CAPÍTULO DEZESSEIS
Constantemente, constantemente, constantemente, você
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Passos pesados eram a única coisa que se podia ouvir naquela cabana, fora a respiração estabilizada. Antes, esses passos deixariam o ômega acuado, mas agora, ele se sentia quente já que era carregado pelos calorosos braços.
— Durma, meu doce ômega. Mais tarde iremos sair. — Jungkook beijou a testa de Jimin antes dele afundar o rosto em seu pescoço. — Quando acordar eu estarei te esperando. — O ômega ronronou beijando o pescoço do alfa.
— Não... — Chiou. — Não me deixe.
Jungkook riu baixinho e o aromatizou. — Meu ômega está tão manhoso. — Roçou seu nariz na orelha de Jimin e beijou a área abaixo dela.
Ao chegar no quarto Jimin notou que o sol ainda estava fraco, seu sono desregular era mais notável agora que se deu conta que não passava das cinco horas da manhã.
— Fique comigo... — Manhou quando Jungkook o colocou no colchão. Então, ele sorriu e deitou quando Jimin se afastou para isso, logo escalando o corpo grande e deitando em cima do alfa.
— Como uma criança. — Jungkook sorriu quando Jimin esfregou o rosto contra o seu e se aninhou mais a si.
Algumas horas mais tarde, depois de vários beijinhos, lambidas no rosto e pescoço, Jimin abriu os olhos quando sentiu seus pés ficaram sobre os de Jungkook, para que ele não tivesse contato com o piso frio.
— Bom dia, paeonia. — Ele sorriu e abraçou-o com um dos braços, não deixando o corpo sonolento cair por seu estado letárgico.
— Dia? — Piscou afundando o rosto na blusa branca, sentindo o cheiro e o calor de Jungkook através do tecido.
— Ainda são oito horas da manhã. — Ele girou o registo esperando a água esquentar o suficiente para não incomodar o ômega.
— Hm... — Sussurrou abraçando a cintura do alfa com seus bracinhos.— Quer que eu te banhe ou pode fazer isso sozinho? — Questionou olhando-o quando Jimin levantou a cabeça e o olhou nos olhos.
— Posso fazer isso sozinho.. — Disse contra sua vontade. Ele queria sim que o alfa lhe desse banho e o esquentasse após, ser cuidado era uma coisa que ele havia se esquecido, e apreciou a sensação, mas não queria incomodá-lo com sua forma dependente.
— Então eu irei fazer o café da manhã, tudo bem? — Jungkook o soltou e Jimin sentiu o tapete felpudo em seus pés.
— Sim... Obrigado alfa.
— Você vai comer? — Ele se agachou em frente ao ômega, que coçou os olhos com as costas das mãos e assentiu. — Hm, quer que eu tire sua roupa, paeonia? — Em reposta, Jimin deu um passo para frente, entre as pernas dobradas com os joelhos apoiados no chão.
— Me veste com suas roupas? — Jimin pediu baixinho, quando sentiu os botões da blusa serem desfeitos.
— Tudo o que você quiser, sugilita.
Após retirar todas as suas roupas e entrar no boxe com o vidro começando a embaçar pelo vapor da água, Jimin corou quando viu Jungkook o olhando fixamente, com a roupa ainda em suas grandes mãos e seu maxilar trincado.
— Jun... O que foi? — Disse baixinho.
— Eu irei cuidar mais de você. — Umedeceu os lábios com a língua vermelha e demorou-se com o olhar no quadril largo, observando os ossos salientes.
— Não me olhe tanto.. — Encolheu os ombros, abraçando sua cintura enquanto a água molhava seu corpo.
— Me desculpe. Você é tão lindo que eu acabo não resistindo. — Abaixou o olhar e a cabeça suavemente. — Me perdoe, ômega.
— Eu não sou lindo. — Chiou baixo, sentindo sua pele arder um pouco com a água quente.
