Nabi On.
Aquela espera estava me matando, a cada segundo que passava e ninguém aparecia com noticias, meu peito se fechava desesperadamente. Eles haviam saído há horas para falar com Ong e não chegaram ainda. Eu balançava meus pés para frente e para trás, estava sentada na varanda do segundo andar com os meus pés para o lado de fora. Eu sentia o vento calmo balançar os meus cabelos gentilmente.
Fechei meus olhos e soltei o ar lentamente. A falta que eu sentia da Ari era imensa, quando abri os olhos consegui ver Jimin e Yoongi chegando, eles andavam entre as árvores. Seus casacos balançavam de um lado para o outro e conversavam seriamente. Será que conseguiram conversar com Ong? O que houve com o colar?
Quando pensei em sair dali, eles abriram o portão e Yoongi levantou o seu rosto e me encarou. Levei minha mão no peito rapidamente e o meu coração acelerou, droga, eu não conseguia nem mesmo olhar para ele! Virei o corpo e saí dali, entrei no quarto e suspirei.
Será que ele percebeu? Virei o corpo para espiar e gritei de susto quando o vi em pé na varanda. Dei alguns passos para trás quando ele entrou no quarto com as suas duas mãos nos bolsos do casaco.
-Precisamos conversar. - Ele falou.
-Aconteceu alguma coisa? - Perguntei preocupada. - Não deu certo?
Será que a Arimin nunca mais vai voltar? Quando senti meus olhos lacrimejarem ele deu mais um passo para frente.
-Não é sobre isso. - Falou novamente. - Deu tudo certo com o colar, Jimin já está com ele.
Respirei aliviada e isso me deixou um pouco mais nervosa. Se ele não veio falar sobre isso, seria sobre o que?
-Sobre o que quer conversar? - Perguntei.
-Sobre o...
-Não! - Levantei minha mão e o impedi de continuar. - Eu já me desculpei, eu sinto muito.
-Me deixa falar. - Ele falou em seguida.
Porque ele estava querendo voltar nesse assunto? Eu já estava magoada demais para lembrar que ele não me ‘vê’, depois daquela foto tive a total certeza de que sou a Nancy para ele.
-Não precisa. - Sorri forçado. - Não precisamos mais voltar nesse assunto.
-Não quer ouvir o que tenho para falar? - Perguntou.
Nem um pouco!
-Não. - Respondi.
-Mas eu vou falar mesmo assim. - Falou. - Nabi...
Virei e caminhei em direção à porta. Não vou suportar se ele disser que nunca deveria ter se aproximado de mim, que o beijo foi um erro, que sempre amará a Nancy. Nenhumas dessas alternativas me fariam bem.
-Então vou sair daqui. - Falei e quando levei minha mão na porta eu senti meu pulso ser puxado rapidamente.
Precisei apoiar em seu peito para não me desequilibrar.
-Meu escuta! - Ele falou firme.
-Não Yoongi. - Meus olhos se encheram de lágrimas e tentei o empurrar. - Eu sei que sempre vai amar a Nancy...
Notei uma tensão passar pelo o seu rosto, droga, porque eu tive que falar dela?
-Me desculpa, eu... - Olhei para ele.
Me assustei quando ele me empurrou em direção a parede, não foi bruscamente, mas também não foi nada gentil. Ele apoiou suas mãos na parede ao lado do meu rosto e me encarou firme.
-Tem como parar de se desculpar?! - Falou irritado.
Meu coração estava aceleradíssimo, eu nunca o vi perder a paciência dessa maneira.
-Ah, descu... - Levei minhas mãos na boca.
Estava sendo difícil não me desculpar, eu só estava dizendo coisas inconvenientes e eu sentia que deveria pedir desculpas.
-Nabi, coloca uma coisa na sua cabeça! - Ele começou a falar. - Você pode ser igual a ela, mas eu sei que você não é e nunca será ela! Nancy morreu e eu já me conformei com isso. Estou tentando seguir em frente, mas se você me lembrar a cada segundo dela, vai ser difícil.
Pressionei os lábios e deixei algumas lágrimas caírem.
-Eu não preciso fazer nada para você lembrar dela! - Falei. - Olha pra mim! Só olhar pra mim vai te fazer lembrar dela!
Ele fechou seus olhos e se aproximou de mim, apoiou sua testa na parede ao lado da minha cabeça. Consegui sentir o cheiro do seu perfume, Yoongi tinha o cheiro maravilhoso, levei minhas mãos em seu casaco e o segurei.
-Você não é igual ela. - Falou baixo ao meu lado.
-Sou sim. - Respondi chorando. - Não bonita e elegante tanto quanto, mas eu sou.
Ouvi ele sorrir e o seu hálito mexeu meus cabelos lentamente.
-Está rindo?! - Perguntei indignada. - Então não sou bonita e elegante?
Sua mão na parede desceu devagar e parou na minha cintura, consegui sentir sua palma quente por cima da blusa fina que usava. Virou seu rosto e o enterrou em meus cabelos e me abraçou.
-Você é linda. - Falou e meu corpo todo se arrepiou em um segundo.
Minhas mãos em seu peito foram de encontro com o seu pescoço e então correspondi o seu abraço. Novamente nossos corpos se encaixaram perfeitamente.
