História The end? - Pain

Horas mais cedo.

Judy se levanta da cama onde dormia com sua mãe, ela sabia que estava de madrugada e sua mãe ficaria muito zangada se soubesse que ela havia levantado sem ao menos ter a chamado, Lorraine não deixava Judy nenhum momento sozinha depois que chegaram ali.

Ela escutava frequentemente do espírito o quanto sua filha era um alvo, ou era ela, ou sua filha. Ela não tinha coragem de dizer isso a Ed, sabia que ele falaria que foi uma péssima idéia ter trago Judy, e ela sabia que foi.

Apesar de Judy estar sabendo destrair bem os filhos do casal e não estar atrapalhando em nada, Lorraine sabia que ela corria um alto risco e se acontecesse algo a sua menina, ela jamais se perdoaria, então deixava bem claro que se ela quisesse levantar até pra fazer xixi a chamasse, ela sabia o quanto o diabo era traissoeiro e esperava só uma brecha pra fazer eles irem embora dali.

Judy não se lembrou das instruções de sua mãe quando observou o seu rosto cansado e sua respiração sobre a cama, ela não acordaria Lorraine, tendo em vista o quanto sua mãe dormia bem, Ed sempre a explicou o quando sua mãe cansava com frequência por conta dos dons.

Ed se encontrava da mesma forma na cama de solteiro em frente a delas, roncava baixinho e ela também sentiu dó de desperta-lo.

Saiu lentamente do quarto, fazendo o mínimo de barulho possivel, fechando a porta da mesma forma lenta e percebendo o quanto o corredor da casa estava escuro e frio, ela teria que fazer um esforço na visão pra andar por ali.

Caminhava lentamente em direção a escada, tateando o vento para não esbarrar em nada e não acordar os familiares que dormiam todos juntos em um só quarto e pra não acordar os Warrens também.

Quando finalmente chegou as escadas, ela começou a descer lentamente, percebeu o quanto sua mãe estava exagerando no cuidado demasiado, não aconteceria nada com ela. Pensou.

Judy não contava que havia um carrinho de Archer no meio das escadas. Filho mais novo da família que ali morava. Ela não teve nem tempo de pensar, já havia soltado um grito após tropeçar no brinquedo e logo seu corpo frágil saiu rolando pela escada, ela sentia cada dor com intensidade, até perder sua consciência com uma pancada muito forte na cabeça.

Não demorou pra todos da casa acordar e Lorraine e Ed socorrer a pequena,  Archer não havia deixado nenhum carrinho ali, todos seus brinquedo estavam trancados no baú pois nas primeiras manifestações, os brinquedos do menino eram arremeçados do segundo andar da casa.

"Da próxima eu a mato"

Uma voz grave havia sido manifestada nas orelhas da Warren mais velha, fazendo seu corpo se arrepiar e sua prioridade seria sua filha.

- iremos mandar outros demonólogos pra ajudar vocês, precisamos ir agora. - falou desesperada.

{···}

Ed refletia sentado no corredor do hospital, se lembrando dos acontecimentos de algumas horas mais cedo, e de quando o médico veio lhe dizendo que não tinha previsão de Quando sua menina acordaria.

Aquilo foi o gatilho pra ele se lembrar do porque a menina havia acompanhado eles dois ao caso, porque Lorraine havia passado por cima da sua ordem, permitindo a contra gosto de Ed que Judy os acompanhasse. 

Naquele momento parecia que ele havia se esquecido até de que ela era sua esposa, de tanta raiva que seu peito tomou, ele queria a culpar e a obrigar a fazer Judy despertar logo e bem.

Era tudo culpa dela, tudo culpa de sua esposa, sua filha era pra estar bem e em casa, esperando eles chegarem, aquela decisão de Lorraine não tinha nem lógica, como ela pode colocar a filha deles em risco daquela forma?

Sua filha poderia nunca mais acordar por um erro que nem foi dela, ele não aguentaria, Ed não aguentaria viver sem sua menina todos os dias. A dor dele era tão forte que ele não ligou ou pensou no que Lorraine sentia naquele momento.

Quando ele se virou de costas pra ela e saiu sem olhar pra tras e voltou sem encontrar sua mulher, não ligou, só esperava por mais notícias de sua filha.