— Tem razão. — Jungkook voltou a olhar o rosto vermelho pelo vidro embaçado. — Lindo é um adjetivo insuficiente para descrevê-lo.
Jimin sentiu seu corpo esquentar ainda mais e se virou, constrangido. E, com um sorriso Jungkook saiu do banheiro e foi até a cozinha, preparar panquecas de amora para o ômega.
— Cinco anos e meses atrás —
— Mãe! — Jimin andou correndo até o carrinho de compras que Haemin empurrava.
— Diga meu amor. — Ela moveu sua atenção de Jihyun para o ômega mais velho.
— Pode comprar? Por favor, por favor, por favor! — Pediu dando pulinhos com a caixa de cereal me seus braços.
Ela sorriu e assentiu. — Tudo bem. Pode pegar os brotos de feijão? — Pediu colocando a caixa no carrinho, enquanto Jihyun devorava um pacote de biscoitos.
Animado, Jimin levantou o polegar e saiu rumo ao lado oposto, observando todos os corredores do mercado, a procura dos brotos de feijão. — Com licença. — Suavemente pediu para a mulher que estava bloqueando o caminho com seu corpo e o carrinho que empurrava.
Ela se levantou e olhou para Jimin com um olhar assustado, observando com atenção seu rosto. — Claro! — Sorriu depois que notou que o outro também era um ômega e moveu seu carrinho para o lado, dando passagem para Jimin.
— Obrigado. — Jimin atravessou o corredor e agachou quando viu os brotos de feijão, se perguntando se sua mãe queria o pacote maior ou o menor.
— Olha essa bunda. — Uma voz ao longe pode ser ouvida, então Jimin encolheu os ombros e puxou sua blusa para baixo, cobrindo a calça preta que vestia.
Ainda numa batalha mental sobre qual pegar, acabou puxando o maior pacote com pressa -quando ouviu uma risada- fazendo com que os outros brotos caíssem no chão, atrasando ainda mais sua saída. — Droga. — Chiou colocando os pacotes de volta com rapidez.
— Oi. — Jimin ouviu uma voz atrás de si e se levantou rapidamente, dando de cara com um alfa um pouco mais velho que si. — Olha, é o Park Estranho Jimin. — O alfa riu e Jimin olhou para o beta atrás de Chungho.
— Licença. — Jimin pediu, tentando se afastar do alfa que negou com um sorriso.
— Quando você vai ter seu primeiro cio? — Ele questionou o olhando de cima a baixo.
— Eu quero passar, Chungho. — O ômega disse firmemente, controlando seu medo. Chungho não era uma das pessoas mais carinhosas e simpáticas que ele já conheceu, pelo contrário.
— Eu fiz uma pergunta.
— E ele falou que quer passar, então eu acho melhor você sair e deixar ele ir. — A ômega assustada de antes disse, com um semblante sério.
— Oh, outro defensor? — Chungho perguntou para Jimin com um sorriso provocador.
— Vamos criança. Saia ou eu vou chamar a segurança. — Ela colocou as mãos na cintura e olhou par ao alfa como se o desafiasse.
— Vamos logo, essas putas de hoje estão bem soltinhas. — Riu quando olhou para os dois ômegas após ser seguido pelo beta.
— Céus! — Ela riu deixando algumas lágrimas caírem ao andar em direção à Jimin.
— Você está bem? — Jimn perguntou alarmado quando viu as lágrimas formarem trilhas no rosto da ômega.
— Sim, eu estou. — Ela riu e soluçou. — Não sou muito boa com pressão. — Abanou o ar se esticando. — Os alfas de South são assustadores!
— Não é daqui? — Jimin ficou de frente para a ômega e piscou lentamente antes da mulher assentir, começando a secar as lágrimas dela com a barra de sua blusa listrada.
— Não mesmo. — Deixou o ômega claramente mais novo, secar suas lágrimas com cuidado. — Você também é diferente dos ômegas daqui. — Sorriu pela ação carinhosa do pálido.
— Eu sou Park Estranho Jimin. — Ele deu de ombros e ela negou, tomando as mãos pequenas.
