handporn.net
História The Cop - Baekhyun - EXO - Obrigada - História escrita por keepinghopes - Spirit Fanfics e Histórias
  1. Spirit Fanfics >
  2. The Cop - Baekhyun - EXO >
  3. Obrigada

História The Cop - Baekhyun - EXO - Obrigada


Escrita por: keepinghopes

Notas do Autor


Depois de já ter surtado muito eu queria deixar aqui meu agradecimento aos mais de 300 favs em TC 💕

Capítulo 17 - Obrigada


Sentindo algo molhado em seu rosto e um cheiro estranho, Baekhyun começou a recobrar a consciência e se remexeu, tentando afastar com o braço o que fosse aquilo.

— Eu falei para você não vir pro segundo andar. - Ouviu a voz baixa de S/N, como se brigasse com alguém, e o detetive finalmente abriu os olhos, dando de cara com o cachorro preto que respirava com a boca aberta a centímetros do rosto dele.

— Que nojo, Chester! - Exclamou, fingindo que ia vomitar enquanto empurrava o cachorro, fazendo S/N gargalhar. 

— Eu juro que não vi ele subindo as escadas. - Justificou, puxando Chester pela coleira, fazendo ele descer da cama. Baekhyun fez um barulho com a boca, virando para o lado e enfiando o rosto no travesseiro, arrancando um sorriso de S/N.

Ela ficou o observando até perceber que ele já tinha voltado a dormir e ela estava igual uma idiota parada ali. Resolveu deixá-lo dormir por mais alguns minutos, já que logo o despertador iria tocar, e voltou para a cozinha para ver como estava sua torta no forno. Nos minutos seguintes, S/N foi para o quintal brincar com Chester e ajudar o filhote a gostar um pouco de sua energia. Ela o observou correr de um lado para o outro sem parar, indo atrás da bolinha e, vez ou outra, se distraindo com algo que encontrava pelo gramado. S/N ria sozinha vendo o quão elétrico e disperso ele conseguia ser. Quando ela ouviu um barulho vindo da janela da cozinha, resolveu voltar para dentro de casa e encontrou Baekhyun mexendo nos balcões, como se procurasse por algo.

— Não tem café? - Questionou e S/N balançou a cabeça.

— Não, mas posso fazer. - Se ofereceu.

— Eu faço. E bom dia. - Falou, se virando para ela e depositando um rápido beijo em seus lábios, fazendo S/N travar no lugar enquanto o detetive continuava a se mexer de um lado para o outro da cozinha. 

Enquanto enchia o bule para ferver água, Baekhyun olhou para trás com um sorriso divertido, como se soubesse que aquela seria a reação de S/N. A mulher rolou os olhos, indo tirar a torta do forno enquanto sentia suas bochechas queimarem. Baekhyun riu fraco, vendo como a mulher que antes o provocava sem parar agora ficava envergonhada com algo tão simples. S/N colocou a torta na mesa e arrumou pratos e xícaras, sentindo o olhar do homem preso em si.

— O que foi? - Perguntou brava, colocando as mãos na cintura e finalmente se virando para encará-lo. 

— O quê? - Questionou humorado, cruzando os braços e se encostando no balcão.

— Para de ficar me olhando.

— Você não parecia se importar com isso antes.

— Tá e daí? - Disse irritada, fazendo ele rir.

— Esse é um ótimo argumento. - Brincou e ela bufou, tentando conter o riso. — Acordou muito cedo? - Perguntou, resolvendo mudar de assunto. 

Por ter revelado para Baekhyun que toda a personalidade que ele conhecia não passava de uma fachada para S/N não demonstrar quem realmente era, ela ficava levemente perdida e tímida perto do homem, sem saber exatamente como agir ou o que falar. Aquela realidade ainda não era familiar e a mulher precisava se acostumar com o fato de que, pela primeira vez, podia ser ela mesma perto de alguém. Lidar com toda a bagunça de sua cabeça, entretanto, continuava sendo a parte mais difícil. 

Baekhyun, por outro lado, tinha consciência que S/N tentaria, eventualmente, afastá-lo. Não que realmente fosse funcionar, já que o detetive tinha consciência que aquilo seria os traumas e inseguranças dela falando. E quando isso acontecesse, ele mostraria que não a deixaria ir tão facilmente assim. 

— Faz um pouco mais de uma hora que acordei. - Deu de ombros, se sentando na cadeira e começando a fazer carinho na cabeça do cachorro que já estava em seu encalço. 

