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História The beauty and the beast - Besta - História escrita por Robot_unicornio - Spirit Fanfics e Histórias
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História The beauty and the beast - Besta


Escrita por: Robot_unicornio

Notas do Autor


Olá, tudo bem? Espero que sim.
Boa leitura.

Capítulo 2 - Besta


Amanhecia na Floresta Encantada, os raios de sol transpassaram os galhos das árvores e começaram a bater no rosto da criatura que até então, dormia tranquilamente. Ela acordou com o sol, espreguiçando-se sobre as folhas e gravetos, afastada da cidade, havia dormido sob uma árvore ao lado do lago e caminhou até ele, se abaixando para tomar água, satisfeita, sentou-se na beira e fez uma coroa com as margaridas que havia colhido no dia anterior. A atividade deu um pouco de trabalho, enrolando as flores no cordão que tinha suas pontas amarradas, formando um círculo, mas ao fim conseguiu e colocou a coroa na cabeça, de forma que rodeasse os chifres.

Na noite anterior ela havia... Pegado emprestado para todo sempre um pão na padaria da cidade. No reino havia a cidade e a floresta que a rodeava, de tal modo que, ao centro encontravam-se os maiores e mais famosos comerciantes e na medida em que se afastava do centro, aproximando-se da floresta, as construções e comércios tornavam-se mais precários e com uma menor vigília. A própria floresta também tinha suas partes mais visitadas, onde os caçadores e a população não sentiam medo de explorar, mas não era qualquer um que tinha coragem para se embrenhar mata adentro, onde a criatura tinha arrumado um lugar para ficar e justamente por isso, esse foi o lugar que ela escolheu. 

Pensando com maior sinceridade, não havia escolhido de fato, acordou um dia ali, sem se lembrar para onde deveria ir ou o que fazer, pegou a estrada, que depois descobriu dar para as docas, onde os navios eram carregados e descarregados. Não sabia no dia, mas provavelmente era madrugada e lá encontrou apenas um homem que bebia sobre as caixas, não teve a chance de ter uma conversa, mínima que fosse. No momento que saiu das sombras e o "oi" grunhido abandonou sua boca, o homem gritou apavorado, saiu correndo cambaleando e gritando por socorro, os outros marinheiros meteram as cabeças pelas escotilhas e esses também pareciam não gostar de visitas, a opinião foi formada considerando a flecha que atingiu o chão em poucos centímetros de distância de onde estava. A recepção foi suficiente para correr de volta para a floresta, na noite do mesmo dia encontrou o caminho para a cidade e apesar de essa estar pouco movimentada, por conta do horário, descobriu que, os habitantes pareciam não gostar muito de sua presença, algo denunciado pelos gritos, portas trancadas e uma senhora desmaiada na calçada. 

Logo, a parte inabitada da floresta parecia a melhor opção. Voltando ao pão, a padaria afastada do centro poderia ser observada através de um amontoado de árvores, ao final do expediente a criatura costumava ver uma velha que sempre deixava tigelas com leite e pão picado para os gatos miando na porta, e ela apenas esperava que os gatos não se importassem, ela nunca pegava a comida toda de qualquer forma. Sendo assim, sentada na beira do lago ela esfarelou um dos pedaços deixando no chão dois montinhos e deu o que poderia considerar um assovio, o primeiro a aparecer correndo foi Albert, um esquilinho marrom, e logo depois dois passarinhos azulados se juntaram para comer, na companhia dos amigos ela enfiou seu pedaço de pão na boca.

✩༄﹏﹏༄✩

— James sugeriu reabrirmos a temporada de caça — o rei comentou enquanto caminhava ao lado da rainha pelos corredores, ambos acabavam de sair de uma audiência e o momento era propício para apresentar a ideia de seu irmão gêmeo.

— Por que? — A temporada de caça, como o nome sugere, era a época do ano em que a caça esportiva era legalizada, os caçadores que apresentassem aos seus senhores os melhores achados ganhavam um prêmio em moedas de ouro. Mary proibiu o esporte no reino quando o herdou de seu pai, não a caça em si, já que, era necessário para alimentação e criação de roupas, mas a caça como diversão e a entrega de prêmios para quem matasse o maior ou mais raro animal era algo que ela recriminava. Uma matança desnecessária.

— Há algumas semanas uma fera tem assombrado os moradores.

— E ainda assim, ao menos sabemos o que é — a rainha respondeu, o interrompendo.

O rei suspirou. — Alguns relataram ser um urso, outros falaram ser um leão gigante, uma senhora acredita ser um búfalo, o que eu descartei, porque...

— Não existem búfalos na floresta encantada, vê? O povo ao menos sabe o que viu ou não. Como posso tomar uma decisão baseada em boatos?

