História The Throne of Glass (G!p) - Supercorp - Ameaça

As horas no baile foram passando até que rápidas demais após a cerimônia de noivado das princesas. Tudo havia ocorrido como o planejado graças a Alura que fez questão de supervisionar tudo de perto para que nada saísse dos eixos. Nada alegraria mais os reis e rainhas tanto de Krypton como Luthornia quanto aquela união que enfim estava nos trilhos para acontecer. 

Os convidados foram saindo aos poucos, o que demonstrava que o baile havia chegado ao seu fim. As princesas agradeceram a presença de todos naquele dia. A cidade de Krypton ficaria lotada, para o evento que se seguiria dali uma semana. O casamento. Aquilo era ótimo para Krypton, pois entraria dinheiro e a sua economia iria girar, com hospedagens cheias e comércio a todo vapor. 

Lena agradecia por ter passado por aquilo sem demonstrar estar apavorada como sabia que estava. Agora ela só queria tomar um bom banho e quem sabe poder ter um tempo a sós com a sua futura noiva.  

Kara e Lena subiram juntas para os quartos, planejavam ficar juntas aquela noite. Cada uma foi para o seu quarto, iriam se encontrar dali uma hora. 

- Eu vou tomar um banho. - Lena disse, quando foi puxada pela cintura e riu. 

- Daria tudo pra ver isso. - Kara disse maliciosa, dando um beijo na outra. 

- Han han. - Lena disse. - Eu já disse, guarde esse fogo para a lua de mel. - A loira fez uma cara triste. - Nem pense que vai me ganhar com esse bico. 

- Bom.. não custava tentar. - Kara disse.

- Preciso ir. - Lena disse, dando um selinho estalado na outra. 

- Uma hora. - Kara disse e a morena foi para seu quarto. 

Kara por sua vez seguiu no corredor até o seu quarto e entrou, mal notando que não estava sozinha pois o quarto estava escuro. Acendeu algumas lamparinas e velas até poder ver claramente, ainda não percebendo nada de diferente. Sentou-se na cama para retirar os sapatos e sentiu que a cama se mexeu, logo um braço passou por cima de seu ombro, o que a fez gelar e se assustar. Não estava sozinha. 

- Olá querida. - A loira ouviu no pé de seu ouvido, no mesmo momento prendeu o braço e rolou para cima com uma adaga na mão colocando no pescoço da pessoa. 

- Imra? - Kara disse. A outra estava atônita. - O que está fazendo aqui? - perguntou ainda em cima da outra pressionando a ponta afiada da faca em sua garganta. 

- Que belo jeito de dizer oi princesa.. - Imra sorriu. - Eu vim por você. - Disse e viu que a loira tirou a adaga do seu pescoço, saindo de cima de si. 

- Mas o que.. - Disse ao ver que a outra estava pelada, completamente nua em sua cama. 

- Estava te esperando aqui.. seus lençóis são tão macios. - Disse virando a bunda para cima.

- Você vai embora daqui agora. - Kara disse procurando pelas roupas da outra que estavam no chão e atirando nela. 

- A qual é Kara, não precisa ser a princesa comigo. Sabe que sou a sua Imra. - Se levantou da cama indo até a outra. - Pode me ter como fazia antes. 

- Está louca. - Disse se afastando. - Achei que já tinha deixado claro que não iríamos mais ficar juntas. Somos só amigas. - Kara disse. 

- Amigas, não vão a casa da outra pedindo conselhos e dormem com ela. - Imra disse. - Você sempre procurava para transar. - Imra disse. 

- Eu amo outra pessoa, irei me casar agora.  - Kara disse. 

- Pense nisso como a sua despedida de solteira. - Imra disse chegando mais perto, quase colando os lábios com a outra. - Sei que me quer. Sei que me ama. 

- Chega. - Kara a empurrou. - Você está fora de si. Não consegue perceber que eu não quero mais nada com você. Nossa relação sempre foi estabelecida como era antes e você nunca reclamou. Qual é o seu problema agora? 

- O meu problema Kara Zor-El.. - disse em tom sério. -  é que eu amo você. E não vou deixar que uma vadia chegue aqui e roube meu lugar. - Disse. - Você não vai se casar com ela.. não pode..

- Imra.. nossa relação nunca foi essa, você sabia que nunca houve sentimentos.. eu sempre deixei claro. E não fale assim de Lena. Ela é a mulher que eu amo, que eu sempre amei. - Kara disse e Imra riu. 

- Se você não terminar essa palhaçada eu vou contar para todos o que nós fizemos, várias e várias vezes. Com detalhes.. - sorriu maliciosa. - até para a sua preciosa Lena.  

- Está me ameaçando? - alterou o semblante ficando mais sombrio. 

- Pense nisso como um aviso. - Imra disse. - Eu quero você Zor-El, só para mim. - Enfatizou a última parte. 

- Você está completamente desequilibrada. - Kara disse. 

- Estou louca, maluca, alucinada por você. - A outra disse se jogando encima da loira. 

