And if you have a minute why don't we go
Talking about that somewhere only we know?
This could be the end of everything
So why don't we go
Somewhere only we know?
Keane
O humor de Dimitri melhorou bastante depois que Claire telefonou da casa dos avós duas horas mais tarde e pareceu estar mais calma ali. Aparentemente, após sair da casa do russo, Tasha apenas passou em seu apartamento para fazer as malas e partiu para Miami de avião.
Ele também conversou rapidamente com Steven que o aconselhou a dar um tempo a Tasha e assegurou que daria um jeito de convencer a filha a mudar de ideia.
Nós acabamos nos deitando mais cedo após a nossa bem sucedida sessão de terapia para um russo preocupado e logo pela manhã ele retornou ao CT. Eu havia combinado de auxiliar Lissa a fazer sua mudança para a casa de Chris e Dimitri decidiu me buscar lá no fim da tarde
Fui de táxi até o prédio onde morei por meses com Lissa e assim que cheguei ao apartamento notei que a porta estava semi aberta e já havia algumas caixas empilhadas no hall. Eu cruzei o batente e imediatamente revirei os olhos diante da cena que encontrei. Minha amiga estava sentada em cima da mesa e Christian estava à sua frente dando pequenos pedaços de chocolate em sua boca. Seria uma bela cena se não tivesse me feito recordar certo fato que presenciei ali antes de me mudar. A última coisa que eu precisava era me lembrar da bunda do Ozera.
- É um padrão vocês ficarem se pegando nesse lugar sempre que estou prestes a chegar? – perguntei me fazendo ser notada.
- Rose, você veio! – Lissa pulou para o chão e veio me abraçar.
- Claro que eu vim – sorri. – Você acha que eu perderia a oportunidade de fazer você desistir dessa burrada que está fazendo? Qual é, Liss? Vamos passar um dia na praia que eu te arrumo um partido melhor.
- Quem vê pensa que você é ótima em escolher – Christian disse se aproximando. – Ainda bem que o Belikov é um cara legal ou só Deus sabe o que você arrumaria.
- Calado! – devolvi.
- Falando nesse pobre infeliz, ele vai vir? – o ser irritante perguntou.
- Só vai passar mais tarde pra me buscar. Teve que ir no centro de treinamentos – informei.
- Já está fugindo de você? – ele riu. – Não está mais aguentando olhar pra essa sua cara azeda?
- Não, seu idiota, ele está fazendo fisioterapia e treinando pra voltar nos playoffs – revirei os olhos. – Você como repórter esportivo não deveria saber que todos os caras estão treinando mesmo nessa época do ano?
- Nem todos – uma voz soou vinda do quarto que antigamente era meu e quando me virei vi Mason saindo dali com uma caixa. – Stan dispensou alguns de nós por uns dias pra nos poupar.
Ok, isso não faz sentido algum. Por que Mason ajudaria Lissa?
- Mase, o que você está fazendo aqui? – perguntei quando o ruivo colocou a caixa ao meu lado e me envolveu em um abraço, me dando um breve beijo no rosto em seguida.
- Você não contou pra ela? – o Tocha Humana lançou um olhar divertido para Liss.
- Não tive tempo – Lissa respondeu sem graça.
- Contou o quê? – fiquei preocupada. – Não me diga que você fez a asneira de engravidar desse protótipo de gente!
- Ninguém aqui está grávida – ela revirou os olhos.
- Eddie me chamou pra dar uma força – Mason respondeu à pergunta que eu havia feito. – Não sabíamos que você também estaria por aqui.
Eddie? Se Eddie vai vir ajudar, isso quer dizer que...
- Oi Rose! – ouvi Jill cumprimentar no corredor atrás de mim.
Deus, isso vai ser um pesadelo!
- Oi Jill – gemi e me virei para Lissa, sussurrando. – O que ela está fazendo aqui?
- Sinto muito, é que ela decidiu ajudar também – minha amiga murmurou em resposta antes da outra garota me abraçar.
- Eu achei que Dimitri viria com você – a mais nova comentou animada. Com certeza sua generosa oferta de ajuda estava ligada a sua vontade de especular sobre a minha vida. – Por que não estão juntos?
- Ele vem buscá-la mais tarde, Jill. Provavelmente vão fechar a noite em algum restaurante pra você ter uma matéria pra publicar amanhã – Christian declarou e eu o encarei com vontade de socá-lo.
- Então vocês realmente estão juntos, não é? – Jill começou a tagarelar atrás de mim quando lhe dei as costas e comecei a embalar algumas coisas que estavam no armário da cozinha. – Eu tinha certeza que a minha campanha ia ajudar vocês. Agora vocês só precisam me dar uma entrevista exclusiva assumindo tudo. Vai ser tão lindo!
- Jill – rosnei me virando em direção à garota. – Você vai parar de escrever sobre Dimitri e eu. Nada disso é da sua conta.
- Rose! – a garota exclamou surpresa. – Eu fiz de tudo pra ajudar vocês, então o mínimo que você poderia fazer é me dar essa exclusiva. Todos estão loucos pra entrevistar vocês e eu acho que eu mereço a preferência.
- Eu vou deixar uma coisa bem clara pra você, Jillian – falei devagar, usando o meu melhor olhar ameaçador. – Ou você nos deixa em paz ou a próxima "matéria" que você ousar escrever vai ser como eu te causei múltiplas fraturas, está entendendo?
