evidente que havia um interessa mútuo entre a Lee e o Bae. Aquilo nunca foi um incômodo para a Kim, pois ela também já namorava naquela época com o pai de Solar, vulgo Choi Minho.

Jihyun e Jungsok mantiveram um relacionamento firme até o fim da faculdade de ambos. A garota já era uma febre nas passarelas, porém o rapaz nunca teve motivos para se incomodar, afinal, sempre a apoiou em tudo. Passado uns anos, que se estende de 1994 à 2000, eles resolveram ter a brilhante ideia de morarem juntos. No começo, foi algo muito bem aceito. Comemoraram com uma bela noite de núpcias, como se estivessem casados de fato. E foi bem nesta noite que o deslize aconteceu.

A notícia da gravidez logo se espalhou pelos tabloides e muitas revistas ficaram chateadas pelo então afastamento da linda modelo. Jihyun se via vazia longe dos holofotes. Se prontificou a cuidar de sua filha pelo tempo necessário, mas aquilo não lhe era o suficiente. Não poderia fingir que tudo estava bem, quando não estava. Ela não gostava da ideia de ser mãe e ter o seu corpo danificado pelo parto. Engordar foi como um assassinato para sua beleza. Ela não culpou a Joohyun, culpou a si mesma por ter se descuidado.

Mesmo olhando todos os dias para o rosto da pequena, no intuito de buscar alguma consolação, não conseguia se sentir completa e verdadeira. Aquela vida não era para ela. Jihyun apenas não se imaginava dali dez anos buscando sua filha da escola, lhe ensinando sobre o corpo da mulher, muito menos comparecendo em reuniões escolares. Seu lugar era nas passarelas.

Foi por isso que ela fugiu sem olhar para trás. Chorou por algumas noites pela decisão que havia tomado. Mas não havia mais voltas, ela tomou um rumo para frente. Seguiu e não se arrependeu.

— Tem certeza de quer fazer isso, Sokkie? — o que nos traz ao exato momento em que Yoona interroga o homem por suas futuras ações.

— Eu preciso fazer isso, Yoona. — ele afirmou um tanto atônito. — Ver a minha filha chorando me parte o coração. Tudo piora a partir do momento em que vejo que nunca fiz nada a respeito. Então agora eu irei fazer.

— Confrontá-la pode fazer mal a você também. — a Kim argumentava, preocupada com o namorado.

— Sim, eu sei. Mas eu preciso dizer a ela o que eu não pude há quinze anos. Mesmo que me doa, o mais importante para mim é Joohyun e eu odeio vê-la sofrer tanto.

— Então, nesse caso, eu vou com você. — a mulher se prontificou.

— Não, Yoona. Por favor, fique aqui, com minha filha.

— Mas, Jung-

— Eu quero conversar a sós com ela, se não se importar. E Baechu precisa de alguém para fazer companhia.

— Se você prefere assim... — ela assentiu, mesmo estando relutante com a própria decisão.

— Sim, é assim que eu prefiro. Peço para que não se aborreça.

— Não irei, meu amor. — tocou o rosto do maior e fez um pequeno carinho. — Só não quero que passe por isso sozinho.

— E eu agradeço por sua preocupação, meu bem... — pousou sua mão sobre a dela. — Mas, realmente, é melhor assim.

— Ok. — Yoona sorriu com bastante ternura, contagiando os sentimentos do Bae, quem envolveu seus lábios aos dela num rápido beijo apaixonado. — Eu te amo...

— Eu também te amo. — ele proferiu e logo devolveu um sorriso em seu rosto agora mais ameno.

[...]

Jungsok dirigiu em direção ao Seoul West High, a fim de conseguir informações sobre a estadia de Jihyun em algum lugar da cidade. Foi em vão, como o previsto, pois nenhum dos funcionários possuíam tal informação. E mesmo se tivessem, alegaram que não poderiam simplesmente explanar aquilo.

Ele se encontrava sem pistas, mas não sem esperanças. Por mais que fosse difícil, ou praticamente impossível, encontrá-la não fez parte de sua lista de desistência. Pelo contrário, ele rodeou cada canto de seu bairro com seu carro. Perguntou se hotel em hotel, em busca de informações. Teve de agir com o dinheiro infelizmente. Até que, depois de quase duas horas de buscas, finalmente encontrou o lugar indicado.