—... Ela era meio cega — ele terminou a frase que a esposa havia interrompido. — Mas não existem búfalos por aqui. O fato é, começaram a espalhar que Misthaven está se tornando um lugar perigoso.

— Aqui não é perigoso — ela falou irritada. — Eu mesma poderia sair pelas ruas sem a companhia de guardas.

— Eu sei — ele murmurou. — Mas as pessoas falam, e os boatos de que um monstro vive na floresta não são agradáveis.

— Um monstro que não fez nada para provar sua existência.

— E devemos esperar que faça? Se me permite, James se ofereceu para resolver a situação, veja bem, apenas o caçador que entregasse a fera seria premiado.

A mulher pensou. — Aquele que ousar trazer um simples urso, ou outro animal, será multado. Não somos bobos — falou com pompa.

— Não somos bobos — o marido repetiu. — Posso avisar para James que está permitido?

Ela suspirou e apesar da pontada de dúvida, respondeu. — Pode.

✩༄﹏﹏༄✩

A vida não era fácil e Regina descobriu isso bem cedo, vivia em uma cabana no meio da floresta, sua parte da floresta, desde a infância quando seu pai entrou em falência. Era filha única e sentia que o azar a acompanhava desde o nascimento, já que, a mãe morrera em seu parto, foi criada pelo pai, Henry Mills, comerciante conhecido pela cidadela, que não se mostrou ser um dos melhores da região. Em uma decisão ruim perdeu toda a pequena fortuna da família, a última perda foi a casa, tirada deles para que pudessem pagar as dívidas. Ela tinha por volta dos onze anos quando tudo aconteceu, quando o pai foi obrigado a se esconder na pequena toca afastada da cidade, quando aqueles que se diziam civilizados demais não se preocuparam em oferecer ajuda, e tinha completado dezessete quando o pai morreu levado pela febre, ficara sozinha desde então, o que já devia fazer uns três anos, a jovem de cabelos negros já havia completado seus vinte anos.

Já tarde da noite voltava para casa, o jantar e o almoço do dia seguinte estavam garantidos com o coelho que pegara em uma de suas armadilhas. Caçar e pegar coisas foram as formas que encontrou para continuar vivendo, pegar talvez significasse roubar, talvez pequenos furtos que tivessem acabado com seu rosto espalhado em cartazes na cidade, procurada, mas ninguém entrava em sua parte da floresta, ninguém se arriscava tanto assim por conta de algumas moedas de prata, não com as armadilhas no caminho.

O vento era tão frio que mesmo com as roupas de caça seus ossos doíam e a floresta ao escurecer costumava ser um misto de silêncio com barulho ensurdecedor, conseguia ouvir os gravetos se quebrando e as folhas sendo amassadas sob as botas, o uivo de lobos distantes e o próprio farfalhar do vento que fazia os galhos balançarem. Mas nunca se esqueceria do uivo terrível que ouviu naquela noite, o grito ensurdecedor parecia vir das proximidades de sua cabana e ela correu lembrando-se das armadilhas que deixava no caminho.

Na estrada encontrou a coisa mais assustadora que já vira em sua vida, em uma de suas armadilhas, pendurado em uma árvore, havia pegado algo. O borrão de uma criatura enorme que ela não sabia o que era, arrancou uma flecha da aljava e deu a volta com cuidado para ficar de frente com o animal, um amontoado gigante de pelos marrons se debatia na rede, parecia um enorme leão com chifres que ao notar sua presença parou de remexer. Regina sentiu os fios da nuca se arrepiarem quando ele a olhou, garras e presas capazes de estraçalhar carne e ossos, ela continuou apontando a flecha, mas quase caiu para trás quando ela grunhiu.

  — Não, não, não — rosnou. 

Quando voltou a cair em si Regina apenas conseguiu cambalear para trás, aquilo falava, ela pensou em correr, correr o mais rápido que conseguisse, mas outra vez a besta voltou a falar antes que ela pudesse fugir.  

 — Por favor, por favor. — O grunhido foi o lamento mais triste que Regina chegou a escutar. — Não me deixe aqui, por favor, por favor, você precisa me ajudar.

Ela se afastou mais, as mãos tremeram no arco, se afastou ao menos uns três metros, os pedidos de por favor ainda eram rosnados em sua direção. Ela disparou, a flecha acertou a corda que segurava a rede na árvore e a criatura caiu com um baque no chão, livre. E dessa vez Regina correu, correu o mais rápido que conseguia sem ao menos olhar para trás.


Notas Finais


Espero que tenham gostado e obrigada por acompanhar.
Abraços.
https://twitter.com/robot_unicornio


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