Terça-feira
QG - 07h28 am
Luffy analisava o conteúdo que estava dentro daquele pen drive, porém em vão. Estava numa língua na qual, nunca tivera contato anteriormente e segundo Robin era um antigo dialeto conhecido como Ponegliph, que atualmente era utilizado como uma decodificação para que apenas algumas pessoas conseguissem entender o que tinha nas mensagens.
O agente com uma cicatriz embaixo do seu olho esquerdo mandou para decodificar o dialeto, esperava ansiosamente para saber o que viria daquele arquivo que Robin havia conseguido.
Seus dedos calejados tamborilava sobre a mesa de escritório, sua feição impaciente e séria era rara e conseguia causar arrepios em quem não o conhecia de forma efetiva. Luffy estava perdido em seus pensamentos, temia que Tama não passasse na bolsa integral ou que tudo aquilo fugisse de suas mãos; sabia muito bem onde estava pisando, era um campo minado com diversas armadilhas.
Tentaria, de que algum modo, conseguisse uma aprovação louvável para Tama. Novamente teriam que mexer os pauzinhos para que o plano começasse a andar do modo que planejavam.
Luffy sentia, a extrema, necessidade de acabar com a farsa instalada em Enies Lobby. Iria acabar com aqueles que tiravam a honra do antigo colégio e que acabaram com a paz dos civis, além de tirarem a vida de seu irmão.
[...]
Cinco anos atrás, Luffy D Monkey, era apenas um recruta novato no campo de espionagem. Tudo graças ao seu avô, Garp D Monkey, que desde os primórdios era um espião da casa branca; logo depois surgiu seu meio irmão por parte de pai, Ace D Portgas, insinuando que não existia vida melhor do que ser espião.
Esforçava-se para chegar no nível de seu irmão e que a agência de Aokiji lhe notasse, para que todos de sua família integrassem o ramo. Após cinco reprovações, muito treino árduo que o deixou marcado de cicatrizes, conseguiu integrar o grupo de novatos.
Após dois anos na agência como aprendiz e estagiário, ele pode sair numa missão como time reserva para conseguirem capturar a maior agência de terrorismo do mundo: Donquixote Family.
Donquixote Doflamingo era o mandante, grande traficante de tudo que era possível, sendo até mesmo realizador de um leilão de humanos; era financiado por Akainu, um homem sem escrúpulos que se mantinha como santo nas organizações governamentais, mal sabiam o que ele realmente é.
Durante a missão, que consistia em libertar pessoas amarradas em bombas instáveis, algo deu errado; um homem chamado Vergo, que todos afirmavam ser o maior e mais íntegro espião da agência, os traiu, ocasionando a morte de diversos agentes. Sendo um deles, Ace.
Vergo, em si, mal tocou num fio de cabelo de Ace. Entretanto, devido sua traição, Ace foi pego numa emboscada arquitetada por Akainu, que tinha o foco de pegar Aokiji e por fim, pegou outro agente.
Luffy não conseguiu chegar a tempo de conseguir ajudar seu irmão, além de estar severamente machucado devido uma bomba que estouraram dentro do recinto. Mas naquele instante, com tudo ruindo ao seu redor, prometeu que acabaria com todo aquele esquema e pessoas envolvidas. Principalmente Akainu.
[...]
A feição de Monkey era séria. Suas sobrancelhas quase se tornavam algo único, seu olhar era feroz e conseguia fazer qualquer um se arrepiar, seus dedos batiam com ainda mais força contra a madeira da mesa, sua perna esquerda tremia enquanto as lembranças dolorosas voltavam em sua mente e aquela raiva tomasse seu peito novamente.
Raiva de não conseguir ser melhor naquela época, de não conseguir ser eficiente e desvencilhar dos daquelas armadilhas que pareciam ser tão difíceis e agora tão bestas. O erro que cometeu no passado, não seria repetido, e agora seria reparado.
— Hã? Luffy? — a voz reconhecida chamava o nome do agente tão concentrado.
Os olhos predadores de Luffy se ergueram para observar quem chamava seu nome, fazendo com que Usopp — que chamava seu colega, se arrepiar por inteiro com a intensidade do olhar. O rapaz narigudo, colocou uma pasta que estava em sua mão, na frente de seu rosto enquanto tentava falar sem sua voz ficar falhando.
— Lu...Luffy, trouxe umas informações que Aokiji pediu — Usopp falou dando pequenos passos arrastados para trás, entregando a pasta com o braço esticado e trêmulo.
— Oh, obrigado Usopp! — Monkey voltou ao seu normal.
Luffy voltou ao seu tom sério enquanto folheava as informações que Usopp lhe passou, eram sobre os passos que Enies Lobby realizavam durante a entrevista de admissão da bolsa de estudos; já tinha uma noção de como atuar e como convencer Trafalgar realizar a entrevista de forma convincente para que Tama cumprisse seu papel de forma magistral.