Hamilton Hotel.

Adentrou no local um pouco atordoado de cansaço. Pediu para que o recepcionista lhe indicasse o quarto de Lee Jihyun, alegando ser seu marido. Depois de muita insistência, o empregado finalmente lhe liberou. Compreendia a preocupação do rapaz, pois certamente haviam casos de que sua insistência era portada por algum tipo de sequestrador, ou algo ainda mais doentio. Porém, não era o seu caso.

Recebeu o cartão do quarto 546, do quarto andar. Durante todo o trajeto, do elevador até finamente chegar em sua porta, o homem pensava no que poderia dizer para aquela mulher que os abandonou há tantos anos. Pensava em como ela poderia estar agora e em como seu coração reagiria. Até porque ele levou um tempo bastante considerável para esquecê-la por completo.

E lá estava ele, em frente a porta do quarto de hotel onde Jihyun estava se hospedando. O que poderia acontecer em seguida ele não sabia, mas só iria descobrir caso passasse o seu cartão, que foi o que o Bae fez.

Em poucos segundos, a porta se abriu e, gradativamente, o homem foi a abrindo, até que pudesse adentrar no quarto da mulher. Fechou a porta e rodou o seu olhar em volta. Tudo estava tão calmo e silencioso, com um aroma bom de morangos. A roupa de cama estava tão bem feita e organizada. Aparentemente, ele estava sozinho.

Andejou até o leito entre passos leitos e então tocou o edredom que o cobria, sentindo sua maciez. Por pequenos segundos, sua cabeça dispersou, o levando para outra dimensão. Tanto que ele nem mesmo percebera a porta atrás de si sendo aberto outra vez.

— Quem é você e o que faz aqui? — aquela voz espantada o fez se virar para a pessoa em questão. — Omo... Jungsok... — a Lee cobriu sua boca com as mãos, estando ela espantada.

— Jihyun... — ele disse um tanto inexpressivo, porém bastante afetado.

Ela fecha a porta ainda aérea com a situação e deixa suas coisas em qualquer lugar do chão, não deixando de reparar aquele homem nenhum minuto sequer. Aos olhos dela, ele estava tão bem, ainda mais charmoso do que antes. O tempo, de fato, lhe fez bem. Mas não vinha ao caso agora.

— C-como conseguiu entrar aqui?

— Por que você voltou? — ele ignorou completamente a pergunta da mulher e iniciou o seu próprio interrogatório.

— Você invadiu o meu quarto. — a Lee despeitou.

— E você fez um estrago no emocional da minha filha! — ele apontou furioso. — Por que você é assim, Jihyun? Me diz, qual mal eu fiz para você ter voltado?!

— Como? — franziu o cenho.

— Não se faça de desentendida! Sabe perfeitamente do que estou falando!

— Não, eu não sei. — desviou-se dos insultos do Bae. — Você está gritando, me insultando, além de ter invadido o meu espaço, e eu não estou gostando nada disso!

— Afinal, qual é o seu objetivo com tudo isso, uh?

— Desculpa, mas isso não faz sentido para mim. — ela soltou um risinho sarcástico.

— Você foi até a escola onde Joohyun estuda! — a segurou pelo braço com força. — Você a tratou mal, Jihyun! Simplesmente a ignorou e virou as costas! Como pode fazer isso?

— E-eu... — ela sentia medo, ainda mais o ouvindo dizer tantas palavras como aquelas.

— Porque agora sua pose meticulosa não existe mais? Não era você quem sempre foi decidida de tudo? Mas agora que está sendo colocada contra a parede, permanece com os rabos entre as pernas?!

— Está machucando meu braço... — bastou Jihyun alegar, entre suspiros, a ardência em sua pele, que no mesmo momento Jungsok a soltou. Ele nunca foi um homem violento e não seria agora que perderia o controle. — Eu não fazia ideia de que nossa filha estudava naquele colégio.

— Nossa filha? — ele franziu o cenho. — Minha filha! — enfatizou, num tom estridente. — A partir do momento em que fugiu da cidade, deixou de ser uma mãe para Irene.

— Irene?

— Sim. Irene. É assim que ela gosta que a chamem. Você não sabe disso, porque nunca se importou com ela. — disparou totalmente frio.

