História The Surrender - Zayn Malik - O desrespeito

- Conversar do que? Eu estava preocupada com você! Preocupada que eu tinha te magoado e você estava pouco se fodendo! – aumentei o meu tom de voz e senti um nó se formar em minha garganta. Zayn fez um olhar de dó, negando com a cabeça e tentado me tocar mais uma vez e voltei a me esquivar – Não dá… – sussurrei, notando que a música já havia cessado e agora provavelmente todos escutavam nossa pequena discussão – Se você acha que tudo isso é uma grande brinc…  

- Não diz isso. Pare. Vamos conversar, você tem razão em estar brava, mas não vamos fazer isso aqui, ok? Vamos para o meu carro – sua mão me segurou pelo o braço e eu puxei, tentando me soltar dele sem sucesso.  

- EU NÃO VOU PARA LUGAR ALGUM COM VOCÊ! - falei de forma mais firme – Pare de tentar me puxar! - tentei arrumar o meu casaco e eu sentia meus braços pesarem ao lado do meu corpo e isso sempre acontecia quando eu ficava sem reação.  

- Amor... - respirei fundo e via Zayn dizer alguma coisa e eu sinceramente não escutava.   

Eu estava completamente travada e paralisada, a única coisa que me trouxe a realidade foi ver o meu irmão e o Tyler vindo em nossa direção, Zayn estava de frente para mim e de costas para eles, mas se virou quando percebeu que meu olhar estava fixo atrás dele.  

- O que está acontecendo aqui?  

- Discussão de casal, Ashton. Estou tentando me resolver com a sua irmã, ok? Agora podem nos dar licença? - Zayn pediu e Tyler me olhava.  

- A Ali não quer ficar perto dele, vou levá-la de volta para o dormitório - Tyler disse ao meu irmão que concordou e deu um passo para frente, mas o braço de Zayn o paralisou, segurando-o com a mão no peito.  

- Se você chegar perto da minha namorada... eu juro que eu acabo com a sua raça.  

- Você pode tentar, mas eu sou bem mais forte que você, seu britânico de merda – Tyler se aproximou do moreno e vi a mão de Zayn se levantar e dar um soco no rosto de Tyler que foi para trás com a pancada, arregalei os olhos e ao ver Tyler ir em direção ao moreno, meu irmão entrou na frente, empurrando os dois com força que caíram na grama.  

- JÁ CHEGA! Tyler, leva a minha irmã de volta, AGORA!   

- Eu vou levar a Ali de vo...  

- NÃO VAI PORRA NENHUMA – Ashton gritou interrompendo Zayn - Você vai para o seu dormitório esfriar a sua cabeça antes que eu soque a sua cara, estamos entendidos? Deixa que eu me resolvo com ele, Tyler, pode ir! - Tyler veio em minha direção, pedindo que eu o acompanhasse, olhei para Zayn que respirou fundo, balançando com a cabeça negativamente.  

Fui com o Tyler em silêncio até onde a sua moto estava estacionada, ele pegou o capacete e colocou em mim, depois colocou o dele, eu mal respirava direito, me sentia péssima e uma completa idiota.  

- Desculpa – murmurei enquanto ele me ajudava a subir.  

- Pelo o que?  

- Por tudo, por ter te envolvido nisso... por ter levado um soco.  

- Ele tem ciúmes de você, eu provavelmente agiria da mesma forma. Eu não sei o que ele te fez, mas eu vi seu olhar de... - ele respirou fundo – De chateação, tristeza, eu vi que precisava te tirar de perto dele. Quer conversar sobre isso? - perguntou enquanto checava novamente o meu capacete, neguei com a cabeça e ele assentiu – Se ele te fez algo...  

- Tyler, por favor... - sussurrei e ele subiu na moto esticando a mão para me ajudar – E você não precisava ir embora da festa...  

