Izuku:On
Okay... Sejamos sinceros, não é a primeira vez que eu tenho de ficar nessa situação. A pergunta que não quer calar é... O que ele pretende fazer me carregando assim?
Encolhido contra o pequeno, mas musculoso corpo do jovem príncipe de olhos esmeraldinos, abraçava-o, com os braços em torno de seu pescoço, enquanto olhava para a paisagem à nossa frente.
“O que ele quer fazer? Não é que ele pensasse em saltar daqui até lá baixo...”
Tal pensamento, fez-me estremecer. Olhei mais uma vez para os olhos esmeraldinos que se focavam na queda diante nós e os mesmo pareciam analisar o terreno.
“Ele está pensando mesmo nisso!”
Izuku: Me-Meliodas... Eu acho... – Senti o aperto aumentar um pouco e em dado tempo, ele se agachou um pouco – E-Espera...!
Meliodas: E aqui vamos nós! – Após o impulso forçado nas minhas pernas, saltei para a queda.
Izuku: Oh, meu Deus...!
Após ele atirar-se... Ou melhor dizendo, após ele saltar para a queda, eu fechei os meus olhos e abracei-o com todas as forças, rezando agora para que isso chegasse ao fim.
Encostei-me ao peito dele, ouvindo agora o som da sola de seus sapatos deslizando pela parede rochosa do castelo. Meus batimentos iam acelerando a cada segundo. Tamanha adrenalina, ia me consumindo por completo, tanto o corpo como a alma.
Após um breve momento de deslizamento, senti de novo o seu corpo dando impulso para um outro salto. E desse, era mais um, e outro, e mais outro...
Meliodas: Não precisa se preocupar, Izuku – Afirmei com um sorriso, olhando para ele – Em vez disso, abra os olhos.
Izuku: Gulp! – Abrir os olhos? Agradeço, mas não quero ver como isso vai acabar! Se bem que...
Não sei o porquê, mas vai que acabei por abrir meus olhos, tal como ele me pediu. E quando o fiz, a visão que eu tive, foi a de estar no ar, tendo uma boa vista de uma das zonas inferiores do castelo em si.
“Que incrível...!”
Quando senti a pressão de vento, devido à queda, me assustei um pouco. Mas quando vi, observei Meliodas, com tamanha perícia, saltar entre as restantes torres do castelo.
E entre todos esses saltos e correrias, por fim, acabamos por chegar cá abaixo, onde agora, o som de antes ecoava com frequência e bem audível aos meus ouvidos.
Meliodas pousou no chão, ficando agachado devido à pressão do salto, mas logo em seguida, ergueu-se, olhando em frente, com aquele seu típico sorriso alegre, estampado em seu rosto.
Meliodas: Chegamos! – Pousei o Izuku, lentamente no chão, deixando-o de pé – Sentes-te bem?
Izuku: Sim... Eu só... – Minhas pernas estremeceram, e por conta disso, deixei-me cair de joelhos no chão, usando também as mãos como suporte – Oh, meu...
Respirei bem fundo, deixando o meu adorado coração acalmar-se e aliviar-se dos ânimos recentes. Enquanto isso, acabei por olhar acima do meu ombro, olhando para o castelo atrás de nós.
“Ele conseguiu nos trazer até aqui abaixo. Deus... Nem o Katsuki era o louco de fazer uma coisa dessas.”
Meliodas: Você tem certeza de que está bem, Izuku? – Agachei-me ao seu lado, observando-o com algum receio – Parece um pouco perdido.
Izuku: Não! Não! – Olhei para ele, sorrindo – Eu estou bem! – Suspirei, baixando a cabeça, de seguida olhando-o de volta – Eu acho, que esta foi a coisa mais maluca e alucinante que eu já fiz na vida.
Meliodas: A sério?
Izuku: Uh huh!
O mesmo sorriu como resposta, fechando os olhos e assentindo com a cabeça. Ele ergueu-se, ficando de pé e em seguida esticou a sua mão, oferecendo-a a mim.
Meliodas: Anda, deixa-me ajudar-te – Estiquei a minha mão, oferecendo-lhe ajuda para se levantar.
Por breves momentos, entreolhei a mão diante de mim, e o rosto jovem do príncipe, vendo-o sorrir alegremente. O que, para mim, isso já está se tornado um hábito.