Baekhyun queria que S/N se aproximasse só para que pudesse a puxar para ficar entre seus braços, mas entendia que todo o lance de afeto era novo demais para ela e que ela ainda precisava de espaço e tempo. Ele abriu um pequeno sorriso, vendo que a mulher e o cachorro já estavam apegados um ao outro.

— Por quê? - S/N o encarou confusa.

— Eu... perdi o sono? - Respondeu, sem saber o que dizer. Era como se Baekhyun estivesse... preocupado? — Eu só acordei cedo, não tive um ataque cardíaco. - Brincou e ele riu fraco.

— Não é isso. As vezes, quando coisas como ontem acontecem as pessoas podem ter pesadelos ou não conseguem dormir. E eu não sei até que ponto isso te trouxe memória de traumas passados.

— Eu já passei por coisas piores do que o que aconteceu ontem. Não precisa se preocupar. - Falou simples, sem ver a expressão incrédula do detetive.

— Como você acha que eu não vou me preocupar, mulher? - Quando S/N finalmente voltou a olhar para ele, começou a rir — O que foi? - Questionou, sem entender.

— Você é bonitinho quando está preocupado. - Falou sincera, voltando a sua atenção para o cachorro que tinha a cabeça apoiada no colo dela.

— Bonitinho? Bonitinho não chega nem perto de ser um elogio, para sua informação. - Baekhyun começou a resmungar enquanto terminava de fazer o café, fazendo S/N continuar a rir.

— Eu sempre te chamei de bonitinho. - Justificou e os dois sorriram, mesmo que não se olhassem.

Depois de comerem, Baekhyun voltou para o quarto para terminar de se arrumar e S/N foi para sala, ligando a televisão e deixando no primeiro desenho que apareceu. S/N viu quando Chester subiu as escadas, mas não se importou em chamar o cachorro, já que o mesmo aparentava gostar de saber o que Baekhyun fazia. Não demorou três minutos para o detetive descer as escadas com Chester atrás de si.

— Você viu meu distintivo? - Perguntou, bagunçando os cabelos. Tudo o que precisava era chegar atrasado porque enfiou o distintivo em sabe Deus onde. S/N pegou o objeto que estava jogado na mesinha de centro e arremessou para Baekhyun que pegou o mesmo no ar. Ele comprimiu os olhos, finalmente se lembrando de ter deixado ali quando foi fazer a ligação depois que voltaram da delegacia. — Obrigado.

— “Obrigado” nada, eu quero um pote de sorvete quando você chegar. - Exigiu, ainda sem olhar para ele, já que estava focada no desenho.

— Vou pensar no seu caso.

— Vai pensar nada, você vai trazer e ponto. - Brigou e ele riu.

— Você vai ficar bem, sozinha? - Indagou, parando na frente dela.

— Eu acho que sou bem grandinha para ficar sozinha. - S/N rebateu, franzindo o cenho. A preocupação de Baekhyun fazia o coração dela se aquecer, mas o fato de ninguém nunca ter se preocupado antes fazia com que S/N achasse aquilo um pouco demais, já que era sempre ela que cuidava de si mesma. — Eu vou ficar bem, prometo. - Rolou os olhos, vendo ele a encarar desconfiado.

— Tá bom. - Suspirou. — Já vou, então. - Falou e deu um selinho na mulher, fazendo ela abrir um pequeno e tímido sorriso. — O quê? - Indagou, vendo a expressão boba que ela sustentava.

— Você precisa parar de fazer isso do nada.

— Você quer que eu pergunte se eu posso te beijar? - Questionou divertido e S/N fechou a expressão.

— Por que você não vaza daqui, hein? - Falou, apontando para a porta e arrancando uma gargalhada do detetive.

— O bonitinho vai embora se é isso que você quer. - Disse, finalmente se afastando e S/N sentiu uma certa aflição crescer dentro de si.

— Eu não quero que você vá embora. - Perguntou, se sentando direito no sofá e Baekhyun abriu a porta, colocando distintivo de qualquer jeito ao redor do pescoço.

— Eu preciso ir trabalhar. - Explicou, sem entender o real sentido da frase de S/N.

— Você vai trazer meu pote de sorvete? 

— Vou, S/N. 

— Você promete? 

— Se você está tão desesperada assim por um pote de sorvete, eu prometo. - Falou rindo. — Até depois, bonitinha. - Piscou para ela.