-Se eu te beijar, vai se desculpar de novo? - Ele perguntou.
-Você quer me beijar? - Perguntei.
-Você não faz ideia. - Ele respondeu colando sua testa na minha.
Sua mão foi em direção ao meu rosto, ele colocou seu dedo polegar em meus lábios e isso me fez fechar os olhos.
-Então me beija. - Falei.
Meu corpo ansiava por isso, eu queria ele bem próximo de mim, queria que ele me beijasse. Senti quando ele curvou seu corpo e tomou meus lábios rapidamente, foi de uma maneira gentil, mas com firmeza. Abri minimamente meus olhos e o vi com os seus fechados, enterrei meus dedos em seus cabelos e levantei meus pés o correspondendo na mesma intensidade. Seus dedos prenderam meus cabelos na nuca e a sua outra mão me puxou firme colando nossos corpos completamente. Quando senti o toque da sua língua meu corpo reagiu de maneira intensa e eu amei sentir aquilo.
Comecei a dar alguns passos para frente e ele me acompanhou andando de costas, eu sabia que tinha um sofá logo ali, só esperava o encontrar rapidamente. Notei quando ele bateu seus calcanhares no pequeno sofá roxo e caiu sentando, sem desgrudar nossos lábios me sentei em seu colo. Suas mãos seguraram firmes em minha cintura e eu me ajeitei sobre suas pernas. Joguei meus cabelos para o lado e voltei a beija-lo.
Meu coração batia tão rápido que eu conseguia senti-lo em todos os lugares do meu corpo. Ele me beijava sem parar, nossos lábios se arrastavam um no outro e essa era a melhor sensação sentida no beijo.
Yoongi desceu sua boca em meu pescoço e deixou ali vários beijos, minha respiração estava um pouco descompassada e eu não queria parar aquilo nunca. Suas mãos foram de encontro com as minhas pernas e quando ele apertou, deixei um pequeno gemido escapar dos meus lábios. Meu rosto ardeu em pura vergonha, mas ele não parou com as caricias.
Soltei meu corpo todo sobre o seu colo e ele me abraçou firme pela a lombar, inclinei minha cabeça para trás quando ele veio beijando o meu pescoço e logo embaixo do meu queixo e desceu em minha clavícula. Sua mão segurou meus cabelos, não havia parte em meu corpo que não estivesse sentindo uma eletricidade intensa. Aquilo me fez movimentar meu corpo sobre o seu colo, senti quando ele abriu um pouco as suas pernas e me deixou sentada perfeitamente onde eu pudesse deixá-lo louco. Movimentei-me de novo e dessa vez foi ele quem gemeu baixo e abafado nos beijos que deixava em meu pescoço. Aquilo me fez sorrir, eu adorei causar aquilo nele e eu notei que ele também gostou. Endireitei meu corpo e tomei seus lábios urgentemente e o beijei de novo, sem deixar de me movimentar em seu colo o beijei com intensidade e ele correspondia da mesma forma. Suas mãos alisavam meu corpo de uma maneira viciante.
-Nabi! - Ouvi a voz do Jin quando a porta foi aberta.
Arregalei meus olhos e me levantei do colo dele rapidamente, cambaleei para trás e só fui parar quando senti minhas costas baterem na mesa ao lado da janela. Jin estava em pé na porta e me olhava assustado e preocupado. Olhei para Yoongi, ele ainda estava sentando no sofá roxo, seus cabelos levemente desarrumados e olhava Jin com...
Raiva?
-Desculpa. - Jin sorriu. - Vou sair...
-Não Jin, tudo bem. - Sorri e endireitei o meu corpo.
-Eu já estava de saída. - Yoongi se levantou lentamente e colocou suas mãos nos bolsos.
-Estava? - Jin perguntou para ele e sorriu em seguida.
Fechei os olhos e pressionei os lábios. Que vergonha.
-Na verdade não. - Para a minha surpresa Yoongi respondeu. - Mas agora eu estou de saída...
Falou e caminhou em direção à porta, sorri quando ele parou ao lado do Jin e o encarou.
-Precisa controlar sua habilidade de sentir as presenças. - Colocou sua mão no ombro do meu amigo. - E eu espero que alguém esteja morrendo para ter vindo procura-la.
Aquilo me fez levar a mão na boca e segurar o riso. Logo Yoongi saiu do quarto e fechou a porta. Não aguentei e comecei a rir, principalmente da expressão que Jin mantinha em seu rosto.
-Para de rir garota. - Jin exclamou cruzando seus braços. - Pensei que estivesse ignorando ele, nunca imaginei que estariam se pegando no sofá.
-Eu também nunca pensei que fossemos fazer isso, mas aconteceu. - Sorri. - Não consegue sentir as presenças ainda, não o sentiu aqui dentro comigo?
-Não cheguei nessa parte do treinamento ainda. - Respondeu. - Eu só sinto... - Seu rosto ruborizou. - Eu só consigo sentir o Nam.
-Aaah que fofo. - Brinquei ironicamente.
Ele sorriu e caminhou em direção à cama e sentou nela.
-O que foi? - Perguntei. - Aconteceu alguma coisa?
