Luz enquanto caminhava pela a calçada não parava de acariciar o pingente/chave que carregava. O sentimento de perdê-lo por alguns segundos a havia deixando com altos níveis de ansiedade. Por isso ao invés de pegar o ônibus para sua escola, ela escolheu ir caminhando para acalmar sua mente agitada.
Parada no sinal vermelho, Luz erguendo sua cabeça ver algumas garotas paradas a alguns metros dela. Indo até elas, Luz descobre que eram suas amigas.
E logo sua aproximação é percebida por elas.
─ Luz! ─ A primeira se manifesta era uma jovem de cabelos ruivos e pele sarnenta.
Luz apenas ergue seu braço.
─ Como foi sua noite? ─ disse a outra garota. Essa agora possuir cabelos castanhos e usava óculos.
Essas eram as amigas que Luz havia conseguindo quando havia entrando em sua nova escolar. Elas eram sua última tentativa de ter amigas normais, que pudesse faze-la ter uma vida normal. Para Luz as garotas não eram ruins, tiravam delas ótimas gargalhas e também algumas vezes elas faziam suas memorias das ilhas ferventes se tornarem apenas memorias.
No caminho o grupo de garotas conversava vários assuntos. Até que a garota de óculos trás para elas uma informação importante.
─ Luz espero que não tenha esquecido que hoje à tarde teremos um treino para nosso campeonato estudantil.
─ Era nessa tarde? ─ disse Luz surpresa.
─ Sério você esqueceu. Nem eu que não lembro os dias da semana não esqueceria algo tão importante. ─ A garota ruiva não parava de balança os baços enquanto falava.
─ Nesses dias eu tenho passado por muitas coisas. ─ disse sorrindo.
Luz queria tanto ter uma vida normal nesses últimos cinco anos que após encontrar essas novas amizades, ela também começou a experimentar coisas novas. Como simplesmente Luz fazia parte de um time de futebol de sua escolar, onde ele procurava se divertir algumas vezes, mas ela não esperava que teria um grande talento para o esporte.
─ Tipo os sonhos estranhos que você tem tendo? ─ disse a garota de cabelos ruivos.
Luz confirmava com a cabeça.
─ Sério Luz você teria que buscar um psicólogo. Se quiser um de meus tios trabalhar nessa área.
A garota de pele morena apenas dá um simples sorriso. Ela sabia que suas amigas estavam preocupadas, mas ela não queria que elas se intrometessem além do necessário. Por isso durante todo o caminho até a escolar, Luz mudava os assuntos que elas discutiam.
Em sua escolar Luz estava passando por sua terceira aula. O velho de barba branca e olhos fundos era seu professor de história que falava um pouco sobre a derrubada do império bizantino. E quando ele explicava as causas da destruição de um dos maiores impérios, Luz desenhava em seu caderno.
A jovem usava esse meio para frear alguns sentimentos de saudade que ela tinha. No caderno desenhava King, seu antigo amigo que muitas vezes se declarava ser o rei dos demônios. O lápis passava de forma lenta e sutil traçando os belos contornos e ao mesmo tempo lembranças sobre as travessuras de seu amigo a faziam solta pequeno e leves sorrisos.
─ Saudades. ─ disse.
A aula durar por alguns minutos.
Com seu fim, o professor se preparava para sair, mas logo um homem de cabelos castanhos aparece na porta.
─ Para todos aqueles que vão participar do treino dessa manhã, não precisaram ver as próximas aulas. ─ O segurando uma prancheta começa a chamar os nomes. ─ Camila... Tália... Vitoria... e Luz Noceda.
Após termina sua chamada, as pessoas que tiveram seus nomes chamados, se levantam e começam a seguir o homem de cabelos castanhos.
Algum tempo depois.
Luz estava no vestiário com as outras garotas que faziam parte de seu time. Nessa escolar havia dois times, um masculino e outro feminino que era o time que Luz fazia parte. Essa estrutura era para que os dois sexos pudessem participar da mesma competição.
Enquanto se trocava, Luz olhar para o espelho em seu armário e ver seu pingente. No mesmo momento, uma das amigas de Luz aparecem ao seu lado, e após ver como sua amiga olhava para esse pingente como algo especial ela lê dá um conselho.
─ Luz, não seria melhor você deixar esse pingente aqui dentro do armário. Não seria uma boa ideia, ficar carregando-o. ─ Com essas palavras ele depois se afasta.
Luz fica pensando no conselho de sua amiga e achando que seria uma boa ideia, ele começa a remover o pingente. Mas quando estava para colocá-lo, uma forte sensação não deixou seu braço prosseguir, parecia que seu corpo não queria que aquele pingente fosse deixando para trás.
Ela não poderia perceve naquele momento, mas ainda não podia deixar suas lembranças para trás. Luz era fraca. Naquele momento ela era nada mais que refém de suas próprias emoções. E negando os conselhos de sua amiga ela recolher novamente seu pingente e sair do vestiário.