O rapaz com uma cicatriz embaixo de seu olho esquerdo levantou de sua cadeira rotatória, pegou seu casaco de veludo preto e o óculos escuro, avisou Nami que estava indo visitar seu marido para ter uma conversa com ele.
— Mas Luffy, ele está no trabalho agora e temos um novo caso — Nami o alertou.
Monkey cruzou os braços e fez um biquinho de descontentamento, assim como uma criança, odiava quando as coisas não podiam ser de seu modo e fazia sua birra através das feições engraçadas.
— Então irei ver Tama — teimou.
Nami colocou a mão em cima de sua testa, respirou fundo e tentou explicar calmamente para que não tivesse que agredir seu amigo tão cedo.
— Luffy. Tama deve estar no caminho da escola neste momento.
Sem ter muito o que fazer, concordou em fazer a pequena missão junto com Nami; uma investigação de um novo assassinato do serial killer que estavam no encalço. Porém, dessa vez o modus Operandi parecia mais desengonçado, não tinha feito sua nova vítima num local fechado como as últimas vezes, desta vez, tinha sido num beco da avenida principal.
Hospital Central de Massachussets
Último andar
11:32h p.m
Law escutava mais uma história de noitada de seu colega de trabalho, Marco, e de como ele conseguiu salvar um homem com a manobra de Heimlich* e, logo depois, ainda conseguiu sair com uma moça que ficou impressionada com seu auxílio ao homem engasgado.
Marco falava e falava enquanto sentia o vento puro levar a fumaça cinza de seu cigarro para longe; apenas se calando ao perceber que Law mantinha-se calado durante muito tempo, não tinha feito nenhum comentário ácido ou revirado seus olhos com aqueles acontecimentos. Marco deu uma última tragada e jogou a bituca para longe, como se fosse uma isca numa vara de pesca, então sentou ao lado de seu amigo e deu um pequeno empurrão de ombro nele.
— O que foi?
— O que Marco?
O homem que tinha o rosto comparado com um abacaxi, deu uma risada e balançou a cabeça como se negasse algo em seu mais profundo silêncio.
— Não sei se você lembra Law, mas fui casado durante doze anos com a Bey, então sei quando algo está acontecendo relacionado com casamento — Soltou,
Trafalgar lembrava com perfeição do casamento de Marco e a Whitey Bey, uma mulher que trabalhava como comissária de bordo num navio de cruzeiro e passava mais tempo na água do que na terra com seu marido, e não conseguia lembrar do motivo do divórcio.
— Isso está muito estranho.
— Casamentos são estranhos.
Law levantou com seu onigiri que trouxera de sua própria casa, deu uma mordida enquanto pensava em como se expressar em palavras.
— Essa atuação está parecendo real, parece que estou apenas sendo guiado por Luffy e nem tenho o que falar. Tama o adora e acha incrível ter dois pais, em vez de ter uma família como era antes.
Marco concordou e escutou cada palavra que Law soltava.
— Sinceramente Law, quando você e Bonney foram um casal? Você era louco por ela e ela era louca pelo que você poderia oferecer. Nem mesmo quando Tama nasceu, ela quis pegar no colo — aquela sinceridade de Marco fazia o peito de Law se rasgar um pouco.
Law terminou seu bolinho de arroz e se debruçou no parapeito da cobertura, observava as pessoas andando como formiguinhas na rua, a brisa fria beijava sua face e fazia com que seus cabelos desgrenhados se movesse; Marco estava ao lado dele, em silêncio, ajudando as informações e fatos serem digeridos.
Faltava dez minutos para que o horário do almoço deles terminasse, Trafalgar não tinha nem conseguido tirar um cochilo em seu tempo livre; suas olheiras pareciam estar crescendo, fazendo com que seus olhos cinzas tivessem uma aparência mais cansada do que realmente estavam.
Porém, seu telefone celular começou a tocar e ao atender, a recepcionista da escola de Tama o noticiou que a sua filha estava ardendo em febre e se ele poderia ir buscá-la; mas, um dos enfermeiros do seu andar veio o chamar em tom de urgência, havia chegado um paciente que precisava de uma cirurgia de emergência para aquele momento.
Um desespero instalou no peito de Law, pois sua mãe havia viajado para negócios e ele não poderia buscar sua filha; foi então que apenas uma luz apareceu em sua mente. Então avisou a recepcionista de quem iria buscá-la e desligou o celular, seus dedos rapidamente discou um número que havia decorado a pouco tempo e torcia para que pudesse atender o mais rápido possível.
A voz do outro lado da linha surgiu como bálsamo para seu desespero.
— Luffy, preciso da sua ajuda. Tama está passando mal na escola e não posso ir buscá-la, se você pudesse pegá-la e levá-la para casa, Baby irá cuidar dela.
Como sempre, seu tom alegre fez o coração de Trafalgar se tranquilizar, ele iria pegar Tama e cuidar dela até que ele pudesse sair do hospital.
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