- Eu gosto de você, Ali. Não tive a oportunidade de te conhecer tão bem, mas conheço seu irmão também, eu não te deixaria na mão quando precisasse de ajuda – sorri fraco, apertando as minhas mãos na lateral - Já andou de moto? Fica tranquila, vou andar devagar, se segura aí atrás ou segura em mim se precisar – concordei, enquanto ainda me segurava na lateral da moto e logo ele saiu em direção a faculdade que era perto dali.  

O vento me causava frio, me fazendo apertar os dedos ainda mais na moto. As ponta dos meus cabelos voavam ao vento, me fazendo lembrar que eu deveria ter amarrado antes de colocar o capacete.  

- Está tudo bem aí? - questionou enquanto reduzia a velocidade para passar na lombada.  

- Sim, só um pouco de frio – eu disse de forma alta e ele assentiu com a cabeça.  

Não demorou muito até chegarmos, ele me ajudou a descer e já coloquei a mão no capacete, tentando tirá-lo sem sucesso. O garoto riu, tirando o dele rapidamente e descendo da moto para me ajudar.  

- Tenho zero experiência com moto e nem gosto – ele gargalhou, voltando a guardar o capacete que antes estava comigo.  

- Quer que eu te acompanhe até o seu dormitório? - neguei com a cabeça.  

- Está tudo bem, obrigada e desculpa por ter te atrapalhado e atrapalhado sua noite – ele balançou a cabeça negando.  

- Não atrapalhou, fica tranquila. Eu vou ter que voltar, prometi aos meninos que ajudaria na limpeza. Vai ficar bem? - assenti com a cabeça confirmando e senti seu beijo em minha bochecha – Fica bem – ele disse e voltou a subir na moto, colocando seu capacete e saindo novamente.  

Meu corpo estremecia com o barulho alto da moto enquanto ele ia embora, me abracei um pouco mais, por conta do vento e fui andando em direção aos prédios do dormitório, o que era uma caminhada de uns 10 minutos. Após um pouco mais do que a metade do caminho, ouvi passos mais pesados e me virei, vendo Zayn andar em minha direção.  

- Ali, por favor – escutei a sua voz e ele acelerou o passo, tentei andar mais rápido, mas ao chegar as escadas ele já estava ao meu lado e logo a minha frente – Meu amor, não me corta assim.  

- Sai da minha frente – ele franziu a testa.  

- Ali, por favor.  

- Zayn, eu preciso ficar sozinha agora, ok? Antes que eu... diga coisas ou faça coisas que talvez eu me arrependa, por favor, respeite isso.  

- Eu só não quero que você crie conclusões e me corte e termine comigo por algo idiota.  

- Idiota? - perguntei enquanto o tirava da minha frente e subia as escadas até o meu andar e ele vinha logo ao meu lado - É idiota eu me sentir mal por você estar ao lado da garota que me maltratava desde que eu pisei aqui? Que me disse que eu deveria me afastar porque você era dela, que te beijou na minha frente enquanto eu já estava gostando de você, que fez de tudo para nos afastar? - retirei as chaves do meu casaco – Isso tudo é culpa sua! - gritei, parando no meio da escada - Você sempre reclamava dela, sempre dizia que ela era sem noção, mas nunca colocou limites! - meus olhos se encheram de lágrimas enquanto ele se mantinha em silêncio - Ela estava te acariciando e você nem se moveu, só quando me viu que você saiu correndo. E se eu não estivesse lá? Você teria feito o que? - ele balançava a cabeça repetidamente.  

- Eu só estava sendo simpático, eu não percebi que ela estava com outras intenções.  

- Ah, me poupe, Zayn. Me deixa em paz – resmunguei, voltando a subir as escadas e chegando até o meu corredor.  

