''Clarke... Clarke... O café já está quase pronto, levante!''
Essas foram as primeiras palavras ouvidas por Clarke daquela manhã de sábado na casa dos Griffin. Clarke abriu os olhos e se levantou da cama rapidamente. Lavou o seu rosto e desceu as escadas, andando até a cozinha e sentando na mesa onde estava seu pai Jake, e sua mãe Abby fritava ovos para o café da manhã. Clarke era uma garota esportiva e enérgica portanto não se importava de acordar cedo num dia de sábado. Tinha acabado de terminar a escola e tinha feito dezoito anos semanas antes. Abby colocou os ovos no prato e todos começaram a comer enquanto olhavam para a televisão. Depois do café da manhã, a loira pegou sua garrafa de água e saiu de casa para correr no calçadão da praia. Nada sedentária. Essa era a rotina de Clarke, não tinha muitos amigos e se sentia solitária a maior parte do tempo, mas nunca deixou sua família saber de nada daquilo. A loira corria com seu fone de ouvido na orelha, até que sente algo acertar sua cabeça. Ela cai no chão um pouco tonta mas depois vê e reconhece uma garota que estudava na mesma escola que ela que nunca se deu bem. A garota estava jogando frescobol e começou a rir ao ver Clarke caída no chão. Ela sabia que tinha feito de propósito. Clarke sentiu raiva por aquela humilhação e risadas dela e de seus amigos e também deu uma pequena risada quando a garota e seus amigos são acertados por uma grande onda, o que é estranho, já que estavam na parte rasa. A garota olhava com raiva para Clarke, que ria da situação. Ela se levantou e voltou a correr como se nada tivesse acontecido.
Clarke voltou para casa com o corpo brilhando de suor e abriu a porta da sala, pôde ouvir uma discussão vindo da sala de estar e caminhou até lá discretamente para que seus pais não a vissem.
— Não adianta, eu não vou deixa-la ir. — Jake falava em um tom um pouco alto com Abby.
— Está no sangue dela Jake. Ou você já se esqueceu que nós dois crescemos lá e o que passamos lá? — Abby perguntou e Clarke não fazia a menor ideia do que falavam, até que decidiu se intrometer ao perceber que estavam se referindo á ela.
— O que foi, gente? — A loira perguntou, ficando no meio da sala de estar, esperando uma resposta.
Abby e Jake se olharam e ninguém se manifestou.
— Não mintam pra mim, sobre o que vocês estavam falando?
Abby, depois de mais alguns segundos de silencio, levou algo até a mão de Clarke, era um envelope. Clarke soltou sua garrafa de água para segurar aquela carta estranha com um carimbo de vela vermelho e escrito algo que não conseguiu pronunciar. Abriu o envelope e leu em voz alta oque estava escrito.
''Prezada Srta. Griffin,
Temos o prazer de informar que a senhorita tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.
O ano letivo começa dia Primeiro de Setembro. Aguardamos sua coruja até o dia Dez de Agosto no mais tardar.
Atenciosamente, Minerva McGonagall''
Clarke leu todas as linhas e se sentia confusa. Levantou uma sobrancelha e começou a dar uma risada.
— Muito boa, mãe. Adorei a pegadinha. — Ela disse, devolvendo o envelope na mão de Abby.
— Não é pegadinha, Clarke. — Abby disse, fazendo a filha parar de andar e voltar a olhar para trás, com o olhar mais sério desta vez — Eu achei que esse dia nunca fosse chegar... Mas chegou, e você está sendo convidada para melhorar suas habilidades com o melhor bruxo que já existiu. Alvo Dumbledore.
— ''Escola de Magia e Bruxaria?'' Essas coisas nem existem. — Clarke disse, com convicção.
A loira olhava para sua mãe quando de repente pula de susto quando uma grande chama começa a incendiar a cortina da sala. Clarke arregala os olhos mas vê que seus pais estão calmos. Antes que Clarke fizesse alguma coisa, Abby faz com que a chama sumisse sem deixar nada queimado ou destruído.
— Como... Eu nunca vi isso antes? — Clarke perguntou, sem acreditar no que estava acontecendo.
— Depois que você nasceu, nós não usamos magia na sua frente porque não podíamos correr o risco de você contar á alguém quando era criança. Eu achei que essa carta nunca fosse chegar, e deixei a mentira ir mais longe, pensei que não seria necessário te contar.
— Não. Para com isso. Eu não sou oque você acha que eu sou. — Clarke alterava o tom da voz.
— Querida, fique calma. Você nunca fez algo estranho acontecer quando ficou com raiva ou algo assim? Nunca mesmo? — Abby perguntou, com as mãos nos ombros da filha.
Clarke não queria, mas se lembrou daquele dia mesmo na praia. A onda estava pequena e foi só olhar para a garota que ela se ergueu de uma forma tão inesperada que não havia explicação. Aquela foi só uma das vezes que Clarke fez alguma coisa estranha e não tinha reparado que ela era a causa daquilo estar acontecendo. Clarke se calou e Abby entendeu e já sabia a resposta.
— Fizemos isso para o seu bem, Clarke. Mas agora você já é adulta para entender as coisas e oque está acontecendo é real. Há outro mundo além desse que vivemos todos os dias. — Jake explicava á filha calmamente.
— É? Que pena, mas não quero conhece-lo. Vocês acham que têm o direito de mentir para mim a minha vida toda e quando chega uma maldita carta dizem que são bruxos e que eu tenho que ir para essa escola? Eu não vou. Quem sabe assim vocês saibam que não podem enganar uma pessoa por dezoito anos e depois contar a verdade como se não fosse nada. — Clarke disse. Estava revoltada e chateada com a mentira dos pais. Pegou a carta que estava na mão de Abby e a rasgou no meio, pegou sua garrafa de água e bateu a porta forte ao entrar em seu quarto.
— Abby, entenda. É melhor assim, você sabe como Hogwarts é. Eu não quero minha filha em perigo. — Jake disse á Abby enquanto se levantava o sofá e ia em direção á esposa.
— Ela não vai ficar em perigo. Ela é forte, assim como nós fomos. — Disse, enquanto olhava nos olhos de Jake — Querido, ela é uma bruxa e não pode rejeitar isso. É oque ela é.
— E o que você pretende fazer?
Abby pensou por alguns segundos, caminhou até uma gaveta e tirou um pedaço de papel e começou a escrever algo com uma caneta. Jake observava a mulher mas não conseguiu ler oque ela estava escrevendo. Abby olhou pela janela e ao ver que a coruja que havia trago a carta ainda estava lá, saiu de casa e se aproximou dela, que estava em cima da caixa de correio.
— Você sabe para quem é. — Abby dizia, enquanto aproximava o papel dobrado do bico da coruja. Ela saiu voando e Jake se aproximou da mulher novamente, que estava do lado de fora da casa.
— Você chamou quem eu acho que chamou? — Ele perguntou, levantando uma sobrancelha.
— Está na hora de rever velhos amigos. — Ela disse, sorrindo um pouco.
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