História The Coach's Daughter - Você é!

 

 “Eu não sou a primeira pessoa que você amou

 Você não é a primeira pessoa a qual eu olhei com um um “bocado de para sempre”. 

 Nós dois conhecemos a perda como a ponta de uma faca afiada

 Nós dois temos vivido com mais cicatrizes nos lábios do que pele

 Nosso amor veio de repente, no meio da noite

 Nosso amor veio quando estávamos desistindo de implorar por amor

 Eu acho que faz parte do seu milagre

 É assim que curamos

 Eu beijarei você como perdão 

 Você me abraçará como eu espero

 Nosso braços se juntarão e iremos fazer promessas entre nós como flores dentro de um livro

 Eu escreverei sonetos ao sal doce na sua pele 

 Eu escreverei novelas para a cicatriz no seu nariz 

 Eu escreverei um dicionário de todas as palavras que eu tenho usado para tentar descrever como eu me sinto por ter finalmente encontrado você

 E eu não terei medo das sua cicatrizes 

 Eu sei que as vezes ainda é difícil deixar eu ver você em toda essa sua “perfeição quebrada”

 Mas por favor saiba, 

 Seja esse os dias que você brilha mais que o sol, ou, as noites que você colapsa no meu colo seu corpo quebrado e cheio de perguntas

 Você é a coisa mais linda que eu já vi 

 Eu amarei você quando você for um dia 

 Eu amarei você quando você for um furacão”

                                    -Clementine von Radics

 

 

   Berlim, Alemanha 

 

 Aurora’s POV

 

 Eu estava do lado de fora do aeroporto de Berlim desesperada por um táxi. Assim que fiquei sabendo da situação de Marco a da atitude de Isco, vim correndo para a Alemanha. Eu ainda não podia acreditar que Francisco foi capaz de deixar isso acontecer. 

 Larguei minhas malas e me sentei no meio fio já sem esperanças, peguei meu telefone para tentar ligar pro meu pai, ou alguém, mas o mesmo estava sem bateria. Ótimo! Hoje definitivamente não é o meu dia. 

 Suspirei fundo e afundei minha cabeça em minhas mãos. 

 Depois de mais ou menos 20 minutos, finalmente consegui um táxi para me trazer até o hospital. 

 

 -Está aqui o troco, obrigado e tenha uma boa noite! -o taxista falou me entregando o troco e minha outra mala 

 

 -Muito obrigada! -agradeci e entrei no hospital

 Como já era de se esperar, o local também estava vazio, a não ser pelas recepcionistas que conversavam, lê-se fofocavam, animadamente. 

 

 -Boa noite? -a mulher loira, de aproximadamente 24 anos, me olhou de cima a baixo. Não julgo-a, afinal, meu estado era péssimo 

 

 -Eu preciso ver Marco Reus! -falei e ela arqueou uma sobrancelha 

 

 -O seu nome por favor! -ela falou digitando alguma coisa no computador 

 

 -Aurora Bosz! -falei 

 

 -Essa é sua pulseira de identificação, sala de espera 5, segundo andar! -ela falou me entregando a pulseira e apontando para o elevador 

 

 -Obrigada! -agradeci 

 

 Assim que cheguei no segundo andar, caminhei até a grande porta branca com o número 5 e respirei fundo antes de abrir a mesma. Assim que entrei no local me assustei com o tanto de gente. Meus pais, os pais de Marco, suas irmãs, Leon, Jade, Alice e todos os jogadores do BVB. Obviamente o clima não era nada bom. 

 

 -Filha! Que bom que você veio! -minha mãe falou me abraçando assim que cheguei perto dela

 

 -Aurora! -dona Manuela, mãe de Marco, me chamou 

 

 -Oi Manu, como a senhora está? -falei cumprimentando a mesma 

 

 -Desesperada! -ela riu sem humor e me abraçou- Muito obrigada por ter vindo, meu filho ama você!

 

 -Eu jamais deixaria ele na mão Manu, Marco é um menino de ouro e ele vai sair dessa! -falei 

 

 -Se Deus quiser Aurora! Se Deus quiser! -ela falou 

 

 -Mas vocês já tem alguma notícia? Como ele está? -perguntei 

 

 -Por enquanto nada! -Thomas, pai de Marco, falou abraçando Manu 

 

 -Já faz uma hora que o médico passou aqui falando que iria dar notícias mas até agora não voltou! -meu pai falou e eu concordei

 

 -Eu vou falar com o resto do pessoal! -falei e eles concordaram 

 Cumprimentei as irmãs de Marco, os meninos do BVB, conversei um pouco com Leon e Jade, que já estavam indo embora, e depois fui até Mario, Ann, Meli, Bartra, Alice, Roman e Erik. 