— Então era ela mesmo... — o olhar da mulher se estremeceu, vendo que aos poucos ela se recordava da cena onde não se lembrou da própria filha. A única justificava que tinha era de que tantos se passaram, não tinha tanto conhecimento de seu rosto. — Ela está tão linda...

— Ela sempre foi linda. — corrigiu rispidamente. — Tanto por dentro, como por fora. — continuou jogando tudo o que queria na cara da pessoa que mais o machucou em sua vida. — Joohyun sempre foi o meu tudo e eu nunca me arrependi de tê-la criado, de ter presenciado cada sórdido detalhe de seu crescimento, até mesmo a apoiando naquilo que não consigo muito bem entender. Vê-la sofrer é como atingir uma flecha em meu peito. Saber que foi você quem causou essa dor só me faz crescer a raiva que sinto!

— Me desculpe, eu...

— Não quero suas desculpas, Jihyun! Quero que você desapareça! Quero que você não ouse a cruzar o caminho dela novamente! Porque cada vez que seu nome é citado naquela casa, um raio de alegria morre! Tudo o que envolve você traz escuridão para mim e eu não quero que Joohyun se contagie com isso! Por isso, suma! Suma e nunca mais volte, por favor!

Mesmo tendo que engolir tudo a carranca, a Lee concordava com as palavras de seu ex parceiro, de certa forma. — Não irei me aproximar dela outra vez.

— Ainda bem que você tem isso em mente, porque, ouça bem, Jihyun! — segurou o pulso da mulher novamente, a fazendo olhá-la mais uma vez. — Se eu souber que você ousou respirar o mesmo ar que minha filha, entrarei com uma ação judicial contra tudo o que te envolve. Pode apostar que mais uma lágrima que ela derramar em seu nome significará o fim da sua carreira para mim! E você sabe que, embora eu nunca tenha me avantajado disso, tenho poder! E esse poder servirá como uma arma para te ver no fundo do poço, que foi o lugar onde você me deixou há quinze anos, quando nos abandonou!

Lágrimas começaram a descer dos olhos de Jihyun. Se eram falsas ou não, aquilo não tinha importância para Jungsok. Na concepção do homem, era pouco para o que ela merecia.

— Estamos entendidos?

— Sim. — ela assentiu com a voz baixa.

— Ótimo. Continue com o seu plano: fingir que não existimos e tocar sua vida. — deu sua deixa e então saiu do quarto, evidenciando a batida da porta.

Jihyun havia enfraquecido sua estabilidade. Chorou tanto quanto o momento em que escrevera sua carta de despedida para sua antiga família. Ela errou e muito. Reconhece que o que fez demora muito para ser perdoado. Mas ao menos em uma coisa ela queria acertar e já sabia perfeitamente o que faria.

[...]

Mais algumas horas se passaram. Irene finamente teve coragem de abrir as cortinas de seu quarto e receber os raios do Sol que cobriam aquela sábado de outono. Quando a leve brisa tocou seu rosto, sentiu uma suavidade em sua alma e automaticamente as dores se amenizaram. Debruçou-se sobre a janela escancarada e ali passou a observar por longos minutos o movimento dos carros em seu bairro não tão agitado. Tudo parecia tão tranquilo e ele estava feliz em saber que seus olhos não estavam tão inchados como ontem.

Ajeitou o cabelo num coque apenas para sentir o leve vento em seu pescoço e então tornou a apoiar o corpo sobre a janela. Paz, somente isto o que ela sentia. Não queria mais se lembrar daquele baile de outono. Na verdade, o que sua mente insistia em guardar eram os momentos em que esteve ao lado de Seulgi.

Porque, por mais que ela odiasse admitir, estar com a tomboy lhe fazia bem, nem que fosse por pequenos segundos. Ela se sentia elétrica, completa e entendida. Seulgi não é qualquer pessoa que cruzou o seu caminho. Consequentemente, também não é uma pessoa fácil de se tirar da cabeça.

Ela só queria um replay de tudo aquilo. Mas não poderia ter, já que agora a Kang está com outra pessoa e pelo visto gosta muito dela. O beijo foi somente um ato de compaixão. A patricinha já tinha ciência de que seus sentimentos pela tomboy são unilaterais. Resta saber quando irá superá-los, de fato.

