História The Ever Present Past - Capítulo 12

Deixei a carta e o dinheiro perto de alguns livros da Helena na sala. Não iria prolongar mais algo que só iria deixa-las chateadas, nem seria justo não ser bom o bastante para elas, e eu não era. Se afastar era o melhor.

Elas definitivamente ficariam melhor sem mim.

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Helena Frayer POVS

Acordei e me virei para o lado buscando o calor do corpo de Dick, que pra minha infelicidade não estava lá. A noite tinha sido ótima e eu já sentia a falta dele, merda, nunca iria entender de fato porque Dick mexia tanto comigo assim e como me fazia ser tão apaixonada por ele. Grunhi ao pensar que precisava levantar, mas acabei o fazendo. Estava na cozinha fazendo café quando Rachel apareceu.

- Bom dia, Helena. -Ela ligava a televisão e se deitava no sofá.

- Bom dia Rachel, por que já está acordada?

- Gosto dos desenhos da manhã.

- Quer café? -Ouvi a campainha e me lembrei de Damian, era dia de dar carona para ele. -Pode abrir pra mim?

- Quero. -Ouvi o barulho da porta se destrancar e ouvi em seguida a voz de Damian.

- Oi? -Eu ri dele falando enquanto ouvia da cozinha. 

- Oi, eu sou a Rachel.

- Rachel, esse é o Damian, ele é irmão do Dick. -Eu disse chegando na sala e entregando o café para Rachel. -Oi, Dami. -Dei um beijo no alto de sua cabeça.

- Não sabia que Dick tinha um irmão. -Rachel falou.

- Oi, Hele. -Ele me abraçou. -Três irmãos para ser específico. Você está tipo ficando um tempo por aqui?

- Sim, Dick está me ajudando com algumas coisas. Por falar nisso, aonde ele está?

- Já deve ter ido trabalhar, deve ter recebido algum caso de emergência ou algo assim. -Eu respondi indo em direção a cozinha. -Vou só terminar meu café e podemos ir Dami.

- Então, três irmãos? -Rachel disse tentando puxar assunto.

- Sim, Jason, Tim e eu. Nessa ordem. -Ele se sentou no sofá ao lado dela. -Eu gostei muito do seu cabelo, você é muito bonita... Não! Quer dizer, seu cabelo é muito bonito -Damian se enrolava nas próprias palavras e eu ria baixo na cozinha. -Não que você não seja bonita também, mas eu quis dizer que o seu cabelo.... Grrrr. -Ele grunhiu. -Desculpe. 

- Obrigada. O seu também é bem legal.

- Eu... Ahn... Obrigado. -Damian respondeu sem graça.

- Vamos? -Perguntei ao Damian e ele assentiu se levantando e pegando a mochila. -Rachel, eu vou dar um carona ao Damian e depois vou trabalhar, vai ficar bem sozinha?

- Eu vou. Vou ler alguma coisa, talvez escutar algumas músicas. Vou ficar bem.

- Ok, se precisar sabe meu telefone e o do Dick.

- Não seria bom ela ter meu telefone também? -Damian falou e eu e Rachel nos viramos para encara-lo. -Em caso de emergência, é claro.

- Meu Deus. Vamos embora Damian. Tchau Rachel. -Eu disse empurrando Damian para fora do apartamento. -Não seria bom ter meu telefone? Sério? Você não sabe conversar com uma garota? -Repeti a frase que ele tinha usado com Rachel enquanto andávamos pelo corredor e gargalhei logo depois. Acho que Damian não tinha muita experiência com garotas. Era fofo.

- Não enche, Helena! Eu estava nervoso. -Ele respondeu e pude ainda ouvir uma risada de Rachel que provavelmente tinha escutado nossa conversa. -Ela vai me achar um idiota agora, obrigado viu.

- Relaxa aí little bird. Você é fofo.

- Não sou não. Para com isso. -Eu ria da implicância com Damian, era muito engraçado irrita-lo. E ele realmente era fofo. Adentramos meu carro e seguimos nosso caminho.

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Rachel Roth POVS

Escutei a breve conversa da Helena com o tal Damian no corredor e comecei a rir comigo mesma, ele era meio bobo mas confesso que achei muito fofo como ele se enrolou para elogiar meu cabelo e até bonitinho. Bom, eu tinha quase o dia todo sozinha então precisava achar alguma coisa para me ocupar e não ficar ouvindo meu reflexo maligno por aí. 