E assim, a porta foi fechada, deixando a mulher com o cachorro que agora mordia um brinquedo. Ela suspirou se deitando no sofá e encarando o teto. S/N não queria confessar para si mesma que só precisou daquela única vez para já odiar Baekhyun falando que ia embora. Até porque todo mundo que ia embora da sua vida era realmente para nunca mais voltar. Por mais bobo e infantil que fosse, esse era o motivo que ela lhe fez prometer trazer sorvete. Não porque queria comer, mas porque queria ter a certeza de que Baekhyun voltaria. Aquela insegurança era um tanto idiota, levando em conta que a casa era dele, então obviamente ele apareceria, mas era difícil ignorar as paranoias de sua cabeça. Era difícil ignorar o medo que crescia a cada dia quando pensava que podia perdê-lo.

(...)

Após cumprimentar alguns detetives que já estavam ali, Baekhyun deu duas batidas na porta da sala do capitão, ouvindo um entra.

— Bom dia, capitão Kwan. - Falou, se sentando em uma das cadeiras em frente a mesa do mais velho.

— Detetive Byun. - Falou com seu jeito formal de sempre, mas Baekhyun já estava acostumado. — Espero que sua amiga esteja bem.

— Está. E obrigado por deixar eu sair ontem. - O capitão assentiu. — Huh, na verdade eu queria falar sobre isso.

— Estou ouvindo. - Disse, entrelaçando seus dedos em cima da mesa.

— Eu quero trabalhar nesse caso. - O mais velho analisou o detetive por alguns instantes.

— Não. - Baekhyun franziu o cenho.

— Por quê? Fala sério, eu sou um dos melhores detetives daqui. Sem ofensas aos outros, claro. 

— Por que você está envolvido emocionalmente nisso. - Disse óbvio e Baekhyun rolou os olhos.

— Mas é claro que não. - O capitão arqueou as sobrancelhas, ainda o encarando sério. — Tá, talvez eu esteja um pouco, mas qual o problema? Eu provavelmente vou resolver esse caso mais rápido ainda pelo fato de estar envolvido emocionalmente. - Tentou argumentar.

— Não.

— Mas... - Baekhyun soltou um grunhido. — Quem que vai gostar mais do que eu de ficar assistindo gravações do shopping e das ruas, huh?

— O detetive Do. - Baekhyun comprimiu os olhos, sabendo que era verdade.

— E o Jongdae? Eu tenho certeza que ele vai preferir trabalhar em outros casos.

— Baekhyun, você não vai trabalhar nesse caso. Confie em Kyungsoo e Jongdae, eles também são excelentes detetives.

— É claro que eu confio neles, mas eles não são eu. - Resmungou enquanto saía do escritório do capitão e o mais velho apenas suspirou, assistindo o detetive se afastar.

Já fazia algumas horas que Baekhyun estava trabalhando com Chinsun no mesmo caso das drogas, revisando as informações novas e antigas. Os dois continuavam frustrados pelo fato de não terem nenhum avanço significativo até agora e já fazia um tempo considerável que estavam no caso.

— Ouvi dizer que eles vão transferir o caso se não resolvermos toda essa merda logo. - Baekhyun falou derrotado, sentando na mesa da sala que eles usavam.

— Ninguém vai transferir caso nenhum, ok? Talvez trabalhando sob pressão a gente consiga melhores resultados. - Chinsun falou, tentando se manter positiva, e Baekhyun sorriu fraco, desejando que ela estivesse certa. — Posso te fazer uma pergunta? - Ela falou, após minutos em silêncio, e Baekhyun parou de fazer algumas anotações no quadro, voltando sua atenção para ela.

— Sim.

— Aquela mulher de ontem...

— S/N.

— Isso. Jongdae falou que vocês moram juntos. - Baekhyun assentiu, se encostando no quadro. — Você gosta dela, certo? - Chinsun sorriu ao ver a expressão desconcertada de Baekhyun. Jongdae não teria falado sobre aquilo para alguém, ou teria? Mesmo que Baekhyun ainda não tivesse admitido o que estava sentido para o amigo, Jongdae já tinha certeza antes mesmo de Byun se dar conta.

— Hum? - Murmurou e Chinsun riu.

— Isso era um segredo? - Ela perguntou incerta. — Porque você deveria tentar esconder isso mais arduamente. - Brincou, fazendo ele soltar uma risada nasalada e coçar a nuca.

— Não acho que seja. 

— Foi muito fofo o jeito que você chegou todo preocupado. Tirando a parte que você quase bateu no meu carro no estacionamento. - Os dois começaram a rir e ele negou com a cabeça.

— Sobre o que aconteceu entre mim e você...

— Sem problemas, Baek. Águas passadas, eu mereço alguém que goste de mim realmente e você também merece alguém que te aguente.