Enquanto o sol era escaldante naquela tarde, em um ginásio fechado, várias garotas em times oposto treinavam para seu campeonato de futebol. O jogo era azul contra amarelo, onde Luz era a principal jogadora, por possuir um grande velocidade e agilidade a garota não tinha nenhuma dificuldade em toma o controle da bola e de algumas vezes do próprio jogo.
Luz tomando a bola de uma garota do time amarelo, começa a avança pela a lateral de campo com uma extrema velocidade, ela nunca acharia que correr quase todos os dias dos cobradores da Eda, lidaria uma capacidade tão grande. Passando por inúmeras jogadoras, Luz alcança o fim do campo e com um chute forte e preciso uma de suas companheiras acerta um belo gol de cabeça.
─ Que belo passe Luz! ─ gritou sua amiga que estava no gol.
Luz a retribuir com um sorriso. Esse era um dos poucos momentos que Luz podia sorrir as vezes, talvez por que ela podia de alguma forma esquecer as ilhas ferventes por meros minutos. Mas logo enquanto enxugava seu rosto sua mão toca no pingente em seu pescoço chamando suas antigas memorias novamente.
Com o fim do primeiro tempo, as garotas vão até arquibancada para descansarem e esperar o segundo tempo. Luz estava na parte mais distante das outras de seu time, ela queria naquele momento apenas fica sozinha, mas claro que ela não conseguiria.
─ Que bela performance Luz.
─ Isso mesmo foi incrível, aquele passe... Uau.
─ E aquela velocidade. Que extraordinário.
Havia três a quatro garotas paradas na frente de Luz a elogiando de suas capacidades. Ela poderia estar feliz, poderia, mas algo não a deixava sentir isso. Era normal para qualquer pessoa se sentir feliz por ver que pessoas estavam a elogiando, mas a jovem garota não conseguia sentir, ou talvez ela não quisesse sentir.
─ Obrigado. ─ disse ela com um sorriso no rosto.
O que ela poderia fazer, nada mais que apenas sorrir, pois aquilo era a única forma de uma rosa de espinhos se mostra sem machucar ninguém com suas próprias dores.
Após o fim do intervalo, o treino se inicia novamente.
Luz estava correndo pelo o centro do campo, naquele momento ela estava sentindo que suas memorias estavam a prejudicando. As bolas que eram passadas para ela, sempre eram inutilizáveis ela não conseguia sequer completar um passe comum ou uma jogada simples. E isso estava prejudicando seu time.
Percebendo sua péssima performance, Luz tentar se esforça ainda mais para concerta esses problemas. Nesse momento uma bola alta tinha sido a oportunidade que ela aproveitaria para se redimir.
─ Essa é minha. ─ gritou saltando.
Aproveitando também essa chance, uma garota do time amarelo também salta para poder tomar a bola de Luz. E no ar quando Luz estava para acerta a bola a garota do time amarelo surge logo abaixo e acerta seu cotovelo no peito de Luz a derrubando.
Por esta ainda se elevando, Luz quando foi acertada não cair de uma altura que pudesse ser perigosa. Mas por causa da atitude violentar da outra garota, certamente aquilo era passivo de cartão.
Todos correram para ajudar Luz e a outra garota.
─ Luz você está bem? ─ a garota de cabelos ruivos tentava levantar Luz.
Luz estava com sua mão na cabeça, ela tinha batido sua cabeça no chão do campo, mas por sorte tinha sido apenas um pequeno impacto. Mas quando sua mão desceu por seu pescoço, algo que não estava lá causa um surto de adrenalina no corpo da jovem morena.
Com seus sentidos aguçados por causa da perda de algo tão precioso ela começou a virar sua cabeça a procurar de seu pingente. E ao encontra-lo a uma certa distância, Luz não pode conter a fúria que estava crescendo em seu interior.
Seu pingente, a chave da casa da coruja que era um dos objetos mais importantes que ela carregava de seu antigo lar. Estava jogando no meio do campo, mas não era isso que a deixava louca, mas o fato que uma pequena fratura estava exposta aos seus olhos.
Seu precioso presente estava danificado e o responsável estava bem em sua frente. Naquele mesmo instante a mente de Luz estava um branco total, apenas uma ideia estava fazendo seu corpo se mexer. A ideia de fazer aquela pessoa pagar.
Se levantando com extremar velocidade e brutalidade ela não percebe que esbarrar em sua amiga e a derrubar no chão. A garota não tem tempo de reagir, Luz imitando um predador avança contra sua presa com ferocidade. Derrubando a garota do time amarelo, Luz começa a golpeá-la com força.
As pessoas não tiveram nenhuma reação, o movimento de Luz era algo inesperado, como aquela garota calma e sorridente que eles conheciam podia se torna uma fera como aquela. As garotas que saíram do choque após o grito de socorro começam a correr para ajudar sua amiga que estava sendo espancada.
─ Chega Luz!
─ Por que está fazendo isso?
─ Solta ela Luz!