Afinal, ele entrou no quarto repentinamente, alguma coisa deve ter acontecido.
-Nada, eu estava me sentindo sozinho. - Olhou para mim e sorriu. - Por favor, não deixe o Yoongi saber disso!
Aquilo me tirou uma risada alta, caminhei até a cama e me sentei ao lado dele. Eu estava sentindo uma felicidade imensa, só faltava Ari aqui para tudo estar perfeito.
Jimin On.
Ter aquele colar em meu pescoço me fazia bem, eu a sentia perto de mim, quando fechava os olhos era como se ela estivesse ao meu lado. Com aquele sorriso lindo e aqueles olhos que conseguiam me prender em segundos. Eu podia sentir o cheiro doce do seu sangue e o aroma de seus cabelos. Oh Deus, eu precisava dela urgentemente.
-Jimin. - Yoongi entrou na sala.
Abri meus olhos e coloquei o colar para dentro do meu moletom, a lua cheia seria amanhã e eu estava me sufocando com os minutos que passavam lentamente.
-Oi. - Falei, ele parecia um pouco inquieto.
Sentou no sofá da frente e respirou fundo.
-O que foi? - Perguntei curioso.
-Eu beijei a Nabi. - Respondeu.
Quando chegamos, ela estava sentada na varanda e quando o viu, correu para dentro do quarto feito um bichinho assustado, aquilo o deixou muito irritado e foi atrás dela. Mas não pensei que a beijaria.
-Conversou com ela? - Perguntei.
-Sim. - Suspirou. - Eu disse que ela não é Nancy, e que eu nunca irei vê-la como.
-E não vai mesmo?
-Não. - Olhou para mim. - Elas não são iguais. Nabi é desastrada, sorri o tempo todo. Suas mãos são bem menores do que as minhas, Nancy sempre brincava com o fato das nossas mãos terem o mesmo tamanho. Nabi tem uma pequena pinta em sua orelha direita...
-Yoon. Entendi. - Falei, mas ele continuou falando.
-Ela chora por qualquer coisa, eu nunca vi Nancy chorar, nem mesmo quando foi queimada. Nabi tem o aroma doce que me vicia a cada segundo e o corpo dela se encaixa perfeitamente ao meu. Então não Jimin, elas são completamente diferentes.
-Nossa. - Sorri. - Está mesmo gostando dela.
Ele cruzou suas pernas e olhou para lado. Logo senti a presença de Hee, Haye e a garota do norte se aproximarem e em questão de segundos elas entraram na sala.
-Jimin, é verdade que o clã do norte está por aqui? - A garota perguntou.
-Sim, eu os encontrei ontem no bosque. - Respondi.
-Droga, vou ter que ir atrás deles. - Ela suspirou irritada.
-Agora? - Hee perguntou.
-Sim, Ni Mira poderá senti-los a qualquer momento. Tenho certeza de que estão procurando por mim. - Ela falou. - Mas eu vou voltar, eu ainda vou acabar com essa vampira velha.
Quando ela virou para sair dali, quase trombou em Taehyung que entrava. Os dois se encararam por alguns segundos e ela deu a volta nele e logo saiu.
-Jimin, Ong está aqui. - Falou e eu me levantei rapidamente.
-O que? - Exclamei.
Yoongi se levantou também. Caminhei em direção ao portão da casa da Haye e o encontrei andando de um lado para o outro.
-Ong! - O chamei.
-Jimin... - Correu em minha direção.
-O que faz aqui? Enlouqueceu? - Perguntei assim que ele se aproximou.
Se alguém sentisse a presença de Ong, que claramente o entregava de ser um bruxo, as coisas ficaria bem pior.
-Eu estou assustado. - Ele falou e pegou em meu casaco. - Aquela caverna fica bem no meio do bosque, Ni Mira ou o seu tio podem me achar a qualquer minuto.
-Se ficar andando por ai, vão te achar mesmo! - Falei tirando as mãos dele do meu casaco. - Entra.
Saí da frente para que ele entrasse na casa. Olhei atentamente em volta e me concentrei para averiguar se alguém tivesse seguido ele até aqui, mas não havia nada. Virei o corpo e entrei atrás dele.
-Precisa esconder sua presença como fez antes Ong. - Falei.
-Sim, eu vou. - Ele falou.
Quando todos o viram, vieram de encontro.
-O que ele está fazendo aqui? - Hobi perguntou.
-Ele está com medo de ficar na caverna. - Respondi. - Não se esqueça de esconder sua presença. - Terminei de falar e o encarei.
-Sim, eu vou. - Respondeu novamente.
Passei minhas mãos nos cabelos, nunca pensei que teríamos tantas coisas para nos preocuparmos. Hee e Haye acompanharam Ong em direção ao algum quarto. Voltamos para a sala e nos sentamos novamente no sofá. Não havia nada que pudéssemos fazer até a lua cheia de amanhã chegar. O dia passou voando, a casa ficou em total silêncio, e cada segundo eu segurava aquela pedra verde em meu pescoço, como se ela pudesse se sentir protegida.
