Um ano se passou após Luz ter enfrentado suas memórias. E nesse tempo além dela estar às vezes indo para um terapeuta para falar sobre como estava vivendo, ela também aproveitava sua vida com sua mãe e amigas. Em apenas um ano, Luz se divertiu mais do que toda sua vida.
Mas mesmo que ela estivesse melhor do que quando chegou, Luz não tinha ficado sem nenhuma preocupação. Ainda pensava em como poderia retornar para as ilhas ferventes, mesmo tendo a única coisa que podia levá-la de volta estando quebrada.
Com sua chave danificada, Luz buscava em sua mente qualquer coisa que pudesse ajudá-la na recuperação do artefato.
Em sua escola, no intervalo de sua aula. A garota de pele morena e 20 anos estava sentada olhando pela a janela, seus pensamentos pareciam estar longe daquele lugar e na verdade estava. Sua mente busca resposta para sua mais nova complicação, consertar sua chave.
─ O que devo fazer? Se pelo menos tivesse um livro das ilhas ferventes comigo, eu poderia resolver isso. ─ ela suspirava. ─ Mas que pena. ─ disse olhando para a chave danificada.
Nesse tempo Luz lamentava ainda mais não ter nenhuma magia na terra e ao mesmo tempo também se culpava por não ter aproveitado e estudado os livros da casa da coruja. Mas não adiantaria ela ficar pensando desse jeito no passado, ele teria que encontrar um método de concerto não importando onde, mas ela teria.
Nesse tempo perdida sem seus pensamentos, outra aula se inicia com a chegada de um novo professor. E guardando a chave a garota aproveita sua aula.
De volta a sua casa, Luz passa direto para seu quarto onde deitada em sua cama, ainda continuava a pensar como poderia resolver seu problema.
─ Espera! ─ grita ela. ─ Talvez eu possa tentar me lembrar de alguma coisa da escola de magia.
No pequeno choque de surpresa, Luz tem a ideia de buscar as informações que ela havia conseguido quando estudava na escola de magia. E pegando uma pilha de papéis, Luz tenta relembrar de qualquer coisa útil que havia aprendido.
E foi assim por alguns minutos que logo se tornaram horas. Luz passou a manhã inteira dentro de seu quarto forçando sua mente em busca de qualquer informação.
Seu tempo de esforço era tão grande nessa empreitada que sua mãe veio em seu quarto entregar seu almoço, pois a jovem não havia decido.
E quando as primeiras estrelas já surgiam no céu, Luz se jogava em sua cama exausta.
─ Minha cabeça está quase se partindo... Mas consegui.
Com seu rosto encharcado de suor e uma enorme dor de cabeça, Luz havia completado mais de 25 folhas de todas as suas lembranças.
─ Nunca pensei que seria tão difícil lembrar as coisas. ─ a jovem se levanta da cama. ─ Agora só preciso ler tudo e descobrir se tem algo útil.
Apenas com esse pequeno descanso, Luz estava sentada enquanto segurava em suas mãos a pilha de papéis, a fazer dois de seu plano começava a agora.
Minutos depois, a jovem revelava uma expressão nada feliz.
─ Mas que droga! ─ grita. ─ Não tem nada. Mas que droga de memória é essa. Sério, só pode ser brincadeira, eu tenho lembranças de todas as travessuras do King, mas nenhuma sobre como consertar essa chave.
Naquele momento Luz entendia que sua mente não era muito boa em reter informações importantes. E saber disso, deixa a jovem bem decepcionada com ela mesma.
─ Que criança estranha eu fui. ─ disse lembrando sua infância.
E enquanto pensava sobre isso um grito vem das escadas do primeiro andar.
─ Mija, o jantar já está pronto.
Luz ainda não havia percebido, mas havia passado a maior parte do tempo, focada nessa sua ideia que não tinha reparado que o sol a tempos já não brilhava no céu. Sua empreitada na procura no buraco que era suas lembranças tinha consumido todo o dia que ela tinha.
─ Já estou indo mãe. ─ respondeu ela. ─ Talvez depois de comer eu venha tentar isso de novo. ─ disse Luz jogando os papéis sobre sua cama.
Na cozinha jantando com sua mãe, Camilla percebia no rosto de sua filha que algo estava errado.
─ Mija, tem algum problema?
Luz demora um pouco para responder.
─ Mãe, tem uma coisa muito importante para mim que está quebrado e estou procurando uma forma de consertá-lo, mas não consigo. ─ disse a jovem.
