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História The beauty and the beast - Livrando o diabo - História escrita por Robot_unicornio - Spirit Fanfics e Histórias
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História The beauty and the beast - Livrando o diabo


Escrita por: Robot_unicornio

Notas do Autor


Olá, tudo bem? Espero que sim.
Ah, a Regina dessa fic é inspirada na "bandit Regina".
Boa leitura!

Capítulo 3 - Livrando o diabo


Fanfic / Fanfiction The beauty and the beast - Livrando o diabo

Correu até suas pernas doerem e apenas não atropelou a porta da cabana porque precisava dela inteira e trancada. Foi isso que fez, a bateu e trancou, fechou todas as janelas e se encolheu na cama, aterrorizada. Ouvira os boatos sobre a fera na floresta e sobre o prêmio para quem a entregasse, e até pensou que poderia participar, mas se apresentar diante do rei e da rainha era uma péssima ideia. Agora sabia que aquilo era muito pior que uma fera, muito pior, em toda sua vida só tinha ouvido falar de uma coisa que tinha chifres e falava, talvez duas, ouviu boatos sobre uma bruxa que tinha chifres e obviamente falava, a segunda era o próprio diabo. Burra, burra, burra, mil vezes burra, acabava de libertar o capeta na floresta. Se encolheu mais e puxou o cobertor, tomara que o demônio tenha consideração e a deixe em paz, levando em conta que ela o libertou. Custou a dormir naquela noite, amedrontada com o que aconteceu, quando pegou no sono estava encolhida com o cobertor lhe tapando dos pés à cabeça.

Acordou de manhã com a mesma roupa de caça da noite anterior, suor manchava o lençol da cama e a cabeça doía. Calçou as botas e arrumou a cama, a porta continuava intacta e as janelas também, nenhum demônio a arrastou para fora da cama, antes de agradecer, abriu a janela com cuidado e quase caiu de costas. Andando nas proximidades da cabana estava a criatura. Tinha certeza sobre ter nascido sem sorte, mas não imaginava que fosse tanto assim para o próprio demônio vir a atormentar na porta de casa em plena luz do dia.

Ele a viu e correu para se esconder pateticamente atrás de uma árvore, Regina não se moveu, a distância entre eles era de alguns metros. Os dois esperaram, até uma pata ou mão aparecer atrás do tronco, nada aconteceu e então, o grunhido veio, acompanhado da cabeça aparecendo. — Oi.

Regina ficou estática, as mãos apertando a madeira da janela. — Oi — respondeu. — O que faz aqui?

— Nada, eu acho... Eu vivo aqui.

— Essa é a minha parte da floresta — falou um tanto ríspida. — Não pode morar aqui.

— Achei que a floresta fosse do rei e da rainha.

— Vê eles vivendo aqui?

— Não.

— Então, é a minha parte da floresta. — Regina falou decidida. — Não pode ficar por aqui. — Claro, ela ainda sentia aquela pontada de medo, mas pelo modo que a criatura permaneceu atrás da árvore, ela não parecia ter muita coragem. Além do mais, ela não queria ninguém rondando sua casa e ninguém costumava aparecer por ali. A fera abriu a boca, mas não respondeu, demorou alguns minutos para se virar e sumir pelo mato, Regina podia jurar que ela parecia decepcionada, mas sentiu um arrepio na nuca e uma sensação de que ela não iria desaparecer para sempre.

✩༄﹏﹏༄✩

Não saiu de casa durante o resto do dia, vivia daquilo que caçava e das trocas que realizava no mercado, carnes e peles, e não havia necessidade de realizar nenhum deles naquela tarde. Preferiu por ficar e arrumar a cabana, vez ou outra tinha aquela impressão de não estar sozinha, e ao longe ouvia os barulhos da floresta, não lhe sobrou muita disposição para ir olhar o que era.

Assim passou o dia, ao anoitecer pingos de água começaram a cair e logo evoluíram para um forte temporal. Os trovões ecoavam com um barulho estrondoso e os relâmpagos iluminavam tudo dentro da casa, sua única opção era voltar a se encolher na cama e ficou lá, até ouvir os sons embaixo da sua janela, ousou olhar pelas frestas, apenas para encontrar a mesma criatura de antes se forçando contra a parede, tentando aproveitar o máximo de proteção que o telhado proporcionava, achou mesmo que mandar que ela desse o fora não iria resolver, mas agora sentia uma pontada de pena se misturando ao medo, um lamento se fez ouvir do lado de fora quando outro relâmpago iluminou a escuridão e as unhas arranharam a madeira do chão. A jovem arrancou uma besta, que estava presa na parede, e carregou a arma com uma flecha, com isso abriu a porta de supetão.