— Com licença... — de repente, ela é tirada de seus devaneios por sua madrasta, Yoona. — Fico feliz em saber que finalmente abriu a porta, Baechu. — a mulher exibiu um lindo sorriso no rosto. — Trouxe café da manhã para você. — ela apontou uma bandeja bastante farta para a loira.

— Ainda bem que você trouxe, tia, porque agora minha barriga está implorando por comida. — a mais nova riu e logo recolheu a bandeja das mãos da Kim.

— Veja só como sou boa. — ela riu também e então se sentou ao lado da Bae em sua cama. — Como se sente?

— Muito bem, tia Yoona. Obrigada. — respondeu de forma amena, passando a comer do pão recheado com geléia de morango.

— Sabe que pode conversar comigo sobre qualquer coisa, não sabe? — Irene então assentiu com a cabeça. — Se quiser desabafar... — passou a mão pelo ombro da garota.

— Eu quero muito desabafar, tia, mas não sei se ainda é o momento.

— Eu entendo...

— É que ainda é um pouco difícil lidar com tudo isso, sabe? Aquele foi, de longe, o pior momento da minha vida. — a Bae confessava com um tom mais triste.

— Oh, querida... — sem pensar duas vezes, Yoona a envolveu em seu braços, de forma carinhosa e afagou seus cabelos. — Sinto muito que tenha passado por essa experiência tão horrível.

— E bota horrível nisso. — Irene riu, mesmo não sendo o momento mais propício. Mas ela ainda assim riu para não dizer que estava numa merda sem fim.

— Sei que posso não utilizar as melhores palavras, mas pare para pensar que, ao menos, você não teve de conviver com uma pessoa tão egocêntrica como ela, Baechu.

— Hm, mas eu não sou tão diferente da minha mãe, tia... acredito que minha personalidade seja um pouco refletida na dela.

— Mas a diferença é que você é uma adolescente em desenvolvimento, querida. Já ela é uma mulher no auge dos quarenta. E se você quer saber: Jihyun sempre foi assim.

— Sério? — a Bae pareceu mostrar mais interesse em saber de sua mãe.

— Oh, sim. Mas é claro! Jihyun nunca gostou de ser contrariada em nada. Normalmente agia por impulso, contemplava falas com deboches e possuía fetiches por maquiagem.

— Eu não acredito que conheço uma pessoa exatamente assim. — Irene achou sua fala tão engraçada, que caiu na gargalhada.

— É, vocês se parecem em muitas coisas.

— Puxa, teríamos sido tão boas amigas se ela não tivesse nos abandonado... veja só, temos os mesmos gostos e costumes, tia. — e foi assim que o sorriso da Bae morreu, dando espaço a uma expressão de melancolia.

— Sim, é mesmo, Baechu... mas há uma coisa em que vocês se diferem.

— No que? — franziu o cenho.

— Na coragem. Você sempre foi muito determinada e nunca fez nada pela metade, tanto é que conquistou muitos prêmios acadêmicos por sua força de vontade. Agora pergunte se Jihyun algum dia já conquistou algum prêmio de matemática como você...

— Não?

— Pff... aquela mulher nunca fora boa em nada, Baechu. Somente na moda mesmo. Ainda entrou na faculdade por muita insistência, porque ela reprovou nas provas de aptidão três vezes.

— Wow... — a loira admirou, não sabendo se ria naquele momento.

— Pode apostar que ela nunca foi fã de literatura, física, biologia ou afins. Cursou moda porque alegava não precisar de tanto cérebro para essas coisas. — Yoona continuava seus relatos com um ar de divertimento.

— Isso é muito hilário, tia... — Irene ria sem parar. — Por que será que ela parou com a carreira de modelo?

— Bom, chega um momento em que você se aposenta de vez das passarelas. Vai ver, esse momento chegou para ela também. — a Kim justificava.

— É, faz sentido... — ela pensou. — Será que algum dia me tornarei uma modelo tão grande quanto ela?

— Você ainda pergunta? Mas é óbvio que sim! O seu rosto é tão lindo, Baechu! Além do mais, você é carismática e inteligente. Não há ninguém nesse mundo que possa te derrubar.

