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História The Roommate - Two - História escrita por PervertHeechul - Spirit Fanfics e Histórias
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História The Roommate - Two


Escrita por: PervertHeechul

Notas do Autor


Olá *-*
Bem ta ai o capitulo dois de The Roommate, espero que gostem gatas/os ~
Aliás, queria começar esse cap. pedindo desculpa pelo anterior, por que na euforia do ss4, minha dongs me ameaçando, o sono me dominando e mais 485454984 motivos, eu não corrigi-o devidamente e só depois de algumas pessoas gostarem e se manifestarem sobre a fic , que eu fiquei super feliz, fui ler e achei o monte de erro bobo '-' HAUSHUAHS, Procurei arruma-los hoje, mas provavelmente ainda coisa perdida por lá S: Mesmo assim, muito obrigada ao pessoal que leu, comentou e favoritou a fic, vocês não sabem o quanto fiquei feliz, eu realmente não esperava todo esse carinho e espero continuar agradando pra que vocês não desistam de mim *-*
Acho que é isso, boa leitura, e por favor, não me matem x.x

Capítulo 2 - Two


- D- do que ta falando hyung? 

- Do que eu to falando Donghae ? – sorri – Eu to falando disso – aproximei ainda mais os dois corpos, encaixando minhas pernas por entre as suas, pressionando-o com força à parede atrás de si.  Aproximei nossos lábios, arrastando meus dentes sobre o seu inferior, mordendo-o com vontade, antes de por fim beijá-lo.

Beijá-lo fortemente, como há muito, não beijava ninguém.

 Era apenas um forte encostar de lábios, eu sabia que não poderia fazer mais que isso, já havia me deixado levar demais ao beijá-lo e agora, se aprofundasse o beijo, poderia ser pior. Sim, eu sabia disso. Entretanto, com apenas este leve tocar, meu corpo inteiro arrepiara-se, não por estar desprovido de qualquer tecido – eu vestia apenas uma calça-, muito menos eu culparia o frio. Sabia qual era a origem dos meus arrepios e apesar de minha mente gritar para que eu apartasse-me dele, meu corpo pedia por mais toques seus e ignorando meus protestos interiores, passei levemente a língua por seus lábios até então fechados, necessitava sentir mais daquela boca que se mostrava tão quente e macia por sobre a minha, o que para surpresa de todos, ou talvez não, ele permitira.

Meus braços antes apoiados pela parede passaram a procurar inconscientes sua cintura, que não demorou a fazer-se solida entre minhas mãos, que agora, apertavam-na e traziam-na com maestria até mim. Nossas línguas bailavam, ambas desbravando, extraindo, pedindo mais do outro. Nossos hálitos se misturavam, menta e álcool de repente trabalhando juntos para que o resto de sanidade que ainda me restava, terminasse por abandonar-me. Sentia nossos membros recém despertos roçarem-se um contra o outro, aumentando ainda mais minha vontade de conduzi-lo até uma das duas camas e acabar logo com aquilo, acabar com aquela vontade que agora mostrava-se devastadora para ambos, findar esse desejo que consumia-nos.

Mas eu não podia, infelizmente eu não podia. Aquilo já tinha ido longe demais, era apenas para ser um susto, mas eu, fraco como sou, deixei-me levar por meus caprichos. No entanto, aos poucos, o juízo infelizmente voltava a fazer-se presente mais uma vez.