- Amor, eu nunca trairia você - ele dizia em tom baixo enquanto eu tentava localizar a chave da minha porta sem sucesso, as lágrimas barravam qualquer visualização que eu pudesse ter, enquanto eu tentava enfiar a chave na porcaria da fechadura ela caiu, Zayn foi mais rápido que eu, pegando-a e abrindo a porta – Deixa eu entrar contigo, vamos conversar – neguei com a cabeça, já com as lágrimas caindo completamente do meu rosto – Ali... - dei um rápido tapa em sua mão quando ele tentou encostar em meu rosto.  

- Por que fez isso? Se você queria continuar pegando a Amanda, por que diabos me pediu em namoro?  

- Ali, eu NÃO quero ou fiz isso! - ele rangeu os dentes, respirando fundo em seguida.  

- Então me explique. Por quê? - franzi a testa, perguntando em tom baixo – Por quê? - ele fechou os olhos por alguns segundos, suspirando fundo em seguida e foi neste momento que aproveitei para adentrar um pouco o quarto, mas continuar de frente a ele.  

- Eu fiquei chateado, não sei o que passou na minha cabeça… talvez eu quisesse te causar o ciúme que eu senti – meus olhos arderam ainda mais com a fala dele enquanto eu segurava a porta, impedindo a passagem do rapaz a minha frente – Mas nada aconteceu, eu fui para festa assim que sai daqui, estava todo mundo na casa e fiquei por lá, ela estava lá e ficou do meu lado, mas nada aconteceu.  

- Mesmo não acontecendo nada, já me diz bastante sobre você. Você ficou chateado e com ciúme então quis causar a mesma coisa em mim? - franzi a testa e notei ele engolindo em seco - A diferença entre nós dois, Zayn, é que eu nunca causaria isso em você intencionalmente e me dói saber que você queria me magoar dessa forma – retruquei fechando a porta em seguida.  

- Ali, amor… - o ouvi me chamar e a maçaneta girar depois que eu tranquei a porta.  

- Vai embora! – gritei desligando a luz e me jogando em minha cama em seguida.  

- Por favor, Ali – ouvi mais algumas batidas e fechei os olhos com força, pegando os meus fones de ouvido e ligando no volume mais alto possível, para que eu não escutasse mais as batidas ou a voz do moreno.  

... 

No outro dia, 

POVS ON ZAYN, 

Eu mal preguei o olho durante toda a noite, tentei conversar com a Alissa inúmeras vezes e todas sem sucesso. Ela estava chateada e eu bravo comigo por ter causado esse sentimento nela.  

Eu estava sentado em nosso lugar de sempre, olhei pela a sala a procura dela, mas não a vi, comecei a retirar as minhas coisas da mochila, quando olhei novamente para frente eu a vi na frente da sala, conversando com outros alunos, Luca, Owen e Maggie. 

Mordi os lábios a olhando, pensando em como resolver a situação. Os olhos da garota se conectaram com os meus e foi nessa hora que ela puxou a mochila, sentando-se ao lado deles. Levantei-me, largando as minhas coisas para trás e indo de encontro a ela. 

- E aí, pessoal? – estiquei a minha mão a todos e beijei a bochecha da Alissa que me olhou de forma séria. 

Os nossos colegas sorriram e me responderam de forma alegre, questionando sobre os trabalhos em seguida. 

- Desculpe interromper – murmurei – Vamos comer alguma coisa antes da professora chegar, amor?  

- Não da tempo e eu não estou com fome – a Alissa sorriu de forma forçada, mal olhando meu rosto. 

- Ali, por favor – pedi baixinho e nossos amigos nos olharam de forma levemente constrangedora, já notando que havia algo errado. 

- Não – ela insistiu e respirei fundo. 

Como essa garota pode ser TÃO teimosa? Ela poderia pelo menos me escutar? 

- 5 minutos – pedi ouvindo-a bufar em seguida – Depois disso eu… - hesitei e pigarrei. 

Eu iria dizer que a deixaria em paz, mas eu não deixaria. 

