30.07.2018 ( Toronto, Canadá — Quarta-feira)
— Faz essa sombra mais marcada, porra. — Falo para a maquiadora, que estava a minha frente.
— Esse é o meu trabalho, sei o que estou fazendo.
— Vamos ver se vai ser o seu trabalho, depois de ficar sem as mãos. — Falo, entredentes.
Estou me arrumando para o evento. Meu cabelo já está pronto, está enrolado nas pontas, com uma lateral presa com um enfeite de ouro.
— Terminei! — A maquiadora diz.
Me olho no espelho. Vejo que minha pálpebra está mais marcada com um marrom escuro e com brilho dourado; o contorno está bem feito, assim como o batom vermelho, que está desenhando meus lábios perfeitamente.
Meu cabelo está com um penteado semi preso, com uma trança em forma de tiara na frente, deixando o resto solto com cachos nas pontas.
— Gostou? — Pergunta a maquiadora.
— Dá pro gasto. — Dei de ombros. — Vem, me ajude a colocar meu vestido. — Falo, já me levantando.
Vou até o closet desse quarto e pego o vestido. Obviamente não estou em meu quarto, lá tem documentos importantes demais para qualquer um entrar.
Vou até a mulher, tiro o roupão, ajusto a sinta liga e começo a colocar o vestido, com a ajuda da maquiadora.
Estou praticamente pronta, só falta a sandália de salto dourada e descer para encontrar com o pessoal.
— Precisa de mais alguma coisa, senhora? — Pergunta a mulher.
— Não, pode ir embora. — Falo, seca.
A mulher sai do quarto. Vou até o espelho do closet, coloco o brinco de diamantes e coloco também um anel. Agora sim, estou pronta.
Saio do quarto, vou em direção as escadas. Como o quarto que estava ficava no segundo andar, só vou ter que descer um lance de escadas, e assim fiz.
Vejo todos na sala, termino de descer as escadas. Todos se levantam e me encaram, deixo todos na sala e vou até o meu escritório. Pego uma arma, em um livro falso da estante e coloco presa na sinta liga, volto pra sala.
— Caralho, Collins. Está gostosa pra porra. — Fala Camis.
— Você também está. — Falo, dando uma piscadela para ela.
Os meninos continuam a me olhar, como se fosse um pedaço de carne.
— A baba já está escorrendo. — Digo, indo em direção ao hall, onde uma limosine me espera.
Entro no carro, pego um copo de champanhe e começo a beber. O motorista sai em direção ao salão que aluguei para o evento. Chegando lá, vou ter que dar algumas entrevistas. A forma que encontrei para arrecadar o dinheiro, foi fazendo um leilão, onde o lance mais alto ganha um jantar com modelos.
Viro o champanhe e o motorista estaciona em frente a um tapete vermelho. Saio do carro com um sorriso, pouso pra algumas fotos, e vou andando no tapete. Várias pessoas chamam meu nome para pousar para as câmeras. Uma mulher me chama pra uma entrevista rápida, vou até ela.
— Boa noite, sou a Kimberly e eu gostaria de fazer algumas perguntas, posso? — Pergunta a mulher de cabelos curtos e vestido longo elegante.
— Claro! — Respondo, com um sorriso.
— Porque tomou a iniciativa de abrir um orfanato?
— Eu já perdi meus pais e minha irmãzinha, sei o quanto isso é difícil, a minha "sorte" é que eu já era grande e sabia me virar. Não consigo imaginar um ser tão pequeno passando por isso. — Falo, fingindo emoção.
A resposta correta seria: Para roubar o dinheiro das pessoas, e manter uma faixada de boa pessoa.
— Muito amável da sua parte, espero que corra tudo bem. Bom, próxima: Gostaríamos de saber se você irá adotar alguma das crianças? — Fala a mulher, com um sorriso radiante, chega embrulhar meu estômago.
— Queria muito, mas... A resposta é não. Tenho muitos trabalhos fora de Toronto, não tenho como dar uma vida estável para uma criança agora. Quem sabe mais pra frente? — Respondo, com um leve sorriso.
