Por Charlotte
Despertei, recordando-me do jantar, da reação de Nina e de como eu saí-me bem fingindo ter um namorado chamado Hans. Eu permaneci pensativa de onde realmente eu o conhecia, mas não havia chegado numa resposta.
Falando nele, imediatamente eu liguei meu celular e deparei-me com uma mensagem de Conrad, o famoso Hans. “Ei namorada de mentirinha, não deseja sair como se fóssemos namorados? Desta vez, não tem nada a ver com o Neuer, ele não precisa saber. Eu quero vê-la, até porque eu já sabia que você sempre foi minha namorada. Nós nos conhecemos há muito tempo, eu descobri depois de muito esforço. Espero que aceite o meu convite, irei buscá-la ás sete horas! Até mais, Charlie!”
Surpreendi-me, mas senti-me feliz. Finalmente eu iria sair com algum rapaz, desencalhar. Eu encontrei alguém e não preciso mais de Manuel Neuer. Apesar de não tê-lo superado, é em Conrad que eu devo investir e seguir em frente. Aliás, estou curiosa. Se nós nos conhecemos, desejo descobrir onde, pois ainda não estou lembrada. Esta mensagem despertou minha curiosidade.
Levantei-me, realizei a higiene pessoal e desci para o café da manhã. Neuer já encontrava-se de pé.
- Bom dia, Charlie.
- Bom dia, Manuel.
- Será que pode realizar um favor para mim?
- Por que não pede para a Nina? Ela é sua namorada, não eu. – admito que tratei Manuel grosseiramente, entretanto eu não aguento mais seguir seus favores.
- Tudo bem, estressadinha. – Manuel riu. – Acordou de mau humor? – eu não respondi algo se quer. Nada iria abalar-me. Eu irei sair com Conrad.
Ao terminar, telefonei para Lívia contando das novidades. Ela comemorou, alegando que já estava na hora de eu encontrar um namorado. Não irei depositar fé, pois este encontro pode ser somente de amigos. Também contei á Cory, que confirmou estar feliz pelo motivo da minha felicidade, mas mandou-me tomar cuidado, pois Conrad provavelmente pode estar levando esta história de namoro falso a sério e por conta disso, resolveu usar-me. Eu tomarei cuidado, porém preciso divertir-me, já possuo vinte e seis anos, o tempo corre.
***
Já encontrava-me pronta para a o encontro, nada formal, logo vesti uma saia florida com uma camiseta do Linkin Park. Antes de Conrad chegar, quem estava com as chaves e decidiu invadir a casa do amigo mais uma vez fora Bastian.
- Olhe quem está aqui novamente, que novidade! Bastian Schweinsteiger, que surpresa!
- E aí, Charlie? O plano deu certo? Agradeça-me!
- Até o momento sim, eu irei sair com o Conrad. Isto não é demais?
- Graças á mim, não é? – ele tornou-se convencido.
- Você virou morador desta casa?
- Estou pensando em morar aqui sim. Por quê? Não gostou?
- Muito pelo contrário, seria perfeito visualizar você todos os dias. – provoquei.
- Até que você é bonitinha, Charlie. Pena que eu tenho namorada.
- Você não é de se jogar fora, Basti. Mas o Conrad é muito melhor.
Neuer havia chegado e cumprimentaram-se. Esta foi a hora perfeita para eu despedir-me.
- Então tchau, garotos. Irei sair hoje á noite.
- Vai para onde? Posso saber com quem, senhorita Charlotte? – Neuer questionou.
- Você ainda não sabe, garotão? Ela irá sair com o Hans, seu atual namoradinho. – Bastian provocou. Eu olhei feio para ele.
- Ah, legal. Divirta-se, Charlotte. – Manuel respondeu, não dando a mínima. Estranhei, mas ignorei. Ele nunca sentiria ciúmes de mim.
***
Um barulho de buzina chamou-me porta a fora, porque eu sabia que era Conrad esperando-me. Adentrei em seu carro, e Conrad beijou-me a bochecha.