Separei o beijo, meus olhos mantinham-se fechados, nossas testas ainda coladas e as respirações ofegantes agora chocavam-se com mais violência. Abri os olhos e o encarei. Os lábios antes já rosados, agora mostravam-se quase roxos, inchados do jeito que estavam me eram ainda mais convidativos. Aos poucos Donghae presenteava-me novamente com seu olhar, tendo neste o mesmo brilho assustado de antes; me fitava com aquelas orbes arregaladas, confusas, que mesmo sem proferir uma palavra sequer, lotava-me com suas duvidas. Lentamente, voltei a me aproximar, vi quando fechou os olhos, provavelmente à espera de mais um toque de nossos lábios, entretanto, passando sensualmente com a ponta do nariz por toda extensão de seu maxilar, tomei como rumo dessa vez sua orelha:

- Era isso que queria, Donghae? – sussurrei – Era? - ele nada respondeu, continuava imóvel, não abrira os olhos e os braços continuavam junto ao copo. Sorri de sua expressão, pois apesar de toda aquela áurea luxuriosa em que nos encontrávamos, ele mantinha a expressão mais fofa que eu já vira. Selei nossas bocas rapidamente e em seguida, recuei, afastei-me de si e dei-lhe as costas, seguindo novamente em direção a minha cama. – Não vai me responder, Hae-ah? Tudo bem, não faria diferença mesmo. De qualquer forma se era ou não isso que você queria, tanto faz, você conseguiu, agora por favor, te peço que me deixe em paz.

Vesti a camiseta que havia pegado anteriormente e substitui a calça jeans que antes usava por uma de moletom mais confortável. Seu olhar não se desviara de mim um segundo sequer enquanto eu me trocava, mantinha-o fixo, mais uma vez no dia arrepiando-me por inteiro. Fitei-o mais uma vez antes de deitar-me e ele ainda não havia se movido, continuava em pé, encostado a parede, apenas olhando-me por qualquer lado que eu fosse. Sua expressão, porem, não era das mais fofas, seus olhos já não mostravam alguém que estava assustado, e mesmo tentando decifrar o que aquilo significava, como esperado, fui completamente falho.

Ao fim, desviei minha atenção de si e voltei-a à cama a minha frente, não conseguiria encará-lo por muito tempo. Deitei-me, mesmo sabendo que não conseguiria dormir tão cedo aquela noite. Tentaria em vão, mas de qualquer forma, tentaria, precisava estar descansado e aparentemente bem para que então pudesse arcar com as conseqüências do que havia feito, que por sinal, não seria poucas. 

                                      

                                  ~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~ 

 

Diferente do que imaginara, os dias e meses que se decorreram após aquele sábado foram tranquilos. Donghae se mostrava indiferente ao que havia acontecido, aliás, mostrava-se indiferente a mim. Como antes eu planejara, ele apenas me ignorava, seguia sua vida, conversava com todos no apartamento, ainda sorria para tudo, mas, quando estávamos apenas os dois, fingia que eu não existia. Desde o começo eu queria isso, mesmo antes de conhecê-lo desejava que o meu colega de quarto apenas ignorasse-me e fossemos estranhos um para com outro. E era isso que agora acontecia.

Eu deveria estar feliz, muito feliz, a única que desejara fielmente fora isso, mas as coisas não saíram como esperado. Donghae cumpria sua parte, claro, mais eu... Eu não parava de pensar nele e naquele maldito beijo um dia sequer. Passara-se dois meses e durante esse tempo não houve um dia em que eu não sonhasse com ele. Se antes, quando ele tentava involuntariamente ser meu amigo eu já me mostrava confuso em relação a si, agora, depois daquela noite e com ele passando a ignorar-me daquela forma, minha confusão beirava loucura.

Eu pensava em Donghae todos os dias, todas as horas, tudo me lembrava ele, até as coisas mais absurdas. Não sabia ao certo o que fazer, se estava ou não gostando dele, minha mente era uma baderna vinte quatro horas por dia, e encontrá-lo todos os dias deitado a cama ao lado da minha, não ajudava-me em nada. Durante o decorrer desses longos meses, saí com varias pessoas diferentes, beijei varias bocas diferentes, experimentei varias coisas diferentes, mas sempre, em todas as vezes que tentei, a imagem daqueles lábios rosados, inchados, daquele corpo imóvel prensado contra o meu, aquele seu olhar confuso, o hálito entorpecente que esbanjava, sua pele tão gostosa e macia que, com eficácia, volveu-me louco voltavam-me a mente. Sempre. Quando eu menos as esperava, aquelas lembranças voltavam a tona, infernizavam-me, era como estar em um filme, daqueles que o passado nunca deixar-te-ia de assombrar.