Ni Mira com certeza já tinha sentindo a falta do colar e o fato de não ter feito nada, nem mesmo ter vindo atrás de mim já estava me incomodando. Ela acha que conseguirá me controlar ameaçando o meu filho, mas o que ela não faz ideia é de que Arimin ainda pertence a essa dimensão e logo a traríamos de volta para o seu corpo. Nem que custasse a minha vida.
-Você acha que os anciões estão ajudando ela a se livrar da nossa espécie? - Yoongi perguntou chamando a minha atenção.
Estávamos conversando sobre o que Ong nos disse na caverna, sobre Ni Mira buscar vingança contra a espécie que lhe queimou há séculos.
-Não faz sentindo. - Olhei pra ele. - Os anciões são vampiros também.
Yoongi levou sua mão no queixo e soltou o ar.
-Isso tudo não faz sentindo. - Falou. - Digamos que ela tenha êxito em sua vingança, o que fará depois? Vai se matar?
-Eu não faço ideia.
Yoongi tinha razão, se o que ela quer é acabar com a nossa espécie, o que fará depois que conseguir?
-Jimin, sei que não vai querer falar sobre isso. - Ele começou a falar. - Se o seu filho for uma aberração...
Respirei fundo e ele parou de falar. Não tinha um minuto que eu não pensava sobre isso, não conseguia nem pensar em como as coisas serão se Arimin dar a luz a um filho nosso sendo uma aberração. Fechei minhas mãos em cima das pernas e encarei o chão.
-Eu não sei Yoon. - Falei ainda encarando o chão. - Ainda não caiu a ficha de que serei pai, acho que só vou voltar à realidade quando ela voltar para o corpo e sorrir para mim. Dizer que está bem, me deixar abraça-la e finalmente falarmos sobre isso.
-O que disse? - Alguém falou e nós dois levantamos o olhar rapidamente.
Jin estava parado na porta da sala, estávamos tão concentrados na conversa que não sentimos sua presença se aproximar.
-O que foi Jin? - Perguntei.
-Você disse sobre ser pai... - Falou, droga, não era para ninguém saber sobre isso antes dela.
-Jin. - Fiquei em pé.
Ele me encarava surpreso.
- Arimin está grávida Jimin? - Ele perguntou.
-Sim. - Respondi. - Ni Mira sentiu a criança dentro dela e me contou.
Ele respirou fundo e olhou para os lados. Parecia aflito.
-Jimin, eu sou filho de um caçador de vampiros. - Falou. - E conheço a história sobre vocês terem um filho com um humano.
-Nós. - Yoongi ficou em pé chamando nossa atenção. - Você é um de nós agora.
Jin passou suas mãos no cabelo e começou andar de um lado para o outro.
-Jin. - O chamei, mas ele não parava de andar. - Jin está me irritando. - Falei fechando meus olhos.
Ele parou de andar e me encarou. Seus olhos estavam vermelhos, não como o nosso ficava. Parecia estar segurando alguma coisa.
-Ela não vai... - Falou. - Jimin, ela não vai querer abandonar... Ela não vai...
-Quem disse que eu irei abandonar? - Perguntei fechando minhas mãos em punhos. - Não é certeza que a criança nascerá como um mostro.
Aquilo já estava começando a me enlouquecer. Por que todos entravam nesse assunto? Não sabemos o que vai acontecer.
-E se nascer?- Perguntou. - Sempre foi assim, por que com vocês seriam diferente?
Olhei para ele e ele sustentou me olhar.
-Eu não quero pensar nisso agora. - Falei.
-Está pensando nela Jimin? - Ele perguntou.
Sorri soprado e aparecia na frente dele o encostando na parede bruscamente.
-O que acha que estou fazendo agora Jin?- Perguntei firme. - Eu só sei pensar nela, eu durmo com ela em meus pensamentos e acordo com ela ainda ali. O que quer que eu faça?
Ele respirou fundo.
-Me desculpe. - Falou. - Eu só fiquei preocupado com ela, Arimin sofreu muito nessa vida. Eu não queria mais um trauma para ela.
-Trauma?- Perguntei.
Ele arregalou seus olhos minimamente.
-Não foi isso que eu...
-Só cala essa boca. - Falei e soltei ele. - Eu vou cuidar disso não se preocupe.
Virei e saí andando da sala. Ele conseguiu piorar a situação, eu inda não parei para pensar sobre a reação dela. O que ela vai fazer? Vai ficar assustada ou vai sorrir?
-Você é mesmo muito idiota, Jimin está no mesmo barco que ela. - Ouvi Yoongi falar para ele. - Você acha que isso não vai marcar a vida dele também?
Suspirei e fui para o fundo da casa. Arimin estava esperando um filho meu, eu nunca pensei que teria um filho um dia. Apaixonar nunca passou pela minha cabeça, isso era muita coisa para digerir no momento. Olhei para céu, já havia escurecido, esse horário amanhã eu quero muito estar com ela.
Nabi On.
Eu estava em baixo do chuveiro, deixava a água quente cair sobre os meus cabelos. Fiquei ali por um tempo e saí, coloquei uma roupa quente e deitei na cama. Amanhã esse horário Jimin iria trazer Arimin de volta e a ansiedade no meu peito só aumentava. Eu queria dormir para o tempo passar rápido.
-Não consegue dormir? - Ouvi alguém falar.