- Boa noite, Charlie.
- Boa noite, Conrad. A propósito, explique-me esta história de que você conhece-me de algum lugar, sinto muito eu ainda não recordo.
- Você recorda-se da festa de quinze anos da Klaudia Keller? – ele questionou-me.
Um flashback percorreu em minha mente, eu nunca ia para festas de quinze anos, pois quase não era convidada. E quando ia, raramente beijava algum garoto. Mas esta festa foi marcante na minha vida. Eu possuía quinze anos – restando alguns meses para completar dezesseis – quando Klaudia Keller convidou todos da sala – incluindo eu – para a sua festa. Fora uma grande festa, na qual não tive a chances de ter igual, mas o que marcou-me foi o primeiro garoto na qual beijei depois de Neuer. O segundo garoto, mais precisamente.
Ele era moreno, assim como Conrad, mas eu não sabia o seu nome. Simplesmente beijei por beijar, sem sentimentos, apenas para esquecer o beijo que eu havia dado em Neuer. Apenas para dizer que eu havia beijado alguém. Após aquele dia, não nos vimos mais, e eu esqueci-o, pois foi qualquer um. Nunca fui pegadora, mas ele foi somente um beijo, somente um caso de uma única noite.
- E então, recorda-se? – Conrad tirou dos meus pensamentos, eu havia viajado demais.
- Sim, eu recordo-me. Você estava lá?
- Nós nos beijamos aquela noite. Você talvez não se lembra, mas eu nunca a esqueci.
- Mas como você pode ter lembrado de algo que ocorreu há dez anos?
- Eu sou primo da Klaudia e ela visualizou o nosso beijo. Ela contou-me sobre você, seu nome e tudo o mais, e eu admito que apaixonei-me. Eu queria muito vê-la, porém você saiu do colégio logo depois, e Klaudia não teve mais contato com você. Mal imaginei que podia encontrá-la através de Bastian e que seria seu namorado de mentira. – Conrad riu. Eu juro que não sabia o que dizer.
Eu estava perplexa, afinal mal imaginaria que o meu namorado de mentira é o garoto na qual beijei quando possuía dezesseis anos de idade e que ele acabou gostando de mim. Será que o amor de minha vida sempre encontrava-se ao meu lado e eu não enxerguei? Será que é o Conrad?
- Eu não sei o que dizer. Sinto muito. Eu mal imaginaria, estou assustada e surpresa.
- Não precisa dizer algo se quer. – Conrad aproximou-se, tocou em meu rosto e logo beijou-me. O mesmo beijo daquela festa, senti com dezesseis anos novamente. Senti estar naquela festa novamente.
Conrad então ligou a ignição e não conversamos nada se quer. Ele apenas dirigiu até um restaurante próximo.
Chegamos ao local, sentamos em uma mesa fora, em uma varanda, e retornamos a conversa.
- Agradeço pelo jantar. Sério mesmo.
- Não tem o que agradecer. Espero reencontrá-la mais vezes.
- Agora que somos namorados de mentirinha, Neuer irá querer sempre vê-lo e criar encontros de casais.
- Não digo que passei a vida inteira apaixonado e pensando em você, já namorei muitas garotas, inclusive noivei, mas ela acabou traindo-me. São casos que contarei outra hora. – ele riu. – Mas não quer dizer que hoje eu não ficaria com você, está ainda mais bela. Eu não desejo ser somente o seu namorado falso, e sim seu amigo, e quem sabe namorado num futuro próximo.
- Não quero lhe encher de esperanças, mas quem sabe eu posso dar uma segunda chance ao amor.
- Então dê. – Conrad pegou-me de surpresa e beijou-me mais uma vez. Um beijo duradouro, desta vez.
Quando fingimos ser namorados na frente de Neuer, não nos beijávamos, mas parece que agora ele não para de beijar-me. Estou gostando disso. Quem sabe Conrad faça-me esquecer Neuer.
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