Parecia que  ao tentar esquecer a figura de Lee Donghae, ela mostrava-se ainda mais presente em mim. Eu estava, realmente, a ponto de enlouquecer.

Pensei por um momento estar apaixonado por ele. Só poderia ser isso, afinal, paixão. Mas no fundo eu sabia como era esse sentimento, era forte demais, e por hora não era ele que tomava-me todas as vezes que o olhava. Acho que sentia-me mais atraído por ele. Isso, atração. Donghae era um cara bonito, simpático – não comigo -, extrovertido e principalmente, charmoso. Sempre com aquele curvar perfeito em seus lábios, não era para menos que todos se sentissem atraídos por ele.

Perguntava-me diariamente o porquê deu ser tão fechado, o porquê de não permitir que as pessoas se aproximem de mim e o porquê de sempre tornar as coisas mais complicadas do que já eram. Sabia, no fundo, que toda essa paranoia dava-se ao fato de já ter sofrido antes, mesmo assim, da mesma forma que isso poderia vim a minha ajuda, poderia vim como meu problema, meu grande problema.

O que era o caso.

Era domingo a tarde e assim como muitos outros, restávamos apenas os dois no apartamento. Ele na sala, provavelmente ocupado com alguma coisa interessante, enquanto eu, como sempre, tentava pensar em alguma forma de me aproximar de si.

Sim, havia decidido isso.

Me aproximaria dele mesmo que em busca apenas de uma rala amizade. Não esperava que fossemos melhores amigos, claro, mas pelo menos desejava parar de ser ignorado. Realmente, o mundo dava muitas voltas. Passara a tarde deitado, os dedos entrelaçados davam-me suporte a cabeça e eu apenas fitava o teto. Pensava numa desculpa o suficientemente boa para aproximar-me ou quem sabe, um assunto interessante o bastante para que ele não me ignorasse. Não deveria ser tão difícil. Virei para ao lado. Lá estava a cama dele, arrumada, com o peixinho de pelúcia que tanto gostava por cima e imagino que, como tudo ali, carregando seu cheiro. Balancei negativamente a cabeça, afastando as fantasias que já me tomavam a mente sobre aquela cama, ele... E eu. Não poderia pensar nisso agora. Aliás, não poderia pensar nisso nunca.

Levantei receoso e segui até o espelho do quarto. Ainda estava de pijama em plenas cinco horas da tarde, porém, não tinha planos de sair, por isso pouco importava-me tais vestes. Arrumei o cabelo enquanto criava coragem de ir até a sala. Meu plano, até então, era chegar de mansinho, como quem não queria nada, quem sabe, se tivesse alguma abertura juntamente a uma pitadinha de sorte, poderia iniciar uma conversa. Caso ele tocasse no assunto daquela noite, simples, culparia o álcool, afinal, quem não faria besteiras sobre o domínio de tal e devo confessar que, quando o que se precisa é de um culpado, este pode sair-se bem útil.

Rumei à porta e não demorou para que eu me visse caminhando pelo curto corredor de acesso à sala e aos quartos, parando apenas ao visualizar sua silhueta sentado ao chão. O controle nas mãos, as pernas esticadas, a leve mordiscada no lábio inferior, as rugas e sobrancelhas juntas por conta da concentração... Parecia uma criança completamente absorta no que jogava. Tão absorta, que mal notara minha recém presença no recinto.

Passei reto a ele seguindo para a cozinha que ficava ao lado, a coragem de minutos antes abandonando-me ao deparar-se com o motivo de minhas fraquezas. E, por sinal, eu odiava isso. Odiava ficar nervoso, sem coragem, por vezes tímido em sua frente. Odiava parecer uma garota virgem de colegial com medo de chegar no cara que tava afim. Simplesmente odiava.  Eu sabia que não era assim, nunca fora.