- Ok, cinco minutos – ela frisou, pegando a sua mochila e saindo com ela a minha frente, peguei a minha e me apressei para acompanhá-la. A garota foi andando pelo o corredor e ao notar que havia uma sala vazia, eu a puxei para dentro, fechando a porta em seguida.  

A Alissa se sentou, longe da visão da porta e eu me sentei de frente a ela que tinha um bico enorme em seus lábios. A garota agarrou a sua mochila, sem me olhar e respirou fundo, de um jeito que me mostrou que ela estava irritada. 

- Amor… 

- Não, não me chame assim – seus olhos focaram nos meus – Fala logo o que tem a dizer e eu vou voltar para a sala. 

- Não precisa agir assim – seus olhos reviraram. Acho que nunca a vi tão zangada desde que a conheci - Eu sei que fui um idiota, eu agi por ciúme, isso não vai acontecer de novo, eu fiquei mal, fiquei triste, fiquei imaginando que talvez você ainda gostasse do Dave – dei um pigarro e passei as mãos no rosto em seguida – Cheguei lá e eles já estavam na casa, bebi um pouco apenas, começamos a conversar, eu fiz piadas idiotas, todos riram e a Amanda passava a mão nos meus braços, foi só aquilo que você viu. Eu juro. 

A Alissa me olhava ainda de forma séria, sem qualquer emoção em seu rosto e balançou a cabeça negativamente. 

- Acabou? Posso voltar para a sala agora? – questionou se levantando e a puxei pelo braço que se sentou em meu colo por um segundo antes de se afastar e levantar ainda mais brava comigo – DÁ PARA VOCÊ PARAR? – levantei-me, segurando-a pelos ombros e abaixando meu olhar para encará-la. 

- Eu sei que te magoei e eu peço perdão com todo o meu coração. Eu não estava nem falando com a Amanda antes… eu não me importo com ela – seus olhos focaram nos meus por alguns segundos – Você é a única coisa que me importa aqui. O que preciso fazer para que me perdoe? Para que veja que eu amo você? 

- Crescer, amadurecer. Enquanto isso, fique longe de mim – Alissa se remexeu, se soltando dos meus braços e indo até a porta.  

- Pare, Alissa, por favor – a garota parou de andar após mais alguns passos - Eu errei, mas você não precisa ficar agindo assim. Como acha que eu me senti ao te ver indo embora com o Tyler?! Subindo na porra de moto dele? Eu amo você, tenho ciúme e me perdoe pela a forma como agi, quando eu estava com esse sentimento… você é minha primeira namorada…  

- Você vai ficar sempre batendo nessa tecla quando faz merda? ASSUMA OS SEUS ERROS! 

- Eu estou assumindo. Eu errei, te magoei por algo tão idiota. Eu não deveria ter deixado que ela se sentasse perto de mim… 

- ESSE NÃO É O PROBLEMA, ZAYN – ela gritou, nitidamente brava – Você não entende! Ela ainda gosta de você. O problema não é você encontrá-la em uma festa e conversarem. O problema é ela ficar te acariciando, sussurrando no seu ouvido e você deixando! O problema é eu estar na cozinha e ouvir comentários sobre o casal que vocês são. 

- Quem disse que somos um casal?! – perguntei de forma irritada – As amigas dela? Estavam fazendo isso de propósito, Ali. 

- Isso não faz diferença porque realmente parecia isso.  

- Meu amor… 

- NÃO me chame assim e por favor, me deixa em paz. Sinceramente, depois de ontem não sei o porquê começamos a namorar – ela disse segurando a porta antes de fechá-la com força e sair.  

Levantei-me às pressas, correndo até ela que voltava a entrar na sala. 

- Ali, não diz isso, por favor! - a alcancei que andava de forma acelerada até a sala. 