Se havia alguma tristeza pousando no peito da jovem Bae, já estava se esvaindo, pois ouvir tais palavras de sua madrasta fez com que Irene sorrisse no mesmo momento, involuntariamente. Ela apertou seus braços em volta do corpo da mais velha e encostou sua cabeça nos ombros da mesma.

— Eu te amo muito, tia Yoona...

— Eu também te amo muito, querida... — Yoona começou a fazer um carinho gostoso nos fios loiros da mais nova. — Mesmo que demore um pouco, eu realmente espero ter a chance de algum dia ser como uma mãe para você.

— Demorar? Não irá demorar nada, tia, eu sempre te considerei como minha mãe. Saber que você e meu pai estão juntos só fez meu coração pular de alegria! — a jovem expressou, deixando a Kim aliviada.

— Fico feliz em saber que tenha sido fácil pra você e Solar.

— Tá brincando? Vocês dois sempre foram nosso shipp favorito! — Irene confessou.

Yoona então franziu o cenho. — Nosso o quê?

— Shipp, tia. Quer dizer a combinação de duas pessoas, sacou?

— Não muito... — ela riu desnorteada.

— Deixa pra lá. O importante é que você saiba que sempre foi uma família para mim e o anúncio de vocês só tornou isto oficial. — Irene disse e sorriu, contagiando Yoona também.

— Assim você me deixa emocionada, Baechu... — a mulher brincou, embora já tivessem algumas pequenas gotículas de lágrimas teimando cair de seus olhos.

As duas permaneceram abraçadas por mais alguns minutos, compartilhando das risadas e carinhos, como mãe e filhas. Até que a porta foi aberta repentinamente, assustando ambas.

— Mas que palhaçada é essa? Irene, por um acaso você pensa em roubar minha mãe, é? — era Solar com seu ciúmes de filha nada explícito.

— Aish, deixa de ser idiota e se encaixa aqui também, maninha! — a Bae riu.

— Pois eu vou mesmo! — a garota dos cabelos rosas correu para o outro lado da mão, envolvendo seu corpo ao da mais velha. — Mas só quero deixar claro de que o título de filha preferida continua sendo meu!

— Yongsun! — Yoona a repreendeu.

— São as leis da vida, mãe.

[...]

Algumas pancadas de chuvas podem tomar a noite deste domingo.

É, já era domingo. O último de dia setembro. Logo o outono também acabaria, dando o lugar ao intenso frio do inverno. Seulgi particularmente adora essa estação do ano, onde pode se agasalhar e aconchegar-se debaixo de seus cobertores. Mas enquanto o outono ainda rodeava Seoul, teria de se contentar em vestir uma bermuda larga e camiseta totalmente convencional, sem estampa.

O que ela tem feito em seu fim de semana? Basicamente, nada de tão interessante. No sábado, como sempre, ajudou sua mãe no salão de beleza e logo voltou para a casa. Seus velhos amigos até a convidaram para dar um rolê, mas ela recusou por não estar no clima. O motivo tinha nome, altura, gênero e beleza: Bae Joohyun.

Desde a noite em que passaram juntas durante o baile de outono, a tomboy não a tira da cabeça. Quero dizer, nunca a tirou. Saber que finalmente as coisas com Yerim foram resolvidas lhe deixou tão tranquila. Não tanto por pensar que a mais nova ainda possuía algum tipo de sentimento por ela. Mas ainda assim se encontrava feliz por saber que agora ela tinha certeza do quanto quer fazer o que tem vontade. Demorou tanto tempo, mas agora nada a impedirá.

Todavia, mesmo com esse pensamento, Seulgi resolveu tirar o sábado para descansar sua cabeça. Assim como pensou que Irene provavelmente estaria mal pelo que aconteceu, então deu esse dia para si também.

Talvez algo que a impeça seja a chuva e foi isso o que a deixou medo. Seulgi não queria mais enrolar. Daí vocês me dizem: mas para quem enrolou tantos meses, esperar mais um dia não será problema. Sim, será um problema. Pois como eu disse, Seulgi não quer mais enrolar e nem esperar. Ela só quer ter Irene novamente, mas de outra forma.

Até pensou em conversar com Irene por mensagem, apenas para perguntar sobre seu estado. Mas aí lhe veio o infortúnio pensamento de que elas estão bloqueadas em todas as redes sociais ainda. Não restou outra alternativa a não ser esperar.