Respirei fundo, pegando em seguida um copo antes na pia e preenchendo-o com o suco de coloração avermelhada – que achava ser de morango, mas era de goiaba - e voltei a sala onde ele se encontrava, dessa vez, decidido, afinal, nada poderia acontecer e se caso acontecesse, o máximo seria o silencio vindo de si as minhas tentativas de puxar assunto, mas isso não doeria.

Não doeria, não é mesmo?

- Jogando o que? – perguntei ao reencontrá-lo sentado a sala, bebericando o conteúdo do copo em minha mão, em outras palavras, disfarçando.

- Futebol. – respondeu como se fosse obvio, aliás, era obvio.

Belo jeito de se começar uma conversa, Lee HyukJae, com perguntas obvias. Realmente um gênio.

- Ah, claro, futebol... – sorri sem graça – E eu posso jogar com você?

- Pode sim. – pausou o jogo pela primeira vez e me olhou, sorrindo rápido logo depois – Pega ali o outro controle.

- Ok. – respondi rápido, sem conter o sorriso gigantesco que se formava em meu rosto. Espero que ele não tenha percebido qual tamanha fora minha felicidade por deixar que eu jogasse consigo, pois se houvesse percebido, isso sim seria muito constrangedor. – Espero que me deixe ficar com o Chelsea – brinquei sentando-me ao seu lado no chão.

- Se o Chelsea estiver pronto para perder, deixo sim – riu.                                  

                              

                               ~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~* 

Passamos o final de tarde e metade da noite inteira por jogar. Estávamos tão entretidos com o vídeo-game que mal conversávamos, brigávamos ou víamos a hora passar. Apenas provocávamos, riamos e brincávamos com o outro. Realmente, parecíamos amigos. Ou colegas, simplesmente. Mas isso não importava, o que importava era que eu estava ali, ao seu lado, realmente feliz com o que acontecia.

- HyukJae, tô com fome. – disse.

- Somos dois então. – o fitei, pausando o jogo – O que acha de pedirmos uma pizza? – sorri.

- Você paga? – fez bico, rindo em seguida.

- Só não se acostume... – falei levantando-me e como antes, sorrindo para si.

Liguei encomendando a pizza dos sabores que decidimos em um acordo justo e sentei-me ao seu lado no sofá em seguida. Esparramados sobre este, olhávamos a televisão que nada nos oferecia de interessante nesse final de domingo. Donghae brincava com os canais, passeando por eles sem nunca se fixar em um certo, enquanto por minha vez, apenas o observava discreto pelo canto do olho, sem que ele percebesse.

Não demorou para que a campainha tocasse, tendo assim a atitude rápida de Donghae ao pular do sofá e correr em direção a porta, ri de sua reação e imaginei que estivesse realmente com fome.

Logo sentávamos novamente sobre o tapete preto que se encontrava ali, a caixa de pizza sobre o mesmo juntamente com as garrafas de Soju que aproveitei pra pedir junto à pizza. Comíamos e bebíamos quieto, o barulho apenas de nossas bocas trabalhando e do tilintar dos copos ora ou outra. O silencio não me incomodava, estávamos em um clima bom, ameno eu diria, mesmo assim eu sentia a necessidade de dar início a algum assunto.

Pensava justamente a respeito disso quando Donghae começou:

- Essa pizza... – falou ainda mastigando e olhando-a –... Esta realmente divina.

- Também achei. – falei voltando a morder um generoso pedaço da que estava em minha mão – Coma mais Donghae. – disse ao perceber que o pedaço que antes segurava esvaíra de sua mão.

- Uhum – murmurou ainda comendo. – Viu, HyukJae, uma pergunta... – disse por fim engolindo o que estava em sua boca, sem me olhar, apenas movendo-se em direção a caixa a nossa frente e pegando mais um pedaço do que queria – Por que fez aquilo...  Aquela noite?