Eddie, que se juntou a nós logo depois da namorada, pareceu empalidecer e Lissa soltou uma sonora gargalhada.
- Por um segundo me senti dez anos mais nova – a loira comentou. Quando éramos adolescentes era um pequeno costume meu ameaçar Jill para que não contasse a nossos pais sobre nossas fugas.
- Não seja ruim, Rose – a mais nova insistiu. Pelo jeito eu já não a intimidava mais tanto quanto antigamente. – Só me dê algo para publicar, por favor....
- Já chega, Jill – Lissa interrompeu antes que eu acabasse quebrando seus pratos na cabeça da sua irmã. – Quando Dimitri chegar você vai deixar os dois em paz. Nada de perguntas, fotografias ou qualquer coisa do tipo, estamos entendidas?
- Mas Liss... – Jill gemeu.
- Se você não me obedecer, eu vou contar tudo pra mamãe – a loira avisou me fazendo rir.
- Você é uma chata – a garota reclamou como uma menina pirracenta e bateu o pé de volta para o quarto de onde veio sendo seguida pelo namorado. Quem disse que certas ameaças ainda não funcionam?
- Obrigada – eu sorri para minha amiga antes dela se dirigir ao quarto para coordenar o trabalho por lá.
- Acho que o dia vai ser bem mais divertido do que eu esperava – Mason comentou rindo, me ajudando a embalar as panelas.
Nós empacotamos todo o conteúdo da cozinha enquanto as meninas terminavam com as roupas e Eddie e Chris desciam as caixas para os carros. Por sorte não havia muito trabalho a se fazer já que a maior parte dos móveis pertenciam à casa antes de alugarmos.
Quando terminávamos de fechar as últimas caixas, meu celular começou a tocar.
- E então, como está sendo seu dia? – sorri ao me afastar para atender Dimitri.
- Terminei a fisioterapia e Stan achou melhor me poupar do treino. Parece que ele deu folga pra grande parte dos titulares até o dia primeiro.
- Assim eu soube – murmurei. – Então você está indo pra casa?
- Na verdade pensei em dar uma passada aí pra dar uma mão a vocês – ele comentou. – Ainda estão no apartamento da Lissa?
- Mais uns dez minutos e já vamos pra casa do Chris, mas acho que é melhor você não vir – disse desanimada. Eu queria muito ficar junto com Dimitri, mas a presença de Jill ali tornava isso uma péssima ideia.
- Por que não? – o russo perguntou desconfiado.
- A irmã da Liss resolveu que queria ser prestativa – expliquei e o ouvi bufar em entendimento do outro lado. – Acho que é melhor você nem vir me buscar pra não termos mais problemas. Eu peço um táxi ou quem sabe o Mason pode me deixar em casa.
- Ashford?! – Dimitri rosnou. – O que ele está fazendo aí?
- Eddie veio a pedido de Jill e o trouxe pra...
- Acho melhor eu ir ajudar vocês – ele declarou com a voz dura. – Te encontro na casa do Christian em meia hora.
- Dimitri, eu acho que... – o celular emudeceu. – Dimitri?!
Ele realmente desligou na minha cara?!
Dei de ombros tentando não pensar no significado de sua atitude e comecei a inspecionar os cômodos com Lissa para ter certeza que nada ficou para trás enquanto as últimas caixas era descidas.
Assim que os carros estavam organizados, seguimos em comboio para a casa do esquentadinho. Lissa achou melhor que a irmã e Eddie fossem no carro de Chris com eles e acabei indo com Mason que passou todo o trajeto comentando como todo o time estava animado para jogar os playoffs e o quanto estavam determinados a chegar ao Super Bowl desse ano. Eu estava feliz por ver sua empolgação. Era um grande contraste com o russo que era bem mais contido e realista nesse aspecto.
Quando Mason estacionou o carro em frente ao nosso destino, vi Dimitri já nos aguardando, encostado em sua SUV. Ele não pareceu nem um pouco feliz ao ver o rapaz abrir a porta do carro para pegar a caixa que estava em meu colo e me ajudar a descer.
Eddie foi o primeiro a cumprimentar o russo que mal deu atenção a ele, ainda olhando fixamente para o ruivo de forma pouco amigável. Mason pareceu alheio à hostilidade do companheiro de time e o cumprimentou efusivamente após deixar a caixa no chão, questionando sobre a sua recuperação. Chris e Lissa logo se juntaram aos rapazes e notei que Jill fora esquecida dentro do carro com algumas caixas no colo.
- Eddie – chamei-o ao me aproximar cuidadosamente de Dimitri, que transferiu seu olhar afiado para mim. – Acho que Jill precisa da sua ajuda.
Ele imediatamente voltou ao carro para ajudar a garota que o encarava com uma carranca enquanto os demais seguiram para dentro da casa.
- Por que você estava no carro com ele? – Dimitri murmurou se aproximando sutilmente.
- Ciúmes, camarada? – eu dei um sorriso. Isso era algo novo para mim.
- Não me provoque, Roza – ele me lançou um sorriso perigoso, se aproximando um pouco mais do que deveria. – Eu poderia muito bem fazer uma loucura aqui mesmo.
- Dimitri! – abaixei meu tom dando um passo para longe do russo que me olhava de forma convencida graças ao pequeno ofegar que dei quando ele sorriu. – Não esquece que a Jill está aqui.
- Vamos começar a levar as coisas pra dentro? – Dimitri desconversou, olhando para alguém que estava logo atrás de mim e ouvi Eddie concordar em resposta.
