Naquela noite a boate se encontrava lotada. Jimin realizou a performance com ansiedade, mal se focou nos movimentos que seu corpo executava sobre o palco, tampouco deu atenção a plateia.
Queria apenas conversar com Siwon. Sentia-se extremamente ansioso por uma oportunidade.
Não julgou a proposta de dançar em uma social particular, como importante no momento em que o chefe a fez, mas agora que precisava do dinheiro, considerava-a urgente. Mesmo que estivesse com medo das exigências do trabalho, seria forte para conseguir o desejado pagamento.
Quando finalmente Siwon se localizou no escritório, Jimin apressou-se em direção a sala dele. Bateu na porta e rapidamente entrou. O chefe lhe mandou sentar-se no sofá de couro escuro e o cumprimentou com um sorriso largo, como se soubesse exatamente o que o loiro diria.
— Como você está, meu anjo? Seu irmão anda se comportando?
— Ele não me bateu mais — disse, inquieto. Siwon não gostava de Jongmin porque sempre que o irmão o machucava, Jimin não era capaz de trabalhar. — Mas vim falar sobre outra coisa.
— Pensou na minha oferta? — Ele realmente sabia o que o stripper viera conversar em seu escritório.
Jimin mordeu o lábio inferior, nervoso. Uma parte de si, pedia-lhe para pensar melhor e não aceitar, mas a outra parte, o incentivava a prosseguir por Olívia.
— Pensou nos duzentos e cinquenta mil wons que você pode conseguir em apenas uma noite?
Por último, suspirou, rendido a parte que o induzia a aceitar.
— Sim — respondeu, abraçando o próprio corpo. As poucas e transparentes roupas que usava, o deixavam com frio. — Eu pensei.
Os olhos de Siwon cintilaram como cianitas negras iluminadas pelo sol.
— O que decidiu, meu anjo?
O garoto repetiu mentalmente a proposta: dançar em uma social particular para os parceiros — criminosos — de Siwon. Era o que precisaria fazer.
E faria.
— Aceito.
Siwon curvou os lábios ao sorrir. Não era um sorriso ingênuo, nem feliz, e sim, perverso. O patrão pensava no dinheiro que ganharia em cima do esforço do funcionário.
— Eu sabia que poderia contar com você, Angel.
— Como vai ser e quando é? — perguntou, sem se importar com a comemoração persuasiva do chefe.
— Neste final de semana, você vem até aqui para te arrumarmos e selecionarmos a roupa, então iremos para o local. — Jimin assentiu, concentrando-se nas palavras de Siwon. — Você vai apenas dançar na casa do cliente, preciso que selecione duas performances, suas melhores! Terá muitas pessoas lá.
— Tudo bem. Eu posso fazer isso — assegurou, no fundo, tentando convencer a si mesmo.
Quando saiu do escritório do chefe, voltou ao bar para auxiliar.
O movimento no clube era grande, boates rendiam muito dinheiro e naquele bairro, a de Siwon era a melhor, tanto na qualidade de performances, como nas bebidas alcoólicas e no ambiente sofisticado.
Jimin serviu algumas mesas, levando copos de vodka, shots de tequila e o preferido dos clientes, o whisky. Era raro que alguém pedisse bebidas sem álcool, mesmo assim serviam.
No momento em que um freguês requisitara uma água tônica na mesa número seis, Jimin fora o encarregado de levá-la.
Ele caminhou pelas mesas, mantendo o sorriso falso no rosto. Era necessário que apresentasse uma boa imagem, pois os clientes o encaravam o tempo inteiro enquanto andava.
Jimin era como um modelo belíssimo desfilando na passarela, todos paravam para assisti-lo.
Entretanto, ao se aproximar do determinado lugar, o sorriso de Jimin murchou aos poucos.
Porque Mingyu se encontrava sentado numa das cadeiras, com os braços apoiados na mesa e o fitando com um olhar sério. Diferente do habitual, em que carregava um curvar de lábios zombeteiro.
O medo logo o assolou, imediatamente se lembrou da noite em que Spider invadiu seu apartamento com os capangas. Recordou-se de ser ferido sob os olhos de Mingyu, que estava lá, assistindo a tudo.
Jimin parou ao lado dele. Sentia-se receoso, mas substituiu qualquer resquício de medo que pudesse demonstrar, por um olhar repleto de desgosto direcionado ao homem.