Me sentei assustada e vi Yoongi em pé na varanda do lado de fora. Ele estava com outro casaco, seus cabelos balançavam com o vento.
-Se eu disser que não, você me hipnotiza? - Perguntei me sentando na beirada da cama.
Ele negou com a cabeça e entrou no quarto, o vento trouxe o cheiro do seu perfume até mim, fechei os olhos para sentir o aroma.
- Não quero que vicie nisso. - Ele falou.
Abri os olhos e me assustei quando vi ele em pé na minha frente. Sorri e olhei para ele.
-Isso vicia?- Perguntei.
-Sim, vai começar a depender da hipnose para dormir depois de um tempo. - Respondeu.
-Hum.
Olhei para suas mãos, uma estava dentro do bolso do seu casaco e a outra estava caída ao lado do corpo. Criei coragem e peguei ela com as duas mãos, estava quente apesar do vento gelado que estava lá fora.
-Vai dar certo amanhã? - Perguntei encarando sua mão.
-Precisa dar. - Respondeu.
Respirei fundo, ele tirou sua mão da minha e levou ela em meu queixo levantando minha cabeça. Olhei para ele quando inclinou seu corpo e selou meus lábios gentilmente, fechei os olhos e levei minhas duas mãos em seu rosto. Seus lábios também estavam quentes, desci minha mão em seu casaco e puxei ele deitando para trás. Ele apoiou um joelho do lado do meu quadril, e as duas mãos na cama sem deixar de me beijar, ficando por cima de mim.
-Isso está me viciando também. - Falei em seus lábios e ele sorriu.
-Tudo bem viciar nisso. - Falou descendo seus lábios em meu pescoço.
Inclinei minha cabeça para trás quando ele começou a selar ali. Eu queria senti-lo mais, puxei mais um pouco seu casaco e ele soltou seu corpo em cima do meu. Meus pés ainda estavam no chão.
-O que fez comigo?- Ele perguntou beijando minha bochecha.
-Eu não sei, mais eu sei o que você fez comigo. - Respondi.
Ele subiu seus lábios em meus olhos, testa, nariz.
-O que foi que eu fiz? - Perguntou baixo.
Levei a mão em sua nuca e trouxe seus lábios até os meus e iniciei outro beijo. Invadi sua boca com a língua e o beijei intensamente. Senti-o tirar uma de suas mãos do colchão e levar em minha cintura, ele acariciava o lugar gentilmente e eu amei sentir aquilo. Parei aquele beijo e ele apoiou sua testa na minha.
-Você me mostrou o significado de um beijo. - Falei colocando minha mão em seu rosto. - Você fez meu coração bater novamente, me fez chorar de ciúmes...
Ele sorriu e afundou seu rosto em meu pescoço, levantei os braços e o apertei contra mim pelo o seu pescoço.
-Eu vou matar o seu amigo. - Falou de repente.
-O que? - Perguntei confusa.
Ele se levantou e colocou as duas mãos no bolso. Ele não respondeu nada, apenas fechou seus olhos no mesmo momento em que ouvi batidas na porta.
-Nabi. - Era o Jin. - Posso falar com você? - Perguntou.
Sentei-me rapidamente e olhei em direção a porta. Senti ele tocar em uma mexa dos meus cabelos ainda úmidos e isso me fez olhar para ele.
-Estou indo. - Falou e praticamente sumiu no ar.
Sorri e sentei na cama com as pernas cruzadas.
-Entra Jin. - Exclamei alto.
Jin abriu a porta devagar e colocou apenas a cabeça para dentro do quarto e olhou em volta.
-Está sozinha?- Perguntou.
-Estou, entra logo. - Falei sorrindo.
Ele entrou no quarto e fechou a porta. Caminhou até a cama e se jogou ali do meu lado e respirou fundo. Me deitei ao lado dele e virei de lado para vê-lo melhor.
-O que houve? - Perguntei.
-Eu fui muito inconveniente com o Jimin sem querer. - Respondeu.
-O que foi que fez? - Perguntei arrumando sua franja.
Ele olhou para mim e me encarou sério, aquele olhar me deixou com um pouco de medo.
-Nabi, eu descobri que a Arimin está grávida. - Falou.
Arregalei os olhos e me sentei rapidamente. Ah meu Deus, Arimin vai ser mãe? Sorri de orelha a orelha e olhei para ele. Mas a minha felicidade logo se desfez quando ele continuou me encarando sério.
-Qual é o problema? - Perguntei. - Vamos ser titios.
-Nabi, não sabe a gravidade disso. - Falou olhando para o teto. - Um vampiro e um humano não podem ter filhos, pois desse tipo de relacionamento nascem aberrações.
Arregalei os olhos e tapei a boca.
-Não...
-Sim, eu acabei descontando toda a minha preocupação em Jimin, estou mal por isso. - Falou fechando seus olhos.
Agora me veio em mente a história que Hee contou para nós três no quarto aquele dia.
-Jin...
-Sim, ela vai precisar muito de nós caso o pior aconteça. - Me cortou.
Me aproximei dele e deitei em seu peito, senti uma lágrima escorrer dos meus olhos. Arimin não podia passar por isso, ela merece toda a felicidade do mundo. Por que nossas vidas têm que ser tão cruéis com nós duas?