Aquela pergunta, eu realmente não esperava aquela pergunta. Não agora. Tossi. Tossi muito. Engasgando-me com o que tinha na boca e tomando rápido o copo inteiro de Soju que antes mantinha-se intocado ao meu lado. Tentava disfarçar a surpresa que aquela pergunta me causara, mesmo sabendo que a essa altura seria impossível. Sorri sem graça ao ver seu olhar assustado em mim e ele respondeu tal ato fazendo o mesmo. Por fim, criei coragem de responde-lo, mesmo que ele agora não me olhasse e sim o alimento em suas mãos.

- Acho que... Por que.. – comecei – Estava bêbado. É, eu estava bêbado. 

- Bebida. – sorriu, mas pude sentir a ironia em seu tom – Sempre culpamos a bebida por nossos erros. Desculpa velha essa hyung. – sorriu, bebendo o conteúdo de seu copo.

- Não é desculpa. – desviei o olhar do dele assim que este deu inicio ao contato visual que não tínhamos antes – Eu realmente tinha bebido muito aquele dia. Acho que foi isso. Ou isso, ou a minha vontade de te beijar aquela noite falou mais alto... – da onde eu tirara tanta coragem?

 Deus, da onde eu tirara tanta coragem?

- Vontade, é? – sorriu me encarando, agora sem que eu desviasse minha atenção de seus olhos – Se tinha tanta vontade, por que não continuou?  

Era inevitável, aquela pergunta descompassara ainda mais meu coração que já estava acelerado a tempos. Ainda questiono-me como não enfartei nesse exato instante. Mesmo assim, ele estava me provocando. E como estava.

- E se eu tivesse continuado... – comecei nervoso - O que teria acontecido?

- Ah, hyung, isso só deus sabe... – sorriu, voltando sua atenção a pizza.

- Donghae... – criei coragem, respirando fundo antes de prosseguir – E se eu te pedisse para que tentássemos de novo? Continuasse, dessa vez, sei lá, para ver onde daria?

- Se você pedisse... – voltou a me olhar, ainda com aquele curvar irônico nos lábios – Se você me pedisse, Hyuk, eu diria que já é tarde demais, que você teve sua chance, mas jogou-a fora e que agora já não dava mais. Uma pena, realmente uma pena.

Aquelas palavras vieram como um tapa muito bem desferido em minha face.

Realmente, ele tinha razão no que dizia. Eu fui um idiota completo desperdiçando a chance que tive, porém, eu não esperava aquilo, não naquela hora. Não tirava sua razão, o tolo por ter entrado em seu jogo e se iludido por breves segundos, era ninguém menos que eu. Sabia disso. Mas o que mais me incomodava era saber, na verdade, que não poderia fazer nada para mudar. O que me restava, mesmo contra minha vontade, era voltar a lhe olhar e continuar conversando consigo como se nada tivesse acontecido, tratando aquilo como uma pergunta de momento.

E sim, eu faria aquilo, não o trataria mal novamente, já bastava ter sido idiota uma vez e pagar por isso como estava pagando agora.

Ao fim, apenas continuei:

- É, realmente uma pena. – sorri – Mas então Donghae, satisfeito? – perguntei vendo que acabara com seu terceiro pedaço.

- Ainda comeria mais. – brincou - Mas acho que por hoje chega, ta bom.

- Aish, se quer comer mais, coma.

- Não hyung, só to brincando. – sorriu - To realmente satisfeito.

O tempo que decorrera-se fora de silencio, não que eu quisesse, mas faltava-me assunto depois daquilo. Era difícil para mim disfarçar minha decepção que sentia por suas palavras, mesmo que quisesse e me esforçasse para isso. Não sei se Donghae percebeu, creio que sim, entretanto este não deixou-se abalar, continuava brincando com os canais enquanto sorvia dos copos de soju ao lado, dando-me nada de sua atenção.

