História The Demon's Bride - Um Acordo

Izuku:On

Deitado nessa posição, com ele entre as minhas pernas, pronto para... Brrr... Prefiro nem pensar nisso. Seja como for, no momento eu já não conseguia pensar direito.

Izuku: Ugh! - Senti algo molhar as minhas bochechas - Hngh!

Quando me apercebi, senti leves lágrimas descerem pelo meu rosto. Estou chorando... É claro que estou chorando. Porque esse garoto está fazendo isso comigo?

Izuku: Isso não vai caber... Ngh! - Fechei os olhos com força, sem conseguir parar de chorar – Ngh! Estou com muito medo...

A dado momento, senti muitas coisas dentro de mim. Dentro do meu peito, algures, no fundo da minha alma e do meu coração. Me encolhi, tapando meu rosto por tal momento vergonhoso que estou passando.

Minhas mãos foram diretas para a minha cara, tapando a minha face, que se encontra agora molhada, devido ao leve choro.

Izuku: Eu fui trazido de repente para esse lugar... E fui atacado por um anão, eu achei que fosse morrer...

Em algum momento das minhas palavras que usei para desabafar tudo o que sentia, também senti os músculos tensos. Mas, nãos os meus... Foram os dele?

Izuku: Isso é demais para mim... - Ainda de olhos fechados, esperei pelo pior. Mas, estranhei... Esse pior, não veio... - Waah!

Num só momento, senti algo me cobrir. Abri meus olhos por conta do susto e em cima de mim, tapando o meu corpo, tinha aquele manto que o loiro carregava consigo.

Olhei o mesmo curioso e então, meus olhos se voltaram para o loiro e vi algo em suas expressões faciais daquele rosto tão infantil, que me chocou por dentro.

Arrependimento, medo, receio, tristeza... Ele parecia estar tão magoado. Tal como... Eu...

Meliodas: Peço desculpas.

Meus olhos se arregalaram com tamanhas palavras proferidas neste quarto. Pelo que vejo ele percebeu a situação em si. Ele, está se desculpando... comigo....

Meliodas:On

Olhava a minha noiva, prestava atenção em cada detalhe das suas expressões. E foi então que eu vi... Uma lágrima. Uma pequena gota de água, descer pelo seu rosto.

E dessa veio outra, e mais outra... Ele está choramingando.

Izuku: Ugh! - Senti algo molhar as minhas bochechas - Hngh!

“Mas o que... Por favor não chore. Eu não queria fazer isso, eu...”

Eu estou com medo. Pela primeira vez, tenho meu amado em meus braços e a primeira coisa que faço é fazê-lo chorar. Não, mas que atitude é essa da minha parte?

Izuku: Isso não vai caber... Ngh! - Fechei os olhos com força, sem conseguir parar de chorar – Ngh! Estou com muito medo...

Minha expressão, que se manteve um pouco alegre até agora, morreu. Fiquei sereno, sério... Ele se encolheu ainda mais, tapando o seu rosto com ambas as mãos.

E eu o escutava, escutava a sua voz, num tom audível, em meio ao seu choro.

Izuku: Eu fui trazido de repente para esse lugar... E fui atacado por um anão, eu achei que fosse morrer...

“Izuku...”

Izuku: Isso é demais para mim...

Foi aí, que eu despertei do que estava acontecendo no meu quarto. 

“Eu estava... Não... Como pude fazer isso?”

Meus olhos se arregalaram em tamanha surpresa. E não me contive em tentar acalmá-lo. Mas primeiro... Olhando para o meu manto, eu agarrei nele e o atirei para cima do seu corpo.

Izuku: Waah! - Ao abrir os olhos, pude ver o manto em cima de mim, tapando minhas pernas nuas.

Ele se virou para mim, após seus olhos revistarem o meu manto. E, toda a minha face expressa arrependimento... E eu estou mesmo muito arrependido.

Meliodas: Peço desculpas – Agarrei uma outra parte do manto, tapando o resto do seu corpo – Eu estava muito feliz. E não considerei os seus sentimentos.

Por um breve momento, quase chorei de desespero. Ter a pessoa que amo na minha frente e fazer isso com ela... Isso não tem perdão.

Abaixei a minha cabeça, ficando com a mesma em cima dele, tocando o meu manto e mantendo contacto com o seu copro. Eu desabafei...

Meliodas: Eu sinto muitíssimo.... Izuku.

Izuku: ... - Parei de chorar, olhando a cena diante mim com cautela. Agora, fiquei com pena dele.

“Meu pai teria vergonha de mim, se ao menos soubesse o que eu estou fazendo.”

Mantinha os olhos fechados e os dentes cerrados. A culpa invade a minha mente constantemente. E o pior de tudo... Foi a frase que ouvi do meu amado.

Izuku: En-Então... Me mande de volta para o meu próprio mundo – No mesmo instante, ele ergueu a cabeça e parecia bastante nervoso.

Meliodas: Eu não posso fazer isso – Afirmei, sentindo o pânico correr pelas minhas veias.

Izuku: E porque não? - Questionei ainda confuso com tudo isso. Aproveitando, agarrei o manto, me cobrindo ao máximo com ele.

Meliodas: Eu já te disse... - Sentei-me na cama, de frente para ele – Assim como expliquei mais cedo... Eu tenho os meus próprios motivos.

Meus olhos vagaram pelo manto branco, se perdendo nas terríveis memórias daquele trágico dia. As palavras da Merlin ecoavam na minha cabeça como um sino.

