Hadley Collins P.O.V
Acordei no meio da noite com o cheiro de Justin invadindo meu espaço, posso sentir sua respiração em minha nuca e leves beijos dados, com certeza por ele.
— Onde você estava? — Pergunto com a voz rouca, consequência do sono.
— Hum... Fui só beber água.
— Demorou. — Me viro para olhar em seu rosto e então força um sorriso.
— Te acordei?
— Não. De qualquer forma, não tem problema.
— Me desculpe. — Sua voz transparece um nervosismo e acho isso fofo, adoro a forma como se preocupa comigo, principalmente após minha gravidez, tem se tornado mais protetor do que um dia já foi.
— Quando vamos embora?
— Provavelmente só depois do meu julgamento.
— Ainda terá que passar por isso?
— Não há provas da minha inocência.
— Acha que vai... — Ele sorri e beija o topo da minha cabeça.
— Não vamos falar sobre isso.
— Quer falar sobre o que? — Olha fixamente em meus olhos e aproxima seus lábios dos meus, num instante me beija, de uma forma quente e apaixonada. Sua mão me puxa para mais perto e posso sentir seu desejo ao tocar meu corpo, isso não me assusta, faz até com que eu me sinta bem, meu namorado ainda sente vontade de fazer amor comigo mesmo estando grávida, como isso poderia ser ruim? É o fogo e a paixão que sempre tivemos, ainda sou vista como a mulher mais bela do mundo para ele e isso é simplesmente incrível, alguns relacionamentos são desgastados com a chegada de um filho, entretanto, sei que esse não é o nosso caso, estamos cada vez melhores.
Se posiciona ficando acima de mim e desvia seus lábios ao meu pescoço, distribui chupões intensos, mas ao mesmo tempo dados com cautela, talvez esperando que não chamemos muito a atenção do meu pai e de Charlotte. O que me faz lembrar da primeira vez em que fizemos amor, foi algo lento, mas muito gostoso, conseguimos passar a noite sem fazer um escândalo, mas ao amanhecer meu pai o pegou de roupas íntimas em minha cama o que o fez sair de lá as pressas. Foi difícil contar a ele que estávamos namorando sério e que Justin não era o meu primeiro, fiquei de castigo por um bom tempo, ainda assim, nada o impedia de ir me ver.
Lembrar-me disso faz com que eu caia na gargalhada e Justin me olha confuso.
— O que estou fazendo de errado?
— Nada, só me lembrei de uma coisa.
— Então me conta. — Sorri e se senta ao meu lado.
— A nossa primeira vez...
— Ah, o seu pai. — Ri de uma forma adorável. — Parece que tudo está acontecendo de novo, não é?
— Só que dessa vez não somos mais tão jovens.
— Isso é verdade. — Morde o lábio inferior e volta a se aproximar de mim. — Mas devemos continuar sem fazer muito barulho.
— Só por precaução. — Sorrio e nos beijamos.
Sua mão volta a passear pelo meu corpo fazendo com que logo se arrepie, gosto da forma como me toca e principalmente da delicadeza com que o faz.
Justin me trata como se eu fosse a obra mais preciosa e além de tudo é um perfeito cavalheiro, sabe como fazer com que me sinta especial e única em sua vida. Não tenho motivos para surtar de raiva ao vê-lo principalmente agora rodeado de garotas, porque sempre que apareço, sua atenção é desviada a mim, é como se o mundo a sua volta não existisse mais e fosse só nós dois.
Não existe forma de não amá-lo, cada traço de seu rosto é simplesmente perfeito, parece ter sido desenhado, a cada detalhe. Seu sorriso é capaz de livrar qualquer tristeza, acabaria qualquer sofrimento existente ao redor das pessoas com quem costuma conviver. Suas mãos parecem terem sido feitas para segurar apenas as minhas e seus lábios para beijar os meus. Seu corpo malhado é a minha perdição, cada centímetro é perfeitamente alinhado, e suas tatuagens só complementam a beleza existente.
Me sinto muito sortuda por ter sido a escolhida para receber todo esse amor incondicional, é algo que eu quero que me domine a vida inteira. Sei que posso acordar todos os dias tendo Justin ao meu lado sem me cansar, ele é o amor da minha vida e o único que espero ter por longos anos.
Minhas pernas são envolvidas á sua cintura e ele logo se apressa para tirar a parte de cima do meu pijama, aperta um de meus seios com carinho e para observando meu corpo.
— Eu sou um ser humano podre por estar fazendo isso? — Sussurra e sorri.
— Diante de todo o ódio e guerra que cerca o mundo, o que nos resta é fazer amor. — Respondo.