Não demorou muito para que a porta principal fosse aberta, mostrando então os dois casais que entravam animados pela mesma, preenchendo o local com suas falas e risadas. Fiquei feliz ao vê-los retornar, realmente a presença de tais ali aliviaria o clima tenso que envolvia-nos, não que Donghae de alguma forma se incomodasse com isso. Claro.

- Perae, vocês pediram pizza sem a gente? Ingratos. - disse Ga Young fazendo bico e aproximando-se.

- Mas você já vai comer mulher? - disse HeeChul ao perceber que ela já sentava-se ao lado da caixa, tirando assim um pedaço que ainda estava dentro dessa - Siwon, já parou pra pensar que sua mulher ta grávida? – sorriu indignado.

- Cala a boca Chullie, olha sua namorada doida pra comer ai também - falou fazendo bico, sorrindo em seguida ao fitar o alimento e pondo-se a ingerir o mesmo.

- Verdade amor, não fale muito não.– sorriu Tayeon, selando os lábios do namorado brevemente, não demorando para sentar-se ao nosso lado e também pegar da pizza – Vocês dois vão ficar aí parados?!

Ali ficamos a conversar por um tempo. Os quatro falavam animados, contavam-nos tudo o que haviam feito durante o dia e o quanto havíamos perdido por não ter aceitado o convite deles mais cedo. Donghae aos poucos envolvia-se ao assunto, eu tentava fazer o mesmo, mas como sempre, me pegava meio abobado, apenas olhando-os. Eu precisava parar com isso, sério. Estava completamente absorto a tudo, apenas envolto em meu próprio mundo e pensamentos e não sei quanto tempo fiquei assim, lembro-me apenas do que despertou-me de meus devaneios, o que de certa forma, trouxe-me de volta a realidade:

- Aliás Donghae-ssi... - começou GaYoung engolindo por fim a pizza que comia - Encontramos hoje aquela menina, a estrangeira lá com quem você está saindo...

Espera, como assim estrangeira com quem Donghae estava saindo?

Ele tinha uma namorada e eu não sabia, era isso?

Mas esse desgraçado não é gay?

O que está de fato acontecendo aqui?

Respira Lee Hyukjae, respira.

 Eu não saberia dizer o que senti na hora. Confusão, raiva, curiosidade. Um turbilhão de sentimentos mesclavam-se dentro de mim, atormentavam-me. Não sabia o porquê desse alvoroço todo vindo da minha parte, não sabia o motivo de estar sentido tudo aquilo, afinal, não havia razões para tudo isso, nós não tínhamos nada.

Nada.

Então por que o sentimento de traição preenchia-me de tal forma? Eu não saberia responder, aliás, não saberia responder coisa alguma.

- Verdade Donghae-ah, encontramos ela. - continuou Tayeon, ganhando minha total atenção na hora - Ela veio falar com a gente até, é bonitinha a criatura, mas desculpa Hae, não fui muito com a cara do ser.

- Tayeon, para com isso - disse HeeChul - ela é linda Donghae. Linda mesmo. Você deveria investir nela. - como assim investir nela? Esse homem é impossível. Voltei meu olhar para Donghae que apenas encarava o chão, sorrindo, provavelmente envergonhado por ter seu relacionamento exposto assim.

Ou apenas pra me atentar, ele ficava tão lindo envergonhado. Desgraçado.

- Não sei hyung... - disse por fim - Grace é legal e tudo mais, mas não sei, acho que já to começando a enjoar dela. Na verdade... - foi então que levantou a cabeça, nossos olhares se encontraram rapidamente e um arrepio rápido tomou-me o corpo, mas no mesmo instante ele desviou, pondo-se a encarar HeeChul, rindo em seguida. - Acho que estou interessado em outra pessoa. Só não sei se vai dar certo.