- Kara, está tudo bem? - Alura disse, entrando no quarto a tempo de ver Imra beijando Kara que a empurrou para longe mais uma vez. 

Elas mal perceberam que as vozes alteradas chegaram no corredor fazendo com que Alura fosse ver o que estava acontecendo. 

- Mãe.. - A loira disse. O semblante da outra havia mudado de preocupação para um de tristeza e raiva. - Não houve nada. 

- Não minta Kara. - Imra disse, ainda sem pudor e pelada. - Não pode mais negar que me quer. 

- O que essa mulher está fazendo aqui? - Alura disse. Ela sabia que aquela era a Imra. E agora ela estava ali, pelada e agarrada em sua filha. Não queria imaginar o que aquilo significava. 

- Essa doida invadiu meu quarto. - Kara disse, indo para fora e chamando pelos guardas reais. - Se não sair daqui por bem vou fazer você sair por mal. 

- Não sabe com quem está lidando garota. - Alura disse. Imra riu. 

- Sei muito bem. - Imra disse. - Se eu não me casar com Kara irei contar para todos o que fizemos, quantas vezes ela foi me procurar. Imagina o escândalo. 

- Pronto já chamei. - Kara voltou, jogando um lençol em cima de Imra. 

- Primeiro: ninguém iria acreditar em você, seria sua palavra contra de uma Zor-El. E segundo: irá ser presa. - O semblante de Imra mudou. Ela não esperava por aquilo. 

- Não pode me prender. - Agora foi a vez de Alura rir.

- Invasão e ameaça a coroa, sabe o que é isso? - Os guardas chegaram. - Levem ela para as masmorras. - Alura disse. - Não quero que ninguém saiba disso, nenhum comentário ou falatório. Isso nunca aconteceu, entenderam? - Alura disse e os dois guardas assentiram.

- Não pode. - Imra gritou, mas era tarde. Já havia sido levada pelos guardas.

Assim que se viram sozinhas, Alura se virou para a filha. Ali ela não estava mais no seu modo mãe e sim no de rainha. Sua postura perante a princesa havia mudado. Como aquilo tinha acontecido debaixo do seu castelo. Aquilo poderia ter sido o fim de um grande escândalo. A cidade estava cheia de gente importante que viria prestigiar aquele casamento. 

- O que você tem na cabeça? - Alura perguntou. - Achei que tinha tomado jeito.. claramente eu estava errada. 

- Não.. - Kara disse. Sabia que aquela ali era sua rainha. 

- Continua se encontrando com essa mulher? - Perguntou. 

- Não senhora. - Disse. 

- Não minta, sou sua rainha. - Disse séria. 

- Não fiz. - Disse agora seria. - O que eu e ela tivemos foi algo que já passou. Nunca prometi nada, ela sabia, não tinha sentimento nenhum. - respirou. - De uns tempos para cá ela vem me perseguindo. - Disse. 

- Quanto tempo? - Alura perguntou. 

- Desde a vinda de Lena. - Disse. - Me desculpe, não ia deixar que um escândalo acontecesse. 

- Você é uma princesa, precisa agir como uma. Está sendo preparada para ser uma rainha. Precisa pensar nas consequências dos seus atos. - Alura disse. - Está noiva, Lena está grávida. Se fosse ela chegando aqui e não eu.. - fez uma pausa. - Krypton está cheia de gente vinda dos outros reinos, o castelo está cheio, os reis de Luthornia estão aqui. Tem noção disso?

- Eu sei do meu lugar agora estou ciente disso. - Kara disse, assumindo uma postura mais firme. - Não irei negar o meu passado, eu sei com quem estou agora e com quem quero ficar. Quando eu entrei nesse quarto, Imra já estava aqui. Nunca dei esperanças para ela. A última coisa que eu queria era causar um mal estar. Não deixaria isso virar algo maior. 

- Por que eu cheguei a tempo. - Alura disse. 

- Eu irei resolver isso. - Disse firme e convicta, como uma mulher forte que foi criada para ser. - Ninguém vai saber. 

- Eu espero que seja assim. - Alura disse e saiu. 

… 

Lena já havia tomado o banho e estava deitada lendo um romance enquanto esperava a loira, que por sinal estava atrasada. O relógio ao seu lado não mentia. Já haviam se passado uns belos de uns quarenta minutos e nada da loira, até aquele presente momento. Lena ouviu alguns rápidos toques em sua porta e logo levantou para abrir. 

- Oi. - Kara disse, olhando para os lados antes de entrar. 

- Oi. - Lena disse fechando a porta. - O que aconteceu? porque demorou? 

- Minha mãe apareceu. Estávamos conversando. Nada serio. - Kara disse. O que não era uma total mentira. Lena conseguia ver pelo rosto da loira. 

- Tem certeza? - Perguntou estranhando. 

- Absoluta. - Kara disse, indo ao encontro da outra e a abraçando pela cintura, aproveitando para fazer o que ela queria durante o baile todo. Sentir o cheiro da outra. Que não demorou muito, pelo jeito que exalava perfume daquele delicado pescoço ao qual vinha cobiçando. Lena gemeu, enquanto a outra apertava sua cintura. 