─ Então era esse o motivo de você estar em seu quarto o dia todo?
A garota acena com sua cabeça.
─ E percebendo por sua cara parece que você não conseguiu, não é?
A garota confirma outra vez.
Camilla percebia que Luz havia mudado, antes ela não conseguiria dizer nada sobre seus problemas, mas depois de suas idas para o terapeuta. Sua filha havia se tornado mais social e agora conseguia compartilhar as coisas que a incomodavam. Isso a deixa muito feliz por ver a evolução de sua filha.
─ Olha se você quiser minha opinião. Na biblioteca central, um novo acervo de livros está chegando para ela. Talvez entre eles possa ter um livro que ajude.
Luz para pôr um tempo e começa a pensar na ideia de sua mãe.
─ Que boa ideia mãe. Eu não estava pensando na ideia de ir até a biblioteca.
Tendo agora uma nova luz para seu problema. A jovem se livrar daquela expressão abatida.
─ Amanhã mesmo depois da escolar vou para essa biblioteca.
Depois de terminar sua refeição rapidamente ela dá um abraço em sua mãe e corre para seu quarto.
Sozinha mais uma vez naquela cozinha, Camilla sorria colocando a colher em sua boca.
─ Delicioso. ─ disse com um longo sorriso.
E como a garota havia dito na manhã seguinte após deixar sua escola, a jovem foi direta para a biblioteca central de sua cidade. Atravessando o centro movimentado, Luz parada do outro lado da rua podia ver a bela arquitetura do edifício.
Com sua aura de nobreza antiga, o estabelecimento possuía mais idade que a própria cidade, podendo ser a coisa mais velha de todo aquele lugar.
Atravessando o pequeno jardim na frente do edifício, duas estátuas davam boas-vindas a todos que chegavam.
Abrindo a porta de madeira, Luz se vê dentro do estabelecimento com sua enorme área a biblioteca era dividida em três andares onde os mais velhos livros sempre ficavam nos andares superiores.
Os acervos que existiam nessa biblioteca podiam está armazenando livros com eras de idade, alguns mesmo que já trabalharam ou que já passaram muito tempo dentro, comentavam que havia inúmeras passagens e salas secretas que os antigos fundadores haviam deixando para guarda seja o que for que precisasse de tamanha segurança.
Luz sem demora começou a subir para os andares superiores. No segundo andar buscando pelas estantes mais profundas daquele lugar. E como já imaginava encontrar os livros que estava a procurar.
─ Livros de magia. ─ disse segurando um grosso livro.
Essa biblioteca antiga como muitas também possuía um acervo para livros sobre ocultismo, mas havia um grande diferencial em comparação às outras.
Como seus dois fundadores eram grandes entusiastas por magia e os segredos do oculto, a maioria dos livros que estavam naquele lugar eram originais, até mesmo possuía alguns em suas línguas nativas.
Um paraíso para aqueles fascinados pelo mundo da magia.
Mas a garota não se preocupava com isso, ela apenas queria saber se existia algum livro que fosse capaz de ajudá-la na recuperação de sua chave.
Puxando cinco livros ao mesmo tempo, Luz os carregava até uma mesa próxima onde outras duas pessoas estavam lendo sossegadas.
E com uma pancada forte, Luz acordou aqueles que liam com muita atenção, mas sem se importar com isso colocar toda sua atenção na leitura profunda que ela estava para começar.
E essa leitura prosseguiu por horas.
Enquanto o tempo passava, Luz começava a encher sua mente com aqueles conhecimentos. Mas como ela já imaginava, nenhum dos livros que ela havia levado era útil.
Saindo da mesa Luz volta para a estante e com outro grupo de livros diferentes ela volta a sua leitura fervorosa.
Nunca aquela jovem havia lido assim em toda sua vida, Luz colocava todos seus esforços, ela iria de alguma encontrar algo útil que a pudesse ajudar a retornar às ilhas ferventes.
Mas...
─ Droga! Não tem nada de útil! ─ gritou a garota sozinha no segundo andar.
Por sua grande concentração nos 29 livros que havia lido, Luz não havia percebido, mas não havia mais ninguém na biblioteca além daqueles que trabalhavam no edifício. O sol a muito tempo tinha deixando o céu e dado seu lugar à lua e suas filhas.
─ Tanto trabalho para nada. ─ disse a jovem decepcionada.