Jimin On.
-Eu não sei... - Ong falou juntando suas mãos em cima do colo. - Já tentei de tudo, mas não sou bom o suficiente para isso.
Apoiei meu cotovelo no braço do sofá e pousei minha testa em minha mão fechada.
-Se fosse bom saberia? - Perguntei.
-Sim, eu conseguiria ver se a alma da criança é humana ou não. - Respondeu. - A não ser...
Levantei minha cabeça e o encarei.
-A não ser o que? - Perguntei apreensivo.
-Se eu pudesse tocar na barriga dela. - Respondeu.
-Espera, se tocar na barriga da Arimin conseguirá saber se o meu filho será aberração? - Fiquei em pé.
Eu não sei por que, mas aquilo eletrizou o meu corpo em uma ansiedade absurda.
-Posso estar equivocado e não saber o que fazer se fizer isso. - Olhou para mim em pé. - Estou pensando nisso porque, uma vez eu toquei na caverna onde a menina estava e a senti dormindo. Então pensei que isso poderia ser uma das minhas habilidades. Quem sabe se eu não tocar na barriga dela eu não sinta algo?
Passei minha mão no cabelo. Droga, isso estava me deixando muito desnorteado. Eu precisava focar em trazer Arimin de volta primeiro, mas isso estava sendo forte demais. Eu queria fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
-O problema é que o corpo não é mais o da menina e sim da vampira que todo mundo odeia, e se me vir com certeza me matará em segundos. - Falou me tirando daqueles devaneios.
-Tudo bem Ong, depois conversamos sobre isso. - Falei caminhando em direção à porta.
-Jimin. - Ele me chamou e eu parei quando pousei minha mão na fechadura.
-O que foi? - Virei meu corpo e o encarei.
-Se... Se o seu filho for...
-Não. - O cortei.
Eu estava cansado de pensar nisso.
-Não, me deixa falar sobre isso. - Ele insistiu. - Se no caso dele ser, digo, se ele...
-Já entendi, continua. - O cortei impaciente.
-Não precisam se submeter a isso. Não precisam pensar em se livrarem dele, deixem isso comigo. - Falou.
Soltei a fechadura da porta e o encarei firme.
-Do que está falando Ong? - Perguntei. - Está me pedindo para matar o meu filho?
-Jimin, eu posso levar a alma dele para o limbo. - Falou. - Ele não terá sentimentos nenhum, posso deixa-lo no limbo e vocês enterram o corpo dele aqui. Terão algo e um lugar para lembrarem dele. Ele não vai sentir nada.
O encarei por alguns segundos e virei o corpo. Saí do quarto e fechei a porta, caminhei pelo o corredor e parei. Fechei meus olhos, controle era a única coisa que eu não estava conseguindo ter. Olhei pela janela e vi quando o sol nasceu, levei minha mão até a pedra.
Hoje eu te trarei de volta.
Fui direto para o meu quarto e me joguei na cama. Eu não conseguiria dormir de qualquer forma. Fiquei ali deitado, encarando o teto e tentando me lembrar de cada segundo depois que conheci Arimin, do nosso primeiro beijo. Nosso primeiro toque intenso e nossa primeira noite. Foi o melhor dia da minha existência.
Quando me dei conta o céu já havia ganhado o tom alaranjado do entardecer e a noite se aproximava. Sentei-me na cama e caminhei até o banheiro para tomar um banho quente, saí e coloquei uma calça jeans e o meu casaco por cima do moletom. Fui até a sala e vi todos ali, conversavam sem parar e eu não conseguia saber sobre o que falavam.
-O que está havendo aqui? - Perguntei e todos ficaram em silêncio.
-Estão decidindo quem vai com você até a montanha. - Yoon falou ao lado da janela.
Até mesmo Jin e Nabi estavam ali.
-Eu vou sozinho. - Falei.
Todos me olharam, vi em cada um deles que não concordaram com aquilo.
-Não pode ir sozinho Jimin, um pelo menos tem que ir junto com você. - Kook falou.
-Então Yoon vai. - Falei colocando minhas mãos nos bolsos.
-Falei, esses dois não se desgrudam. - Hobi reclamou.
Não era nem pelo o fato de Yoongi ser o mais próximo a mim, não sabíamos o que Ni Mira estava tramando, seu silêncio estava sendo muito suspeito. Então levaria Yoongi comigo, afinal, depois de mim ele é o mais rápido e forte.
-Então é melhor saírem já. - Kook falou. - Logo anoitece.
-Sim, eu já estou pronto. - Falei e encarei Yoongi.
-Ah, eu também. - Ele falou. - Eu só...
Notei ele olhar para Nabi sentada ao lado de Jin. Ele estava querendo se despedir dela? Respirei fundo.
-Jin e Nabi. - Os chamei e os dois me encaram. - Venham comigo.
Levantaram-se dali e me acompanharam para fora da sala.
-Fica aqui. - Falei para Nabi e ela me olhou confusa. - Venha Jin...