— Sua água tônica — disse, esperando que ninguém escutasse o modo como tratou o "cliente". Colocou o copo com força sobre a mesa. — Espero que se engasgue — murmurou.
— Eu ouvi isso.
Jimin deu de ombros, pronto para dar as costas e servir outras mesas. Ameaçou se virar para ir embora, porém a voz grave o chamou:
— Espera! — Mingyu levantou-se, segurando seu braço.
Não o machucava, mas Jimin rapidamente estapeou a mão dele. Julgando o toque como repulsivo.
— Não me encosta!
— Então espere, quero falar com você. — O homem trajado por roupas pretas, voltou a se sentar, gesticulando para que o garoto também o fizesse.
Impaciente, Jimin revirou os olhos e se acomodou na cadeira mais distante de Mingyu.
— O que você quer? — perguntou, cruzando os braços. Seu tom evidenciava a falta de vontade em conversar com o comparsa de Spider.
— Você se sente melhor?
Jimin levantou uma das sobrancelhas. Queria rir, ao mesmo tempo, em que desejava agarrar o copo de água tônica e lançá-lo na face do criminoso.
— Só pode ser brincadeira...
O loiro se encheu de irritação, porque Mingyu parecia falar sério. Ele normalmente era provocador e sentia prazer em brincar com o emocional de Jimin, mas naquela noite, estava verdadeiramente sóbrio de gracinhas.
— Você me perguntou mesmo se eu me sinto melhor depois de receber a merda da visita do Spider? Depois de levar uma surra e quase servir de boneco para os seus amigos? — Jimin apertou os dedos fortemente contra a palma da mão direita. — Você acha mesmo que eu me sinto melhor?
— Eu só fiz uma pergunta, garoto, não precisa ser tão arrisco comigo! Não fui eu quem te surrei — respondeu Mingyu.
Uma risada desacreditada saiu dos lábios de Jimin.
— Tem razão, você não me bateu... mas estava lá, vendo tudo.
— Eu sempre te livrei das surras quando seu irmão devia mais do que a própria vida, mas eu não podia fazer nada com Spider lá! Fala sério, o que você queria que eu fizesse?
Jimin suspirou, ainda com fúria ao olhar para Mingyu.
— Nada, eu não esperava nada de você mesmo. — Levantou-se e antes de se virar, despediu-se de forma ácida. — Obrigado pela preocupação, mas eu dispenso.
[...]
O mau humor de Jimin era notável.
Descobrir sobre a excursão de Olívia o deixou aborrecido, não com a menina, mas com ele mesmo. Sentia-se culpado por não poder dar mais oportunidades à irmã.
E também, a noite no clube fora péssima, encontrar Mingyu o deixara irritado, o homem era como um presságio para o caos, sempre que aparecia, algo ruim acontecia. Além disso, Mingyu era comparsa de Spider e Jimin odiava tudo que era relacionado com a gangue.
Quando chegou no apartamento, avistou Jongmin próximo à janela, ele estava de frente para o vidro, impossibilitado de vislumbrar a presença de Jimin. Nas suas costas, encontrava-se a mesma mochila que o loiro vira na outra noite.
Ficou em silêncio ao notar que o irmão falava ao telefone, tirou a própria mochila dos ombros e a pendurou no gancho atrás da porta.
— Hoje? Agora? Ok, me esperem. — Jongmin dizia com o celular colado à orelha, a voz dele era grave e séria. — Eu peguei tudo, não se preocupem.
Jimin franziu o cenho, tentando descobrir com quem seu irmão conversava, enquanto retirava os próprios tênis dos pés. Deixou os sapatos em um tapete ao lado da entrada e se voltou novamente para Jongmin.
— Daqui a cinco minutos eu chego. — O mais velho desligou o telefone e no instante em que se virou, finalmente notou a presença de Jimin. — Ah... você chegou. Cadê a Olívia?
— Vou buscar ela amanhã na loja do Hoseok, com certeza deve estar dormindo agora, não quero acordá-la — respondeu, cruzando os braços contra o peito. — Aonde você vai? — Mudou o assunto, sua face formou uma expressão questionadora.
Jongmin engoliu em seco, mas não abaixou a cabeça.
— Vou sair — avisou, guardando o celular no bolso da calça.
— Me diz aonde você vai — ordenou Jimin, aproximando-se do irmão.
— Você nunca se interessou por isso. — O maior também cruzou os braços, nitidamente indisposto a revelar sua futura localização. — Então por que pergunta agora?