- Me deixa em paz, pelo menos durante as aulas! Se você não quer estudar o problema é seu! - a garota deixou a porta aberta, adentrando a sala e indo até a fileira da frente junto aos seus colegas, respirei fundo, sentindo uma dor no peito e fechando a porta enquanto olhava o professor e me sentava na última fileira. 

A aula parecia que não acabaria nunca, eu olhava do fundo para a Alissa que estava com o seu corpo totalmente para a lousa, fazendo com que eu não visse seu rosto angelical, seus cabelos se moviam enquanto ela se virava para falar com quem estava ao seu lado e voltava a atenção a aula. Já eu não conseguia focar por nem um segundo se quer. 

Quando as aulas acabaram eu esperei que os primeiros saíssem e quando a Alissa se levantou, eu também me levantei, esperando que ela fosse até a porta e eu conseguisse alguma brecha para falar com ela novamente. 

- Ali, vamos conversar agor... 

- Me deixa em paz! - ela me interrompeu, se esquivando de mim e saindo com as outras pessoas. 

- Deixa-a um tempinho sozinha, ela precisa – ouvi a voz de Owen que logo saiu atrás dela.  

Respirei fundo mais uma vez enquanto eu caminhava até o meu dormitório. A Alissa estava logo a frente com outro grupinho de pessoas e fizeram o caminho até o campo de futebol. Fechei os olhos por alguns segundos, pensando que o Tyler estaria lá e tentaria arrancar alguma casquinha da situação, ainda mais por conta de toda a situação que ele viu ontem. 

Meu corpo dizia que eu deveria continuar indo atrás dela e ficar lá para que o Tyler se mantivesse longe, mas meu coração dizia que eu pioraria a situação se fizesse algo assim.  Eu não quero perder a minha namorada. O que eu preciso fazer? - uma dor surgia no meu peito, algo que eu nunca havia sentido antes, meus olhos ardiam enquanto eu praticamente via a minha garota escapando dentre os meus dedos, minha respiração ficava desregulada enquanto as coisas pareciam rodar ao meu redor. 

- Burro, burro! - eu resmunguei a mim mesmo, mordendo os meus lábios com força enquanto a dor e a tontura pioravam.  

Olhei até um banco próximo a mim e sentei-me rapidamente enquanto sentia a minha visão ficar cada vez mais turva. 

Apoiei minhas mãos em meu rosto enquanto eu sentia meu coração bater de uma forma estranha, pulando em meu peito, me causando uma dor insuportável e uma falta de ar ainda pior. 

O que está acontecendo? 

- Zayn? - ouvi uma voz feminina, mas eu não tinha força alguma para me erguer - Zayn? - levantei a minha cabeça com dificuldade, vendo apenas uma sombra meio avermelhada antes da minha visão ficar completamente escura. 

 

 

Senti a minha cabeça doer e abri os meus olhos devagar, fechando-os em seguida após notar a claridade. Fui retomando o poder do meu próprio corpo, sentindo uma mão quente conectada com a minha e sorri fraco puxando a mão de Alissa até os meus lábios. 

- Você me assustou! O que aconteceu? - ao ouvir a voz levemente estranha voltei a abrir os meus olhos, me assustei dando um pulo ao ver a Amanda a minha frente, levantei-me da maca, piscando repetidas vezes por conta da claridade da enfermaria, tentei puxar o que estava preso em meu braço e ao notar que era uma agulha eu parei, vendo o que estava pendurado logo ao meu lado, um saco de plástico com soro – Calma, o enfermeiro disse que a sua pressão caiu. 

- Eu precis... 

- Não, por favor, pode sentar-se – escutei uma voz masculina e olhei para o homem loiro de jaleco branco passando pelo corredor estreito e vindo a minha direção – Está se sentindo melhor? - assenti com a cabeça devagar - Sua pressão caiu, ficou sem tomar café da manhã hoje? - assenti com a cabeça - Um rapaz forte como você e que faz atividades físicas não pode pular tantas refeições assim... ainda mais com emoções fortes... sorte sua que estava perto da sua namorada, você poderia cair e bater a cabeça... 