— Que me aguente? - Indagou, fingindo estar ofendido.

— Sim. - Brincou. — Mas falando sério, sem ressentimentos.

— Você por um acaso está saindo com alguém? - Questionou, a analisando.

— Talvez? - Ela sorriu.

— Agora está explicado porque você me superou tão rápido.

— Cala a boca, Byun. - Chinsun deu um soco de leve no braço dele, fazendo os dois começarem a rir, mais uma vez.

— Você se importa se eu te pedisse ajuda em uma coisa?

— Não... - Chinsun respondeu com um sorriso desconfiado.

(...)

S/N continuava a passar pano no chão da cozinha, já que ela tinha começado a limpar a casa de tarde quando estava com tédio, mas ficou com preguiça e largou tudo. Agora que era quase dez da noite, resolveu retomar a faxina. Aquele era o último cômodo que faltava e ela cantava a música alta que vinha da televisão enquanto Chester tentava morder e tirar o pano do rodo.

— Eu já falei para você parar. - Ralhou com o filhote que latiu, ainda achando que tudo era brincadeira. — Depois vai te dar problema porque fica aí mordendo pano sujo e eu quero ver, não venha reclamar quando tiver que ir no veterinário porque eu te avisei, hein. Já está ciente das suas ações. - Continuou com seu monólogo, até que Chester começasse a latir e S/N franziu o cenho. — O que foi agora? - Assim que se virou, ela soltou um grito de susto, vendo Baekhyun parado no batente da porta, tentando não rir. — Porra, inferno, não me assusta, seu babaca! - Exclamou, fazendo o detetive gargalhar e desviar da tentativa de S/N bater nele com o rodo. 

— Já terminou? 

— Já. - Confirmou, tirando o pano do rodo e indo até a lavanderia. — Por quê? - Questionou, voltando para a cozinha.

— Toma um banho, nós vamos sair. - S/N franziu o cenho, o olhando sem entender.

— Sair? - Ele assentiu. — Para onde?

— É surpresa. - Disse óbvio e ela cruzou os braços. — Não pergunta nada e só vai se arrumar, S/N. - Ele pediu, rindo, fazendo ela desmanchar a expressão desconfiada.

— E meu sorvete? - Baekhyun mostrou a sacola que antes escondia atrás de seu corpo e S/N sorriu largo. — Obrigada. - Agradeceu, indo guardar o sorvete e correu para subir as escadas, fazendo Baekhyun soltar uma leve risada.

Quando S/N terminou de secar o cabelo, colocou um casaco e se olhou no espelho. Seus cabelos estavam soltos, usava um tênis azul desbotado, calça preta, blusa larga que ela tinha a anos e o casaco que tinha pegado de alguém, mas não se recordava de quem. Ela gostava de se vestir do jeito mais confortável possível, sem se importar em se arrumar demais ou o que os outros achariam de suas roupas. O que fazia S/N ficar surpresa já que, pela primeira vez, se perguntava se aquilo estava adequado para o lugar que iriam. E por que Baekhyun queria fazer uma surpresa para ela, por Deus? Ele era confuso demais para ela tentar entender.

— Pronta? - Baekhyun perguntou do outro lado da porta e S/N respirou fundo, abrindo a mesma.

— Sim. - O detetive tinha os cabelos úmidos e não usava mais o uniforme da delegacia, denunciando que ele aproveitou para tomar banho enquanto S/N se arrumava. 

— Então, vamos. - Falou animado.

O caminho passou tranquilo, sem que Baekhyun falasse para onde estavam indo, mesmo que ele parecesse empolgado e nervoso ao mesmo tempo. Ele claramente havia gostado da ideia que colocaria em prática, mas não sabia se S/N também gostaria do que tinha sido preparado. Ele esperava que sim. 

A mulher franziu o cenho assim que começaram a subir um morro com quase nenhuma iluminação, fazendo ela ficar levemente apreensiva.

— Aonde estamos indo? 

— Você já vai ver. - Respondeu, ainda sem desviar o olho da estrada de chão, e ela assentiu. Após poucos minutos, quando o carro finalmente parou, Baekhyun desceu e S/N fez o mesmo.

Com um aceno de mão, ele a chamou para caminhar mais alguns metros, parando perto da beirada, onde era possível ver o resto da cidade iluminada pelas luzes que pareciam minúsculas dali. A noite estava fria e a brisa gelada bagunçava os cabelos de S/N enquanto ela admirava a vista, e Baekhyun a admirava, captando cada mínima reação da mulher e sorrindo ao ver os olhos dela que brilhavam com admiração.