— Simples... — Uma risada fraca e cínica saiu dos lábios carnudos, acompanhada das próximas palavras: — Porque a porra daqueles criminosos invadiram o nosso apartamento e encheram a gente de pancada por sua culpa. Tenho o direito de saber se algo assim pode acontecer de novo.
Jongmin respirou fundo e fechou os olhos, como se tentasse se acalmar. Por um instante, Jimin sentiu-se receoso, esperando qualquer reação agressiva do irmão... mas não foi o que recebeu.
— Jimin. Vai descansar, ok? Você precisa dormir também.
A voz de Jongmin soava calma, o que deixou Jimin espantado.
O modo como ele falava, era familiar... antes, o irmão nem sequer ousava a levantar a voz para si, no passado, quando Jongmin conversava consigo, era exatamente da maneira como fez...
Jimin não conseguiu continuar a discussão, apenas ficou parado, assistindo o momento em que o mais velho se afastou e saiu do apartamento, o deixando sozinho na sala.
[...]
Na manhã seguinte, o mau humor não o abandonara. Três horas de sono não foram o suficiente para fazer Jimin descansar e relaxar. Ele ficara pensando em como Jongmin agiu, na excursão de Olívia, em Jungkook, na proposta de Siwon... sua cabeça estava uma bagunça, tal aspecto que contribui para o estresse.
Buscou Olívia no estabelecimento de Hoseok e a ajeitou para ir à educação infantil. Antes de levar a menina à escola, realizaram um desjejum simples, Jimin não comentou nada sobre a excursão e a menina também não.
Depois, para piorar sua impaciência, Jimin chegara atrasado na primeira aula e precisou esperar para entrar na segunda. Aguardou sentado no chão frio do corredor e encostou a cabeça na parede. Arrancou uma pequena vantagem da sua situação e conseguiu tirar uma breve soneca.
Então o som estridente e terrível do sinal o acordou, avisando que a próxima aula começaria. Jimin bufou e se levantou, entrando na sala.
Claro que a palavra tranquilidade, não era o que definia uma turma do último ano, desta maneira, quando atravessou a porta, percebeu que um grupinho de meninas cochichava no canto da turma, uma grande parte da conversava alto ou dormia e Taehyung acenava em sua direção, animado.
Vislumbrou Jungkook também, lembrando-se de que esse era o dia em que ele voltava.
Jimin quase sorriu, sua boca se curvou levemente ao observar a cara rabugenta do moreno, como se ele desejasse sair dali a qualquer custo.
Jungkook definitivamente não harmonizava com o restante da turma, seu rosto e corpo eram claramente mais maduros, o que de fato mostrava sua idade avançada comparada aos outros alunos.
A inexistência de professores no momento, cooperou com a vontade de Jimin para ir cumprimentar Taehyung, antes de se sentar no próprio lugar com Jungkook. Aproximou-se do Kim e sorriu.
— Jimin! — A cadeira ao lado dele estava vazia, o loiro se acomodou temporariamente nela. — Você está bem?
— Estressado. — Fora sincero, não querendo mentir para o amigo. — Tem muita coisa acontecendo agora. — Taehyung deu leves batidinhas no seu ombro, como se o passasse energias para superar tudo o que lhe importunava. — E você?
— Eu sempre me sinto bem. — Jimin sorriu para o amigo.
Espiou brevemente Jungkook e notou que a sisudez ainda completava sua expressão. O moreno olhava somente para frente, parecia que nada era interessante o suficiente ao seu redor.
Apesar de Jungkook se demonstrar mal-encarado na maior parte do tempo, Jimin pensou que naquele momento, ele estava até demais...
— Aconteceu algo na primeira aula? — indagou, curioso.
Taehyung seguiu o olhar de Jimin e sua expressão se tornou tensa. Ele ajeitou os óculos apressadamente.
— Você pergunta, se aconteceu algo com o Jeon?
O loiro assentiu, voltando-se para Taehyung, que pigarreou antes de prosseguir:
— Meio que aconteceu... está vendo as meninas fofocando ali nos fundos da sala? — Jimin murmurou um baixo "sim, o que tem?" — Parece que elas não param de falar sobre ele, hum... como posso dizer... elas de repente se interessaram por ele, principalmente a Lee.
— Espera, mas a Lee Yoona não começou a namorar o Woojin no começo da semana? — Franziu o cenho, confuso.