“Cancelar o casamento... Casar com uma criatura de outo mundo... O fim do meu reino...”

São esses os pensamentos que me vem atormentando todos as noites, desde aquele dia. Ergui meus olhos, me deparando com os olhos verdes do meu amado.

Meliodas: Portanto, não posso desistir... De ter você como minha noiva.

Izuku: Mas, Meliodas... - Okay, respira... vai com clama – Eu não posso ser sua noiva. Um casal necessita de tempo para se conhecer. E eu nem sei quem você é ao certo. 

Meliodas: Você tem razão - Abaixei o meu rosto, pensando bem nas palavras proferidas por ele - Nós precisamos de tempo.

Eu ainda me lembro e bem de como o feitiço de invocação funciona. E as consequências podem ser mesmo drásticas. Mas, eu tenho de arriscar.

“Eu preciso de o ter em meus braços.”

Ergui meu rosto, determinado a levar esse assunto bem fundo. Arrisco a minha vida, mas eu aceito o meu destino. Pelo menos, tenho de tentar.

“Eu quero o ter a meu lado.”

Meliodas: Sendo assim... - Ergui o meu indicador - Você me daria um prazo de um mês?

Izuku: Huh? - Um mês? Agora fiquei curioso, e também um pouco receoso pela pergunta.

Meliodas: Dentro desse prazo, eu te prometo... Não vou transar com você sem o seu consentimento.

Abaixei o meu dedo e a minha mão, mantendo o contacto visual. As palavras que estou pesando e falar agora, vão me custar um pouquinho a sair. Mas tenho de ser sincero. Eu preciso de fazer isso.

Meliodas: E quando esse mês acabar... Depois de você passar um tempo comigo nesse mundo novo... E você ainda não desejar ser a minha noiva, então...

Suspirei bem fundo... Meus olhos em algum momento se desconectaram com os seus. E então, falei o resto do meu acordo.

Meliodas: Eu vou desistir de você, sem discussões - Pude ver o olhar de surpreso em seus olhos - Também prometo que irei te devolver ao seu mundo.

Izuku:On

Ouvia tudo com toda a atenção que eu poderia dar. O acordo completo, da cabeça aos pés. Mas, no entanto... Esse suposto acordo, tem uns contras...

“Ficar aqui um mês?”

Um mês!? Para alguém da minha idade, isso pode significar muitas coisas na minha vida. E na maioria delas, podem ser bastante desagradáveis.

Apertei o manto em meus braços e não sei como, mas a minha boca consegui pelo menos falar algo. Ou pelo menos, pensei que fosse falar... Acho que é emoção a mais...

Izuku: Co... - Engoli um seco e apertando ainda mais o manto, comecei a gritar – Como um estudante estudando para as provas, um mês pode significar vida ou morte!

Olhando para ele, o mesmo mantinha agora uma expressão de uma criança desentendida. Oh... Mas o que raio... Quando vi, ele apontou para si mesmo.

Meliodas: Eu também estou em uma posição difícil, aqui... - E também estou curioso. O que é exatamente uma prova? Nunca ouvi falar de tal coisa.

Encarei-o sem nenhuma expressão facial presente. Apenas mantinha-me... sereno... Abaixei a minha cabeça, encarando o manto branco. Bem, isso é bom. Agora, talvez possa pensar um pouco sobre a situação.

Está um pouco complicada, e vendo bem, para ambos os lados. A minha cabeça de certeza que está explodindo de tanta informação e ideias.

“...Mesmo que eu recuse ele, eu ainda não tenho nenhum jeito de voltar para casa sozinho.”

Bem, para ser franco, é a mais pura das verdades. Estou aqui preso e não tenho jeito algum de voltar. Acrescentando que eu ainda tenho algumas dúvidas de como vim aqui parar.

Pois bem, de certa forma, mesmo com as dificuldades, minha cabeça ainda está processando uma conclusão para isso tudo. E acho que estou chegando numa...

“Então, ao invés dele me atacar e casar comigo contra a minha vontade...”

Meus olhos se ergueram, se encontrando mais uma vez com o verde esmeraldino. E acho que por fim, conclui a tal ideia que me pode salvar desta situação.

“Se segurar durante esse mês será o melhor a se fazer...”

Izuku: ... - Abaixei o meu rosto, suspirando e então, ergui-o de novo, levantando o indicador – Apenas um mês.

Pude ver a surpresa e, talvez um certo pingo de esperança em seus olhos. Mas maioritariamente, só vi surpresa.

Izuku: Se, depois de um mês, eu ainda não quiser ficar aqui... - Baixei a minha mão, mantendo contacto visual - Você vai me levar de volta para casa?

Meliodas: ... - Meu sorriso só cresceu. E tenho motivos para isso. Estou muito feliz – Sim! É uma promessa!

“Uau... Ele parece mesmo uma criança. Até as suas ações podem se comparar às de uma.”

Ele ficou bem mais energético do que eu esperava. Quando vi, o mesmo saltou para cima de mim, me dando um grande abraço acima dos ombros, me fazendo ficar de cara colada em seu peito musculado.

Meliodas: De qualquer forma, eu te garanto que vou fazer de você a minha esposa!

Izuku: ...

Não falei nada. Supostamente, acho que o silêncio pode falar por mim. Bem... Parece que chegamos num consenso. Um mês... Apenas um mês, até eu poder voltar ao meu adorado mundo.

Continua...