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História The Walking Dead: Contra Delta - A lição de Eleanor - História escrita por Kaiatsu - Spirit Fanfics e Histórias
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História The Walking Dead: Contra Delta - A lição de Eleanor


Escrita por: Kaiatsu

Capítulo 19 - A lição de Eleanor


No dia seguinte, após o enterro de um grande homem, Ronny, todos já tinham lamentado sua perda. Sua irmã ainda chorava no tumulo com Javier e Kate ao seu lado, enquanto todos retornavam para suas casas.

Clementine e Violet se deitavam na cama suspirando. Depois de lamentar um homem que elas sequer conheceram, elas imaginaram o que poderia ter acontecido.

-[Violet] A situação... Poderia ter sido pior.

-[Clementine] Nem me fale.

-[Violet] Se tudo que Louise disse era verdade, então Louis~

-[Clementine] Deveria estar morto também? Não acredito.

-[Violet] Tem tanta fé no Louis também?

-[Clementine] Sim.

Uma resposta curta e direta não convencia Violet. Ela segurou a mão de Clementine para chamar sua atenção.

-[Violet] Quer me falar no que você está pensando?

Com a angustia em seu peito, Clementine sabia que podia contar com Violet. Mas achar as palavras certas era difícil, e essa era a pior parte.

-[Clementine] Medo de perder minha família.

-[Violet] Você sabe que isso é normal, né?

-[Clementine] É... Mas já é difícil manter todos a salvo quando estou por perto. Imagina na minha ausência.

-[Violet] Eu sei. Acredite eu sei. Até mesmo o Marlon sabia.

-[Clementine] É, ele me disse que só rezava para o Louis retornar à escola. – Ela ria.

-[Violet] Exatamente! – Ela ria junto. – E quer saber? Ele se preocupava à toa. Louis sempre voltava, e agora ele é um cara melhor do que antes.

-[Clementine] É...

-[Violet] Você entende o que quero dizer?

-[Clementine] O que?

-[Violet] Fé, Clem. Você precisa ter mais fé com a sua própria família. Fé de que eles sempre vão voltar. E sempre vão ajudar você.

Clementine tinha muito o que pensar a respeito disso. Ela concordava, mas sua mente ainda estava cheia de dúvidas e medo em relação a isso. E para compensar o desleixo que Violet trouxe, ela a beijou. Um beijo foi intensificado em algo mais!

 

 

 

Algumas horas depois, Clementine explorava outros cantos do hospital de Richmond, vendo o milagre de um lugar que, antes era lotado, agora era silencioso. Antigamente, todos os dias, pessoas entravam por essas portas com a pressa de serem socorridos. Hoje em dia, no mundo em que vive, era raro ter pacientes todas as semanas.

Havia, portanto, um paciente que ela queria checar. Clementine resolveu visita-lo como de costume.

Ela abria a porta de cirurgia para encontrar duas pessoas que esperava encontrar.

-[AJ] Ei Clem!

-[Clementine] E aí bobalhão! – Beijou sua testa. – Qual é o veredito?

-[Eleanor] AJ está novo em folha e poderá voltar sua vida normal! Digo... “normal” pelas circunstancias que achamos no mundo de hoje.

-[Clementine] Acredite, podemos trazer uma infância normal pra ele.

-[AJ] Então... beisebol?

-[Clementine] Sim AJ. – Ela ria. – Vamos começar com Beisebol. Apenas vai falar com o Javi e já jogamos.

-[AJ] E a Violet?

-[Clementine] Ela está... Descansando.

-[AJ] Do que?

-[Clementine] DO... Enterro. – Disse com Eleanor rindo disfarçadamente.

-[AJ] Como um enterro cansa?

-[Clementine] Só vai falar com a Javi, AJ!

O garoto animado correu para fora do hospital, deixando Clementine e Eleanor sozinhas.

-[Eleanor] Como você vai explicar esse assunto no futuro? – Ela caçoava.

-[Clementine] Estava pensando em deixar esse problema nas mãos da Violet.

-[Eleanor] EU sei que você ama aquela garota, mas tem certeza?

-[Clementine] Honestamente não sei. – Ela sorriu apenas por um breve segundo. – Não sei mais de nada, aparentemente.

Apesar das boas risadas, outro assunto pesava a consciência de Clementine. Um peso que Violet não conseguiu tirar. E pouco a pouco Eleanor percebeu algo de errado com a garota de boné.

-[Eleanor] Algum problema Clem?

-[Clementine] N-não! – Ela se distraía. – Algum cuidado com AJ que preciso ficar sabendo? Restrição alimentar? Medicamentos?

-[Eleanor] Não. Ele realmente está bem. Apenas dê muita água pra ele.

-[Clementine] Ok. Obrigada por tudo Eleanor. – Disse dando meia volta para sair.

-[Eleanor] Clem. – Ela chamou sua atenção. – Tem certeza de que é só isso?

Normalmente Clementine deixaria passar. Só que, dessa vez, ela se rendeu a conversa. Tudo que ela fez foi fechar a porta novamente e se virar para Eleanor.

-[Eleanor] Não sou nenhuma detetive, mas sei que algo te incomoda.

E enfim, Clementine apenas se encostou em um balcão, perto de Eleanor.

-[Clementine] Ronny morreu hoje, porque ele salvou a vida do grupo, incluindo de Louis e Assim. A minha família.

-[Eleanor] Sim, foi o que ouvi.

-[Clementine] E se ele não tivesse feito isso? Louis e Aasim teriam morrido. E então como eu iria conviver com isso?