— É forte. O seu cheiro. — Ela disse. — Acho que é por isso que eles foram até você. — Parece como se estivesse para entrar no cio a qualquer momento, completou mentalmente.
— Eu- Está? — Ela assentiu quando viu a expressão confusa. — Eu sou um ômega recessivo. — Jimin murmurou com as sobrancelhas franzidas.
A mulher achou melhor não continuar aquela conversa e tocou o rosto de Jimin. — Você não é estranho. Só me parece puro demais para isso. — Ela olhou em volta e tocou o nariz pequeno com o indicador. — Meu nome é Jeon Hayi e você, Park Jimin?
— Sim.
— Você é a primeira pessoa com quem eu falo aqui que não flertou comigo. — Ela riu e olhou para o pacote de brotos caído no chão, se agachando para pegar. — Embora eu não fosse me importar com isso. — Piscou para o outro ômega que ficou vermelho. — Fofo!
— Obrigado. — Agradeceu num sussurro quando ela lhe devolveu o pacote. — Eu amo broto de feijão. — Disse aleatoriamente, ainda envergonhado.
Jimin corou ainda mais quando ela riu e pegou também dois brotos, colocando em seu carrinho. — Meu irmão também ama brotos de feijão. — Ela rolou os olhos e pegou mais quatro pacotes.
Ele come tudo isso? — O ômega arregalou os olhos para os seis pacotes grandes.
— Ele é um homem grande. — Hayi riu e elevou a mão para cima, ficando na ponta dos pés e deu um pulinho. — Um pouco maior. — Negou.— Sou a única ômega de uma família de alfas lupinos, coitada de mim. Até meu irmão mais novo é maior que eu! — Resmungou e olhou para trás quando alguém a chamou.
— Jimie. — Jihyun apareceu no corredor do mercado e olhou para a ômega que estava ao lado do irmão mais velho.
— Oh meu Deus! Que criatura linda! — Hayi olhou para o pequeno ômega escondido atrás de uma das estantes de biscoitos.
— Diga oi Yunie. — Jimin disse quando o filhote correu para si e se escondeu atrás de seu corpo.
— Oi, noona. — Hayi sorriu e ronronou.
— Olá pequeno filhote. — Ouviu seu nome ser chamado novamente e ela resmungou. — Tae não consegue esperar! — Muxoxou e se aproximou de Jimin. — Posso te abraçar? Antes que o lupus afogue o pobre peixe.
Jimin assentiu e abraçou a ômega, que logo depois abraçou seu irmão. — Yii. — Uma mulher realmente linda chamou a ômega.
— Já vou Soojin. — Ela acenou para a mulher que assentiu e sumiu alguns segundos depois.
— Tchau Hayi. — Jimin sorriu quando a ômega voltou sua atenção para si.
— Me chame de noona. — Piscou e beijou a testa de Jimin. — Nunca deixe ninguém te diminuir, okay? Você é único da sua forma. — Ela sorriu antes de se afastar com o carrinho.
— Atualmente —
— Onde nós vamos? — Jimin questionou, curioso quando saiu da cabana quentinha para o inverno do outro lado da porta.
— Surpresa. Mas, se você não se sentir pronto me diga. — Ainda mais confuso, Jimin se deixou ser guiado pelo lupus, que ao contrario de si vestia apenas uma calça jeans e uma blusa fina de mangas compridas.
— É assustador como você não sente frio. — Resmungou remexendo o nariz vermelho quando os fiapinhos cachecol o incomodou.
— Mas não está frio. — Jimin rolou os olhos e se encolheu quando um vento frio balançou as milhares de roupas que ele vestia.
— Imagina. — Chiou agarrando a mão quente de Jungkook, sendo guiado até o carro do alfa.
— Eu irei ligar o aquecedor quando estivermos no carro, aguente só mais um pouco meu amor. — Jungkook envolveu o corpo pequeno e cobriu-o com o seu, impedindo que outra rajada de vento o atingisse.