Mas esperar pelo que? Justamente pela coragem em assumir seu erro, enfrentar seu orgulho e fazer logo o que sua mente comandava.

Horas se passaram. Perto das sete horas do domingo, Seulgi tomou um longo banho para esquentar seu corpo e então aguardou sua irmã voltar do salão com sua mãe, que naquele domingo estava fazendo um trabalho especial.

Após jantarem, Seulgi aproveitou que Moonbyul foi para o seu quarto e resolveu segui-la também. Bateu na porta e não esperou por sua resposta. Adentrou nele e se sentou em sua cama.

— Moon, está ocupada?

— Não importa a resposta que eu der, pois você vai me incomodar do mesmo jeito, certo?

— Que bom sabe, gata. — a tomboy lançou um sorriso ladino para a irmã.

— Hm, o que você quer, Bear? — franziu o cenho.

— Só quero que você me diga se foi até a casa da Irene ontem... — pediu, quase que num tom de súplica.

— Não... a Solar me disse que ela ainda está se recuperando do que aconteceu, mas que está muito melhor do que sexta. — Moon revelou.

— Sério? — a Kang elevou o seu olhar.

— Sim, Bear, não se preocupe. — deu um sorriso ameno para sua irmã.

— Uh... — Seulgi suspirou. — Eu queria tanto falar com ela.

— Vai poder falar com ela amanhã. — a garota falava enquanto focava a leitura na história em quadrinhos.

— Mas é que esta ansiedade está me matando, Moon.

— Pare de ser tão impaciente, Bear. Até parece que está agindo como daquela fez em que queria muito comer a Chungha.

— Porra, tua falta de senso às vezes me tira do sério, Moonbyul! — bateu contra a revista da outra, a fazendo cair em seu rosto. — Não vê que estou falando sério? — a fuzilou com um olhar.

— Aish... — resmungou, recolhendo seu conteúdo outra vez. — Certo, o que você quer que eu faça, Seulgi?

— Que me desse um conselho coerente!

— Você quer um conselho coerente? Então faça aquilo que o seu coração quer!

— Mesmo que esteja chovendo lá fora? — perguntou hesitante.

— Se você quer muito a Irene, não é uma chuvinha que irá lhe impedir, Bear.

Seulgi passou a refletir melhor sobre as palavras de sua irmã. Todos aqueles sentimentos estavam lhe matando por dentro e ela não podia mais perder um minuto sequer.

— Você tem razão, Moon. — levantou-se da cama da garota, toda decidida.

— O que irá fazer?

— Eu vou até a casa de Irene agora. — afirmou convicta.

— Sério mesmo?

— Sim, não está vendo?

Moonbyul a encarou melhor e pintou um sorriso em seu rosto. — Ok, boa sorte, irmã urso. — lançou uma piscadela.

— Gostaria muito de te devolver a piscadela, mas não sei como faz isso. Então, no caso, fique com o meu "te amo". — jogou um beijo no ar e saiu correndo do quarto.

A outra Kang, por sua vez, riu e não tardou a pegar seu celular da mesinha de cabeceira e enviar uma mensagem para sua namorada.

Moon 
[Amor, quando a Seulgi chegar na casa da Irene, filma tudinho]

Solar

[Por quê?]

Moon
[Ela vai se declarar para Irene]

Solar 

[Sério?????]

Moon
[Tenho certeza, rs]

Solar 

[Cacete, finalmente vou poder gritar ao mundo que Seulrene é real]

[Já estava quase metendo uma paulada na cabeça dessas duas sapatonas de araque]

Moon
[Vamos poder fazer encontros duplos!!]

Solar 

[Adoraria, mas não acho que elas vão querer fazer isso com a gente]

[A Baechu acha isso muito careta]

Moon
[Não se preocupe, amor]

[Qualquer coisa, a gente amordaça elas e tudo fica de boa]

Enquanto esse chat rolava, Seulgi trocava de roupa em seu quarto e vestia um moletom mais grosso e perfeito para encarar a chuva daquela noite. Pegou seu chapéu, aquele mesmo que Irene lhe deu de presente o vestiu para completar seu estilo tomboy.

Por via das dúvidas, ela quis esborrifar um pouco de perfume em seu pescoço e fez bochechos com seu enxaguante bucal para finalizar o processo.