— Esse lugar é lindo. - Comentou, ainda sem tirar a atenção de tudo a sua frente.

— Não só o lugar. - Baekhyun falou, recebendo um leve empurrão e uma risada de S/N. 

Deixando ela ali, o detetive voltou para o carro, abrindo o porta-malas e tirando algumas coisas dali de dentro. 

— O que você está fazendo? - S/N questionou, assim que percebeu que Baekhyun saiu do seu lado. Olhando para trás, o encontrou estendendo um cobertor no chão e deixando uma manta dobrada no canto. Ele deu de ombros, voltando a pegar algo no porta-malas.

— Pizza? - Ofereceu, sorrindo enquanto mostrando uma caixa de pizza e uma garrafa de vinho. S/N abriu um largo sorriso, sentindo seu coração bater descompassado com tudo aquilo.

Os dois se sentaram no cobertor e se acomodaram ali. Baekhyun encheu as taças e não demorou para que começassem a comer.

— Quando que você arrumou tudo isso? - S/N perguntou, ainda sem acreditar que o detetive havia se dado ao trabalho de fazer tudo aquilo.

— Enquanto você tomava banho. - Respondeu com um sorriso orgulhoso.

— Eu demorei tanto assim? - Baekhyun riu, negando.

— Eu já tinha pedido a pizza antes de sair da delegacia e comprei o vinho antes de ir para casa. 

— Quando você planejou isso? - Questionou, curiosa.

— Fazem semanas, foi tudo calculado e planejado minuciosamente para que erros não fossem cometidos no processo e... - Baekhyun parou de falar assim que viu a expressão divertida que S/N sustentava, sem acreditar em uma palavra. — Eu pensei em tudo hoje à tarde. - Admitiu, ouvindo a gargalhada dela.

— Foi o que eu imaginei.

— A Chinsun me ajudou e eu acabei descobrindo que... Por que você tá me olhando assim? - S/N tinha o cenho franzido o encarando com uma careta descrente.

— Você é idiota? Ela gosta de você e você pediu para ela te ajudar?

— Ela não gosta de mim. Como eu ia dizendo, - Enfatizou com um sorriso humorado. — enquanto a Chinsun me ajudava, eu descobri que ela está saindo com outra pessoa. - S/N arqueou a sobrancelha. — Adivinha quem. 

— Como que eu vou saber? - Perguntou, confusa.

— Tenta! - Pediu, deixando S/N sem entender porque Baekhyun parecia tão animado.

— Hum... Sei lá... Dylan? - O detetive fez uma careta.

— Quem que é Dylan?

— Eu que sei, você que pediu para eu adivinhar, eu só falei qualquer coisa. - Justificou enquanto os dois começavam a rir. 

— Tá, eu falo. Você está preparada para a revelação? - S/N assentiu, tomando mais alguns goles de seu vinho. — Ela está saindo com o Jongdae. - Assim que a mulher ouviu o nome do outro detetive, ela cuspiu o vinho, olhando incrédula para Baekhyun que gargalhava. — Exato! Eu também fiquei surpreso.

— O Jongdae furou seu olho?! - Falou, ao mesmo tempo que tossia e ria.

— Ele não furou meu olho.

— Furou, sim.

— Eu não tenho nada com a Chinsun, então não foi furar olho.

— Claro que foi. - Insistiu, só para provocar Baekhyun que a empurrou de leve. — Ele não deveria, sei lá, ter te contado? - Perguntou, sem realmente saber como amizades funcionavam, até porque S/N nunca foi de contar muita coisa da sua vida para os outros.

— Uma hora ele ia contar. - Baekhyun deu de ombros, sem realmente se importar. 

— Então é assim que funciona? 

— O quê? - Perguntou de boca cheia.

— Uma amizade. Você só conta as coisas quando quer e a outra pessoa não cobra nada caso você não conte? - Baekhyun não podia negar que achava fofo as dúvidas um tanto ingênuas que S/N tinha, ao mesmo tempo que ficava triste por ela não saber de algo tão simples como a forma que uma amizade verdadeira funcionava.

— Bom, eu diria que um amigo serve para sempre estar lá quando você precisar, te aconselhar e torcer por você. Para te ouvir e tentar te ajudar. Às vezes a pessoa pode ficar chateada que você deixou de contar algo, mas ela precisa respeitar que essa é sua decisão e você só vai falar quando se sentir confortável. Claro que isso serve para os dois lados. Uma amizade é formada por respeito, confiança, carinho, honestidade e amor. E brigas. - Completou a última parte rindo e S/N escutava a tudo, atenta. — Há mais coisas, mas acho que esse seria o básico.

