História The Pact - MiTw - He annoys me

Tarik Pacanhan

- Assim! - fiquei extremamente vermelho depois que nos separamos, pois esse tinha cido o meu primeiro beijo, roubado por um demônio. Nem sei o que pensar, só consigo morrer de vergonha. - Ei, você está vermelho, está doente? 

- N-não. - ele provavelmente não sabia sobre alguns costumes humanos. - V-você é o Azazel? 

- Eu sou filho dele, Mikhael. Sorte sua que ele me deixou vir, porque ele não viria, mas eu insisti, pois estava curioso sobre os humanos. - então se não fosse por ele, minha mãe nunca teria chance e isso teria sido em vão. 

- O-obrigado, se você não tivesse vindo, eu perderia a única pessoa que me resta. - falei e sorri fraco pra ele, que ficou me encarando por alguns longos segundos. - O que foi? 

- Ah, nada. É que humanos não costumam ser gentis com demônios, você deve imaginar o porquê. Mas enfim, preciso ver a sua mãe. - assenti. Ele, que antes tinha sombras em roda do corpo, agora tinha tomado uma forma completamente humana. Eu comecei a caminhar pra casa e ele seguiu ao meu lado.

- Eu ainda não consigo acreditar que tem um demônio andando do meu lado, isso é surreal. - falei enquanto caminhava, eu parecia tranquilo por fora, mas eu estava muito apavorado e com vários sentimentos misturados.

- Você nunca fez esse tipo de coisa né? - neguei e ele riu. - Não faz idéia de com o que está se metendo. 

- Desde que salve a minha mãe, o resto não importa. - falei e ele se calou, nós andamos mais alguns minutos, até ele parar.

- Falta quanto tempo pra chegar na sua casa? - ele respirava ofegante, pelo visto não estava acostumado a caminhar.

- Não andamos nem metade. - o demônio fez uma cara de desanimado e me puxou pra perto dele, em seguida me pegou no colo estilo noiva, me deixando com mais vergonha ainda. - O q-que é isso?

- Eu não vou caminhar tanto tempo. Foque em como é a sua casa. - fiz o que ele pediu, fechei os olhos e tentei me concentrar em como era a sala e cozinha. Senti como se ele tivesse pulado e logo depois atingindo o chão, abri os olhos e olhei em roda, estávamos na cozinha. Rapidamente saí do colo dele.

- Nossa, o que mais você pode fazer? - falei surpreso com o que tinha acontecido, por um momento, pensei estar sonhando.

- Várias coisas. - ele me lançou um sorriso malicioso e eu abaixei a cabeça corado de novo. Esse demônio fala e faz as coisas como se fossem super normais, será que é assim no inferno?

- Tá, chega disso. Vem, e não faz barulho! - passei pelo pequeno corredor e entrei no meu quarto, que era bem pequeno. Eu tinha uma cama de casal, em frente dela um roupeiro e um pequeno criado mudo ao lado da cama. - Minha mãe está dormindo, então quando amanhecer, você pode ver ela. Tem um colchão de solteiro, você pode dormir aqui do lado da minha cama.

- Eu vou ter que dormir no chão? - assenti e ele fez biquinho, bravo. - Mas eu não quero dormir no chão, quero dormir na cama.

- Mas se você dormir na cama, onde eu durmo? - cruzei os braços sério. Acho que vou passar muito trabalho com esse demônio.

- Na cama comigo, não tá vendo que ela foi feita pra duas pessoas? - ele só pode estar tirando com a minha cara. Coloquei a mão na testa e respirei fundo, acho que não adianta discutir com ele.

- Ta bom! Nós ficamos na cama! Mas cada um do seu lado. - falei exigente, ele concordou e se jogou na cama, como uma criança em uma cama elástica.

- Sempre quis saber como é deitar em uma cama! - ele realmente parecia uma criança, que estava descobrindo as coisas legais do mundo, o inferno deve ser um tédio, pelo visto. Eu me dentei na cama de costas pra ele e dormi rapidamente, pois estava exausto.

...

Acordei lentamente, sentindo alguns raios de sol entrarem pela janela e iluminarem meu rosto. Abri os olhos e um flashback da noite passada veio em minha mente, levantei em um pulo e olhei pro lado, mas o demônio não estava ali. Primeiro pensei que tudo aquilo tinha cido realmente um sonho, mas comecei a ouvir vozes vindo da sala. Corri até lá e vi Mikhael sentado na mesa e minha mãe preparando o café, enquanto tinham altas conversas, só espero que ele não tenha falado o que ele é e porque de estar aqui. Minha mãe rapidamente percebeu minha presença e olhou pra mim.

- Filho! Por que não me avisou que traria seu amigo pra dormir aqui? - ela perguntou.

- Desculpa mãe, foi de última hora.

- Tudo bem, seu amigo é muito querido. - ela sorriu e levou o café da manhã até a mesa, eu fui ao banheiro fazer minhas higienes e depois voltei, me sentando na pequena mesa, onde Mikhael já comia que nem um porco.

- Você estava com fome ein. - falei vendo ele devorar uma torrada em poucos segundos. 

- Eu posso comer o quanto quiser, e essa comida está maravilhosa! - minha mãe sorriu satisfeita, talvez além de curar ela, ele posso ajudar a deixar ela mais animada, já que tinha mais papo que eu.

- Mãe, meu amigo aqui talvez possa curar o seu câncer, ele pode fazer o que os médicos não conseguem. - ela me olhou.

- Não se preocupe filho, seu amigo me explicou tudo! Pode ficar tranquilo. - olhei pro demônio lançando um olhar de 'o que você disse' e ele piscou o olho pra mim. Desviei o olhar rapidamente e deixei pra conversar com ele depois, à sós. 