Voltando a olhar para a mão, tão pequena, mas ao mesmo tempo tão forte, sorri e agarrei-a, no mesmo instante sentindo a mesma apertar-me de leve e puxar-me para cima, erguendo-me do chão.
Izuku: Obrigado – Soltando as mãos, aproveitei e limpei as minhas roupas, me voltando de novo para o loiro – Vamos?
Meliodas: Claro! Por aqui – Apontei para trás, em seguida dando meia-volta e seguindo caminho.
Corri os primeiros passos, chegando a ficar ao seu lado. Quando o fiz, desacelerei, caminhando agora calmamente junto a ele, em direção ao tal som.
E agora que estou pensando nisso, o barulho está pelo menos cinco vezes mais audível do que antes. E não sei porque, mas esses sons, me parecem um tanto familiar.
“Engraçado... Esse som, parece mesmo... Não. Duvido que seja isso... Mas, será que é mesmo...?
Lado a lado com o jovem príncipe, ele me conduzia pelas áreas desconhecidas do castelo, como tem feito nas últimas horas. E a cada passo, o som fica cada vez mais alto e cada vez mais claro.
Meliodas:On
O som ecoante das lâminas, ao baterem uma na outra... Esse mesmo som que ouvia nas batalhas já faz há alguns anos atrás. Quando nós os sete...
“Droga...! Já lá vai muito tempo, mesmo. Como será que eles estão?”
Izuku: Está tudo bem, Meliodas? – Questionei, observando as suas feições um tanto... atordoadas. De algum modo, isso preocupou-me.
Meliodas: Sim! – Gritei, virando-me para ele, vendo-o se surpreender e recuar um pouco – Ah...! Desculpa, Izuku. Eu não quis...
Izuku: Não, não...! – Neguei mexendo as mãos diante mim, desviando o olhar para o percurso – Está tudo bem, relaxa...
“Merda... Quando penso nisso, eu fico completamente alterando. Esse sentimento de nostalgia, me irrita e ao mesmo tempo, me magoa.”
Meliodas: Desculpe, minha noiva... – Me virei para o percurso, mas mantive o olhar de soslaio sobre ele. E pude vê-lo ganhar um leve rubor em seu rosto – Está tudo bem? Você está ficando vermelho.
Izuku: Não é nada! – Abanei a mão como forma de distração, tentando estabilizar a minha compostura – Diz-me, para onde é que me estás a levar?
Meliodas: Já vais ver – Afirmei com um sorriso, ouvindo agora algumas explosões aqui perto – Oh...
Izuku: O que foi isto? – Olhei para cima e por um breve momento, tive a impressão de ver fogo no céu.
“Parece que estão levando os treinos muito a sério...”
Continuamos a nossa caminhada, até chegarmos aonde tanto queríamos. Um dos meus lugares favoritos do reino. O campo de treino dos Cavaleiros Sagrados de Liones.
Para ser sincero, não sei se o Izuku vá gostar desse tipo de coisa, mas... Já que ele está tão curioso para saber o que é, quem sou eu para o negar?
Seja como for, acabamos por chegamos ao nosso destino. Diante nós, a uns poucos metros, pude ver a entrada principal do campo de treino, e agora conseguia ouvir os gritos de guerra vindos de dentro.
Meliodas: É aqui – Parei diante a entrada do campo de treino, sorrindo normalmente.
Izuku: Huh...? – Vou ser sincero... Não sei porquê, mas... Estou com um mau e um bom pressentimento quanto a isto – Onde é que nós estamos? E que lugar é esse?
Meliodas: Eu explico-te tudo, minha noiva. Mas primeiro... – Agarrei a sua mão e olhei seu rosto tão belo – Vamos entrar!
Izuku: Okay...! – Num só momento, senti-me ser puxado com força para dentro desse lugar desconhecido.
Sem mais um minuto a perder, segui caminho em frente, puxando-o para dentro da arena de treino. Adentrando o lugar, senti a luz do sol, bater com força em nossos olhos, forçando-nos a fechá-los.
Quando os abrimos, ambos tivemos a mesma visão, daquilo que eu já estava esperando por ver. Dentro do campo de treino, o mesmo que se estende por um bom comprimento, pude ver os Cavaleiros Sagrados, treino arduamente uns contra os outros.
