Poucos minutos depois, Louise chegou em seu destino juntamente com Louis. Apesar de estranhar, eles estavam diante de uma caixa d´água. Era alto demais, então se imagina uma bela vista de Richmond inteira.
-[Louis] Então... O que estamos fazendo aqui?
-[Louise] Lembra da nossa conversa em termos tempo para nos conhecermos?
-[Louis] Claro.
-[Louise] Privacidade seria interessante. E aqui temos uma das melhores visões. Então... Eu pensei... – Ela corava.
-[Louis] Entendi. – Ele sorriu.
-[Louise] Que bom! Então só precisamos subir.
-[Louis] Escada grande essa daqui...
-[Louise] Medo de alturas? – Ela caçoava.
-[Louis] Nunca tive a oportunidade de descobrir.
-[Louise] Allez Louis! {Vamos Louis} Eu estou logo atrás.
-[Louis] Ok... – Ele suspirou. – Vamos lá.
Ele respirou fundo uma vez e começou a subir as escadas sem pensar muito, enquanto Louise estava logo atrás, apenas para certificar que Louis ficaria bem.
Estavam quase no topo e Louis estava bem, até que o mesmo decidiu fazer algo de errado: Olhar para baixo!
-[Louis] Uou!
-[Louise] Olhou pra baixo né?
-[Louis] É... Você está logo atrás de mim lembra?
-[Louise] Foi uma pergunta besta, eu sei. – Ela riu.
-[Louis] Deixa só eu recuperar meu folego...
-[Louise] Então vamos lá. Apenas olhe para cima e respire comigo.
Louise dava a Louis um exercício simples de respiração. Em poucos segundos, Louis recuperava-se e conseguia focar em seu objetivo de checar ao topo. E com isso e criando coragem pela francesa, ele terminou de subir sem dizer nada, enquanto Louise, estranhamente, admirava sua coragem e determinação.
Acima daquela caixa d´água, Louis recuperava o folego exageradamente e Louise apenas acompanhava sua respiração. Mas quando Louis levantou a cabeça, ele percebeu a paisagem. E mesmo com a noite, ele percebia o quão bonito era aquele lugar. Richmond era maravilhosa de noite e imaginava como seria de dia.
-[Louise] O que achou?
-[Louis] Que a escalada violenta valeu a pena.
-[Louise] É! – Ela ria. – Fico feliz que tenha dado certo no final das contas. Agora senta aqui comigo. Você pode ficar na beirada sem cair para sua morte.
-[Louis] Agora não valeu mais a pena. – Ele caçoava.
Louis se sentava. E ainda não pode evitar de sorrir para aquela paisagem. Mas ele estava nervoso, e algo dizia que a altura não era o problema disso.
-[Louise] Você está bem?
-[Louis] Uhum...
-[Louise] Ainda com medo da altura?
-[Louis] Com medo de outra coisa...
Uma indireta de Louis que Louise entendia. Estranhamente ela também estava nervosa. Ela parecia ser uma garota atrevida e corajosa, mas sentia fraqueza para falar qualquer coisa com ele e isso a incomodava, mas era uma sensação boa ao mesmo tempo.
-[Louise] O nascer do Sol é melhor que a noite.
-[Louis] Você fala da vista?
-[Louise] Com certeza! Eu acostumo em acordar cedo só pra subir aqui e ver o Sol nascendo.
-[Louis] Eu entendo. Na minha escola antiga, onde nós nos habitávamos, tinha uma torre enorme com uma boa vista da floresta. Às vezes eu subia para apreciar.
-[Louise] Uma torre? Deve ser uma vista mais incrível do que essa.
-[Louis] Muito mato... Não dava pra enxergar muito bem. Nem se uma horda de errantes atacasse a escola.
-[Louise] Lamento pela sua perda. Deve ter sido um lugar bacana para se morar.
-[Louis] Se você gosta da natureza, sim. Mas tem suprimento limitado. A cidade é rica disso então...
-[Louise] Mais perigosa.
-[Louis] Licença, mas eu vivo pelo perigo! – Disse com orgulho.
-[Louise] O perigo de subir essas escadas?
-[Louis] Você tinha que estragar tudo pra mim né?
Eles riam para diminuir a tensão, mas nem percebiam que riam por diversão mesmo. Sentimentos óbvios, mas caóticos ao mesmo tempo, borbulhavam suas mentes. Por isso que eles tentavam se distrair com piadas e conversas, mas a pequena “distração” não passava de uma simples diversão. Eles realmente gostavam da companhia uma do outro.
-[Louise] Você teve uma vida boa na escola?
-[Louis] Sim , eu tive...
-[Louise] Então quer me contar o que aconteceu? D-Digo... Eu sei que seu lar foi tomado, mas é por causa disso que você tem pesadelos?
Esse era o momento perfeito para falar sobre si mesmo. O que incomodava Louis com o passado em Ericson e um pouco mais.