— E por fim, tem algum namorado a vista? Alguém que esteja roubando o coração da nossa grande empresária? — Kimberly pergunta, como se fosse algo realmente importante.
— Não, quem sabe um dia. — Falo, dando uma piscadela pra ela.
Volto para o tapete vermelho e vou em direção a entrada do salão.
Ando pelo salão que está perfeito, como eu realmente imaginei. Nada fora do lugar e já temos muitos convidados.
Vou andando entre as mesas, conversando com algumas pessoas. Avisto Mark e Lewis, os primeiros investidores do orfanato. Ando até eles.
— Mark! Que bom te ver aqui. — Falo, estendendo a mão para o velho.
— Que ótimo te ver, querida. Está magnífica. — Fala Mark, com um sorriso malicioso.
— Lewis, ótimo rever você. — Falo, para o homem ao lado de Mark.
— Digo o mesmo. Está linda, Dayna.
— Obrigada. Bom, tenho que ver mais algumas coisas, divirtam-se. — Me despeço com um sorriso.
Isso é realmente um porre, odeio essas pessoas e odeio ainda mais ter que abrir essa porra de orfanato. Na sexta-feira vamos invadir a casa do Donnavan, eu precisava mesmo é estar trabalhando nisso.
Vou até a Camille, que está conversando com o Daive em uma mesa.
— Que horas você pretende começar a leiloar as meninas? — Pergunto para Camille. Me sento ao lado direito da mesma.
— Estamos com um problema. — Levanto uma sobrancelha. — Bom, uma das meninas passou mal. Precisamos de alguém para colocar no lugar.
— Fica você.
— E quem vai falar o nome, de onde elas são, a idade e suas qualidades? Por que você não entra no lugar dela? É só matar a pessoa, antes do jantar. — Fala Camille, olho fixamente para ela.
— Arranja outra pessoa, Hernandez. Eu tenho coisas melhores para fazer. — Falo, me levantando.
Vou até um garçom e pego um champanhe. Até parece que vou ser vendida por um jantar, a época em que fui prostituta já passou.
Vou até a mesa em que o prefeito e sua mulher estavam.
— Prefeito e Estefânia, que bom ver vocês. — Dou um abraço na mulher e aperto a mão do prefeito.
— Está tudo incrível, Dayna. Não imagino o trabalho que deu. — Fala o homem, olhando pra mim.
— As crianças merecem. — Falo, com um sorriso sínico.
— Dayna Collins. — Ouço alguém me chamar.
Me viro para ver quem é. Puta que pariu.
— John Donnavan, que prazer te ter aqui. — Falo, debochada.
— Acha que eu perderia a oportunidade de ajudar pequenas crianças indefesas? Olha, você tem uma visão muito errada da minha pessoa. — John fala, fingindo se sentir ofendido.
— Oh, querido! Não se sinta ofendido, eu sei o quanto você é generoso. — Debochei, novamente. Me aproximo do seu ouvido e sussurro. — Só não prometo ser assim tão generosa quando te matar.
— Já falamos sobre contar vantagem antes da hora lembra, Dayna? — Fala John, quando me afasto de seu rosto.
— Ah, baby... Não estou contando vantagem, é a verdade, estou sendo apenas sincera com você. — Ironizei. — Bom, licença, tenho que cumprimentar os outros convidados. Se divirta, Donnavan.
— Pode apostar, Collins.
Passo pelo Donnavan, vou em direção a um garçom, pego um copo de champanhe. Quero voltar logo pra minha casa, já não aguento mais essa porra toda.
Olho ao redor a procura de Camille. Encontro ela ao lado do palco, vou até ela.
— Já encontrou alguém pra substituir a menina que faltava? — Pergunto, olhando séria pra ela.
— Não, precisamos de você Dayna. Não temos mais ninguém. — Implora Camis.
— Eu já falei que não, Hernandez. Que essa merda fique com uma pessoa a menos, eu não vou pra porra de jantar nenhum. — Falo, entredentes.