— Então, você é meu amigo? - Baekhyun parou de olhar para a cidade e voltou sua atenção para S/N que mastigava a pizza e tinha os olhos curiosos.

— Também.

Também, porque para Baekhyun aquilo era mais do que apenas uma amizade e ele esperava que S/N pensasse o mesmo. Ela sustentava um sorriso leve e alegre, fazendo os pensamentos dele irem para o ar. O detetive ficou observando a mulher por alguns minutos enquanto continuavam a comer e beber em um confortável silêncio.

— A Yujin não é minha amiga? - S/N perguntou de repente, assim que terminou de beber o líquido de sua taça.

— Acho que é? - Disse, confuso. — Até onde eu sei você só foi para minha casa por ser amiga dela. - Falou, fingindo estar desconfiando e S/N riu.

— Isso sim. É só que... - Ela ponderou por alguns instantes. — Eu não costumo contar as coisas para ela e todas as vezes que conversamos, ela só fala sobre si mesma. Não que isso seja culpa dela, quem se nega a falar sou eu. Mas eu não devia confiar nela? 

— Dever, você não deve nada. - Disse simples. — Talvez ela não gosta do fato de você não se abrir com ela, mas não te força a falar nada porque respeita seu espaço e sabe que você vai falar o que quiser quando estiver pronta. E você se importa com ela, certo? - S/N assentiu. — E eu sei que ela se importa com você, também. Então eu diria que vocês são amigas. 

— É, eu também diria. - S/N concluiu, após ponderar por alguns segundos, arrancando uma fraca risada de Baekhyun. — Posso fazer uma pergunta?

— À vontade.

— Isso é um encontro? - O detetive abriu um leve sorriso.

— Sim. A não ser que você não queira que seja.

— Eu quero. - Admitiu, levemente envergonhada.

— Então, isso é. - Eles se encararam, sorrindo.

Já fazia entorno de duas horas que os dois conversavam sobre diversos assuntos, descobrindo diversas coisas sobre o outro enquanto estavam enrolados na manta, tentando se proteger do vento que esfriava cada vez mais. Baekhyun quase não tinha bebido pelo fato de ter que dirigir depois e S/N bebeu o suficiente para se sentir mais alegre do que já estava quando sóbria. Ela se sentia leve e um pouquinho sonolenta, fazendo ela apoiar a cabeça no ombro de Baekhyun que tinha o braço ao redor de sua cintura, a trazendo para perto. 

— Quer ir? - Perguntou em um murmuro e ela negou com a cabeça. — Tem certeza? Você está caindo de sono.

— Não estou, não. - Vendo Baekhyun se sentar e esticar o braço para pegar uma das taças para começar a recolher as coisas, S/N segurou o pulso dele. — Não, não, não. 

— Você quer ir para casa dormir que eu sei. - Ele brincou, achando graça do desespero dela para não o deixar pegar as coisas.

— Não quero. Baekhyun! - Ela reclamou, segurando o outro pulso dele assim que tentou alcançar outro objeto. — Para! - Falou alto quando ele se soltou do aperto frouxo dela e os dois começaram a rir. S/N tentava o puxar de todos os jeitos, mesmo que Baekhyun não estivesse usando metade de sua força para conseguir se soltar. — Deixa a minha pizza aí. - Reclamou mais uma vez, se ajoelhado para tirar a caixa das mãos do detetive e colocou em cima da coberta. — E você, vai para lá. - Mandou e antes que pudesse o empurrar, Baekhyun segurou na parte traseira da coxa de S/N, a puxando e lhe fazendo cair sentada no colo dele. 

Como se fosse automático, S/N levou as mãos para os ombros de Baekhyun, que sustentava um sorriso ladino e analisava cada mínima mudança na expressão da mulher. Aproximando o rosto do dela, Baekhyun assistiu S/N fechar os olhos, sentindo o contato quase inexistente de seus lábios enquanto o detetive passeava a mão pelo corpo da mulher que apertava os ombros dele, não querendo ceder aos mínimos toques que recebia. 

Baekhyun começou a distribuir beijos molhados pelo maxilar de S/N, descendo por seu pescoço e fazendo o mesmo caminho até chegar perto da boca dela, apenas para desviar novamente, fazendo ela soltar um grunhido frustrado. As mãos dele apertavam suas coxas, subindo para a bunda e entrando embaixo da blusa que S/N usava, apertando sua cintura e subindo até o fecho do sutiã, sem realmente abri-lo. S/N começou a mexer o quadril, rebolando e sentindo as mãos de Baekhyun voltarem para sua bunda, a pressionando contra ele. Puxando os cabelos do detetive e o fazendo olhar para ela, S/N grudou seus lábios em um beijo lento e cheio de desejo, sem ter nada que gritasse em sua mente para afastar Baekhyun. E isso a fez sorrir entre o beijo, finalmente admitindo para si mesma o quanto queria ele. 