Nós dois saímos andando, logo vi Yoongi se aproximar dela. Jin estava calado e me olhava de vez em quando, eu ainda precisava conversar com ele. Eu sei que agiu por impulso ontem, sei o quanto se preocupava com Arimin, ele não queria dizer aquilo daquela forma.
-Jimin, eu tenho que me desculpar com você. - Falou.
-Foi por isso que te chamei. - Virei e o encarei. - Não quero que fique pensando muito nisso, isso está me deixando maluco. Então é melhor não falarmos mais sobre, eu quero te pedir que não conte para ninguém. Não acho justo que todos saibam antes dela.
-Eu contei a Nabi...
-Tudo bem, ela é importante para a Arimin. - Respirei fundo. - Agora eu tenho que ir.
-Traga a minha amiga de volta. - Ele falou quando virei o corredor.
Apenas acenei com mão e avistei Yoongi me esperando na porta. Quando saímos eu senti uma presença em frente ao portão.
-Ah não. - Falei e corri para lá.
Era Ni Mira. Ela trajava uma calça jeans preta, uma camiseta na mesma cor e o mesmo casaco como o nosso comprido. Prendeu os cabelos de Arimin em cima da cabeça e calçava um coturno preto também. Estava vestida como uma vampira, embora Ni Mira seja uma, habitava em um corpo que não é uma de nós e ver Arimin daquela forma me causou algo estranho, mas de uma maneira boa.
-Achou mesmo que eu não notaria que pegou o meu colar? - Ela perguntou sorrindo ladina.
Logo todos começaram a sair da casa, provavelmente sentiram a presença dela.
-Na verdade não. - Respondi colocando minhas mãos no bolso. - Só achei estranho não ter feito algo antes.
-Eu sei que aquele bruxo miserável está ai dentro! - Nosso tio apareceu ao lado dela.
Fechei minhas mãos dentro do bolso, o fato de saberem que Ong está com a gente não significava que sabiam que a alma da Arimin ainda estava intacta nesse mundo, significava?
-E tem mais... - Ela falou. - Acho que não terminamos o trabalho, sei que a alma daquela humana ainda está aqui e se pegou o meu colar, tenho quase certeza de que tem alguma coisa a ver.
Droga.
Segundos depois, os anciões aparecerem ao lado dela junto com Garry e seus irmãos. O que era aquilo? Estavam do lado dela? Eles sabiam que ela estava planejando acabar com a nossa espécie?
-O que você quer Ni Mira? - Perguntei.
-Eu quero o colar. - Falou.
Olhei para o lado e sorri soprado.
-Se entregar o colar, nós não puniremos mais vocês. - Um dos anciões falou.
Garry e seus irmãos deram risada. Fechei meus olhos e respirei fundo.
-Eu não ligo para a punição! - Ouvi Namjoon gritar.
-Eu muito menos! - A voz de Hobi veio em seguida.
-Eu quebrei as leis e não tenho medo de paga-las. - Haye falou também.
Yoongi estava ao meu lado, mas não falou nada. Eu já sabia que ele não se importava com nada e estaria ao meu lado.
-Vocês estão parecendo adolescentes! - Nosso tio gritou. - São a vergonha do nosso clã.
-Ni Mira retornou! - Um dos anciões abriu o braço. - Ela está de volta e é da nossa linhagem! Dê o colar a ela e todos seremos invencíveis!
Foi isso o que ela disse a eles? Que o colar lhes dariam poderes invencíveis? Senti a pedra na palma da minha mão, eu a tinha tirado do pescoço e posto no bolso antes de sairmos da casa. Aproximei-me de Yoongi e levei a pedra na mão dele, fiquei com medo que ele reagisse surpreso. Mas apenas cobriu a pedra com a sua mão sem tirar os olhos do ancião que falava sem parar e a colocou em seu bolso.
-Preciso que leve a pedra até a montanha. - Falei baixo e usando minha habilidade para que os demais não ouvissem. E dessa vez ele me olhou surpreso.
-Jimin...
-Eu confio em você. - Falei. - Nunca me deixarão sair daqui.
Ele olhou para frente e apenas assentiu com a cabeça.
-Anda logo Jimin! - A voz de Ni Mira chamou a minha atenção. - Me entregue esse colar.
-Foi isso o que disse a eles? - Perguntei caminhando em sua direção. - Disse que o colar daria poder a eles?
-E vai! - Ela falou levantando o queixo.
Arimin nunca teria aquela expressão em seu rosto e eu odiava quando ela falava daquele jeito.
-Então eu vou entrega-lo para o ancião mais velho. - Falei e encarei seus olhos azuis.
-Eu sou a mais velha aqui e todos sabem disso. - Ni Mira falou.
-Mas você morreu há séculos! - Kook falou firme. - O líder dos anciões deveria pegar o colar não é mesmo?
Notei ela fechar suas mãos em punhos. Estávamos conseguindo irrita-la.
-Não me provoque. - Ela falou, mas não foi em voz alta.
Eu ouvi sua voz na minha cabeça e aquilo me deixou intrigado. Teria sido impressão? Ela ainda me encarava, enruguei o meio das minhas sobrancelhas.
-Não vai querer que todos saibam da criança que está no ventre dessa menina, vai?- Perguntou novamente, só que na minha cabeça.