— Não me machuque, por favor — implorou, assim que viu a arma que lhe era apontada.

— Achei que tinha falado que não era para ficar aqui. 

A fera não respondeu, olhou para a arma e para frente, encarando a chuva grossa que teria de enfrentar se a mulher quisesse que ela saísse de sua porta. 

Regina se afastou, dando espaço. — Te deixo entrar e passar a noite se não fizer nada errado. — Se não tentar me matar, era o que ela queria dizer. — Se tentar alguma coisa, eu atiro. 

A criatura a olhou como se calculasse se valeria a pena entrar, alguém lhe apontando uma arma ainda parecia arriscado, mas por fim ela se moveu e se levantou, entrando e parando ao lado da porta. Regina trancou a porta e pela primeira vez pôde ver direito o que aquilo era, para concluir que não fazia ideia do que era, a fera andava em duas pernas, como um humano, mas o corpo, ela apenas poderia comparar aquilo com um urso, não igual, mas era o que mais se parecia, enorme e comprido, coberto por pelo marrom, os pés e mãos pareciam uma mistura animalesca e humana, com cinco dedos e garras afiadas despontando de cada um, os braços cruzados como se escondesse algo, a cabeça lhe lembrava um leão de juba dourada com chifres, e a mesma mistura refletia em seu rosto que estranhamente possuía olhos humanos, verdes e amedrontados. Ela usava o que em algum momento poderia ter sido chamado de vestido e considerado branco, agora tinha as barras rasgadas e um tom encardido, umas florzinhas murchas rodeavam sua cabeça. 

— Você é fêmea. — Regina deixou escapar e a criatura lhe lançou um olhar ofendido pela surpresa da descoberta. — O que é você? — Perguntou, se referindo a sua espécie.

— Eu não sei. — A criatura respondeu com uma pontada de ofensa novamente.

— Nome?

— Eu... não lembro, acho que não tenho um.

— De onde veio?

— Eu não sei — voltou a grunhir. — Só acordei um dia na Floresta e é isso, não tem nada que eu possa falar. 

Sem espécie, sem nome, sem informação. Regina bufou e se virou, ajeitando um cobertor e um travesseiro no chão. A cabana era pequena, quatro paredes, o meio era ocupado por uma mesinha quadrada com duas cadeiras, uma de cada lado, mais ao fundo, havia uma cama encostada na parede, ela apontou com a arma o lugar que a criatura poderia deitar, de frente para a cama, de forma que não sairia de vista.

A dona da casa se deitou na cama com as costas encostadas na parede, a arma ocupava um espaço ao seu lado, ainda apontada para a visitante que agora já se recolhera em meio ao cobertor, as costas também contra a parede. — Não pode apontar isso para outro lado?

— Não, mas não leve a mal, eu não confio em qualquer um.

A fera não respondeu, mas com a claridade que vinha de fora Regina viu quando algo pequeno se moveu, saindo de trás da cabeça da criatura, um esquilo, e ela aninhou entre a coberta o que pareciam pássaros, era aquilo que ela parecia estar escondendo. — Ela não vai machucar você — murmurou. 

— Parece que o convite se estendeu aos seus bichinhos de estimação.

— Meus amigos — corrigiu a fera.

— Ah... — Ela não iria discutir essa parte. — O que fazia quando caiu em minha armadilha?

— Fugia de caçadores.

— E o que fez para eles te caçarem?

— Nada, eu acho. — Como contou, não se lembrava de nada, apenas de acordar na floresta, talvez tivesse feito algo terrível e apenas não se lembrasse, talvez não tivessem gostado muito dela mesmo. — Eu não tive tempo de explicar com as flechas voando.

Mills não tinha muitos motivos para gostar do povoado, o que lhe dava motivos para acreditar que procuravam a fera por ser algo incomum, além do que, ela seria um ótimo casaco de peles. — Então, não tem nada para contar? Nenhuma lembrança de família? Nunca viu alguém da sua espécie?

— Não — rosnou um pouco mais baixo. — E você?