***
Justin Bieber P.O.V
Acordei na manhã seguinte com o corpo nu de Hadley abraçando o meu, olho para sua face e sorrio me lembrando da noite passada. Fizemos amor de uma forma lenta e com mais cuidado do que normalmente já que dessa vez ela carrega um filho em seu ventre. Apesar de diferente e estranho para mim, não posso negar que foi prazeroso, mulheres costumam ficar mais excitadas quando estão grávidas.
Afastei-me com cuidado tentando não acordá-la e me dirigi ao banheiro para fazer minha higiene pessoal e tomar um banho, tenho alguns planos para o dia.
A princípio, pretendo ir até a mansão de Christian pedir que busque por informações dos outros envolvidos no sequestro, imaginei que se o tal do Christopher estava livre, provavelmente todos devem estar.
Apesar da boa fama do FBI, a lei nesse país nem sempre cumpre com sua autoridade, Hadley contou a eles do sequestro, então o mínimo que deveriam fazer seria investigar quem foram os envolvidos e prendê-los, mas não, fizeram absolutamente nada, por isso, passei boa parte da noite concluindo que deverei fazer minha própria justiça — de novo.
Logo que terminei meu banho, voltei ao quarto apenas de toalha à procura de minhas roupas, Hadley já está acordada e deitada olhando algo no celular, me aproximo e dou um beijo na sua testa.
— Bom dia!
— Bom dia! — Responde sorridente. — Como dormiu?
— Tem certeza que não sabe? Estou ótimo, foi uma bela noite!
— Concordo, dormi muito bem.
— Você está deslumbrante! — A elogio e caminho até o closet de Hadley.
— Eu acabei de acordar.
— Uma mulher só é linda de verdade quando já acorda maravilhosa.
— Vai me deixar toda boba falando desse jeito. — Sorri. Procuro por minhas roupas e volto ao banheiro para vesti-las. — Já foi à cozinha?
— Ainda não, está com fome?
— Um pouco, mas irei esperar você.
— Deixa de ser boba.
— Não sei do que está falando. — Volto ao quarto e a vejo se olhar no espelho, sua mão está em sua barriga, parece gostar do que vê.
— Só não quer ir sozinha para não ter que encontrar Charlotte.
— Sabe como me sinto a respeito disso.
— Você já é uma mulher...
— Isso não significa que devo amá-la.
— Não aceitá-la só irá fazer com que se sinta cada vez pior a respeito disso. — Posso vê-la cruzar os braços pelo reflexo no espelho, sempre age como uma garotinha birrenta, mesmo que amadureça nada tirará isso dela. — Ei... — Coloco minhas mãos sobre sua cintura e beijo seu ombro. — Não fica brava comigo, só não quero vê-la se torturando dessa forma.
— Não consigo gostar dela.
— Já gostou antes, só está com raiva porque Charlotte está grávida.
— Meu pai já é um homem velho.
— E a ama, se pensa que é uma madrasta má como a dos filmes, tudo bem, entendo como se sente a respeito, porém, só o tempo irá confirmar essa hipótese.
— Não acredita em mim?
— Eu acredito, só não quero que haja dessa forma perto do seu pai, se ponha no lugar dele.
— O que acha que devo fazer?
— Charlotte nos ajudou a reatar nosso namoro e seu pai ficou feliz quando as duas se aproximaram, então faça isso.
— Quer que eu seja amiga dela?
— Não irei te obrigar, faça o que achar melhor.
Na mesa de café da manhã instalada perto da piscina ficamos nós dois, Charlotte e John, como de costume, ele está lendo um jornal e Hadley parece focada no jardim ou talvez seja uma forma de não olhar para a esposa de seu pai.
— O que querem comer? — Ele pergunta.
— Talvez waffles e um suco de laranja. — Respondo.
— Eu quero frutas e suco.
— Está seguindo alguma dieta? — Charlotte pergunta a Hadley.
— Sim, meu médico disse que devo comer bastante frutas, verduras, legumes, beber muita água e me alimentar a cada três horas.
— Sem o exagero de doces ou salgados. — Completo.
— Eles são bem chatos, não acha? Para mim é difícil livrar-me dos doces, mas vale a pena pela saúde do bebê.
— Tem razão. — Ela concorda.
— Ansiosos?
— É uma experiência cativante. — Sorrio. — Espero que nossas vidas já tenham tomado um rumo até lá.
— Está bem com o emprego? — John pergunta.
— Trabalho na parte da noite, então não há muitos problemas, o difícil é me acostumar a ficar acordado.
— E como irá fazer com a faculdade?
— Pretendo frequentar até o parto e depois descansar um pouco, mas sem deixar os estudos.
— Isso é loucura! — Digo.
— Por que?
— Vão exigir muito de você e o bebê precisará de atenção.
— O que pretende que eu faça?
— Não quero que renuncie a vaga que lhe deram, mas acho que tudo tem seu tempo.
— Eu não esperava a gravidez.
— Não foi isso que eu quis dizer... — Posso perceber o clima tenso se instalar, por sorte é quebrado por John.