Os desenhos da manhã já tinham acabado, passei o olho em alguns discos de música e resolvi colocar. Peguei um aleatório porque eu não conhecia muito aquelas bandas. 

O som ecoou pelo apartamento e tinha uma melodia animada e agradável, e bom eu estava sozinha então comecei a dançar. Normalmente não sairia dançando na frente de ninguém mas me sentia a vontade ali sozinha. Algumas faixas de música e rodopios depois, me desequilibrei e bati com força as costas na estante da Helena soltando um "ai!" bem audível e acabei derrubando alguns livros, abaixei o volume da música e me coloquei a juntar os livros que tinham caído no chão, no meio deles pude ver um envelope em uma caligrafia impecável com o meu nome e da Helena.

Bom, se tinha meu nome eu podia abrir certo? 

Pensei por alguns segundos e resolvi abrir, li rapidamente o que estava escrito e as lágrimas vieram aos meus olhos. Dick iria mesmo embora? Ele prometeu não me deixar e me ajudar, como ele poderia simplesmente ir embora e deixar isso tudo de lado? Ele não podia fazer isso, não podia ter me dado várias esperanças e simplesmente querer ir embora, não era justo. Eu já nem conseguia mais enxergar direito pelas lágrimas, minha visão estava turva. Aquilo era péssimo. E ainda tinha a Helena que iria ficar arrasada. Grayson não tinha aquele direito. 

Fechei novamente o envelope e coloquei em cima da estante, iria entregar a Helena quando chegasse, ela precisava saber. Fiquei por mais algum tempo sentada ali no chão tentando assimilar o que tinha acabado de ler enquanto mais lágrimas vinham aos meus olhos.

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Dick Grayson POVS

Sai cedo da casa da Helena cedo e fui direto para o departamento de polícia. Precisava trabalhar e pensar em outras coisas. Pensar ainda para onde eu iria e se eu iria ou não falar com o Bruce ou pedir a ajuda de Damian. Havia tantas coisas para decidir mas eu precisava focar no meu trabalho.

Entrei no departamento e fui direto na minha mesa. Me sentei e vi um bilhete com meu nome em cima da mesa, peguei e guardei em meu bolso para olhar depois, era só um bilhete informal então não devia ser importante, peguei as pastas com os casos e passei a olha-las. Nada de novo ou muito importante. Alguns traficantes que já estavam sendo investigados, alguns roubos, preenchi e enviei alguns documentos. O dia passou monótono.

Estava caminhando até meu carro no fim do expediente, pensei se não seria muito estranho depois de tudo pedir ao Roy que me deixasse ficar na casa dele, não sei se era uma boa ideia mas eu estava ficando sem opções. Coloquei as mãos em meus bolsos e senti o papel que havia guardado ali, peguei para finalmente ver o que era. Vi as palavras que ali estavam escritas, entrei no meu carro e as li novamente tentando entender o que significava.

Falta ela.

Era o que estava escrito. Que merda era aquela e por que tinham mandando para mim? Teria alguma coisa a ver com Rachel? Peguei a pasta que eu tinha anotado e colocado todas as pistas que tinha sobre Rachel, aquilo não se encaixava. 

Peguei as outras pastas e comecei a olhar aonde aquilo poderia se encaixar. Nada daquilo fazia sentido. Até que cheguei a última, que era o caso do assassinato para o qual eu tinha ido pra Gotham, ainda estava sem solução. 

Li novamente tudo que estava escrito e pensando o que Duas-Caras tinha a ver com aquilo, o que ele queria dizer. Casal de meia idade assassinado com tiro a queima roupa em um beco, um homem que estava vestido de polícial, a moeda do Duas-Caras, o bilhete escrito "falta ela". 

Aquilo me fez lembrar o assassinato dos pais da Helena. Duas-Caras tinha os matado com tiro a queima roupa num beco. O homem era policial, o pai de Helena era detetive. E as peças se encaixaram, só ela tinha sobrevivido, então só faltava ela? Era isso que ele queria dizer? Ele tinha recriado a cena do crime e dado o recado de que era ele que tinha feito, quando deixou a moeda. E agora o bilhete. 

Ele iria atrás dela porque só faltava ela para ele assassinar. Porra.