S/N segurou na barra do moletom e blusa do detetive, puxando os tecidos para cima e jogando em algum lugar por perto, expondo os músculos definidos que não demoraram para começarem a ser marcados pelas unhas dela. Baekhyun não demorou para copiar seus gestos, tirando as duas peças de roupa da mulher, apenas a deixando com o sutiã vermelho que logo foi aberto, sendo jogado junto com as outras peças de roupas. O detetive a olhava com tanta adoração e admiração, diferente de como qualquer outro cara já tinha olhado para ela, fazendo S/N se sentir completamente envergonhada e tentar se cobrir com os braços.

— Por que você está tentando se esconder de mim? - Murmurou em um tom calmo, depositando um beijo no ombro dela e afastando alguns fios que caíam no rosto de S/N. Ela deu de ombros, sem o encarar nos olhos. — Deveria ser proibido algo maravilhoso desses ficar se escondendo. - Brincou, arrancando uma risada da mulher que finalmente o encarou. 

Por mais que estivesse longe de aquela ser a primeira vez de S/N, ela se sentia nervosa pelo fato de ser Baekhyun ali. O fato de ser o cara que fez com que ela se abrisse e tirasse todo o peso que carregava em seu coração, conseguindo confiar nele sem que ele ao menos tivesse tentado. A pessoa a quem ela poderia fazer as perguntas mais ingênuas e idiotas e obteria uma resposta honesta, sem julgamentos ou piadas de mal gosto. Ele que conseguiu atravessar as barreiras que S/N mantinha dentro de si tão arduamente, o tornando a pessoa que ela mais confiou em toda a sua vida. Aquilo talvez não significasse muito para outras pessoas, mas para ela, significava mais do que conseguia explicar. E talvez por isso ela estava nervosa, nenhum dos dois precisavam dizer em voz alta, mas sabiam que aquele era um momento especial. Principalmente depois do que aconteceu e depois da conversa que eles tiveram na cozinha na noite passada. 

Baekhyun havia falado que a casa dele também era sua casa, mas a verdade era que ele estava se tornando sua casa. E ali, encarando Baekhyun e enxergando nos olhos mais bonitos que ela já viu, os sentimentos mais bonitos que ela havia passado a conhecer, S/N teve a certeza que queria Baekhyun de todas as formas possíveis. E não queria jamais que ele fosse embora. 

Com isso em mente, pela primeira vez, S/N se entregou de corpo e alma para alguém, sem arrependimentos e sem ter o sentimento de vazio em seu peito. Baekhyun conseguia demonstrar em cada toque, palavra e gesto o quanto gostava de S/N, deixando claro que aquilo ia além de um simples desejo. S/N diria que pela primeira vez havia se sentido amada, caso aquela palavra ainda não a assustasse tanto, mas, infelizmente, assustava. Mesmo assim, sentiu seu coração bater frenético junto a sensação de euforia e prazer que sentiu quando atingiu seu orgasmo, não demorando para Baekhyun sentir o mesmo e seus gemidos e respirações descompassados se misturassem e dissipassem pelo ar. Baekhyun saiu de cima dela, puxando a manta e se deitando ao seu lado, cobrindo os dois. S/N repousou a cabeça no peito dele, sentindo os braços dele a envolverem enquanto o detetive e a mulher sustentavam sorrisos bobos e apaixonados. 

— S/N? - Ele sussurrou, fazendo um leve carinho na cintura dela.

— Hum?

— Você acha que vamos pegar um resfriado? - Não demorou para a gargalhada de S/N ser ouvida e ela se apoiou no cotovelo para poder encarar Baekhyun.

— É sério que você está preocupado com isso agora? - Perguntou humorada e ele deu de ombros, também rindo. S/N voltou a deitar e os dois ficaram em silêncio, aproveitando a companhia do outro.

— Eu só te trouxe aqui para a gente ver as estrelas e até agora não fizemos isso. - Murmurou.

— Baek, cala a boca. - Falou e os dois voltaram a rir. 

Passados alguns minutos, S/N notou os movimentos inquietos do detetive. Ele suspirou e a mulher se afastou levemente, achando que ele estava tentando achar uma posição confortável.