- Oi Dimitri – Jill disse timidamente ao lado do namorado. Ela parecia prestes a desmaiar de felicidade.
- Olá Jill – Dimitri respondeu de forma educada e voltou sua atenção às caixas que estavam no porta malas do carro pegando uma a exmo.
- Dimitri! – exclamei ao ver que era a caixa que continha os livros de medicina da Lissa. – Você está maluco?
- O quê? – ele perguntou confuso.
- Larga isso agora! – elevei a voz. – Vai acabar piorando sua lesão. É isso que você quer?
- Rose – ele colocou a caixa no chão e cruzou os braços me fitando. – Isso não pesa quase nada.
- Claro. Uma caixa com uma tonelada de livros não pesa quase nada – devolvi no mesmo tom. – Ei, Ozera, por que você não faz algo de útil na vida e leva essa caixa pra dentro?
O incendiário mirim revirou os olhos e apoiou a caixa menor que estava carregando sobre a outra antes de erguê-las.
- Rose... – Dimitri tentou mais uma vez protestar ao ver Christian ficar vermelho pelo esforço.
- Nada de discutir comigo, camarada – eu o interrompi, passando para ele uma das malas de rodinha de Lissa. – Se contente em ajudar com as malas.
- Como você aguenta essa criatura morando na sua casa, Belikov? – Christian reclamou andando à nossa frente. – Você é um santo.
- É bom você calar a droga da boca antes que eu acabe fazendo você caber dentro de uma dessas caixas, Tocha Humana.
- Sério, você vai ser canonizado. Escreve o que eu tô falando – ele provocou ao entrar na casa.
- Vocês são sempre assim? – o russo riu.
- Essa é a graça – sorri de volta, mas assim que me vi em meio à sala fui inundada por lembranças desagradáveis. Eu nunca mais estive ali depois do episódio com Nathan e isso me fez sentir um súbito mal estar.
- Você está bem? – Dimitri perguntou notando a minha mudança de humor.
- Sim – murmurei. – Essas malas vão todas pro seu quarto, Chris?
- Só se você parar de ser uma inútil e as levar até lá – ele retrucou seguindo para o escritório e tomei o rumo dos quartos com Dimitri me seguindo.
Coloquei as malas ao lado da cama e saí, parando em frente à porta do quarto vizinho que estava aberta. Eu passei quase duas semanas trancada ali dentro após aquele maldito episódio enquanto Liss procurava um apartamento para nós. Não posso negar que ela e Chris cuidaram bem de mim no tempo que estive ali e fizeram o possível para que eu me sentisse melhor. Mas, Deus, eu sentia tanta dor em tantos lugares que era até difícil pensar...
Não sei quanto tempo fiquei ali parada até que senti as mãos firmes e quentes de Dimitri em meus braços. Eu havia esquecido completamente da sua presença. Ele me virou gentilmente para si e limpou algumas lágrimas que eu nem tinha percebido que tinham escapado.
- Quer me contar? – o russo perguntou suavemente, me abraçando.
Eu esperei que a conhecida onda de pânico começasse a tomar conta assim que as memórias daqueles dias de dor física e emocional vieram à minha mente, mas isso não aconteceu. O mesmo ocorreu na noite de Natal quando Dimitri me questionou a respeito de Nathan. De alguma forma, eu me sentia mais segura e estável na presença dele.
Fechei os olhos me concentrando na mão do russo que acariciava meus cabelos, sentindo seu olhar preocupado sobre mim. Aquilo tudo era passado e tinha que ficar para trás.
- Sinto muito – disse com a voz fraca. – Eu não estive aqui desde que saí do hospital.
- Roza – ele chamou minha atenção, me fazendo olhar em seus olhos que continham tanto amor que me fizeram derreter. – Você não precisa se desculpar. E nem precisa passar por isso sozinha. Estamos juntos em tudo, lembra?
- Obrigada – eu sorri. Eu não devia mais me preocupar com aquilo. Eu estou bem, eu realmente estou bem agora. – Vamos, antes que resolvam vir atrás de nós.
- Eu te amo, moya Roza – ele me segurou um instante, me beijando brevemente antes de voltarmos para a sala.
Todos pareciam ocupados e não notaram nossa ausência, o que foi bom. Eu não gostaria de ter essa parte da minha vida revirada novamente. É hora de seguir em frente.
Lissa manteve Jill o tempo todo na cozinha arrumando seus utensílios enquanto esperavam a comida chinesa que ela havia pedido e os outros ainda carregavam caixas de livros e outros pertences para dentro, deixando para nós o restante das malas.
- Ei, Rose – Mason chamou minha atenção quando Dimitri foi buscar as últimas sacolas de viagem. – Posso falar com você?
- Claro – fui com ele para perto de uma das janelas para sair do meio do caminho e não atrapalhar ninguém. – Está tudo bem?
- Sim – ele deu um sorriso tímido. – É que eu fiquei sabendo que você é amiga da Mia, a cheerleader...
- Sim, eu sou – lancei um olhar desconfiado devido ao rumo que aquela conversa estava tomando. – Por quê?
- É que eu estava pensando se, talvez... – Mason se refreou procurando as palavras e coçou a cabeça de forma desajeitada.
- Você quer o número dela, é isso? – completei com um sorriso.