Entre muitos deles, pude ver o Gil, o Howzer e o Griamore. O trio mais forte de todos os que estão aqui presentes. Sorrindo, ouvi a doce voz da minha amada.
Izuku: Uau... Mas... – Olhei com atenção para cada um dos cavaleiros, vendo cada habilidade usada e cada técnica de combate –Mas o que vem a ser isto?
Meliodas: Gostou? – Ele direcionou seu olhar a mim, assentindo com ume leve abanar da sua cabeça.
Izuku: Bem... Sim...! – Afirmei em um tom audível. Acho, que estou muito comovido pelo momento – Eu, nunca vi anda assim antes...
Meliodas: Eu entendo.
Sorri como resposta, vendo o mesmo sorrir de volta e logo de seguida desviar o olhar para os cavaleiros. E nesse período de tempo, fiquei observando as lutas ocorrentes nas arenas.
Izuku:On
Cavaleiros... Bem me pareceu que o som me era familiar. O som de duas lâminas, dançando em um confronto entre dois lutadores. Só, não esperava que fosse algo... assim.
Ao passar pela entrada, tive de cobrir meu rosto, devido à luz do sol. Mas quando minha visão se ajustou... Tive a visão de todos esses cavaleiros, lutando em um treinamento bastante árduo, se é que eu possa dizer.
E isso não foi o que mais me surpreendeu nesse lugar. É que, além das espadas, elas também possuíam outras maneiras de atacar. E, se pelo que sei sobre esse lugar for verdade, então...
“Agora já sei o que provocou aquela explosão... Eles estão lutando com magia.”
Ataques mágicos... Que épico! Cada cavaleiro tinha um elemento especifico e uma técnica única a usar em batalha. Fogo, vento, terra... Até feitiços de aprimoramento para benefício próprio.
Foi então, que no meio de toda essa surpresa, no meio de todas essas lutas, eu senti o meu corpo estremecer, da cabeça aos pés.
Izuku: Brr... – Abracei meu próprio corpo, tentando manter a minha postura, mas... Isso é meio que impossível – Incrível...
“É como se eu pudesse sentir cada energia emanada de cada ataque mágico que eles usam. É, perturbador, mas ao mesmo tempo... É fenomenal!”
Meliodas: Estás bem, Izuku? – Olhei-o com algum receio, vendo a sua postura encolhida – Você está tremendo por todos os lados.
Por um breve instante, esqueci-me do loirinho ao meu lado. Ao me virar para ele, pude ver o mesmo com aquela carinha fofa, revelando uma face preocupada.
Izuku: Eu estou bem, sim... É só que... – Voltei-me para os cavaleiros, sentindo ainda os calafrios na minha espinha – Eu nunca senti nada assim na minha vida. Afinal... Quem são eles?
Meliodas: Ah, pois... Eu não te falei deles, não é? Eles são a ordem dos Cavaleiros Sagrados de Liones – Afirmei com um semblante neutro, cruzando os braços.
Izuku: Ordem dos Cavaleiros Sagrados...? – Olhei de novo o jovem príncipe que encarava os cavaleiros com o olhar robusto – O que é isso?
Meliodas: Os Cavaleiros Sagrados, são os cavaleiros mais poderosos de toda a Britânia – Afirmei, erguendo um dedo, apontando para cima – Eles são os heróis que protegem os reinos de qualquer ameaça.
Izuku: Ameaça? – Então, isso significa que... Longe deste reino, existem ameaças? Isso não me agrada muito... – Então, quer dizer que quando algo ameaça Liones, são eles que lutam para a proteger?
Meliodas: Correto – Abaixei a minha mão, mantendo de novo os braços cruzados – São considerados um grupo de indivíduos aterrorizantes, pois cada um é capaz de combinar o exército de todo o país em força e poder.
Izuku: ... – Ter a força e o poder de um exército inteiro...!? Isso não é um exagero!? – Glup...! Entendi...
Permaneci meu olhar de novo sobre os cavaleiros. Cavaleiros Sagrados. Nunca em toda a minha vida pensei viver para presenciar algo assim.
Um só único corpo, que pode ter a força e o poder de um exército... Isso parece ser tão abominável. Mas ao mesmo tempo... eu me sinto tão... fascinado.
Continua...
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