— Eles terminaram ontem... eu só sei porque escutei. Se ficarmos em silêncio podemos escutar tudo o que elas dizem. — Taehyung espiou de maneira receosa o grupo, como se tivesse medo das colegas de classe.
— E o que a Lee quer com o Jungkook? — Jimin não gostava da garota justamente por ela manter uma relação com Woojin, e também, porque diversas piadas deturpadas sobre si, foram inventadas pela Lee.
Taehyung aproximou-se, conferindo os arredores para logo revelar em sussurros:
— Ela o acha um bad boy e fez uma aposta com as amigas no prazo de dois dias para conquistar o Jeon. — Afastou-se, ajeitando os óculos. — Bem, eu não sou um fofoqueiro, só ouvi porque elas falam alto demais.
Jimin mal escutara as últimas palavras do amigo, sua mente focava somente na parte em que a Lee pretendia usar Jungkook como uma aposta para as amigas.
Brincar com alguém como o moreno, em uma merda de aposta...
Uma risada amargurada saiu dos lábios cheinhos. Jimin passou a mão pelo cabelo ressecado, agarrando uns fios no processo.
Sua face se fechou e ele respirou fundo.
As palavras de Taehyung sobre a situação visivelmente não o agradaram.
— Vou avisar o Jungkook — disse sério, encarando os olhos de coruja em sua frente.
— Precisa ser rápido então, olha a Lee falando com ele — recomendou o Kim, tenso, apontando para a cena.
Jimin virou velozmente a cabeça na direção indicada e observou a menina apoiada na mesa, a centímetros do rosto de Jungkook, que nitidamente se afastava. A Lee sorria enquanto falava, diferente do moreno, que não parecia se cativar com os charmes da garota.
Sem pensar exatamente no que faria, Jimin levantou-se, tão ligeiro que a cadeira tombou para trás.
— Jimin, espera! — Escutou Taehyung, mas não o respondeu.
Andou em passos largos, seus olhos se concentravam apenas na tentativa da Lee em galantear o Jeon.
Jimin pensou que não interferia caso as intenções da menina fossem inocentes, mas tratava-se de uma aposta. Ela queria usar o Jungkook!
Parando em frente a garota, seus olhos faiscaram e o loiro precisou apertar os dedos contra a palma da mão para descontar a raiva. Taehyung havia o seguido e se encontrava ao lado.
Ao notar a recém-presença, Lee Yoona desmanchou o sorriso e ficou totalmente em pé, encarando Jimin como se ele fosse um anfíbio repulsivo.
— Gostou de olhar? — perguntou ela, de maneira debochada.
— Não para você. — Jimin não se intimidou com o afrontamento superior que ela tentava transparecer. Fitou Jungkook de relance e percebeu que ele parecia confuso. — Faça suas apostas ridículas com outra pessoa! — vociferou.
A Lee levantou uma das sobrancelhas e soltou uma risada estridente.
— Não invente coisas, isso é feio.
— Fala sério, logo você falando isso? — Jimin sentiu o braço de Taehyung em seu ombro, apoiando-lhe.
Jungkook também se levantou, pronunciando-se:
— O que tá acontecendo, Jimin? — perguntou, mas o loiro continuou concentrado no confronto com a garota.
— Ei, Lee! Se você quer um delinquente para exibir para suas amigas e irritar seus pais, saiba que procurou no lugar errado. Deixe o Jungkook em paz!
Com tais palavras ousadas de Jimin, a menina se calou. A expressão dela se tornou constrangida e seus olhos exploraram inquietamente os colegas em volta, todos a assistindo enquanto era humilhada pelo Park.
Alguns gargalhavam da situação e outros esperavam, apreensivos, a professora chegar para acabar com a briga.
Jimin espiou a face de Jungkook e o notou lhe encarando, surpreso.
— Você se acha, não é? Mas é um grande nada, Park — falou a Lee, tentando se redimir do vexame. — Não vou deixar você falar assim com alguém como eu! — Ela o analisou de cima para baixo, levantou a mão e ameaçou golpear o rosto de Jimin. As unhas compridas causariam arranhões vermelhos e dolorosos caso tivessem entrado em contato com a face do loiro.
No entanto, antes que qualquer dano fosse causado a Jimin, o braço da Lee foi bloqueado.
Taehyung fora mais rápido do que todos, impedindo que a violência se concretizasse. Ele olhou a garota e balançou a cabeça negativamente, como se desaprovasse a ação dela.