- Você me passaria? – ele perguntou esperançoso
- Me dá o seu celular – dei meu melhor sorriso pegando o aparelho de suas mãos para anotar o telefone da garota e o devolvi para ele.
Quem sabe se Mia estivesse ocupada ela parava de tentar descobrir todos os detalhes sobre Dimitri e eu.
- Obrigado, Rose – Mason deu um grande sorriso e me deu um beijo no rosto, me pegando de surpresa e se afastando em seguida. Ele realmente queria o telefone dela. – E aí, Belikov?
Belikov? Eu me virei e vi Dimitri encostado em uma parede com cara de poucos amigos enquanto os demais estavam amontoados na pequena cozinha de Christian.
- Toda vez que eu virar as costas ele vai estar grudado em você? – o russo disse com a voz carregada de ódio.
- Não é nada disso que você está pensando – murmurei, arrastando-o para o corredor dos quartos. – Ele só queria...
Minha explicação foi totalmente silenciada quando Dimitri me empurrou contra uma porta me beijando em seguida. Ele perdeu o juízo? Quer dizer, naquele instante acho que eu perdi um pouco do meu juízo com aquele beijo voraz e apaixonado.
Sem aviso, ele abriu a porta em que estávamos apoiados e entrou comigo no banheiro, nos trancando ali em seguida. O russo voltou a calar meus protestos, me prensando novamente contra a madeira e agarrando minhas duas mãos, segurando-as com firmeza, uma a cada lado meu.
- Dimitri... Não podemos fazer isso aqui... – eu tentei resistir, sabendo a loucura que estávamos fazendo, mas quando ele levou seus lábios para meu pescoço, me fazendo sentir sua proeminente ereção encostada em minha barriga, minha determinação se desfez um pouco.
- Você não faz ideia de quão louco eu fico só de ver esse idiota perto de você – ele sussurrou com a voz rouca, mordiscando o ponto sensível próximo a minha orelha antes de literalmente rosnar. – Só de imaginar que ele já tocou você...
- Não aconteceu nada, você sabe disso – me apressei em dizer sentindo seus lábios passeando por minha pele.
- Porque eu cheguei a tempo – Dimitri resmungou com algum desgosto. – Eu juro que seria capaz de cometer um homicídio se tivesse ido além daquilo.
- Não pense mais nisso – balbuciei fechando os olhos ao sentir seus beijos em minha clavícula. – Eu sou sua agora e nada vai mudar isso.
- Da. Ty moya¹ – ele mordiscou meu ombro, soltando minha mão esquerda para abaixar a alça da regata branca que eu usava. – Irrevogavelmente minha.
- O que você está fazendo? – perguntei ofegante.
- Rezando a Deus que você não me faça parar. Eu sou um homem faminto, Roza.
Sem me deixar sequer pensar em uma resposta, Dimitri voltou a beijar minha boca com necessidade e de repente senti como se simplesmente não houvesse oxigênio naquele pequeno banheiro. Ele abaixou as mãos para minha bunda, me puxando para seu colo e enredei as pernas em torno de seus quadris enquanto o russo me levava até a bancada da pia e me sentava ali.
Suas mãos trabalharam em minha blusa, abaixando as alças e deixando-a embolada em minha cintura. O sutiã tomara que caia rapidamente desapareceu e suas palmas quentes tomaram ambos meus seios me fazendo ofegar. Ele mordeu meu lábio inferior, sugou minha língua para a boca dele e a chupou e então apertou meus mamilos, obliterando completamente a fraca voz em minha mente que me dizia que isso era uma péssima ideia. Eu simplesmente precisava dele sem camisa naquele preciso instante. Agarrei o tecido e o puxei com força até ele dar um passo para trás e a arrancar pela cabeça antes de voltar a se dedicar à minha boca.
O beijo de Dimitri estava tão louco e ardente quanto eu e suas mãos manipulavam deliciosamente meus seios. Comecei a batalhar com o botão de sua calça justamente no momento que alguém bateu na porta. O russo me puxou até meus seios estarem apertados contra seu peito e estremeci de prazer por sentir o contato de nossas peles, fechando os olhos.
- Rose, o almoço... – a voz de Christian soou do outro lado.
- Cai fora! – gritei. – Tô ocupada.
- Percebi – ouvi seu riso abafado sumir pelo corredor.
O russo se afastou minimamente apenas para trilhar beijos por meu pescoço e clavícula até pairar a boca sobre meu mamilo direito. O calor de seu hálito me fez arrepiar e, em resposta, agarrei os seus cabelos, forçando sua cabeça para mais perto. Ele riu antes de começar a sugar o bico intumescido, aumentando a umidade entre minhas pernas.
Consegui abrir sua calça com uma das mãos justo quando Dimitri passou para meu outro seio, dando a ele o mesmo tratamento e me fazendo arfar. Desajeitadamente consegui abaixar seu jeans e finalmente embrenhei minha mão por dentro de sua boxer, ouvindo-o rosnar quando envolvi sua ereção. A respiração dele ficou pesada e ofegante conforme eu estimulava levemente a coroa de seu membro e sua boca faminta subiu de volta à minha enquanto suas mãos desceram para o fecho da minha calça.
- Você não podia facilitar? – ele resmungou em meus lábios quando enfim conseguiu abrir meus jeans.
- Isso é loucura, sabia? – ofeguei enquanto o russo arrancava minhas sapatilhas e puxava minhas peças inferiores de meu corpo o mais rápido que conseguiu.