Ela estava falando pelo os pensamentos? Isso era possível? Talvez seus poderes ainda sejam fortes.
-Diga. - Falei. - Conta para eles.
Ela não faria isso. Ong falou que ela precisava do meu filho para me manipular, seja para o que estivesse planejando. Ela contraiu os lábios e respirou fundo, ela sabe que se disser isso, farão o possível para mata-lo ali mesmo, na barriga dela.
-Está me desafiando? - Ela sorriu ladina.
-Por quê? Não vai fazer isso? - Perguntei.
Quando ela foi falar alguma coisa, um dos irmãos de Garry que discutia com Kook o atacou. Os dois iniciaram uma briga corporal, Tae e Hee se juntaram para ajuda-lo. Por causa disso uma briga começou entre todos nós contra os anciões e os irmãos de Garry. Vi quando Ni Mira veio em minha direção, ela me atacou rapidamente e eu desviei a tempo. Ela queria o colar e eu não podia deixa-la descobrir que eu não o tinha mais. Já estava noite e a lua logo estaria cheia. Notei Yoongi desviar de todos e correr entre as árvores.
Espero que ele consiga!
Coma a minha distração, senti meu rosto arder quando ela o cortou com a sua unha. Me virei rapidamente e quando fui ataca-la, parei. Não era o corpo dela, ela sorriu e voltou a me atacar. Droga, eu nunca conseguiria ferir o corpo de Arimin e se tudo desse certo, Yoongi a traria de volta. Ni Mira estava muito forte, mas alguma coisa em suas habilidades estava estranha. Seus movimentos estavam lentos e ela parecia se cansar.
-O que está havendo com você? - Perguntei derrapando na terra.
-Essa criança... - Olhou para a barriga de Arimin. - Ela está bloqueando o meu poder e não é de hoje.
Arregalei os olhos minimamente.
-O que? - Perguntei confuso.
-Não está bloqueando. - Ong surgiu entre as árvores. - Ele está ‘sugando’ seus poderes.
-ONG SEU DESGRAÇADO! - Ni Mira gritou. - VOCÊ MENTIU PARA NÓS!
Ni Mira estava ficando fraca por causa da criança? Ela nos atacou novamente e dessa vez fiquei surpreso quando Ong ficou vermelho como o rubi e a abraçou rapidamente. Ni Mira começou a gritar, ela estava mesmo fraca demais. Corri até ele.
-Ong! Solta! Não é o corpo dela. - Falei desesperado.
Ele soltou NiMira/Arimin e ela caiu de joelhos com muita dor. Droga. Não era a Arimin, mas aquilo me incomodou muito.
-Me desculpa. - Ong falou.
-Tudo bem Ong, vá pra dentro! - Exclamei.
Ong saiu correndo e voltou para dentro dos portões. Olhei em volta e todos ainda lutavam com os anciões. Garry estava caído no chão, estava desmaiado ou morto?
-Me dê esse colar! - Ouvi Ni Mira dizer ao ficar em pé.
Arregalei os olhos quando suas unhas cresceram e ela as posicionou na barriga de Arimin.
-Não faria isso. - Falei.
-Ah eu faria! Eu não estou me importando com mais nada. - Ela falou ainda com dor. - Eu queria usa-lo para chantagear você, mas essa criança está me deixando fraca, então irei tira-la de mim.
Aquilo acelerou o meu coração, ela estava falando a verdade.
-Jimin! - Ouvi Yoongi gritar.
Olhei em sua direção, ele levantou a pedra e ela estava roxa. Enruguei o meio das minhas sobrancelhas sem entender nada.
-NÃO! - Ni Mira gritou.
Logo ela cambaleou para o lado e quando foi cair me aproximei dela e a segurei a tempo. Ela rodou sua cabeça para trás com os olhos fechados e quando os abriu, o ar faltou em meus pulmões e faltou pouco para eu enlouquecer.
Estavam caramelados. Era ela! Era ela.
-Ari? - Levei minha mão em seu rosto.
-Ji... - Quando foi dizer meu nome ela gritou.
Seu corpo estava queimado por causa de Ong, ajoelhei ela no chão. Tirei seus cabelos da frente e a mordi rapidamente. Uma eletricidade passou pelo o meu corpo inteiro, era ela! O sangue dela e o seu cheiro. Apertei seu corpo contra o meu, eu ainda não conseguia acreditar. Senti a respiração pesada dela ser controlada, meu coração estava disparado no peito. Afastei-me dela e ela me encarou.
-O que está acontecendo? - Perguntou claramente confusa.
-Ari? - Perguntei novamente.
-O que foi? - Levou suas duas mãos em meu rosto.
Pela primeira vez em toda a minha existência deixei uma lágrima cair. Nem mesmo na morte dos meus pais me permiti chorar, finalmente a pessoa que me permitia respirar estava de volta. A puxei rapidamente e envolvi seu corpo firme.
Eu estava embriagado pela saudade e isso estava me enlouquecendo. Abaixei minha mão e pela primeira vez toquei em sua barriga. Ela abaixou seu olhar em minha mão.
-O que foi? - Perguntou novamente e olhou em volta.
A luta ainda continuava.
-Eu amo você! - Falei. - Eu senti tanto a sua falta.
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