— Como quiser, chefe. — Responde Camille, insatisfeita.
— Vê se coloca a porra de um sorriso no rosto. Começa logo essa merda, eu quero ir embora. — Falo, me virando.
Preciso conversar com o Chandler, procuro ele no salão todo e não o encontro. Com certeza deve estar na área dos fumantes. Vou até a mesma e vejo que meu palpite estava certo.
Caminho até ele.
— Chandler?
— Sim?
— Preciso que fique de olho em uma pessoa para mim. — Falo, de frente para o mesmo.
— E quem seria essa pessoa? — Pergunta Chan.
— O Donnavan está aqui e não acho que seja atoa.
— Pode deixar, Dayna. Ficarei por perto.— Balanço a cabeça, afirmativamente.
— Vamos entrar. Camille já vai começar. — Chandler confirma com a cabeça, juntos vamos para dentro do salão, novamente.
Caminhamos até uma mesa, onde está o resto de minha equipe. Sento ao lado do Jackson.
— Senhoras e Senhores, obrigada pela presença de todos. Quero pedir para a pessoa que teve esse incrível ato de generosidade, que venha até aqui e dê a nós a honra de suas palavras. Dayna Collins, venha ao palco, por gentileza. — Camille chama meu nome.
Me levanto e as pessoas começam a bater palmas. Correspondo com sorrisos, ando na direção do palco, subo no mesmo e vou até o microfone.
— Obrigada, Camis. Primeiramente, queria agradecer a presença de todos. Não quero tomar muito o tempo de vocês, sei que estão ansiosos para o leilão, apenas quero pedir que vocês ajudem as nossas crianças com a abertura do orfanato Light of Tomorrow, pois todo dinheiro arrecadado hoje será em pró do orfanato. Espero que vocês se divirtam, bom leilão para todos. — Encerro meu discurso, o bater de mãos me irrita mas continuo com o sorriso.
Desço do palco, estou indo de volta pra minha mesa, quando sou puxada pra dentro do banheiro masculino, tampam a minha boca e os meus olhos.
— Calma, já vou te soltar. Só promete que vai ficar quieta. — Fala.
Abaixo uma mão e tiro a arma da cinta liga, rapidamente destravo a mesma e coloco na cintura do homem, o mesmo solta meus olhos.
— Calma, é importante. — Confirmo com a cabeça.
Ele solta minha boca.
— Que porra é essa, Bieber? — Pergunto, puta da cara.
— Estão invadindo sua casa, abaixa essa porra. — Justin fala, abaixo a arma.
— Como que você sabe dessa merda? — Pergunto, desconfiada.
— Tenho seguranças vigiando você e sua casa, Dayna. — Fala, impaciente.
— Como eu sei se isso é verdade? — Pergunto.
— Se eu fosse te matar, já teria feito. — Reviro os olhos com a resposta.
— Vou ligar para meu motorista. — Falo, me virando para sair do banheiro.
— Caralho, não dá tempo. Vem, eu te levo. — Bieber fala.
— Eu não preciso da sua ajuda, eu sei me virar, porra! — Falo, puta.
— Cala a porra da boca, para de ser teimosa, caralho! Vamos logo. — JB se segura para não gritar.
— Agora que eu não vou mesmo. Está achando que manda em alguma porra aqui? Se liga, eu sei me virar muito bem, imbecil! — Saio do banheiro.
JB vem atrás de mim, ele me puxa pelo braço, fazendo minha arma cair no chão.
— Me solta, caralho. — Falo, entredentes.
— Cala a boca, vamos logo. — Fala ele, da mesma maneira.
Não grito e nem tento bater no mesmo. Chamaria muita atenção e eu não preciso disso agora.
Bieber me leva até um Bugatti La Voiture Noire, entro no lado do passageiro, Justin entra no do motorista. Não demora muito e já estamos em alta velocidade, indo em direção a minha casa.
Pego meu celular e mando mensagem para meus outros guardas, os que ficam em uma área afastada da minha casa. Mando eles irem pra lá e matar qualquer um que apareça na frente deles. Vejo que Justin olha pra mim algumas vezes.