- Eu não me importo. Só preciso sentir essa boceta apertadinha o quanto antes.
Seus dedos adentraram meu sexo sem aviso, me alargando um pouco, e senti fogos de artifícios explodirem em meu corpo quando ele roçou o polegar em meu clitóris. Eu estava super excitada graças a situação toda e precisei abafar meu gemido em seu ombro.
Eu cravei minhas unhas na pele de suas costas, sentindo-o encurvar seus dedos, quase me fazendo gozar ao tocar um ponto em meu interior, mas naquele momento eu precisava de mais.
- Eu quero você dentro de mim – pedi ofegante.
- Eu estou dentro de você – Dimitri riu e colocou mais um dedo me levando ao limite.
- Não com seus dedos...
- Então peça o que você quer, Roza – ele sussurrou ao meu ouvido. – Com todas as palavras.
- Eu quero seu pau, Dimitri – arfei. – Eu preciso gozar com seu pau dentro de mim.
Ele imediatamente afastou sua mão, levando um dedo a boca para provar meu gosto. Cachorro! Por que esse filho da mãe tinha que ser tão malditamente sexy?
- Na próxima vez eu vou te ter em cima da minha cama e vou gastar algumas horas te chupando – Dimitri disse me olhando fixamente conforme abaixava mais sua cueca e sua calça. – Estou com saudade do seu sabor.
O russo agarrou meus quadris e me puxou para a beirada da bancada, então guiou a ponta de seu membro para minha entrada, escorregando-o por meu canal. Ambos seguramos os gemidos quando eu enfim estava cheia dele. Rodeei seu pescoço com os braços e enrosquei minhas pernas em seus quadris, aproximando minha boca de seu ouvido.
- Mete com força, camarada.
- Moya plohaya devchonka² – ele grunhiu e aumentou o aperto de suas mãos em meus quadris antes de fazer exatamente o que lhe pedi.
Dimitri se retirou de mim apenas para se enterrar ainda mais fundo absorvendo meu grito de prazer com sua boca. Ele começou a me estocar com intensidade enquanto me beijava desesperadamente e a subida a caminho da espiral que eu sabia que estava por vir começou a me engolfar.
Meus gemidos abafados pareciam estimulá-lo a aumentar o ritmo e a força de sua penetração e me perdi naquele momento de rendição e de total abandono conforme nossos clímax se construíam.
- Você está sentindo isso? – o russo questionou ofegante. – Está sentindo como nos encaixamos perfeitamente?
- Sim – choraminguei. De fato não havia nada mais perfeito do que nós dois juntos.
- É porque foi feita pra mim, Roza – ele rosnou. – Ninguém mais vai te ter assim.
Não consegui dizer mais nada, pois o orgasmo começou a rasgar através de meu corpo. A boca de Dimitri cobriu a minha mais uma vez e fechei os olhos deixando que aquela onda me tomasse por completo enquanto ele deu mais algumas estocadas profundas e fortes antes de se derramar em meu interior.
Diminuí o aperto de meus membros ao seu entorno e encostei minha cabeça em seu ombro, me sentindo quase desossada conforme o prazer fluía por meu corpo. Aquilo havia sido espetacular.
Aos poucos nossas respirações foram se acalmando e a realidade do que acabamos de fazer recaiu sobre ambos, mas eu não pude me recriminar por aquilo. Foi bom demais para se lamentar.
- Alguém aqui realmente perde a cabeça quando está com ciúmes – comentei rindo e ergui o rosto para olhá-lo.
- E quem disse que eu estava com ciúmes? – ele desconversou com divertimento nos olhos.
- Ah não? – tentei erguer uma sobrancelha para ele, falhando miseravelmente. – E o que foi isso tudo? Demarcação de território?
- Apenas quis te lembrar do porquê você não pode viver sem mim – o russo fez o gesto que eu havia tentado, me olhando de forma presunçosa antes de dar pequenos selinhos em meus lábios e se retirar de mim para me colocar em pé, apoiando suas mãos em minha cintura.
- Eu não precisava desse lembrete, mas não vou reclamar – sorri segurando seu rosto com ambas as mãos e o beijei carinhosamente por um instante. – Você não precisa se sentir inseguro, camarada. Meu coração é seu e de mais ninguém.
- Desculpe – Dimitri sorriu igualmente. – Acho que fiquei um pouco possessivo.
- Não precisa se desculpar. Eu gostei disso – dei um beijo em seu rosto e aproximei meus lábios de sua orelha para sussurrar. – Apenas mantenha em mente a promessa que me fez para a nossa próxima. Eu vou cobrar.
Afastei-me dele dando uma pequena piscadela e comecei a caçar minhas roupas. Não foi uma tarefa fácil nos vestir já que parávamos o tempo todo para nos beijarmos. Aquela rapidinha no banheiro do Chris parece ter acendido mais fortemente aquele desejo que nos queimava todas as vezes que estávamos juntos. Será que eu nunca pararia de querer aquele homem?
Após conferir se estávamos apresentáveis, nós saímos do banheiro discretamente. A sala ainda estava vazia e pelos sons vindos da cozinha deviam estar comendo. Para tentar disfarçar o indissimulável, combinei de ir na frente e Dimitri iria alguns minutos depois como se estivesse fazendo outra coisa. Eu tinha ciência de que estava mais do que na cara o que andamos fazendo, mas ainda tentava manter o mínimo de dignidade.