Mas Luz não dava ouvidos para aquelas palavras, a ira estava tampando seus ouvidos, o ódio estava cegando seus olhos, Luz não podia sair daquele sentimento de fúria que ela estava imersa. Em sua série de socos, Luz sem percebe soca o chão do campo causando a fratura de alguns ossos de sua mão e a abertura de um ferimento enorme. Apenas por essa dor que se espalha por todo seu corpo que Luz sessar por alguns segundos sua agressão barbara.
E com essa brecha, o treinador tem alguma reação e agarrar Luz pelas as costas e a segurar.
─ Para! Já basta! ─ ele gritava.
O treinador tentava de alguma forma segurar Luz que se debatia. Mesmo ela não sendo muito grande a força que demostrava era algo bem anormal para uma garota. Mas enquanto ela ainda tentava atacar a garota do time amarelo, Luz não parava de gritar:
─ Quebrou meu precioso pingente! Você saber aquilo é mais valioso que minha própria vida! Sua desgraçada! Eu vou te matar! Eda! Eda!! Eda!!!
Os gritos de Luz para muitos parecia que ela estava de alguma forma lutando por alguém não por um pingente. Mas poucas pessoas podiam entender que aquele ódio que Luz estava sentido e que aquelas palavras não eram para a garota do time amarelo, mas sim para ela. Era ela que quis jogar com o pingente, era ela a culpada pelo o resultado.
─ Sua desgraçada... Você não se lembrar que esse e o único lembrete que você tem de sua mentora...! ─ Luz começava a chorar. ─ Você não consegue nem mesmo proteger isso! Sua fraca! Sua desgraçada!!! ─ Com o fim dessas palavras, Luz usando sua mão ferida ela socar seu próprio rosto.
A cena deixar as pessoas que assistiam isso espantadas. As amigas de Luz não podiam mais aguentar isso.
─ Luz pare com isso! ─ disse as duas correndo.
Luz naquele momento não estava mais no controle de seu próprio corpo, era como se sua mente estivesse a punido, usando a mão ferida para se bater. Ela tinha que sentir tanto a dor de receber um soco como de ter seu ferimento na mão aberto a cada golpe. Mas que isso doesse não podia se comparar com a dor que estava dentro de sua mente.
E quando Luz moveu sua mão para seu rosto ensanguentado de seu próprio sangue. Suas amigas aparecem e seguram seus braços, cada uma delas estavam com seus olhos cheios de lagrimas e em seu rosto estava entalhado uma expressão que dizia claramente.
“Pare! Por favor, pare! Não se machuque mais!”
A garota via as lagrimas nos olhos de suas amigas e isso apenas intensificou o sentimento que já estava destruindo sua mente. Parando de se debater, Luz ergue seu rosto, com lagrimas que escorriam pelo o rosto ensanguentado, essas lagrimas se fundiam ao sangue e começavam a pingar acompanhados das palavras de uma garota machucada tanto internamente como externamente.
─ Me desculpe, pessoal. ─ Ela sorria. Mas ele era carregado de uma solidão, desprezo, ódio e culpa de si mesma. A tristeza da garota não estava dentro de si, mas sim fora, aquela imagem de uma pessoa com rosto coberto por sangue e lagrimas, essa era a verdadeira imagem da Luz, essa era a Luz que veio das ilhas ferventes após abandonar sua amada mentora.
Após esse incidente, Luz foi mandada para a enfermaria, onde teve seu ferimento tratado. Mas mesmo assim seu interior estava destruído, ninguém poderia curar aquilo, ninguém poderia ajuda-la, ninguém podia trazer uma luz, ninguém podia fazer nada.
Por causa da grande comoção, Luz teve que ser retirada do time de futebol e também teve uma suspenção de 1 semana da escolar. Esse tempo todo Luz permaneceu dentro de seu quarto, ela não sair para nada a não ser comida e outras necessidades. Nas manhas ela comia em seu quarto, nunca mais sua mãe teve um café da manhã com sua filha.
Em uma certa manhã, a mãe de Luz é chamada pela a diretoria. E como ela já imaginava, sua filha estava passando por algo que ela não podia entender o quão profundo estava aquele problema. E quando ouvias coisas que o diretor relatava sobre ela, sua mãe apenas suspirava a cada relato.
─ Eu sei que esses problemas, não são tão fáceis de resolver. E que cada pessoa tem seu meio de chegar a uma forma de melhorar, mas eu peço não como diretor, mas como humano que ajude sua filha. ─ Após terminar ele entrega para ela um cartão. ─ Esse é de um psicólogo renomado. Talvez ele possa resolver esse problema. Mas lembre-se não importa o quão bom seja o especialista, a verdadeira ajudar vem das pessoas ao lado da Luz.
Com essas palavras, a conversa continua com mais alguns minutos. E com seu termino, a mulher estava caminhando olhando para o cartão. E no mesmo instante a imagem daqueles desenhos surgem. Parando no cruzamento, ela apenas solta outro suspiro, suspiro de uma mãe desamparada.
─ Eu queria apenas entender. Apenas entender.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.