— Bom... Acho que tudo pode se resolver e vocês sempre fizeram isso, certo? Os dois arranjam solução para tudo. — Sorri.
— Quando se trata de Hadley sou capaz de inventar uma solução só para que fiquemos bem.
— Vocês são dois jovens responsáveis, aprecio isso. Estou muito ansioso pelo meu neto e meu filho. — Hadley olha em meu rosto e parece pensar a respeito do que conversamos no quarto.
— Charlotte... — Sua voz transparece um nervosismo. — Eu pensei que como não sabemos os sexos dos bebês ainda poderíamos sair juntas para comprar algumas coisas, meu filho não tem muita roupa.
— Acho uma ótima ideia. — A felicidade transparece na voz de John. — Assim as duas podem conversar já que não estarei em casa. Justin, espero que você também tenha planos ou irá com as garotas?
— Não, vou na casa de um amigo. Porém, espero poder levar Hadley para um passeio hoje á noite.
— Vai ser muito tarde?
— Pai... — Ele ri e levanta as mãos em sinal de redenção.
— Tudo bem, esqueci que minha filha é uma mulher quase casada, nunca irei me acostumar com isso. — Hadley se levanta sorrindo e o abraça, confesso que sinto inveja dela, mesmo com seus pais separados ainda tem os dois ao seu lado, a amam e mesmo tendo passado tantos anos afastados, tentam recuperar o tempo perdido dando a atenção que ela precisa, já eu, sempre tive meus pais ao meu lado, fui amado, mimado com carinhos, acostumado a ter o dia da família e agora tive meu pai tirado de mim, me arrancaram uma parte que jamais irei recuperar.
Peguei emprestada a Mercedes do Senhor Collins para chegar mais rápido a mansão de Christian, liguei antes avisando que o visitaria para não correr o risco de pegá-lo de surpresa, poderia não estar aqui ou simplesmente a casa devia estar cheia de bandidos que abusam do álcool e deixam todos os cômodos com cheiro de cigarro.
Estamos em sua sala de visitas, que é onde normalmente costumamos conversar.
— Quer um drink?
— Não, estou com o carro do meu sogro.
— Complicado. — Se levanta e vai até a adega buscar por uma garrafa de tequila. — Quer um cigarro?
— Por mim tudo bem. — Busca por um maço em uma gaveta e a dá para mim, pego um deles e acendo com o fósforo que está sobre a mesa de centro.
— Você sempre fumou? — Trago o cigarro e logo solto a fumaça, simplesmente balanço a cabeça. — Já imagino o porquê veio me procurar.
— Acha que consegue para mim?
— Além do Christopher, só conheço um dos caras que é o que você matou.
— Não sabe nada de nenhum dos outros?
— Só os conheço de vista, talvez os vi em alguma festa... Não sei, mas nada mais que isso.
— E seus amigos?
— Não tenho amigos, tenho pessoas que trabalham para mim.
— Ok, e seus capangas?
— Não é confiável que eu pergunte, entretanto, posso pesquisar para você.
— Seria de uma grande ajuda. — Se senta ao meu lado enquanto me observa fumar o cigarro, a fumaça toma conta do local.
— Tem certeza que quer fazer isso de novo? A Hadley está grávida.
— Não irei envolvê-la nisso e estou fazendo porque a amo.
— Não é pela Hadley, é por você. Duvido que sua garota passe noites acordadas se lembrando daquilo, não tocaram em seu corpo, você mesmo viu.
— Mas tentaram.
— Eu impedi.
— A tentativa já é brutal o suficiente.
— Quer fazer isso pelo seu ego ou simplesmente porque não consegue mais parar de matar.
— Não sou um psicopata.
— Só que está se encaminhando para virar um.
— Não quero sua opinião, simplesmente preciso que faça o que pedi.
— A decisão é sua, só não me envolva nisso. — Concordo e ouço o toque do meu celular, número desconhecido.
— Alô?
— Justin Drew Bieber? — A voz do outro lado da linha me parece familiar.
— Sim, sou eu.
— Está em New York?
— Quem quer saber?
— FBI.
— Estou, do que precisam?
— Só queremos fazer algumas perguntas. Pode comparecer ao prédio ainda hoje?
— Agora, se vocês quiserem.
— Me parece ótimo, deixarei o agente Wilson à sua espera na portaria. — Fim da ligação.
— Uau. — Exclamo.
— O que foi?
— O FBI descobriu o número do meu celular.
— É porque é o FBI. O que querem com você?
— Uma voz feminina incrivelmente sexy disse que precisavam fazer algumas perguntas.
— Cara...
— Deve ter haver com o Jack, já esperava que fossem me chamar algum dia.
— Vê se não diz besteira.
— São só algumas perguntas.
— Não está apreensivo?
— Nada vai me parar agora.
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