Assim que entrei na cozinha, Christian me lançou um olhar nada agradável e Lissa parecia estar segurando a risada enquanto os outros se mantinham de cabeça baixa. Fui me servir do yakissoba que estava na bancada e ninguém falou nada por um tempo até que me sentei à mesa.
- Puta que pariu, Rose! – Christian murmurou. – Vocês não podiam esperar até chegar em casa?
- Eu não sei do que você está falando – cantarolei tentando disfarçar a vergonha quando todos explodiram em risadas. O fato é que a vontade de provocá-lo é sempre maior que qualquer constrangimento.
- Dimitri – Lissa disse com um sorriso, olhando para o russo que entrou na cozinha neste instante com cara de culpado. Ele não esperava realmente que não íamos ser pegos, esperava? Discrição passou extremamente longe daquela situação. Pelo menos não foi nada que Jill pudesse fotografar e publicar. – Você deveria ser mais cuidadoso com o seu ombro. Tinha um quarto desocupado bem ao lado.
- LISSA, NÃO DÊ IDEIAS! – Christian berrou. – Eu nunca mais entro naquele banheiro.
- Exagerado – revirei os olhos dramaticamente. – Eu tive que presenciar vocês dois transando na mesa e nem pude reclamar.
- Rose! – Lissa exclamou envergonhada e vi que o russo segurou uma risada. Acho que com isso consegui deixá-lo menos desconfortável.
- Não pôde reclamar? – Christian bufou. – Se bem me lembro você falou disso por meses em cada oportunidade. Por acaso isso foi o troco?
- Na mesa, Liss? – Jill parecia horrorizada
- Por falar nisso, é seguro a gente comer aqui? – perguntei sorrindo. – Por que senão eu vou lá pra sala... Ou é melhor ficar em pé mesmo. Deus sabe o que vocês fizeram naquele sofá.
- Gente, credo... – Jill fez uma careta. – Qual o problema de vocês com esses lugares estranhos?
- Talvez se Eddie passasse mais tempo pegando você em lugares estranhos você teria menos tempo para escrever sobre a vida dos outros – comentei.
- Na verdade a gente já fez no carro uma vez – o rapaz se defendeu fazendo a namorada virar um pimentão e a maior balburdia tomou conta do ambiente com cada um contando alguma experiência bizarra de sexo que vivenciou ou de algum conhecido.
Ao fim do almoço os rapazes se retiraram para o escritório a fim de começar a desempacotar algumas caixas e fiquei com as meninas ajudando a organizar a louça suja e alguns utensílios. Quando tudo estava quase pronto por ali eu fui dar uma olhada nos homens e surpreendi Dimitri fazendo uma pequena careta de dor quando colocava alguns livros nas prateleiras mais altas da estante.
- Dimitri, o que você pensa que está fazendo? – eu o repreendi.
- E a fisioterapeuta entra em ação novamente – Christian provocou.
- Eu estou bem, Roza – ele revirou os olhos.
- Roza? – Eddie perguntou em um tom sugestivo olhando para Mason que riu.
- Você está sentindo dor – ignorei os panacas e arrastei o russo até a sala adjacente.
- Digam oi pra câmera – eu ouvi Jill falar para os que ficaram no escritório assim que eu saí. Ótimo, pelo menos ela não tentou tirar uma foto nossa. – Eddie vamos, não seja um chato amor.
- O que adianta eu ter vindo ajudar se você não me deixa fazer nada? – Dimitri reclamou trazendo meu foco de volta a ele.
- Por que você tem que querer fazer só o que vai prejudicar sua recuperação? – cruzei os braços irritada. – Você não deveria fazer esse tipo de movimento ainda, começou a fisioterapia essa semana.
- Eu estou bem – o russo sorriu tirando uma mecha de cabelo que caiu em meu rosto e colocou-a atrás da minha orelha. Logo em seguida abaixou o tom, aproximando-se perigosamente. – E eu tenho feito muitos movimentos com você nos últimos dias dos quais não ouvi uma reclamação sequer.
- Dimitri! – me afastei rindo quando ele tentou me roubar um beijo. – A gente não está em casa.
- E daí? – ele se aproximou novamente. – Não é como se ninguém aqui soubesse.
- Mas tem gente que realmente não precisa de uma confirmação visual – eu me desvencilhei dele mais uma vez.
- Pára de fugir de mim – Dimitri segurou minha mão e me puxou para perto com um sorriso predatório no rosto. – Por que você tem que ser tão teimosa?
- Por que você faz parecer que eu sou a única responsável por aqui? – devolvi a pergunta rindo.
- Ei casal, vocês... JILL, O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? – ouvi Lissa berrar da porta e nos viramos no mesmo instante a tempo de ver a garota escondendo o celular atrás de si.
Agora eu definitivamente mato essa intrometida.
- Eu? Nada – Jill se apressou em dizer, procurando um jeito de escapulir da situação apesar de estar encurralada entre Lissa e eu.
- Jill, é bom você não ter tirado nenhuma foto ou eu realmente vou te esganar – eu rosnei seguindo até onde a garota estava.
Dimitri respirou fundo atrás de mim, provavelmente tentando não explodir também.
- Jill – Eddie suspirou frustrado vindo até a porta –, me diz que você não tirou uma foto dos dois. Você prometeu...
- Eu não tirei foto deles – ela se defendeu.
- Então o que você estava fazendo? – Christian chegou de repente atrás dela e pegou o celular da mão da garota. – Puta merda! Como é que pára isso?