Quando Jimin se sentou no carro alto e puxou o incomodo cachecol de Yoongi do rosto, ele avistou uma carta rasgada sobre o porta luvas, um adesivo de coração prendia a abertura da carta; um sentimento estranho tomou seu peito e ele resolveu deixar sua curiosidade de lado antes que ela tomasse proporções maiores.
Com o aquecedor ligado e Jimin ronronando pelo ambiente quentinho, Jungkook sorriu para o ômega e o ajudou a regular o cinto de segurança, prendendo-o em volta dele.
Agradeceu baixinho a Jungkook e virou o rosto para que pudesse observar a paisagem quase branquinha, a neve havia caído naquela madrugada deixando algumas árvores mais carregadas.
Assim que o veículo passou longe da casa de seus amigos, Jimin se sentiu nervoso ao notar que estava indo em direção ao bairro onde Dokgoo morava. Seus ombros lentamente se encolheram e ele avistou a casa que passará seus momentos de terror.
Ela não havia mudado nada naqueles anos, nem da primeira vez que o visitou até a última vez que passou pega porta sendo carregado por Yoongi. A escada que levava a porta principal mantinha a neve acumulada. Aqueles degraus que tanto o deixaram acordado durante a noite, a espera de seu alfa.
Ainda se lembrava perfeitamente, a madeira do terceiro degrau rangia toda vez que alguém pisava sobre ela. Sua audição se tornou sensível para aquele barulho, afinal era um alerta que Dokgoo havia voltado pra casa. Também aprendeu a diferenciar, quando havia um rangido mais longo significava que ele estava companhado, se fosse um lento sabia que ele estava sozinho, mas quando era curto e alto, Jimin já se cobria com o lençol rezando para que o alfa o ignorasse e fosse dormir no quarto.
Mas, as vezes, suas preces pareciam ser ignoradas. Sentia o cheiro da irritação dele na maioria das vezes mesclado com o do álcool ou de algum outro ômega. Mesmo que ele deixasse claro, que preferia as fêmeas.As cicatrizes eram a prova disso, as marcas de mordida em sua virilha era a lembrança vivida das tentativas de transforma-lo em uma fêmea.
A dor agonizante dos dentes cortando sua pele, arrancando não só a pele como o sangue vivido deixaram o ômega mais esperto, ele passará a cobrir seu pênis com suas mãozinhas, na espera que isso suavizasse as ações de Dokgoo. Passará a falar que era a ômega dele, que menstruará alguns dos dias quando as feridas eram graves demais para aguentar novas.
Durante as noites de amor Jimin permanecia com sua blusa e escondia seus testículos e pênis com a cueca, deixando apenas sua entrada visível para os olhos atentos.
— Jimin? — O rosto do ômega se virou rapidamente, juntamente das mãozinhas que cobriram seu rosto numa tentativa de se proteger.
— Eu não sou uma fêmea! — Grunhiu roucamente, balançando suas mãos no ar, numa lembrança falha dos chutes.
— Sugilita.. Meu amor. — Jungkook franziu o cenho e automatizou o ar fechado, deixando todo o ambiente carregado com seu cheiro.
— Jun.. — Jimin choramingou abrindo os olhos e abaixando as mãos frenéticas.
— Sim, sou eu. Está tudo bem? — Os olhos diferentes focaram a figura grande ao seu lado. O peitoral largo estava virado para si quando notou sua respiração pesada.
— Eu- — Assentiu afastando suas costas do vidro e colocando suas pernas para baixo. Acabou, sem perceber por encolher-se no banco e couro, chutando e batendo no alfa. — Desculpa! — Pediu ao ver um pequeno corte a bochecha do alfa, onde sua unha o arranhou.
— Você está bem, paeonia? — Repetiu a pergunta.
— Eu- me desculpa. Eu não queria te machucar. — Jimin pediu eufórico, se lançando contra o corpo grande e tomando o rosto de Jungkook com suas mãozinhas.