Pegando o monte de livros ela volta até a estante e os coloca em seus devidos lugares. Recolhendo sua bolsa a jovem começa a descer as escadas para o primeiro andar onde se encontra com a bibliotecária idosa se preparando para fechar a porta.
─ Espera, ainda estou aqui! ─ gritou correndo.
─ Minha criança me desculpe. Não sabia que ainda havia alguém. ─ disse a velha abrindo novamente a porta.
─ Não precisa. Sou eu que tenho que pedir desculpas. Acabei me perdendo nas minhas leituras.
E enquanto estava de volta para sua casa, Luz estava a alguns metros da biblioteca quando ouve ao longe gritos de pavor.
─ Nos ajude! Por favor alguém nos ajude!
Seguindo os fortes gritos de ajuda, Luz corre até a parte traseira do edifício e descobre lá duas garotas que corriam do que parecia ser uma estranha criatura escamosa.
─ Alguém nos ajude! ─ uma das garotas gritava enquanto era puxada por outra.
A grande criatura de dois metros por algum motivo, não as deixava escapar de forma alguma. Mesmo tendo um grande tamanho em comparação a suas presas, isso não diminuía em nada sua velocidade, sempre ficando muito próximo das garotas.
Parecia que ele estivesse brincando com elas, como um gato com sua comida.
─ Pare de gritar! Assim só vai deixar essa coisa ainda mais irritada. ─ disse a outra garota mais velha.
Entre seus passos largos, a garota menor não conseguia segui-los, por isso sem perceber acaba chutando sua própria perna a fazendo cair.
─ Não! ─ gritou a mais velha.
Os monstros sem demora achando a brecha para seu ataque mortal salta para cima de sua presa. A garota sem reação só pode colocar a mão sobre seu rosto numa atitude inútil.
Mas antes mesmo da besta conseguir ferir a menina, algo surge voando de seu lado esquerdo. Era uma bolsa repleta de livros pesados que acerta o olho esquerdo do monstro o fazendo rugir de dor e se afastar.
─ Corram!
Olhando para onde tinha vindo a bolsa, as garotas percebem uma jovem menina de pele morena.
─ O que vocês estão fazendo ali paradas? Se levantem e corram! ─ gritava Luz para a dupla.
E sem mais espera a garota mais velha pega a menor e começa a correr para longe daquele lugar.
O monstro ainda se mostrava com muita dor, aproveitando esse momento, Luz percebe uma barra de metal próxima das latas de lixo e a recolhe para usá-la como arma.
─ De onde esse bicho véio?
Luz se questionava enquanto olhava para o monstro em sua frente. Prestando mais atenção a criatura escamosa, se parecia com um enorme lagarto verde, sua cauda era quase do tamanho de seu corpo enquanto suas patas tanto traseiras como dianteiras possuíam grandes garras.
Na sua cabeça ela achava incrível aquelas meninas não terem se tornado comida dele nessa perseguição.
Com alguns segundos de esperar a dor que o lagarto sentia começa a diminuir e seu olho machucado não parava de liberar um líquido azulado que provavelmente seria a cor do sangue do monstro.
Com seu olho danificado e agora inoperante, a besta olha para baixo e com suas enormes garras rasga a bolsa de livros.
─ Olha Godzilla de papelão! Essa bolsa foi cara! ─ grita Luz irritada.
Até aquele momento o lagarto não havia descoberto que o havia ferido e também que tinha deixado suas presas fugir. Furioso, ele começa a correr em direção a Luz que segurando sua barra de ferro o esperava parada.
Ele salta com suas garras já à mostra para dilacerar a jovem, mas com um movimento rápido para a esquerda, Luz desvia da investida mortal e aproveitando o giro de seu movimento golpeia com a barra de ferro em direção ao outro olho do monstro.
Luz buscava inutilizar os olhos da besta assim seu nível de perigosidade iria diminuir por mais da metade.
─ Toma isso!
Seu plano parecia ser perfeito.
Mas ela não esperava os reflexos rápidos do lagarto que move sua cabeça fazendo a barra acertar seu pescoço coberto por escamas grossas. E vendo que havia errado, Luz só podia pensar em uma coisa “Merda”.
Como ainda estava seguindo o movimento ela não conseguiria mover seu corpo como esperava, pois aproveitando isso o lagarto movendo sua cauda prepara um golpe contra a garota.
No entanto, Luz não seria pega tão facilmente, completando seu giro ela coloca o bastão em sua frente e recebe o golpe que a joga para longe.