— Ei. - Ele murmurou, repousando a mão na lateral do rosto de S/N e fazendo um leve afago ali. Ela observava cada detalhe do rosto dele como se fosse a primeira vez, tão hipnotizada por aquele homem que mesmo se ela quisesse, não conseguiria prestar atenção em mais nada além dele. — Eu sei que seus sentimentos e sua cabeça devem estar uma bagunça agora, - Falava calmo, traçando com as pontas dos dedos o rosto dela. — mas eu quero que você saiba que eu gosto de você. E não apenas como amigos. - Falou a última parte com um pequeno sorriso, mas S/N não conseguiu rir porque seu coração parecia estar batendo em sua garganta e ela estava compenetrada demais em cada palavra que ele dizia. — E eu realmente quero você do meu lado. E entendo que tudo isso de se permitir sentir e viver as coisas sem restrições deve ser assustador e talvez, às vezes, eu vou me preocupar e você provavelmente vai ficar irritada por achar que é desnecessário, mas eu faço isso porque me importo, S/N. E porque quero que você seja feliz depois de tudo o que já teve que passar e prometo fazer o que estiver ao meu alcance para que isso aconteça. Eu não quero e não vou te deixar ir embora... se estiver tudo bem para você. - Se S/N estivesse olhando para aquela cena de fora, ela não reconheceria a si mesma, com os olhos brilhando tão intensamente de uma maneira que ela mesma nunca viu antes e tinha que admitir, Baekhyun havia se tornando o seu ponto fraco a muito tempo atrás.

— Está tudo bem por mim. - Afirmou, vendo o sorriso dele se ampliar e iluminar toda a sua face. 

Após isso, S/N voltou a se aconchegar contra o detetive, observando as estrelas e tentando formar desenhos com as mesmas, até que Baekhyun começasse a tagarelar sem parar, querendo ensinar S/N sobre o nome de estrelas e constelações, sendo que ele mesmo não sabia, o que fazia a mulher rir até sua barriga doer e ter a certeza de que sim, gostava do homem certo. Quando o sono finalmente começou a vir com mais intensidade, os dois se vestiram e levaram as coisas para o carro, indo embora. 

Assim que Baekhyun estacionou na garagem, S/N já dormia encolhida no banco e ele sorriu. A pegou no colo e a levou para seu quarto, deitando a mulher na cama, tirando seus tênis e a cobrindo. Baekhyun depositou um beijo na testa de S/N, vendo os lábios dela se repuxarem levemente para cima e ele riu fraco. 

— Obrigada. - Ela sussurrou.

— Pelo o quê? - Murmurou, afastando o cabelo do rosto dela.

— Por tudo. Ninguém nunca fez nada disso por mim. - S/N abriu levemente os olhos, ainda sustentando o sorriso preguiçoso, e Baekhyun podia jurar para o mundo inteiro que nunca havia visto algo ou alguém mais bonito que aquela mulher.

— Não foi nada. 

— Foi, sim. 

— Não foi. - S/N tentou fazer uma cara de brava, mas a preguiça a impedia até disso.

— Não discute comigo. - Reclamou, fazendo ele rir. — Boa noite, Baek.

— Boa noite, bonitinha. - Ele deu um rápido beijo nos lábios dela e não demorou para S/N voltar a dormir.

O detetive desceu as escadas, indo até a cozinha para pegar um copo de água e antes que conseguisse beber, seu celular começou a tocar no bolso da calça.

— Fala. - Disse, vendo que era Jongdae.

Eu sei que é madrugada e eu juro que eu te ligaria antes se você não tivesse dito que ia num encontro com a S/N. Afinal, como foi o encontro? - Baekhyun rolou os olhos.

— Primeiro, você me conta porquê me ligou.

Ah, sim. Eu sei que você está fora do caso e o capitão provavelmente vai me matar se descobrir que eu estou te ligando, mas achamos o cara que tinha perseguido a S/N. Ele está aqui na sala de interrogações e achei que você gostaria de bater um papo com ele. - Baekhyun sentiu seu sangue começar a correr com mais rapidez em suas veias, assim como a adrenalina. Precisava agradecer Jongdae e Kyungsoo mais tarde.

— Estou indo. - Avisou, encerrando a ligação.


Notas Finais


Meu casal finalmente dando certo era tudo o que eu queria, me sinto como uma mãe orgulhosa :')
Comentem e compartilhem comigo qualquer possível surto que vocês tiverem, eu agradeço 💘

Lista com todas minhas fanfics separadas por membro: https://thebbaek.tumblr.com/


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...