- Isso ainda está transmitindo? – Lissa parou ao lado dele olhando horrorizada para a tela do aparelho. – Qual é o seu problema, garota?
- O que foi? O que ela fez? – questionei apertando a mandíbula para não urrar.
- Uma transmissão ao vivo no Facebook – a garota disse timidamente. – Me dá, eu vou parar.
- Dimitri segura a Rose – Lissa gritou antes que eu pudesse voar na irmãzinha dela e torcer aquele lindo pescocinho até ver a vida abandonar seu corpo.
O braço de Dimitri logo me envolveu enquanto Jill correu para trás de Eddie com uma expressão assustada. Eu tentei me libertar do aperto, mas o russo estava fazendo um bom trabalho ali, então tive que me contentar em acertar Eddie com um vaso que eu consegui alcançar.
- Rose – Dimitri falou em meu ouvido. – Se você não parar de se debater, você vai realmente me machucar dessa vez.
Eu imediatamente parei de tentar me soltar e respirei fundo enquanto Eddie arrastava Jill para a cozinha.
- Nós estamos indo embora – eu rosnei e marchei para a saída, pegando minha bolsa no caminho.
- Rose, me desculpa – Lissa me seguiu e Dimitri veio logo atrás dela. – Eu não sabia que ela ia fazer isso, eu achei que ela realmente ia se comportar.
- Deixa pra lá, Liss – eu suspirei parando quando chegamos à varanda. – Você não tem culpa de ter uma irmã desequilibrada. Só avise a Jill pra cuidar quando estiver atravessando a rua. A chance dela ser atropelada acidentalmente por mim se eu a vir é de cem por cento.
Eu entrei no carro de Dimitri mal humorada e permaneci calada por parte do caminho até que ele resolveu quebrar o silêncio.
- Rose, não fique tão preocupada. Nós não estávamos fazendo nada... – ele pegou minha mão e começou a brincar com meus dedos. – Não vai ser diferente das fofocas que apareceram até agora.
- É diferente, Dimitri – reclamei. Será que ele não entende? – Essa garota tem que aprender limites. Nós estávamos bem ali. Ela teve a confirmação que tanto queria e só precisava segurar a língua por mais alguns dias. Por que ela tem que estragar um dia em paz dessa forma?
- Então o problema é que você estava gostando de passar um tempo com seus amigos? – o russo perguntou com cuidado.
- Eu sinto falta deles – admiti. – Com o trabalho da Liss e o meu trabalho nós mal temos tempo de nos ver...
- Eu sinto muito – Dimitri suspirou apertando minha mão. – Nós vamos dar um jeito nisso, ok? Eu prometo.
- A culpa não é sua – disse olhando-o. Não queria que ele se sentisse responsável. – A temporada já está quase acabando e as coisas vão ficar menos loucas depois disso.
O celular de Dimitri começou a tocar e ele me entregou para atender.
- Oi Vikka – murmurei ao ver que o aparelho se conectou ao viva voz do carro. – Dimitri está dirigindo, mas pode te ouvir.
- Alguém quer me explicar o que diabos está acontecendo? – ela soou irritada. – Por que meu celular não pára de tocar?
- Obra da Dragomir – Dimitri explicou. – Ela fez uma transmissão ao vivo no Facebook sem que percebêssemos.
- E por que diabos vocês estavam no mesmo lugar que ela? – Viktoria continuou exasperada. – Achei que eu tinha sido bem clara que vocês precisavam ser mais discretos se não queriam que os outros soubessem.
- Eu sei... – suspirei cansada.
- Vocês precisam me deixar soltar uma nota – Vikka gemeu. – Sério, eu vou enlouquecer se continuar assim.
- Ainda não – Dimitri respirou fundo e nos olhamos. Precisamos falar com Ivan o quanto antes.
- Vocês querem me ver numa camisa de força, só pode ser isso – ela reclamou antes de desligar.
Nós seguimos para casa e passamos o resto do dia assistindo filmes e curtindo um ao outro. Por algum tempo nós conseguimos fingir que estávamos em nosso próprio mundo particular.
Infelizmente isso não durou muito. Um pouco depois da meia noite, quando já estávamos deitados, o toque do celular de Dimitri nos despertou.
- É a Tasha – ele informou, olhando confuso para a tela do celular antes de atender .
Eu o olhei curiosa enquanto ele escutava e, pela expressão em seu rosto, ela parecia não estar caçando confusão.
- Espera – o russo se sentou na cama de supetão. – Se acalma, Tasha. Eu não estou entendendo nada do que você está falando...
Eu me sentei igualmente tentando compreender o que se passava.
- Como assim ela vomitou em você? O que ela tem? – ele perguntou preocupado.
Quem vomitou nela?
- Tasha, pára de chorar – Dimitri me olhou preocupado. – Eu já entendi que Claire vomitou em você. Mas o que ela tem? A Lissa falou que é a garganta? Mas por que você não a levou no hospital?
Dimitri se levantou e começou a andar de um lado para o outro. Pelo que eu estava entendendo Claire adoeceu e a idiota da mãe ao invés de levar a menina a um médico pediu uma consulta a distância para a namorada de seu sobrinho. É isso mesmo?
- A febre abaixou? – ele questionou depois de um tempo ouvindo. – De manhã eu estarei aí. Não. Eu cuido disso. Não precisa contratar uma enfermeira.