─ Essa doeu... Que força monstruosa. ─ disse olhando para a barra de ferro completamente entortada. ─ Agora isso é inútil.
Luz tinha achado seu plano perfeito, mas o tiro tinha saído pela a culatra. Se não fosse seus reflexos rápidos, certamente aquela forma que a barra estava seria a forma que sua coluna estaria.
Depois de seu golpe o lagarto se vira para olhar Luz e dá início a sua próxima investida. Luz ainda se sentindo meio tonta e um pouco dolorida por causa do forte golpe se põe apenas a desviar dos ataques da criatura.
─ Tenho que encontrar outro meio de matar esse bicho ou me livrar dele? ─ Luz continuava suas esquivas enquanto pensava.
Porém, diferente da grande criatura, Luz já estava se sentindo cansada. Seus batimentos cardíacos estavam altos e seu corpo encharcado de suor junto a uma respiração ofegante, enquanto o monstro não demonstrava nem um pouco incomodado com isso.
Aproveitando que seu adversário estava parado, o lagarto dá outro bote para cima de Luz, mas a garota outra vez consegue desviar, mas por pouco uma das garras do monstro acerta sua roupa.
No entanto, por causa do forte salto a criatura por esta com sua visão danificada, não percebe que na sua frente estava uma parede. Assim, sem diminuir sua velocidade, a criatura bate sua cabeça contra a parede a deixando tonta.
─ Tenho sorte que um de seus olhos não funciona. ─ disse Luz se sentando por não conseguir mais se manter em pé.
Mas se sentar não iria resolver seu problema, a jovem precisava pensar em alguma coisa, aquele monstro em sua frente possuía uma grande resistência depois dessa pancada demoraria apenas alguns segundos para ele se recuperar, e da forma que ela se encontrar, morrer seria apenas o único destino.
Usando todo seu poder mental, Luz buscava uma forma de escapar.
Sem perceber, Luz estava próxima de sua bolsa rasgada, e dela as páginas de alguns livros estavam rasgadas e entre essas páginas Luz podia enxergar alguns de seus glifos que ela usava nas ilhas ferventes como forma de magia.
─ Espera! Eda já me disse que algumas vezes alguns monstros podem voar pelos mundos e cair aqui. ─ uma ideia surge na mente da garota desesperada. ─ Se você for do mundo que imagino...
Após se recuperar da pancada forte em sua cabeça, o lagarto ainda com seu olho ferido começa a mover sua cabeça à procura de seu adversário.
─ Ei! Seu lagarto de merda! Eu estou aqui! ─ gritava Luz.
Ouvindo isso o monstro virando sua cabeça encontra Luz sentada, logo em sua mente primitiva a besta já imaginava saboreando a carne de sua presa que agora se encontrava indefesa. E por isso sem demora alguma, começa sua investida.
─ Idiota!
Segurando alguns papéis em sua mão, Luz os esmaga e com reação eles começam a brilhar emitindo uma forte e intensa luz branca. Por possuir apenas um olho funcional, a criatura tem sua única forma de ver o mundo cegada pelo brilho.
Balançando sua cabeça para aliviar sua cegueira, o monstro consegue diminuir o efeito deixando apenas uma pequena imagem ainda de sua presa sentada. E por continuar com seu ataque.
Luz rapidamente retira de suas costas a barra de ferro e usando o glifo de fogo que havia prendido na ponta da barra, o papel se incendeia com altas temperaturas.
E como o monstro já estava no ar ele não conseguia desviar, assim luz avança e com toda a força que ainda possuía ela desfere seu golpe abaixo da garganta do lagarto e como faca quente na manteiga, a barra penetra com facilidade atingindo o cérebro, desligando o monstro permanentemente.
Assim o lagarto morre. E Luz do lado do corpo não parava de sorrir.
─ Que sorte a minha. Então você veio das ilhas ferventes.
Luz havia colocado toda sua vida em apenas uma hipótese, a jovem não teria como saber se aquele monstro veio do mundo que ela tanto quer voltar.
Se ela não tivesse se lembrado das palavras de sua mentora que alguns monstros podiam viajar para outro mundo e que eles podiam levar a magia junto. Nos pensamentos da jovem Luz ela teria virado comida de lagarto.
Mas como ela imaginava ele era das ilhas ferventes e seu plano foi um sucesso, mas aquilo não era apenas motivo de felicidade, havia uma grande incógnita que a deixava louca...
─ Mesmo que isso seja possível. Por que você está aqui?
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