Agora, olhando pra janela e vendo como a chuva estava forte, ele parou pra pensar onde Lorraine estava, mas não moveu se quer um membro do seu corpo pra ir atrás dela, ou perguntar se alguém ali havia visto ela em algum lugar e respirou aliviado quando médico veio ao seu encontro, o autorizando a entrar ao quarto de Judy.

Enquanto isso Lorraine andava pelo estacionamento do hospital, sentindo suas forças indo embora com a chuva forte que caia sem dó pelo seu corpo. Naquele momento de tanta dor, nem o medo que ela tinha de tempestades foi o suficiente pra desviar seus pensamentos.

Suas lágrimas se misturavam com a água que corria pelo chão, a dor do seu peito era tão forte, que era como se todo seu corpo estivesse dolorido, ela queria arrancar aquilo do seu peito com furia, queria se bater de tanta culpa que sentia, ela com certeza havia acabado com seu casamento, Ed jamais iria querer saber de Lorraine novamente, mesmo que sua filha despertasse daqui uma hora.

Ela nunca havia visto ele com tanta raiva dela, e não tinha mais esperanças de ele a olhar com amor novamente, parecia que tudo havia acabado de chegar ao fim com as palavras cruéis que ele soltou.

-senhora Warren?. - um enfermeiro confuso aparece, segurando um guarda chuva e aproveitando pra cobrir a moça ensopada que o olhava com curiosidade. -perdão.. Eu.. Eu sou novo no hospital e disseram que você estava aqui fora, a visita foi liberada pra você e seu marido verem sua filha. Vamos entrar por favor, irá adoecer senhora.

-Lorraine!. - fala com a voz rouca se referindo ao o " senhora" e entrou ao hospital junto com o enfermeiro, seu corpo pingava gotículas de água congelantes, seus labios tremiam e ela ignorou o que o enfermeiro continuava falando com ela, apenas seguiu rápido até o quarto de sua menina, com esperanças de entrar lá e escutar a sua voizinha lhe chamando de mamãe com tanto amor.

Mas não foi isso que encontrou ao entrar no quarto, seu Ed abraçava uma enfermeira loira enquanto chorava ao lado da cama de Judy, que parecia estar em um sono tranquilo. Ele logo levou o olhar a sua esposa, com seus olhos vermelhos e raivosos.

-o que faz aqui? - fala se soltando do abraço de enfermeira. - Sinto muito pela minha fragilidade Abigail, Obrigada por estar cuidando de minha filha. - ela sorriu carinhosamente pra Ed, fazendo o estômago da senhora Warren embrulhar com aquela imagem, ainda mais por ele se referir a Judy como filha só dele.

-vi..vim ver Judy. - ainda tremia do frio e se distanciou da porta ao perceber que a enfermeira sairia dali de dentro pra dar privacidade ao casal brigados.

Ele suspira apenas indo pro outro lado da cama e dando espaço pra Lorraine se aproximar, afinal, ela era a mãe.

Lou se aproximou com o rosto voltando a ser banhado pelas gotas salgadas que descia dos seus olhos, observando o rosto pálido de sua menina sem a tocar por estar molhada e gelada.

-me perdoa Judy.. Perdoa a mamãe,  eu sinto muito filha, eu queria estar nessa cama, no seu lugar, não me deixe, eu imploro a você filha, eu sei que és forte e que você vai conseguir acordar logo logo, você é o amor da minha vida Judy. - funga, não só pelo choro, mais também pelo efeito da chuva que havia acabado de tomar.

- não devia ter ficado na chuva. - Lorraine o olha surpresa e viu preocupação nos olhos dele. - Judy irá acordar logo, o médico disse. - a Warren respira aliviada ao escutar as palavras que viam da boca do seu marido. - está molhada, vá para casa eu... Eu não quero mais ver você hoje. 

Todo o alívio do corpo de Lorraine se esvaiu do seu corpo e ela foi embora, escutar mais coisas da boca de Ed a mataria, seu marido a odiava, Ed a odiava e não queria ela nem perto dele e muito menos da filha, Lorraine morreria sem o amor de Ed e doçura de Judy!

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