 

 -Como foi? -perguntei 

 

 -O zagueiro do Schalke chegou por trás dele, foi uma entrada muito forte, acabou acertando com o joelho na coluna do Marco. -Mario falou 

 

 -A gente até tentou animar ele em campo, mas ele apagou! -Bartra completou 

 

 -Vocês acham que é muito grave? -Alice perguntou 

 

 -Espero que não! Mas ele vai ficar bem! -Roman falou 

 

 -Vamos na lanchonete comigo? Quero comprar uma água! -Erik falou e eu concordei 

 

 -Eri, eu to preocupada! -falei assim que saímos da sala 

 

 -Ele vai ficar bem Aurora, é o Marco! Ele sempre fica! -Durm falou me abraçando de lado 

 

 -Eu poderia ter evitado isso! -falei abraçando o loiro também 

 

 -Claro que não Aurora! Isso foi um acidente, infelizmente é normal no futebol, é a parte chata. Não tinha nada que você pudesse fazer! -ele falou me encarando 

 

 -Claro que eu podia! -falei parando em sua frente 

 

 -Do que você está falando? -ele perguntou 

 

 -Eles armaram pro Marco! -falei 

 

 -Como assim? -ele me puxou pro canto do corredor 

 

 -Marcel e companhia pagaram o zagueiro do Schalke pra machucar o Marco! -falei e Erik arregalou os olhos 

 

 -Mas o Leon não tava infiltrado no grupinho deles pra saber dos planos? -ele perguntou 

 

 -Sim, ele descobriu isso uns minutos antes do jogo. Até tentou ligar pra mim, o Isco atendeu e o Leon pediu pra que ele me avisasse urgente mas... 

 

 -Mas? 

 

 -Ele falou que era engano! -falei e percebi Erik travar o maxilar 

 

 -Só me diz que você não tá mais com ele... -era a primeira vez que eu via Durm realmente bravo

 

 -Eu quero distância dele! -falei e continuamos andando até a cafeteria 

 

 -Mas precisamos fazer alguma coisa, falar com o seu pai, com a polícia, sei lá. Isso não pode ficar assim! -Erik falou pagando sua água 

 

 -Sim! Já falei com o Leon, ele gravou todas as conversas como provas! Eles vão pagar caro por isso! -falei e Erik concordou

 

 ...

 

 Voltamos para a sala de espera, algumas pessoas já tinham ido pro hotel descansar. Depois de mais ou menos meia hora o médico chegou tomando a atenção de todos. 

 

 -Doutor! Como está meu filho? -Manuela perguntou 

 

 -Bom, a situação do Marco é estável, ele já saiu do coma mas continua inconsciente, ainda não acordou. -Dr Alexander falou 

 

 -Mas o que ele teve exatamente Dr? -Peter perguntou 

 

 -Ele teve uma fratura no processo transverso da vértebra da coluna lombar, causada pela contração dos músculos da coluna.  É considerada uma lesão leve e estável. Eu acredito que com o tratamento e remédios, dentro de 4 a 8 semanas ele poderá voltar para os gramados. Marco teve muita sorte, se não fosse sua musculatura de atleta poderia ser algo extremamente grave. -O doutor explicou 

 

 -A gente pode ver ele? -Thomas perguntou 

 

 -Podem sim, mas como eu disse, ele ainda não acordou, então aconselho que entre somente um por vez! -ele falou 

 

 -Muito obrigada Dr. -Manuela agradeceu e ele se retirou. Logo chegou uma enfermeira para nos mostrar qual era o quarto que Marco estava. 

 

 -Vai lá filha! -meu pai falou pra mim assim que vimos Yvonne, irmã de Marco, sair do quarto. Toda a família dele já tinha entrado ver ele. 

 

 -Não, podem ir antes. Quero ir por último! -falei e ele arqueou uma sobrancelha 

 

 -Aurora...

 

 -Por favor pai! -pedi e ele concordou 

 

 Estávamos eu, meus pais, Manuela, Thomas, Yvonne, Melanie, Alice, Roman, Erik, Ann, Mario e Auba. Marc e Meli haviam acabado de voltar para o hotel pois Gala havia ficado com a vó. Todos já tinham visto Marco. Roman, o último que entrou no quarto havia acabado de voltar. 

 

 -Vai lá! -Manuela falou para mim- Ele vai ficar feliz! -e pela primeira vez no dia, vi ela sorrir. Apenas concordei e fui até o corredor onde ficava o quarto que ele estava. 

 

 Respirei fundo antes de girar a maçaneta e entrar no cômodo. Meu coração apertou assim que vi Marco naquele estado. Me aproximei tocando seu rosto que estava mais pálido que o normal, sua pele estava mais fria e seu topete meio loiro, meio ruivo estava todo bagunçado. Me sentei ao lado da maca em uma poltrona e segurei em sua mão. O único barulho presente na sala era o dos batimentos cardíacos de Reus no aparelho ao lado da cama e de sua respiração pesada. Doía tanto ver ele daquele jeito. Desacordado, machucado, ligado a um monte de fios e aparelhos. Senti uma lágrima escorrer em meu rosto e apertei mais firme sua mão. 

 

 -Quem diria que estaríamos juntos de novo né?! -falei. Mesmo sabendo que ele estava desacordado, eu precisava desabafar sobre tudo o que eu estava sentindo. 

 

 -Marco, eu conheci você tão de repente, em um momento cheio de mudanças na minha vida. No começo a gente não se deu muito bem, estávamos sempre brigando, mas toda essa implicância virou amor. Amor que infelizmente a gente não soube lidar e acabamos nos separando. Mas o destino sempre prega peças na gente, hoje, quando eu soube que podia te perder de vez, eu não pensei duas vezes antes de largar tudo e vir até você. Eu acho que tudo que aconteceu foram lições pra mostrar pra gente que o amor sempre vence. E que o que é para ser, será. Nem montanhas, nem oceanos, nem ninguém, nem nada nesse mundo pode nos separar, porque esse não é o meu mundo...

 você é! E eu te amo Marco Reus! -falei abaixando minha cabeça enquanto lágrimas escorriam pelo meu rosto

 

 -Eu te amo mais Aurora!