— Está tudo bem comigo. — Disse de forma mansa, puxando-o de lado para seu colo após afastar o banco do volante. — Você está bem? O cheiro do seu medo está no ar. — Moveu suas mãos para o rosto de Jimin, secando as lágrimas com o polegar.
Jimin chiou e soluçou ao olhar para o rosto preocupado de Jungkook. Segurou as mãos grandes e se jogou contra o peitoral largo, fungando o cheiro tão conhecido.
Com a orelha firmemente colada no peitoral quentinho, Jimin ouvia os batimentos ritmados de Jungkook, ronronando vez ou outra quando recebia um beijinho na cabeça ou seu cheiro ficava ainda mais forte, o fazendo se sentir totalmente protegido.
Com o olhar vidrado nos olhos negros que o olhavam com carinho, ele se permitiu esticar-se, beijando a bochecha quente do alfa, corando fortemente em seguida. Jungkook o olhou surpreso e logo sorriu, se aproximando e lambendo a pontinha dos dedos de Jimin, logo beijando cada um e as suas mãozinhas. Um ronronar alto e Jimin sentiu-se ainda quente, não só seu físico como seu coração.
— Um ômega tão doce. — O elogiou, com um sorriso carinhoso em seus lábios vermelhos.
— Um alfa tão bom. — Retribuiu, ainda com o rosto vermelho. — Obrigado Jun. — Esticou duas costas, esfregando sua bochecha na de Jungkook, fechando os olhos com o grunhido suave do alfa.
Ressonou baixinho e sentiu a mão de Jungkook em sua coxa, deixando-a quente com sua palma. Tocou-a com a sua e acariciou a grande mão com seus dedinhos, abrindo seus olhos e deixando a paisagem se focar através dos vidros.
A surpresa não camuflada no rosto pálido, a casa que era apenas um metro elevada do chão foi totalmente familiar. A porta e as madeiras brancas que cercavam a casa, tocaram sua memória. Suas mãos sujas de tinta branca, suas risadas e de sua mãe quando Jihyun resmungava por estar sujo. A primavera derretendo a neve que de empilhava sobre as telhas e o doce cheiro do chocolate quente à tarde, provocou cócegas em seu nariz.
— Jun.. — Jimin sussurrou, olhando atentamente a casa no qual cresceu.
— É a sua casa meu amor. — Jungkook esfregou o nariz nos fios pálidos, abraçando o corpo pequeno com carinho.
— Yunie. — Jimin chorou ao ver um ômega alto subir os degraus com certa pressa, vestido totalmente de preto.
— Sim, é o seu irmãozinho. — O alfa apoiou seu queixo no topo da cabeça do ômega, o confortando com seu abraço. — Você quer vê-los?
O soluço que foi engolido fez um som estranho, ele ressonou tristemente, virando seu rosto para o peito de Jungkook. — E se ela não quiser mais me ver? E se o Yunie me odiar por eu ter o deixado? Se o papai- — Fungou, apertando os braços firmes com seus dedos. — Eles são seus pais, eles te amam e seu irmão também te ama. — Jungkook segurou o queixo de Jimin com sua mão e roçou os lábios trêmulos com seu polegar.
— Tenho medo. — Tristemente admitiu, olhando o rosto de Jungkook através das lágrimas.
— Eu estou com você. Confie no seu alfa. — Aproximou seus rostos e roçou seus narizes com cuidado, se afastando para lamber as lágrimas do seu ômega.
— Eu confio... — Jimin chiou. — Eu confio no meu alfa.
— Isso me deixa feliz, ômega. — Sorriu abertamente e colocou suas testas depois de beijar seu nariz vermelhinho.
Jimin sentia suas pernas tremerem, o frio incomodava mas a ansiedade queimava seus nervos.
A mão quente de Jungkook habilidosamente atravessou as camadas de roupas e tocou sua barriga, iniciando uma carícia na carne macia.
Com passos vacilantes e guiados por Jungkook, Jimin subiu as escadas com cuidado visto que estavam com um pouco de neve.