-[Louis] Eu era o brincalhão da escola. Todos tinham suas funções, mas a minha principal era fazer jogos e piadas. E o nosso antigo Líder e meu melhor amigo, Marlon, fazia basicamente tudo.
-[Louise] Desculpa em comentar, mas... Com a Clem no comando só pode significar que~
-[Louis] Sim. Ele morreu.
-[Louise] Lamento... Isso é o bastante para~
-[Louis] Ter os pesadelos? Não sei dizer, mas o que me acorda as noites é como ele morreu.
-[Louise] Ah... E como que...?
-[Louis] Um tiro na nuca... por Alvin Júnior.
Uma revelação que chocava Louise. Um garotinho de 5 anos tinha feito sua primeira vítima com o melhor amigo de Louis.
-[Louise] Nossa...
-[Louis] Eu fiquei com tanta raiva do AJ na época. Então visemos uma votação em expulsá-lo junto com a Clem da escola por causa disso.
-[Louise] Não o culparia por você ter votado para expulsar.
-[Louis] Foi exatamente o que eu fiz... Mas fiz isso por raiva. Até que descobrimos o que realmente aconteceu.
-[Louise] O que seria?
-[Louis] Descobrimos que Marlon vendeu duas garotas do nosso grupo para o Delta! Acredita?
Mais revelações chocava Louise. E a pior sensação é que ela tinha suas suspeitas e conclusões... Mas era algo para se pensar depois. No momento ela só queria se preocupar com os sentimentos de Louis.
-[Louise] Então o que te causa os pesadelos. Você passou por tanto que...
-[Louis] Eu era o piadista e o idiota do grupo... E se eu fizesse mais pelo Marlon nada disso teria acontecido. Eu poderia ter feito mais para salvar as garotas e... Poderia fazer mais por ele. E nada disso teria acontecido.
Era uma conclusão óbvia, mas uma que deveria ser falada em voz alta.
-[Louise] Você realmente se culpa pela morte delas e a do Marlon?
-[Louis] E por que não? Olha só a merda que eu faço nessa vida.
-[Louise] Lou... – Ela se aproximava. – Funções são importantes no mundo em que vivemos. E você é um caçador. E da mesma forma que o Aasim, você é responsável em trazer comida na mesa, remédio nas enfermarias, armas para o arsenal, e tudo isso não é pouca coisa! E o mais importante... Fazer piadas e jogos só te torna algo que sentimos falta...
-[Louis] O que?
-[Louise] Em sermos humanos de novo. – Ela sorriu. – Porque perdemos tempo demais tentando sobreviver que esquecemos a sensação de sermos humanos... De sermos felizes. E você traz isso. A humanidade de volta.
Louis tentava contrariar, mas o sermão de Louise foi muito bom para tentar pensar no oposto.
-[Louise] A culpa não é sua. Então não pare de ser quem você é. Combinado?
-[Louis] Claro... – Ele sorriu. – Combinado.
-[Louise] Ótimo! – Eles apertavam as mãos.
-[Louis] Conversa estimulante boa que você tem.
-[Louise] Precisa sofrer para entender, correto?
-[Louis] Agora você quer me dizer o que te faz sofrer?
Naquele momento, Louise soou frio, pois era a sensação de medo de falar em voz alta toda a verdade sobre seu passado. Havia certos detalhes que ela deixaria passar para não revelar o desnecessário, mas ela podia desabafar alguns momentos de sua vida. Alguns desses momentos poderiam fazer Louis entender.
-[Louise] Meus pais eram bem ausentes já que, como você deve ter ouvido, eles trabalham seriamente no exército. Meu pai era um soldado e minha mãe trabalhava mais com as forças aéreas... Algo parecido com a Lilly. Resumindo, eles não davam atenção a filha rebelde deles que sempre procurava encrenca e até... Bom...
-[Louis] Cigarros?
-[Louise] Eu fumava algo mais ilegal na época...
-[Louis] Ah... Entendi.
-[Louise] Não me considerava viciada, mas fumava sim. Enfim, os amigos de meu pai chegaram para me buscar porque algo de horrível estava acontecendo na cidade.
-[Louis] O surto.
-[Louise] Isso! E quando voltamos para a base militar, ela já estava tomada. E de longe... E de longe eu vi... Eles...
-[Louis] Louise...
-[Louise] Realmente queria não ter visto. Mas quando eu tive a conclusão, esses amigos dos meus pais foram pegos e me virei sozinha por um tempo. Sobrevivendo por aí.
-[Louis] Por quanto tempo você esteve sozinha?
-[Louise] Alguns meses... Eu andei sozinha para procurar meu avô. Ele não morava muito longe de Richmond, mas...
-[Louis] Mas foi tarde demais?
-[Louise] Exactement {Exatamente}. Ele avançou em mim... E coloquei uma bala na cabeça dele.
-[Louis] Eu sinto muito por isso. Não sei se eu teria coragem de colocar uma bala na cabeça de Marlon se AJ tivesse errado o tiro...
-[Louise] Foi um pesadelo pessoal meu... E só foi o início.