— Já vi vários humanos e não vou te contar da minha família agora. — A resposta não foi ríspida, a jovem apenas foi sincera. O silêncio reinou depois disso, sendo quebrado apenas pela tempestade, anfitriã e visitante se deixaram dormir.

✩༄﹏﹏༄✩

A Fera costumava acordar com a luz do sol e não foi diferente naquele dia, mas quando a luz entrou pelas frestas da janela ela não se levantou. Era bom ter um travesseiro e um cobertor e ela achou que poderia aproveitar os últimos minutos antes de ter que ir embora, deitada de lado ela encarava a dona da casa, até que os olhos castanhos se abriram. — Você não me falou seu nome — rosnou.

— Regina Mills. — Ela bocejou e esfregou os olhos. A chuva da noite havia passado e diferente do dia anterior, hoje ela deveria ir atrás de comida. Então, pulou para fora da cama e abriu as janelas, a Fera demorou alguns segundos para imitar seu gesto e se colocar de pé, o casal de pássaros voou pela janela e o esquilinho se empertigou em seu ombro. Agora estava claro de verdade e ela conseguia ver melhor o interior da casa, sobre a mesa estava uma cesta com poucas frutas, prateleiras ocupavam as paredes, guardando panelas e armas. Regina pegou uma banana do cesto e atirou uma maçã para a criatura, que enfiou a fruta inteira na boca, os dentes a dilacerando em questão de segundos.

— 'Brigada' — respondeu com a boca cheia.

— 'Nada'. — E meneou com a cabeça para a porta. — Hora de sair, certo?

Ela concordou e saiu, sem muito o que fazer e sem ter para onde ir, ficou se perguntando se Regina ficaria brava de verdade caso ela ficasse por ali. Então, caminhou preguiçosamente até às árvores que cercavam a cabana e permaneceu por perto.

Ao lado da cabana havia um pequeno fogão de lenha, construído com tijolos, e a primeira tarefa do dia era cortar as toras de madeira usadas para acender. Mills se arrumou, prendendo o cabelo em uma trança, e agarrou o machado que estava preso em um toco de madeira, dando início ao trabalho. Vez ou outra ela sentia que um amontoado de pelos passava pelas proximidades, a observando, conseguia ouvir o barulho que aquilo fazia ao caminhar e definitivamente não era o diabo. — Se for para ficar me encarando, pode vir aqui e me ajudar a trabalhar — gritou, fazendo uma fera envergonhada sair detrás do mato.

— Quer ajuda? — Ela rosnou, os braços compridos pendendo ao lado do corpo. De início, tudo que saia de sua boca parecia ríspido, rosnando e grunhido... Regina percebeu que não era proposital, apenas só como sua voz era.

— É melhor do que ficar parada me olhando. — Ela apontou para um amontoado de madeira que já havia cortado. — Pode carregar isso e colocar ali. — Apontou para o espaço ao lado do fogão.

A Fera começou o trabalho, indo e voltando com os pedaços de madeira, o tempo que Regina gastaria naquilo foi diminuído pela metade. A criatura sem nome era forte pelo menos, arriscado, ela pensou, mas ajudava. — Agora eu vou verificar as armadilhas. — Regina avisou ao acabar. — Olhe por onde anda.

A maioria das armadilhas permanecia intocada, ela infelizmente não encontrou nada naquela manhã. Pensou na criatura estranha que deixou dormir em sua casa e que apesar de todo aquele tamanho parecia um pouco medrosa e quando voltou, sentindo o cheiro de terra molhada e os resquícios da chuva, descobriu que ela deveria ser mesmo, a Fera nem havia saído do lugar, permaneceu parada, provavelmente levando o conselho muito a sério. 

Com nada nas armadilhas não havia o que ela pudesse aproveitar e tentar vender no mercado. Deu uma última olhadela na Fera e iria entrar em casa quando ela gritou. — Posso trabalhar para você, se me deixar ficar.

Regina a olhou. Bem, ela parecia perigosa, mas parecia medrosa também, apesar de ter toda a habilidade para destroçar alguém se quisesse, se quisesse, ela nem sabia o que aquilo comia, não sabia nada, ela suspirou. — A gente pode conversar sobre isso.


Notas Finais


Obrigada por ler, espero que tenha ficado bom.
Abraços.

https://twitter.com/robot_unicornio


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