— Omma! — Jimin parou de andar ao ouvir a voz de seu irmão. — O pão está em cima da mesa! — Gritou.
— Pare de gritar e vai procurar sua mãe, Hyun.— Jimin sentiu suas pernas vacilarem e Jungkook o segurou em seus braços, o abraçando.
— Papa.. — Choramingou baixinho, levando sua mão trêmula -coberta por uma luva branca- até em frente aos olhos, piscando para que as lágrimas não caíssem.
— Você consegue meu amor. E um ômega tão forte. — Jungkook sussurrou e bufou na orelha vermelha, esquentando-a com sua respiração.
Com a mão estendida no ar. Jimin afundou a campainha com o indicador e ouviu passos seguidos de uma voz doce. — Já vai!
Com a respiração presa em sua garganta os olhos diferentes viram a porta branca se abrir, revelando uma ômega tão pálida como si tomar sua visão. Os olhos cinzas da mulher estavam arregalados, demonstrando seu choque.
Jungkook permaneceu atrás de Jimin, abraçando o corpo totalmente estático, até que aos poucos os músculos tensos começaram a tremer e relaxar, quase desfalecendo em seus braços.
A ômega parecia estar em um momento parecido. Seu rosto ficou pasmo por incontáveis segundos antes do soluço da mulher ser tão profundo quanto o que escapou de Jimin. — Oh Deus!
Jimin chorou quando sentiu as mãos finas de sua mãe em seu rosto. — Mamãe. — Sorriu em meio as lágrimas.
— Meu filhote. Meu doce ômega. — Haemin olhou chorosa para o rosto de seu filhote, relembrando cada traço de Jimin. — Filhote. — Aproximou seus narizes e os roçou antes de beijar o rosto todo vermelho do ômega. — Meu bebê. — Sorriu juntando suas testas.
Jungkook sorriu ao ver os dois ômegas extremamente parecidos se confortarem, ambos frágeis demais naquele momento. Seu olhar vagou para trás da mulher e se fixou no alfa que parecia estático na porta.
Joohyun moveu sua atenção para o lupus em sua porta, que o encarava enquanto abraçava seu filhote. Seu lado ciumento perdeu para sua saudade, ver Jimin depois de tanto tempo parecia ter aquecido o alfa em tamanha proporção.
— Filhote. — Chamou pelo ômega baixinho. Sua esposa abriu espaço para que seus olhos fixassem na figura magra nos braços do enorme alfa.
— Papa.. — Jimin choramingou, esticando os braços para Joohyun. Então, com apenas dois passos rápidos o homem tomou seu filhote em seus braços, o erguendo do chão com mais facilidade do que se lembrava.
— Meu bebê. — Joohyun lamuriou afundando seu nariz no pescoço de Jimin, sentindo os bracinhos o abraçarem.
Haemin chorava ao olhar a cena, secando as lágrimas com seus dedos e olhou para o desconhecido lupus que cheirava ao seu filhote. Ela sorriu para o homem e o abraçou, deixando Jungkook surpreso, porém ele logo retribuiu o abraço da ômega.
Quando os soluços ruidosos se mesclavam, Jungkook soube a quem Jimin puxou em sua personalidade. A mulher em seus braços parecia devastada demais para controlar seus sentimentos e isso deixava suas ações puras e ingênuas aos seus olhos. Mas não era a única coisa que Jimin havia puxado dela.
Outro par de olhos castanhos olhavam toda aquela cena com surpresa, as lágrimas já banhavam mais olhos do que Jungkook podia se lembrar e ele viu o mais novo dos ômegas correr até Jimin, o abraçando de lado.
— Hyung! — Jihyun ronronou quando seu pai se afastou para que o ômega pudesse abraçar seu irmão mais velho.
— Yunie.. — Jimin sorriu e acariciou a nuca de seu irmão, o abraçando enquanto olhava para sua mãe enfurnada nos grandes braços de Jungkook.
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