- Kara.. - Gemeu o seu nome. - Não podemos. Se nos pegarem. 

- Ninguém vai. - Kara disse indo beija-la, ato que a tirou o fôlego.

- Não, não. - disse se desvencilhando. - não iremos fazer nada hoje. Só depois do casamento. - Disse, ela estava louca para ceder à tentação, mas fazer a loira esperar era muito melhor. Dessa vez não quebraria regras. 

- Mas Lena.. 

- Sem “mas”, depois do casamento serei toda sua. - Disse piscando e fazendo a loira a colocá-la no colo e iniciando um beijo ardente. Cederia alguns beijos “inocentes” dela. Sabia que iria ser uma longa semana e ao final dela, estaria casada. E poderia deixar para trás o seu passado em Luthornia de uma vez por todas. 

- Mal posso esperar. - Kara disse a beijando de novo. 

Kara não poderia acreditar que aquilo estava finalmente acontecendo. Lena seria sua, só sua. E ela não deixaria que nada nem ninguém atrapalhasse isso. Moveria céus e terra para tê-la. 

…

A manhã havia chegado como um passe de mágica. O castelo ainda estava silencioso. Mas o café da manhã já estava sendo preparado, pois logo a realeza logo acordaria. Após meia hora os reis de Krypton e Luthornia já se encontravam à mesa, com mais famílias reais que estavam lá por conta do noivado e casamento. A mesa era grande e os anfitriões adoravam aquele tipo de atenção. 

Kara havia descido, cumprimentado a todos e revelado que Lena havia acordado indisposta. Omite os motivos porque a revelação da gravidez só seria feita após o casamento, contudo os mais íntimos sabiam bem do que se tratava. Pela manhã havia sentido enjoos, e Kara pediu que levassem um café leve para a amada, ela queria levar mas Alura insistiu que queria conversar com ela sobre o assunto que começaram na noite anterior. 

Por isso, Sam foi a encarregada de fazer isso. Mas aquela manhã estava impossível o castelo estava cheio, a mesa não podia ficar vazia, e todos os servos corriam para levar sucos, leite, pães e bolos de todos os tipos. Além disso, Sam não entendia porque Ruby escolheu aquele dia para ficar manhosa. A menina não queria sair do seu colo. A morena não estava conseguindo equilibrar a menina de um lado e a bandeja de Lena de outro. Quase derrubou tudo tentando sair com os dois da cozinha. O que rendeu à pequena um choro sem tamanho. 

- Ruby.. - Disse quase numa suplica. - Eu voltarei logo. Venha comigo andando ao meu lado. - quantas vezes já havia levado o café de Lena daquela maneira, mas agora a menina estava irredutível. Só queria seu colo. Quando pensou que conseguiria equilibrar tudo e ir, outra vez quase caiu, mas felizmente foi segurada por mãos fortes. Uma mulher morena, com olhos bem bonitos e um sorriso que Sam iria ter reparado mais tempo se Ruby não tivesse começado a chorar de novo. - Me desculpe. Eu já estou levando para Lena. - Disse com medo de levar um bronca de quem quer que seja aquela mulher. Havia visto de relance nos corredores durante o baile. 

- Calma. - A outra disse segurando a bandeja para Sam.

- Pode deixar que eu .. - Sam dizia. 

- Estou vendo que está com a menina. - Disse e Sam fechou os olhos para o que viria a seguir, talvez uma bronca, seria chamada atenção? O que ela mais tinha medo era de fazer algo errado. Aquelas pessoas eram novas para ela. - A propósito.. me chamo Andrea Rojas. Sou a nova guarda aqui. 

- Sou Sam.. Samantha Arias, serva da princesa. - Disse sem graça. Um silêncio constrangedor já começava. 

- É sua filha? -  Andrea perguntou. 

- Oh..sim.. está é Ruby. - Sam disse. - Diga oi querida. - A menina levantou o rosto e olhou a outra mas nada disse. - Me desculpe por isso, hoje ela está meio enjoada. Mas não fique preocupada que levarei o café da princesa. - Disse. 

- Não precisa. Tome conta dela. - Andrea disse sorrindo amigável. - Eu levo o café. - Sam estava incrédula, não esperava por aquilo.

- Que isso, senhora, eu posso.. - Sam dizia e Andrea riu, fazendo a outra parar. 

- Não precisa me chamar de senhora. Fique com a menina, ela precisa de você. - Andrea disse. - Eu não me incomodo de ajudar uma moça bonita. - Aquilo foi inesperado. Sam ficou sem palavras. Andrea estava chamando de bonita? Ficou um tempo sem reação e quando voltou a si, Andrea já tinha ido. 

Aquilo só podia ser coisa da sua cabeça, certo? Fazia tanto tempo que não recebia um elogio, dessa forma, um flerte. Riu, enquanto voltava para o seu quarto. Estava ficando louca. Precisava focar em Ruby, só assim pararia de pensar besteiras, e foi isso que fez.