Estando ela pronta, Seulgi desceu as escadas de sua casa e tratou de ir avisar sua mãe sobre sua saída, a qual se encontrava deitada no sofá assistindo mais um dos doramas que passavam na televisão.

— Mãe, vou dar uma saída. — falou rapidamente, somente no intuito de não encarar os interrogatórios da mais velha.

— Kang Seulgi, você enlouqueceu? — mas disso ela não poderia escapar, nem se fizesse mil orações por dia.— Onde você vai nessa chuva, estrupício?

— Preciso fazer algo importante. — deu um sorriso amarelo.

— Pode me dizer o que é? — o olhar desafiador de Seiha atravessou a alma da mais nova.

E então Seulgi percebeu que teria de arranjar alguma desculpa. — É por causa de uma amiga minha, mãe... ela está passando por uma barra e precisa da minha ajuda.

— Honestamente, isso me parece uma desculpa sua para ir dormir com alguma garota, Seulgi. Você sempre faz isso! — a acusou.

— Mãe... por favor, deixa eu ir. Não estou mentindo, dessa vez...

— Então das outras você mentiu? — rebateu.

— Bem... um pouquinho assim? — gesticulou e formou um bico fofo em seus lábios.

— E o que pode me fazer confiar em você agora? — arqueou uma de suas sobrancelhas.

— O fato de você me amar muito? — Seulgi novamente tentava apelar para a fofura com a mulher.

E por incrível que pareça, ela sempre conseguia. — Aish... tome cuidado!

— Oh, minha guerreira! Você é foda! Você é a minha mãe número um!

— É claro. Eu sou a única, cabeçuda. — revirou os olhos, rindo em seguida.

— É por isso que é a número um! — deu forte beijo em sua bochecha. — Te amo!

— Também te amo. Mas agora vai logo, porque você está atrapalhado o meu dorama! — ela ordenou e logo Seulgi se retirou do lugar com um sorriso no rosto.

[...]

Seulgi desceu do táxi que havia pego e parou bem em frente à mansão dos Bae. No trajeto, tornou a pensar em tudo o que poderia dizer. Parecia fácil, mas não era tanto assim. O nervosismo lhe dominava e aquilo era pior do que enfrentar uma plateia com vários expectadores. Mas agora ela já estava ali e não tinha o direito de recuar.

Andejou até o portão e notou que a maioria das janelas estavam trancadas. Ela caminhou em volta da mansão e notou que ela era inteira gradeada. Deve ter uma enorme segurança, pelo visto. Quando chegou numa janela em especial, não demorou para identificar de que aquele era o quarto de Irene, afinal era o único cômodo que possuía cortinas cor de rosa. Ela riu só por aquele mero detalhe.

Reparou na árvore que possuía galhos saltando para o interior da mansão. Era uma árvore que trazia muita sombra e por isso eles não a cortaram. Seulgi só pode pensar no quanto rico é tapado em ter uma segurança tão meia boca. Num estalar de dedos, ela escalou a árvore e então pulou para dentro do local, evitando de chamar a atenção de quem quer que seja.

Ainda bem que ela só veio com a intenção de conversar com Irene. Afinal, poderia muito bem ser uma ladra ou coisa pior.

Olhou em volta e viu que a barra estava limpa. Começou a pensar em como deveria agir. No entanto, a chuva que até então tinha dado uma brecha, havia entrado em ação outra vez. Eram grossos pingos de água, os quais em poucos minutos, foram de manifestando de forma mais evidente.

Desesperada por estar se molhando, a Kang pegou as várias pequenas pedrinhas que se encontravam no chão e começou a jogá-las contra a janela de Irene, uma por uma, até que ela lhe atendesse. Só esperava que ela não estivesse com fones de ouvido.

Seulgi perseverou por longos minutos. Àquela altura do campeonato, a chuva já havia molhado grande parte de seu moletom. Até que finalmente um feixe de luz surgiu no quarto e logo o rosto curioso de Irene apontou na janela.

— Seulgi?! — a Bae se espantou ao ver a Kang ali toda ensopada. — O que está fazendo aqui?

— Irene! Ainda bem que você saiu! Preciso te dizer algo! — botou um sorriso em seu rosto.

— Você está louca?! Pode pegar uma pneumonia se continuar aí! Vem, eu vou te por para dentro!