Terminamos o café e eu fiz sinal pro Mikhael, para que me seguisse até a parte de trás da casa, que tinha um pequeno quintal com um banco no meio. Me sentei lá e ele se sentou do meu lado.

- Vamos, me diz tudo o que falou pra ela. - fui direto e ele pensou por alguns minutos, como se tivesse lembrando do que disse.

- Eu fiz ela acreditar que cursei medicina mais avançada que esses médicos daqui e que faria os tratamentos em casa. Eu vou colocar ela pra dormir quando o fizer, assim ela não verá o que estou fazendo. O câncer está um pouco mais avançado do que deveria, então eu vou levar alguns dias pra isso, pois minha energia não é tão forte aqui na terra. - ele tinha bolado uma explicação perfeita, pra minha sorte.

- Okay, fique o tempo que precisar. - me levantei do banco. - Vamos, precisamos comprar pelo menos um conjunto de roupas pra você, creio que as minhas vão ficar pequenas. - encarei ele, que tinha um físico bem mais definido que o meu, além de ser mais alto.

- Vamos sair pela cidade? - eu assenti. - Então vamos logo, quero conhecer tudo! - nós entramos em casa de novo, eu avisei minha mãe que iria sair por um tempinho e fui até o quarto pegar minha carteira. Eu iria gastar dinheiro com roupas pra ele e ele nem ao menos ia ficar tanto tempo, mas não me importei muito, eu trabalho durante a tarde em um café então recuperaria esse dinheiro. Nós saímos de casa e caminhamos pelas ruas até chegar ao centro da cidade, onde haviam vários prédios e lojas. Decidi ir até o shopping, onde tinha mais lojas de roupas, Mikhael ficava olhando as coisas maravilhado, sem deixar passar nada. 

Entramos no shopping e eu decidi subir as escadas, pois temia que acontecesse alguma coisa com Mikhael na escada rolante. Nós subimos pro segundo andar e eu procurei por alguma loja com um preço aceitável, até achar a loja que eu sempre ia. Entrei nela e fui direto pras roupas que eu sabia que iriam combinar com o demônio, ele apenas me seguiu e ficou me olhando enquanto eu passava as roupas, uma por uma. Coloquei nos braços dele uma blusa toda preta, uma calça jeans azul escura e mandei ele ir vestir, o mesmo foi até o vestiário e depois de alguns minutos, saiu.

- Como eu fiquei? - a camiseta preta ficava só um pouco mais apertada, o que dava destaque ao tronco definido dele e a calça coube perfeitamente, ele era irresistível, realmente, só podia ser um pecado mesmo. 

- Está ótimo, vamos pagar. - Mikhael entrou no vestiário e saiu com as roupas nas mãos e nós fomos até o caixa, paguei e saímos da loja.

- Pode me levar até o banheiro? - assenti e fui na direção do banheiro, eu fiquei na entrada do mesmo e ele foi, ficou alguns segundos lá. - Ei, me ajuda aqui. - entrei no banheiro.

- Não me diga que não sabe usar o ban... - fui interrompido pelo Mikhael, que me puxou derrepente pra dentro de um dos banheiros e fechou a porta, logo celando nossos lábios. Empurrei ele rapidamente. - O que significa isso?

- Sei lá, fiquei com vontade. - ele voltou a celar nossos lábios e eu apenas aceitei. Ele pediu passagem com a língua e eu cedi, senti suas mãos agarrarem minha cintura e me puxarem pra mais perto, colando nossos corpos. O beijo foi ficando cada vez mais intenso, ele desceu a mão e apertou a minha bunda, me fazendo arfar entre o beijo. Percebi que estava perdendo o controle e separei nossos lábios, abri a porta e saí do banheiro.

- Vamos pra casa! E pare de fazer isso, não pode beijar as pessoas a hora que bem entender! - falei exigente e caminhei até o saída, ele atrás de mim.

- Não posso? Mas você gostou, por que está bravo? - esse demônio não faz idéia de como isso funciona.

- Como você tem tanta certeza de que eu gostei? - ele riu.

- Se não gostou, por que continuou ao invés de me empurrar antes? - mas que droga, ele me irrita! Preciso me conter e não me deixar levar pelos beijos.

- Cala boca! - ele se calou e ficamos assim pelo resto do caminho.

Chegamos em casa e minha mãe estava sentada no sofá vendo o jornal. Mikhael se sentou ao lado dela e eu fui até o meu quarto, joguei as roupas dele na cama e fui até meu roupeiro pegar roupas pra mim, pois tenho que trabalhar depois do almoço. Tomei um banho longo e tentei bolar algum plano de fuga, caso Mikhael tente me beijar de novo. Saí do banho e me sequei, depois coloquei a minha roupa, que era toda escura, pois colocaria um avental marrom do café por cima. Saí do banheiro e fui pra cozinha, quando cheguei, fique de boca aberta.

- Então agora você cozinha? - falei vendo minha mãe e Mikhael cozinhando juntos, eles estavam fazendo uma comida que parecia estar deliciosa, mas nunca imaginei que um demônio saberia cozinhar.

- Como eu já havia dito, faço várias coisas. - ele piscou pra mim, desviei o olhar e me sentei na mesa, esperando eles terminarem a comida. Ouvi algumas risadinhas e cochichos, esses dois ein. Alguns minutos se passaram e eles vieram pra mesa, com duas panelas. Uma tinha arroz e a outra bifes bem macios com batata, era simples, porém, muito delicioso. Comi tudo rapidamente, pois estava um pouco atrasado. Fui até o banheiro fazer minhas higienes e depois peguei o avental e saí de casa, deixando Mikhael e minha mãe conversando.