Dimitri me olhou de forma significativa e no mesmo instante me pus em movimento indo até o closet pra preparar uma mala para ele. Será que ele vai querer que eu vá junto? O que ele vai fazer? Trazer a menina para casa ou vai passar o Ano Novo lá? Eu vou ficar aqui sozinha sem ele?
- Sim, Tasha – o russo revirou os olhos quando eu voltei para o quarto colocando algumas roupas dele em cima da cama. – Eu entendo que você é uma mulher ocupada e não pode cuidar de uma criança... Sim, eu sei que é o meu dever cuidar da nossa filha e eu sei que você não fez ela sozinha...
É sério que ela está dizendo isso pra ele?! Qual o problema dessa louca?
- Tasha, eu tenho que desligar – ele respirou fundo. – Amanhã cedo estarei aí.
- O que aconteceu? – perguntei assim que ele encerrou a ligação.
- Claire teve febre alta o dia todo e vomitou nela agora a noite – Dimitri narrou e olhou para as roupas que eu tinha separado. – O que você está fazendo?
- Ela deu algum remédio? – ignorei sua pergunta, preocupada com Claire.
- Sim... Lissa acha que é a garganta pelos sintomas e receitou algo – ele me observou abrir a mala sobre a cama e começar a colocar as coisas dele lá dentro. – Rose, o que você está fazendo?
- Preparando sua mala – declarei confusa. – Não era isso o que você queria?
- Mas onde estão as suas roupas? – ele começou a mexer no celular. – Nós temos que fazer reserva em algum hotel. Você pode cuidar disso enquanto eu tento achar algum voo?
- Você quer que eu vá junto? – questionei para ter certeza.
- É claro que sim – Dimitri me olhou como se eu estivesse sendo ridícula e se aproximou deixando o celular um pouco de lado. – Eu jamais deixaria você aqui em pleno Ano Nova, Roza. Eu acho que deixei bem claro que não quero mais ficar um minuto longe de você. Você vai comigo sem discussão.
O russo me deu um rápido selinho e voltou à sua missão de procurar um voo. Fiquei me sentindo um pouco boba por um segundo, então corri para o closet a fim de separar algumas coisas para mim enquanto procurava hotéis em Miami ao mesmo tempo em meu celular.
- Não estou conseguindo nenhum voo antes da uma da tarde – ele informou olhando frustrado para a tela do celular. – Vamos ter de ir de carro, você se importa?
- Não – disse terminando de guardar meus pertences na outra mala.
Dimitri fechou as bagagens e as levou para o carro e aproveitei para ligar para os hotéis, mas todos estavam lotados. Era de se esperar. Como conseguir uma reserva tão em cima da hora em plena véspera do Ano Novo?
- Conseguiu alguma coisa? – Dimitri perguntou ao retornar. Já era quase uma da manhã e eu não tinha conseguido nada e ainda estava de pijama.
- Não – suspirei já vislumbrando a única solução. – Mas não se preocupe. Vá se trocar que eu dou um jeito nisso.
Eu disquei o número de meu pai quando o russo entrou no banheiro e o velhote me atendeu no segundo toque. Ele não dorme?
- O que o Belikov te fez dessa vez? – ele rugiu do outro lado. – Eu juro que agora eu acabo com a raça dele.
- Ele não fez nada – me apressei em explicar. – Eu preciso de ajuda.
- Ora, o que eu posso fazer por você, garota? – Abe perguntou em tom de curiosidade. Suas mudanças repentinas de humor sempre me deixavam um pouco tonta.
- Dimitri e eu precisamos ir pra Miami agora. Claire está lá com a mãe e adoeceu e aquela mulher não sabe lidar com a menina – contei resumidamente. – Só que eu não estou conseguindo nenhuma reserva, você pode ajudar?
- Seu namorado famoso não é capaz de conseguir uma simples reserva de hotel? – ele soou presunçoso. – Ainda bem que você sempre pode recorrer ao seu pai...
- Velhote, você vai me ajudar ou não? – cortei-o. – Talvez você possa ligar para Horace Derwent? Ou quem sabe Albert Shockley?
- Não se preocupe, garota – meu pai continuou com seu tom arrogante irritante. – Com certeza eu resolvo isso. Quando vocês chegam a Miami?
- Ao amanhecer.
- Te ligo logo – ele disse antes de desligar.
Eu me troquei rapidamente enquanto sentia o cansaço recair sobre mim e vislumbrava que ainda enfrentaríamos mais quatro horas dirigindo até lá. Só espero que Abe consiga a reserva...
Após alguns minutos em que terminava de amarrar meu cabelo, o celular começou a tocar.
- Eu conversei com Horace e ele conseguiu uma bom quarto pra vocês no The Saint Regis – Abe anunciou. – Por conta da casa.
- Por conta da casa? – perguntei para confirmar a informação.
- Você é uma Mazur, Rosemarie. E ele me deve alguns favores – meu pai disse com naturalidade. – Eu avisei que vocês chegarão em breve. Está tudo acertado. A reserva está em seu nome.
- Você não poderia ter colocado no nome de Dimitri? – revirei os olhos. Meu pai poderia ser extremamente infantil às vezes.
- Poderia, mas não fiz – ele gargalhou. – Mande lembranças a Horace por mim.
- Obrigada, pai – eu me despedi e retornei ao quarto. – Temos uma reserva, camarada.
Miami, aí vamos nós!
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¹ Sim. Você é minha.
² Minha garota má.
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