- Esse Donghae é meu ídolo! - Chul disse sorrindo, sendo repreendido pela namorada que o acertara o braço com um tapa leve de indignação, sendo abraçada no mesmo instante pelo mesmo enquanto sussurrava um “vai com a Grace, Kim HeeChul”, mas ele apenas riu antes de continuar. - Mas dongsaeng, você está certo, não se prenda a ninguém... Pelo menos por enquanto. - completou ao olhar fuzilador da namorada em seus braços.

- M-Mas faz tempo que vocês d-dois estão saindo Donghae-ssi? - Droga. Por que eu sempre gaguejo em momentos importantes?!

- Um tempinho hyung. - respondeu.

Logo Siwon mudou de assunto, começando aleatoriamente a falar sobre como queria que passássemos seu aniversário na igreja. Sabe, se tinha alguém mais alienado do que eu naquela sala, esse alguém era o Siwon. GaYoung riu da mudança de assunto repentina do namorado e quando percebi todos já faziam planos a respeito da data. Acho que não preciso dizer novamente o fato de estar completamente a par da conversa, era sempre assim. Sentia o olhar de Donghae ora ou outra em mim e suas palavras rondavam-me a mente com persistência. Seria eu a pessoa que ele estaria interessado? Bem que eu queria que fosse, mas duvido muito que a essa altura fosse assim. Sem sucesso tentei afastar o que ele dissera, queria, por poucos segundos que fossem, não pensar nisso. Em vão. Era só olhá-lo, ver aquele sorriso que por vezes disse ser irritante, ouvir sua voz, tudo, tudo somado fazia-me o peito pular em esperança.

Tinha que parar de ser tão bobo.

- EunHyukie, Eunhyukie, você ainda ta ai ? – falou Ga Young ajoelhada a minha frente enquanto passava uma das mãos em frente ao meu rosto, levando a me despertar, e consequentemente, a sorrir sem graça ao perceber que todos me olhavam assustados.

Eu deveria estar realmente a muito tempo em transe daquele jeito e só de imaginar a cara de besta na qual eu deveria ter ficado, me envergonhava.

- To sim noona, só estava meio pensativo. – falei sem graça enquanto passava uma das minhas mãos pelo pescoço e nuca, constrangido.

- Percebemos, uma hora que te chamo e nada. 

- Pra que tanto drama, hein? Mas fale, o que quer agora?  

- Então Hyuk-ah, amanhã já é primeiro de abril, seu aniversário e o do Siwonnie estão chegando, o que faremos pra comemorar?

- No meu nada, no do Siwon não sei.

- Como assim no seu nada? Uma ova, faremos algo sim, só não sabemos o que. – disse Tayeon.

- Temos que comemorar hyung, vai ser o primeiro aniversário que comemoro desde que cheguei aqui. - falou Donghae sorrindo.

Esse cara, alguém me segura pra eu não voar nesse cara e bater nele até a morte? Ele quer o que, me deixar louco?

Sim, Hyukjae, ele quer.

- Não sei, vocês sabem que não gosto de comemorações, ainda mais do meu aniversário.

- HyukJae para de frescura vai, você sabe que as duas não vão desistir, fala logo pra onde quer ir por que eu quero dormir. – falou HeeChul.

- É Hyuk, facilita as coisas se não a Ga Young vai me infernizar a noite toda sobre onde a gente poderia fazer uma surpresa pra você.

- SIWON! – repreendeu-o a namorada.

- Desculpa amor, mas é a verdade. Então Hyuk, aonde quer ir?  

Apesar da vontade, sabia que não poderia fugir, elas eram sempre assim, não me deixariam escapar mesmo que eu tentasse. E não podia demorar a responder, eles aparentemente já haviam esperado demais por uma resposta minha e eu não queria agir como um idiota abobalhado de novo. Não que eu não fosse, claro, mas eles não precisavam saber disso.

 - Por que a gente não sai pra jantar fora então? É calmo, rápido, mato minha fome, não fico bêbado como ano passado e as duas vão parar de encher meu saco. – respondi rápido, rápido demais.