Jimin mirou os olhos de coruja, atônito pelos perspicazes reflexos do amigo. Jungkook havia colocado a mão no ombro do loiro e também parecia um pouco surpreso.
A Lee soltou o braço do aperto de Taehyung, bufou e saiu, pisando as sapatilhas com força no chão.
— Será que a machuquei? — indagou o Kim, preocupado.
— Ela me parece bem. — Suspirou o menor.
— Ela ia machucar o Jimin — rezingou Jungkook. Seus olhos escuros examinavam o loiro, buscando descobrir se ele estava bem.
— Eu sei. Ela é cruel, mas ainda é uma garota e eu não levanto um dedo contra garotas — disse Taehyung ao moreno.
— E você acha que eu sim? — Jungkook franziu o cenho, quase não abriu a boca ao falar. Ele encarou o Kim como se desejasse que chamas surgissem em seu corpo.
Jimin aproximou-se, evitando que a conversa entre os dois prosseguisse.
— Tudo bem agora, ela não vai ser tola para continuar com aquela merda... obrigado, Taehyung. — Sorriu igualmente o garoto de olhos de coruja. Então se virou para Jungkook. — Vamos, olha a professora ali na porta.
Cada um se direcionou a sua respectiva carteira, o restante da turma não comentou nada com a professora, que sem demora iniciou sua aula, sem desconfiar que o caos se instalara na sala do último ano a instantes atrás. Ou talvez ela até sabia, mas não queria se incomodar com as intrigas dos alunos.
Jimin e Jungkook sentaram-se lado a lado. O loiro pensou que deveria explicar o que impulsionara sua ação em defesa do grandão, abriu os lábios para o chamar e começar, todavia, Jeon o fez antes.
— Ninguém nunca me defendeu assim — comentou, um curvar ladino de lábios adornava o rosto viril.
O menor sondou o corpo de Jungkook, focando-se principalmente nos músculos, eram grandes e poderiam facilmente assustar um oponente, além da face que não esbanjava demasiada simpatia.
O primeiro pensamento que lhe veio, fora, será que ele necessitou ser defendido alguma vez? Então concluiu:
— Não que você precise — murmurou. — Mas ela fez uma aposta idiota e queria usar você. Sem contar que a Lee sai com qualquer um que use roupas pretas e tenha uma moto.
— Eu não tenho uma moto, Jimin. — Ele riu.
— É, eu sei, mas... você parece ter uma moto. — Deu de ombros, assistindo Jungkook rir ainda mais. — A questão é que, eu não queria que você fosse mais um nome na lista dela.
Jungkook arqueou uma das sobrancelhas, desformando o sorriso.
— Isso não seria um problema.
Suas palavras causaram insatisfação em Jimin, que transformou o rosto em uma leve careta, não gostando do que escutou. Será que o moreno realmente desejou se envolver com a Lee, mas foi atrapalhado por Jimin?
— Então... você queria sair com ela? — perguntou, receoso. Afinal, por quais outros motivos Jungkook não teria visto problema em entrar para a lista de namorados da garota?
O grandão soltou uma risada anasalada.
— Não mesmo! — Ele encarou tão intensamente os olhos de Jimin ao proferir as próximas palavras, que a tentação do menor em desviar o rosto foi grande, porém continuou fitando Jungkook. — Não seria um problema porque eu não me interesso por garotas, Jimin.
O loiro engoliu em seco, puxando o ar com força para dentro dos seus pulmões.
— Então eu nunca entraria na lista dela. Só fico com garotos. — Jungkook colocou uma certa ênfase na palavra "garotos". E aquelas sim foram palavras que agradaram Jimin, por mais que estivesse relutante em aceitar.
— Hum — respondeu apenas.
— E você? — Jungkook pareceu o provocar com a pergunta, seu sorriso ladino mostrava isso. O loiro suspirou, hesitante se deveria contar ou não, mas sinceramente, não havia motivos para ocultar Jungkook de saber.
Enfim, resolveu responder com veracidade:
— Homens.
Fora uma única palavra expulsa por seus lábios cheinhos, que fizera o sorriso de Jungkook aumentar.
Divergente de Jimin, que não estava completamente disposto a aceitar o porquê se sentiu suavizado ao descobrir que o moreno se atraía por homens, Jungkook sabia com exatidão o motivo pelo qual se sentiu satisfeito ao escutar o interesse de Jimin.
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