— Quer um lencinho? — Pergunto, tentando acessar as câmeras da minha casa.
— Vai tomar no cu. — Justin fala, olhando pra estrada.
— Tem uma arma sobrando? — Pergunto.
— Banco de trás. — Fala, indiferente.
Me viro e inclino para trás, abro a maleta e pego a arma e algumas munições. Me sento novamente no banco e olho o pente da arma, o mesmo que está cheio. Coloco a arma na cinta liga, junto das munições.
JB para o carro na esquina, desço do mesmo, caminhamos devagar para o portão. Consigo ouvir os tiros sendo disparados.
— Qual o plano? — Pergunta JB.
— Já tenho homens vindo pra cá. Preciso que me dê cobertura para acionar os alarmes falsos. — Falo, olhando pra ele.
— Onde fica? — Pergunta o mesmo.
— Ao lado da sala de segurança, apenas me siga. — Falo, entrando no meu quintal.
Vejo vários corpos dos meus seguranças pelos jardim. Vou em direção a porta principal.
— ABAIXA! — Grita Justin.
Assim faço, me abaixo depressa e ele acerta um tiro no meio da testa de um homem. A porta está arrombada, então, só entro. Está tudo escuro aqui dentro, a única claridade vinha das luzes de emergência, que são extremamente fracas.
Ando meio abaixada pelo hall, piso em alguns corpos. Vejo uma sombra atrás do sofá, disparo um tiro na direção e ouço o barulho do corpo caindo no chão. Viro no corredor do meu escritório.
Ainda abaixada, caminho até a sala de segurança. Retiro o quadro da parede ao lado, aperto o potão que começa a fazer um barulho infernal. Corremos até a sala, onde começo a atirar naqueles que querem passar pela porta.
Meu cu, que esses viados vão invadir a minha casa e ainda saírem vivos!
Ouço o barulho de mais armas sento disparadas, contra os homens, suponho que seja o meus outros guardas.
*
— Não vai me agradecer pelo aviso e nem pela ajuda? — Pergunta JB
— Com certeza, não. Já pode ir. — Falo, rude.
— Boa noite, Collins.
— Boa noite, Bieber.
JB vai em direção ao hall, saindo logo em seguida da minha casa. Me viro para olhar os guardas e minha equipe, estamos na sala, ou melhor, o que sobrou dela.
— Estão esperando o quê? Andem, comecem a limpar essa merda!
Meus guardas começam a recolher os corpos do meio de casa. Provavelmente vou ter que comprar outra mansão, isso é um porre.
— Podemos saber que merda aconteceu? — Pergunta Jackson.
— Amanhã, agora eu só preciso de um banho e dormir. — Respondo, subindo as escadas.
Vou em direção ao meu quarto. Por conta da segurança a porta está intacta, digito a senha e entro. Passo pela sala e vou até minha cama, coloco a arma do JB e meu celular em cima da mesma.
Vou até o banheiro e tiro minha roupa, ligo o chuveiro e entro debaixo do mesmo.
Amanhã preciso descobrir o que John Donnavan queria, urgentemente.
Lavo meu cabelo e saio do box, me enrolo em uma toalha, vou até a pia e retiro o resto da maquiagem com demaquilante. Termino e vou até meu closet, visto uma lingerie branca de renda.
Volto para meu quarto, pego a arma da cama e coloco no criado-mudo, assim como o meu celular. Ligo o ar condicionado e deito embaixo dos lençóis. Ouço o barulho de mensagem no celular, pego o mesmo pra ver quem é.
Número desconhecido, desbloqueio o celular e abro a mensagem.
Preciso ter uma reunião com você pessoalmente, é do seu interesse. (03:12)
Já imaginava quem seria.
Duvido que alguma coisa que venha de você, seja do meu interesse. (03:14, Collins)
Garanto que é, se quiser saber, me encontra amanhã, nesse endereço, às onze. (03:14, Bieber)
JB manda a localização.
Te vejo às onze. (03:15, Collins)
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