- Calma homem, respira. – falou Tayeon rindo – Mas é uma boa ideia mesmo, um jantar seria calmo e diferente, gostei, sem contar que não quero carregar o Hyuk bêbado chamando pelo SungMin de novo.

- Verdade, o Minnie-ah, temos que convidar ele Hyuk. – disse Ga Young ao meu lado.

Elas não iriam tocar nesse assunto agora, iriam?

- SungMin? – perguntou Donghae.

 Pronto.

Não poderia melhorar.

Donghae me fitava, as duas sorriam cúmplices, Siwon pôs-se a encarar o nada e Heechul apenas divertia-se ao me ver sem jeito. Eu não sabia se matava as duas por trazer aquele assunto a tona ou se simplesmente jogava-me janela a fora. Estava perdido. Não sabia o que fazer. Sempre fora tímido quando se tratava de assuntos pessoais, melhor dizendo, românticos. Elas sabiam disso, por isso sempre faziam questão de relembrar-me SungMin, meu antigo “amor” não correspondido e atual melhor amigo. Acho que no começo confundira meus sentimentos por tal, procurei nele o que JungSoo não havia me dado, procurei nele esquecer as magoas que me preenchiam e acabei por me magoar ainda mais. Há tempos parara de gostar dele, desse jeito ao menos, mas imagino que ninguém saiba disso. Assim como não sabem que a pessoa na qual estou realmente interessada está na mesma sala que eu... Me encarando.

- É Donghae, Sungminnie era o amor não correspondido do Hyuk-ah ano passado, ele é muito fofo, você precisa conhecer.

- Do ano passado, disse certo Tayeon noona, não gosto mais dele e acho bom vocês pararem com isso, sempre tocando nesse assunto, que inferno.

- É Por que você fica tão fofo quanto ele quando tocamos nesse assunto dongsaeng. – disse Ga Young apertando minhas bochechas – Mas ok, tudo combinado então. – levantou-se - Quinta-feira nos encontramos no restaurante que eu ainda vou procurar e tudo certo. Agora, vou dormir, você vem Siwon?

- Ahn? – perguntou Siwon que ainda fitava o nada, completamente absorto.– Ata, ir dormir, vamos então. – completou, levantando-se.

- Estou cansado também, acho que vou deitar. – falei. – Lee Tayeon e Kim HeeChul, espero que na minha ausência não fiquem contando coisas que não devem.

- Kim HeeChul? Essa criança, onde está o respeito por seu hyung? – ouvi sua voz enquanto já caminhava em direção ao quarto, não o respondi, apenas continuei meu caminho e ao ver minha cama, ainda desarrumada, sorri, logo sentindo-a abaixo de meu corpo teso. Precisava relaxar e o meu melhor remédio para isso seria ela.

Pousei a cabeça sobre o travesseiro. Teria muito o que pensar sobre aquele dia, muito o que pensar sobre tudo que acontecera, muito o que pensar sobre o que deveria fazer dali pra frente, e claro que, não diferente dos dias anteriores, teria muito sobre Donghae a refletir.

Sim, por que por enquanto, era isso que ele era. Meu ponto de reflexão. Meu ponto único e exclusivo de reflexão.


Notas Finais


Alguém me diz quem é mais bipolar ai ? O Hyuk, o Hae ou a autora ? /foge.
Gente sorry pelo capitulo, mas ele foi necessário, queria que vocês vissem os dois lados do Hyuk e os dois lado do Hae. E pra quem achou COMPLETAMENTE confuso os novos sentimentos do Hyuk, ele foi a tipica pessoa que esnoba, passa ser ignorado, aí sim da valor :3 Espero que não tenham se decepcionado tanto, e prometo que o no proximo cap. o Hyuk vai voltar com toda a marra e mostra pra esse Fish quem é que manda -q
Chu ~


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