-[Louis] Você passou por algo assim?
-[Louise] É que durante esse tempo eu fiquei por lá. Errantes cercaram a casa do meu avô e escapei pelo telhado.
Louise fazia uma pausa para respirar e continuar sua história.
-[Louise] Então eu, novamente, sobrevivi. Conheci sobreviventes com más intenções ou com boas intenções. O que ambos têm em comum é que nenhum sobreviveu por muito tempo.
-[Louis] Mas você sobreviveu.
-[Louise] Porque eu abandonei os canalhas, enquanto as pessoas boas morreram por mim. Essas eu nunca esquecerei.
Louis criava lamentações e um peso de consciência sob tudo que Louise passou. Queria criar algum contato físico como segurar sua mão ou abraça-la. Mas ele corava com as ideias e se sentia mal em aproveitar da situação. Mas realmente sentia pela francesa.
-[Louis] Eu realmente lamento.
-[Louise] Eu sei que sim. – Ela sorria.
-[Louis] Entendo agora o porquê dos seus pesadelos.
-[Louise] Mais ou menos...
-[Louis] Como assim?
Novamente Louise não queria revelar todo o seu passado, mas, por sorte, ela podia dizer sobre seus pesadelos. Momentos que ela realmente presenciou que a traumatizou até então.
-[Louise] Eu me apaixonei pela primeira vez.
-[Louis] Ah... Tá bom...
-[Louise] Uma garota... Morreu nas mãos do Delta.
Aquilo bastava para Louis entender seu motivo de vingança. Porém também o deixou assustado.
-[Louise] Lamento... Eu fiquei falando sem parar e o ponto principal da história te contei em 10 segundos. – Disse rindo sarcasticamente.
Louis nem ria. Ele levava toda aquela história a sério. Até sério demais. Louise percebeu aquilo e se preocupou.
-[Louise] Tu vas bien? {Você está bem?}.
-[Louis] N-nada não. Eu só percebo que meus problemas são insignificantes diante dos seus.
-[Louise] Olha... – Ela se virou, ficando cara a cara com Louis. – Primeiramente, nenhum problema é insignificante. Se fosse, você não teria pesadelos. E segundo, você sofreu tanto quanto eu. Apenas nos encontramos em situações diferentes.
-[Louis] Mas a sua... Eu acho que eu não aguentaria.
-[Louise] Você fez amizade com um garotinho que colocou uma bala na nuca de seu melhor amigo! Acha mesmo que eu lidaria com essa situação? É por isso que... Você... É de se admirar.
Louis sentiu a mão de Louise tocar na sua. Era uma amizade de ouro que eles lidariam, mas o clima mudou completamente ao se olharem nos olhos. Era uma sensação de certeza!
-[Clementine] LOUISE?! VOCÊ ESTÁ AQUI?!
Infelizmente o clima foi cortado, e Louise se afastou um pouco, tirando sua mão na de Louis e criando uma expressão facial de insatisfação.
-[Louise] Estraga prazeres...
-[Louis] Pois é...
Mas eles voltaram a sorrir mais uma vez um para o outro, e Louis tocou em seu ombro.
-[Louis] Apenas tome cuidado em sua jornada. Raramente vingança vale a pena.
-[Louise] Não se preocupe. Richmond é meu lar agora. Vale a pena voltar.
Eles se levantaram e ajeitaram suas fantasias amassadas e sujas. Realmente a caixa d´água estava encardida e eles nem perceberam isso. Apenas queriam a companhia uma do outro.
Lá parados eles ficaram. Louise percebeu o nervosismo de Louis, onde ele nem olhava mais diretamente para a mesma. Então ela quis tomar uma pequena atitude, com um passo à frente e um simples e rápido beijo em seu rosto!
-[Louise] E agora tenho outro motivo para voltar. – Ela sussurrou.
Envergonhada pelo que fez, ela evitou contato visual com Louis e apenas deslizou as escadas para descer.
E Louis, por outro lado, não olhava para sua nova interesse romântica, mas sentia seu coração e seu estomago falando alto.
Ao descer as escadas, Clementine e Violet já estavam a sua espera.
-[Louise] Meninas. O que foi?
-[Violet] Agora... O que vocês dois estavam fazendo lá em cima? – Disse com um sorriso malicioso.
-[Louise] N-nada! Só se conhecendo.
-[Violet] Se conhecendo demais ou...
-[Louise] Conversando. – Ela corava.
-[Violet] Ah... Só isso?
-[Louise] S-sim!
-[Clementine] Isso é lindo, de verdade. – Ela sorria. – E por mais que eu queira conversar sobre isso como um bando de adolescentes, nós precisamos conversar.
-[Louise] O que está acontecendo?
-[Clementine] Eleanor... Ela saiu com resultados não agradáveis. E precisamos visita-la no hospital agora.
E assim, as três garotas partiram para resultados maléficos, onde previam uma guerra chegando. Uma guerra onde Richmond estaria em desvantagem.
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