— Não! — contrapôs. — Já que a chuva está aqui para contemplar meu clichê, então irei continuar aqui!

— Do que está falando? — a loira se encontrava um tanto embaraçada

— Irene, eu preciso te dizer algo!

— Sim, você já disse isso... — ela riu.

— Já? Oh, então talvez eu deva ir direto ao ponto, certo?

— Creio que sim. — continuou a rir pelo modo desajeitado da tomboy.

— Bem... é um tanto complicado dizer, mas... uh... — Seulgi travava a cada palavra que tentava proferir corretamente.

— Tem certeza de que não quer entrar? — ela insistiu.

— Aish, não me interrompa, senão eu não consigo, mulher!

— Ok. — riu de novo.

— Irene, eu...

— Você? — a encorajou.

— Deixa eu terminar! — esbravejou novamente.

— Então diga logo, oras! Vai acabar morrendo aí nessa chuva! — ela ludibriou do estado da Kang.

Mas a Bae de fato tinha razão: Seulgi estava toda ensopada de água. Precisava ir direto ao ponto de uma vez. E ela foi, da forma mais sutil possível, como se fosse sua primeira vez.

— IRENE, EU ESTOU APAIXONADA POR VOCÊ! — gritou para que rua inteira a ouvisse.

E a patricinha... bem, ela ficou totalmente sem palavras, ainda processando o que acabara de ouvir.

— Omo, Seulgi...

— Me desculpe não ter te dito isso antes, por ter sido tão lerda, por não ter acreditado em você e por várias outras coisas! A verdade é que nem mesmo eu tinha certeza do que sentia, eu tinha medo de que a gente não fosse real! — continuava a dizer bem alto.

— Você é tão louca...

— EU SOU LOUCA POR VOCÊ, BAE JOOHYUN!

Irene naturalmente acharia aquilo brega. Na verdade, continua sendo brega para ela, mas era um brega que somente a tomboy poderia dizer e fazer causar batidas aceleradas em seu coração.

— Você ainda sente o mesmo por mim? — novamente Seulgi gritou, tirando a Bae de seus pensamentos.

— Primeiro entra e depois eu te respondo. — Irene se retirou de sua janela e então Seulgi foi caminhando até a porta da frente.

Sua roupa estava toda encharcada. Tirou o chapéu e o torceu, vendo que seu cabelo não se salvou muito daquela chuva também. Mas nada disso a importava mais do que ver a imagem daquela garota abrindo a porta de sua casa com o sorriso mais lindo do mundo em seu rosto.

Então, Seulgi aproximou seus passos, ficando a menos de cinco centímetros de distância de sua garota. Era possível acompanhar o ritmo de sua respiração frenética e ouvir as batidas aceleradas de seu coração. Aos poucos ela foi subindo suas mãos até o rosto bem desenhado da Bae e fechando seus olhos na medida que seus lábios ameaçavam tocar os da menor.

Irene então inclinou levemente a cabeça, roçando seus lábios nos dela, guardando na memória todas as sensações daquela boca tão desejosa.

Mas antes de mais nada, ela disse bem baixinho para que a tomboy ouvisse:

— E eu sou louca por você, Kang Seulgi... — sorriu de forma travessa.

A Kang não pode mais aguentar. Respirou profundamente, antecipando o beijo e toda a tempestade de prazer que sentiria. Tudo aconteceu lento e profundo, suas línguas entrelaçavam urgentes, quentes, molhadas. A mãos da Bae desenhavam suas costas em movimentos delicados, unindo ainda mais seus corpos.

Ah, como a loira havia sentido falta daquela textura totalmente única de seus lábios finos, daquelas mãos de Seulgi rodeando sua cintura, do nariz da tomboy roçando ao dela. Bem como a Kang sentia falta dos dedos delicados da garota acariciando seus cabelos, da língua ágil e gostosa da garota invadindo aquele beijo. Irene possuía sua boca salivando dentre o beijo e não conseguia parar de beijá-la, mas aí veio a falta de ar. 

— Você é uma idiota mesmo...

— E você é uma égua muito linda...

— Olha só, falou certo dessa vez.

— Acho que é mais coerente. — a Kang riu.


Notas Finais


Agora eu quero que vocês me digam: o quão boiola vocês estão por Seulrene?


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