- Ela não é a minha namorada e eu preciso sair daqui..., eu preciso procurar a Ali... 

- Zayn, depois você fala com a Ali, se quiser eu a procuro... mas você precisa cuidar da sua saú...  

- Não! - interrompi Amanda – Por favor, isso só vai piorar a situação, ela mal está falando comigo por conta de ontem – a garota a minha frente assentiu com a cabeça enquanto levava seus braços até as laterais do seu corpo, olhando o médico novamente que media a minha pressão. 

- O soro e a medicação parecem ter melhorado a sua pressão, mas só vou te liberar se você sair daqui e comer alguma coisa, combinado? - o médico abaixou um pouco, me dando uma visão mais clara dos seus olhos azuis, eu assenti com a cabeça uma única vez e ele prontamente retirou a agulha do meu braço, colocando um algodão em seguida e liberando a minha saída. 

- Está se sentindo melhor? – Amanda questionou tocando levemente o meu ombro assim que saímos do prédio. 

- Amanda, obrigado pela ajuda, mas eu realmente preciso que mantenhamos distância. Eu estou namorando, estou feliz e sei que você ainda tem sentimentos por mim, isso não vai dar certo… 

- Eu sei que você namora, eu não estou tentando nada! Só quis te ajudar! – a garota mudou o tom de voz, tornando-o mais agudo, me fazendo ter certeza de que ela ficou brava – Cadê a sua namoradinha pra te socorrer quando você precisava? Ela não se importa com você e você sabe disso, senão ela que estaria segurando sua mão enquanto você estava desfalecido na maca na enfermaria – parei completamente a olhando enquanto o vento levava seus cabelos vermelhos para trás – Eu sei que você vai se arrepender de tê-la escolhido e não demorarei muito para ver isso acontecer – a garota se ergueu um pouco, dando-me um beijo na bochecha levemente demorado e saindo em seguida. 

Balancei a cabeça negativamente, olhando para a saída do campo de futebol em seguida e vendo Alissa me olhando de longe de forma séria e brava, Tyler estava logo ao seu lado, junto com Laura e Owen, mas depois de ver o jogadorzinho de merda foi como se eu apenas o visse ao lado da minha amada.  

- Alissa! – gritei por ela, andando em sua direção que começou a voltar para o campo – Alissa! - ela parou. Laura, Owen e Tyler pararam ao lado dela e me olhavam enquanto ela ainda continuava de costas – Podemos conversar? Vamos ali no restaurante comer alguma coisa, não estou me sentindo muito bem – ela se virou em minha direção e eu sabia que agora ela estava preocupada, mas talvez o sentimento de raiva fosse maior no momento. 

- O que você tem? – ela questionou ainda séria e apenas mostrei o meu braço roxo por conta da agulha. 

- Vamos ali comer alguma coisa, por favor, o médico disse que eu deveria comer – ela respirou fundo e olhou os colegas que estavam com ela. 

- Qualquer coisa eu te chamo – ela sussurrou para a Laura que assentiu com a cabeça. Tyler me olhava de uma forma como se fosse me fuzilar.  

- Talvez precise ir novamente na enfermaria, Zayn - Tyler disse levantando sua sobrancelha, me provocando de um jeito que fez o meu sangue borbulhar. 

- Depois nos falamos, Ty – Alissa disse, veio em minha direção andando a minha frente até o restaurante. 

- Sério? Ty? - questionei de forma irritada quando já tínhamos nos afastado do pessoal – Apelidinhos com esse cara na minha frente?  É até um desrespeito. 

- DESRESPEITO? – ela virou-se de forma tão rápida e com uma expressão tão revoltada que eu me arrependi de ter falado assim que vi seu rosto – Eu não estava praticamente sentada no colo do Tyler, não inventa história! – ela apontou o dedo em minha direção e respirei fundo, pedindo desculpas em seguida. 

