(POV: Mike)
Chegamos na casa do Pac. Ele disse alguma coisa com a mãe e sobe pro quarto, se jogando na cama quando entra.
-Lar doce lar. - Ele se ajeita na cama.
-Você vai dormir enquanto fico plantado no seu sofá? - Pergunto irônico.
-Se começar a fazer fotossíntese me avisa.
-Então eu vou pra casa.
-Pera, vamos achar algo legal pra fazer, já que o almoço vai demorar ainda. - Ele levanta e senta na cadeira do computador, ligando o mesmo. - Ainda quer saber alguma coisa sobre mim? Eu sei que você quer.
-É eu quero mesmo. - Tento mostrar confiança.
-Eu adoro música, e as mesmas que eu tenho no celular, - Começa a tocar Blurred Lines. - eu tenho no computador. Vamos dançar. - Ele levanta.
-Não, to feliz aqui nesse sofá.
-Vem. - Ele insiste.
-Não. - Me arrependo de ter dito isso.
Se você não pode ouvir o que eu estou tentando dizer
Se você não pode ler a mesma página
Talvez eu esteja ficando surdo
Talvez eu esteja ficando cego
Talvez eu esteja fora de mim
Ele começou a cantar da forma mais irritante possível
Ok, agora ele estava perto
Tentou te domesticar
Mas você é um animal
Querida, está na sua natureza
Apenas me deixe libertar você (hey, hey, hey)
Você não precisa de nenhum documento (hey, hey, hey)
Aquele homem não é o seu par
E por isso eu vou levar comigo um bom garoto
Ele ta cantando pra mim é só impressão minha?
Eu sei que você quer
Eu sei que você quer
Eu sei que você quer
-Para por favor. - Tento manter a calma.
-Me faça parar! - Ele continua a dançar e cantar. Tenho que admitir que eu estou rindo dele.
Você é um menino bom
Não posso deixar passar
Você está longe de ser de plástico
Falando sobre ficar alto
Eu odeio essas linhas borradas
Eu sei que você quer
Eu sei que você quer
Eu sei que você quer
-Agora você vai dançar comigo. - Pac me puxa pelo braço.
-Não. - Fico corado e sento novamente.
-Vem agora. - Ele perde a paciência e puxa com um impulso que faz doer meu braço.
Dessa vez fiquei calado com receio do que ele pode fazer quando fica com raiva, acho que eu nem preciso citar que ele tem uma arma. Pac continua continua dançando eu parado.
Pra quê servem os sonhos
Quando você está com seu jeans?
Pra que nós precisamos de vapor?
Você é o gato mais quente deste lugar
Pac me puxa envolvendo seus braços pela minha cintura deixando nossos rostos à milímetros de distância. Suas pupilas dilataram e o mesmo sorriu de canto. Senti meu rosto arder.
Eu me sinto tão sortudo
Você quer me abraçar
O que rima com, "Me abraçar"?
Eu me afastava aos poucos de seu rosto mas ele se aproximava. Minha flexibilidade na médula óssea não aguentaria mais eu abaixar sem eu cair no chão então parei de tentar me afastar e engoli seco. Minha respiração ficou pesada a ponto de eu precisar respirar pela boca. A cada segundo seu rosto se aproximava.
Eu sentia sua mão esquerda, da minha cintura, subindo até minha nuca. Um sorriso bobo se abriu em seu rosto, fiquei com um pouco de medo e tive a melhor, e pior, ideia da minha vida. Viro meu rosto bruscamente e Pac beija meu maxilar que faz soltar um grunhido. O que pareceu uma eternidade demorou 45 segundos.
-Eu sei que você quer. - Ele sussurra no meu ouvido.
-VEM ALMOÇAR MENINOS! - A mãe do Cellbit grita.
Salvo pelo gongo.
Ele me solta me fazendo cair no chão rindo e senta na cadeira do computador. Me levanto meio desajeitado, pego meu óculos que caíram no e arrumo um pouco meu cabelo.
-Doente mental! - Jogo a única almofada do sofá nele. - Doido varrido! - Começo a bater nele com a almofada. - Para de rir desgraçado!
-Eu sei que você gostou. - Ele segurou meu queixo. Dou uma almofadada no seu rosto, queria que fosse um tapa (um soco seria inapropriado).
-QUANTAS VEZES EU TEREI QUE GRITAR QUE VOCÊ É UM DOENTE MENTAL! - Continuo batendo nele. - Eu te conheço a exatamente 4 dias e o que você fez agora já foi o suficiente pra eu te processar por abuso!
-Ui, que medo. Não espera, eu não tenho medo da polícia. - Ele sorri de canto e continua: - Nem da cadeia, muito menos de um tribunal.
Ta.
Agora me deu medo.
-E-Eu acho melhor eu ir.
-Tudo bem. - Ele para de sorrir e me olha sério. - Você pode sair por aquela porta, mas nunca mais precisa falar comigo. Ou pode ficar aqui - Ele sorri de novo. - e ser meu amigo.
Penso em pegar minhas coisas e sair daqui, mas eu posso estragar todas as chances que eu podeira ter com ele. Eu só me sento no sofá, bem distante dele, e digo por fim:
-Eu vou ficar aqui. - Respiro fundo. - Só... só vamos esquecer o que acabou de acontecer.
Ele sorrir balançando a cabeça positivamente, mas desvia o olhar parando de sorrir e morde o lábio inferior com intensidade. Pac direciona o olha para mim mas desvia, olhando para o pé da mesa do computador.
-Eu tenho que falar uma coisa.
(POV: Pac)
Às vezes, pra mim, eu fácil mentir. Não importa para quem seja. Policiais, pais, amigos, médicos, advogados. Mas para o Mike eu não. Eu não consigo mentir para o Mike.
-O que é? - Mike pergunta, curioso.
Às vezes não custa tentar.
-Nada. - Eu o olho nos olhos - Não é nada de m-mais.
Levanto da cadeira e vou até a porta, chamo Mike pra almoçar logo e descemos as escadas. A mesa está arrumada, a comida quente, e um bilhete.
-O que diz o bilhete? - Mike aparece do meu lado.
-A sra. Lange teve que sair. Legal, agora eu vou ter que lavar a louça sozinho.
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