- Perdão – sussurrei. 

Eu não estava em posição de reclamar de algo agora, eu já tinha que agradecer que ela estava me dando a chance de conversarmos. 

- Por que estava com a Amanda? – a garota perguntou em tom baixo enquanto continuava a andar a minha frente, acelerei um pouco o passo para estar ao lado dela – Eu estou aqui agora para te dar uma oportunidade de se explicar porque de verdade, eu cansei. 

- Alissa pare com isso. Eu não comi nada desde ontem, eu desmaiei nessa porra de pátio e ela apareceu, foi só isso. Ela estava comigo na enfermaria e na hora que saímos eu disse a ela que não era legal que ficássemos perto um do outro porque eu sei que ela tem sentimentos e que eu nunca poderia corresponder, já que eu estou com você e estou feliz – joguei tudo de uma vez - Foi só isso e ela beijou minha bochecha antes de sair. Por que eu iria ficar atrás dela sendo que eu tenho você?! Sendo que eu amo você? - segurei sua mão por dois segundos antes dela se afastar - Eu entrei em desespero quando eu te vi indo embora, me deu uma sensação ruim, um pânico... e eu acordei e já estava na enfermaria, minha pressão tinha caído. 

A garota parou, me olhando com os olhinhos verdes levemente brilhosos, ela estava preocupada, mas tentava manter sua seriedade, pois ainda estava brava. 

- Fofinha, isso não vai acontecer novamente, quando algo me incomodar eu não vou mais fugir, eu vou conversar com você e vamos nos resolver, eu prometo. Eu fui imaturo quando me deixei, mesmo que de certa forma involuntária... causar o mesmo sentimento que você me causou. Eu nunca havia sentido ciúme de alguém dessa forma... - eu mordi os meus lábios - E me senti péssimo, eu senti literalmente dor, eu queria arrancar meu peito fora, mas esse sentimento não justifica a forma que eu agi e eu peço perdão por isso. Agora, por favor, fala comigo, você não tem ideia de como estou me sentido mal. Me perdoa, por favor, por tudo – voltei a dizer – Por ter saído daquele jeito, não ter respondido e atendido a sua chamada, por ter ficado ao lado da Amanda, por brigar com o Tyler ontem... - engoli a minha saliva ao perceber que a minha garganta doía - Eu não quero te perder. 

- Esse é o básico de vida, Zayn. Fazer de tudo para não magoar as pessoas - Eu ainda estou zangada – ela sussurrou – E pensei que deveríamos t... 

- Não, não diz não - ela se virou completamente para ficar a minha frente, me olhando de forma que ainda me mostrava que ela estava magoada. 

- Eu preciso dizer... - ela suspirou fundo - Pensei que talvez tivesse sido uma má ideia começarmos um relacionamento porque isso é atitude de quem não sabe estar em um relacionamento, de quem não está preparado – neguei com a cabeça. 

- Amor... - ela respirou fundo enquanto seus olhos ainda estavam marejados, olhou mais uma vez para o teto antes de voltar a falar. 

- Mas eu vou te dar um voto de confiança, vou te perdoar porque eu gosto de você, mas isso serve de lição para nós dois, especialmente para você, para saber o que não fazer para magoar o outro, de pensar antes de fazer coisas no impulso, na raiva, no ciúme...  – os seus olhos voltaram a ficar brilhosos e a puxei pela mão, abraçando-a com força em seguida, seu rosto ficou em meu peito e beijei o topo de sua cabeça repetidas vezes. 

Por mais que eu estivesse feliz agora por ela ter me perdoado, eu ainda sentia uma puta de uma culpa por tê-la deixado triste por uma atitude minha. 

- Me desculpa, amor. Isso não vai acontecer de novo, prometo – beijei sua orelha e voltei a apertá-la ainda mais para mim.