-[Eleanor] Não pense nisso.

-[Clementine] Eu sei que não deveria, mas é assim que me sinto. Violet e Louise estão em perigo toda vez que eu saio com elas para enfrentar o Delta. Mesmo na minha presença, elas têm a chance de morrer sob os meus comandos. Agora... Agora imagina quando não estou por perto.

-[Eleanor] Clem... Violet e Louise estão com você porque é escolha delas. Não pode se culpar se algo acontecer. Só porque você é Líder~

-[Clementine] Não me faz a responsável. – Ela complementou. – Sabemos que isso é mentira. Pois esse é o peso que um Líder carrega na consciência.

Eleanor não poderia rebater o que Clementine falava, pois ela estava certa. A pior parte da liderança era se responsabilizar em relação a tudo.

Havia uma coisa que Eleanor poderia fazer. Era visitar o passado para empatizar com Clementine. Algo de anos atrás seria uma boa experiência para a morena, e poderia acalmá-la em não sucumbir a culpa no futuro.

-[Eleanor] Eu praticava medicina bem antes de você nascer. Bem antes do surto começar.

-[Clementine] Ok... – Ela estranhava.

-[Eleanor] Relaxa que essa história tem uma moral. – Ela sorria.

-[Clementine] Ah foi mal.

-[Eleanor] Em todas as áreas da saúde nós fazemos um juramento. Um juramento em não fazer o mal, e sempre salvar vidas. E isso eu carrego até hoje, mesmo no apocalipse, não importando como é o mundo de agora. E, enfim, foi o que eu fiz. Atendendo pacientes, realizando consultas e, minha especialidade, cirurgia!

-[Clementine] Sim, isso é óbvio. – Disse sorrindo para Eleanor.

-[Eleanor] Quando eu entrei oficialmente para a área de cirurgia... Meu Deus Clementine... Você não faz ideia a sensação de salvar vidas, de fazer a diferença. Você se sente livre. Esse poder de prolongar a vida das pessoas te traz paz. O alivio de realmente seguir e cumprir com seu próprio juramento.

Eleanor parecia feliz em contar sua história, até perder seu sorriso. Foi quando ela pensou em algo que mudou sua vida.

-[Eleanor] Meu décimo terceiro paciente... Ele sofreu um acidente de moto, com um trauma craniano. Um pedaço de ferro quase perfurando o cérebro.

-[Clementine] Meu Deus...

-[Eleanor] Quando chegou a hora, eu tinha que remover aquele pedaço de ferro. Mas tinha um risco... Um risco de hemorragia. Mas deixar aquela coisa na cabeça do homem era uma situação tão pior. Então eu fiz a escolha. E eu decidi remover aquele pedaço de ferro.

Eleanor entrou em silêncio por longos segundos até concluir a história.

-[Eleanor] Ele entrou em óbito 35 segundos após a remoção.

-[Clementine] Eleanor...

-[Eleanor] Eu não queria aceitar isso. Eu fiz de tudo para tentar reanima-lo. Eu fiz massagem cardiovascular, usei desfibrilador. E nada. Até os outros médicos e enfermeiros me seguraram, dizendo que era tarde demais.

Mais um segundo de silencio e Eleanor se encostava no balcão ao lado de Clementine, enquanto a mesma empatizava com a situação daquela mulher.

-[Eleanor] Clem, eu não sei dizer o quanto eu fiquei arrasada. Eu fiquei em casa, no meu quarto por semanas vendo aquele homem morrendo várias e várias vezes na minha mente. Parecia um pesadelo sem fim. E a pior parte é que eu sentia que quebrei meu próprio juramento. “Salvar Vidas”. E deixei um homem morrer na minha mesa de cirurgia pela escolha que eu fiz.

-[Clementine] Você sabe que a culpa não é sua. Você tentou.

Depois que Eleanor ouviu aquilo, ela sorriu para Clementine.

-[Eleanor] Viu? Você entendeu.

-[Clementine] O-o que? – Disse confusa.

-[Eleanor] Eu perdi tempo da minha vida, no meu quarto chorando por semanas, enquanto eu poderia ter encarado a verdade cruel.

-[Clementine] Que seria...?

-[Eleanor] A muito mais nessa vida do que ficar presa a promessas e juramentos. Eu entendi naquele dia exatamente o que você acabou de falar: A culpa não é minha! Eu tentei salvar a vida daquele homem, mas não consegui. E então veio a realidade na minha cabeça e no meu coração...

-[Clementine] ...

-[Eleanor] A realidade é que ter um diploma e um uniforme não vai salvar a vida de todas as pessoas desse mundo. Ter tudo isso não me transforma numa Deusa capaz de salvar qualquer um, pois para cada pessoa que eu salvo, terá alguém que eu não conseguirei salvar. Da mesma forma, Clementine, que toda vez que você pega suas armas e sai lá fora para caçar o Delta não salvará a todos... Alguém pode acabar morrendo no processo.

Clementine estava sem palavras, mas Eleanor tinha muitas.

-[Eleanor] E a pior parte de tudo isso não é o fato dos seus inimigos ainda estarem vivos... A pior parte é a sensação de incompetência, de inutilidade, na qual você sequer pode vingar sua família. Ou carregar a culpa em seus ombros que vai te pesar por causa de seus erros.

Deixando Clementine pensando, alguém acabou entrando na sala de Eleanor.

-[Eleanor] Louise, oi!

-[Louise] Doutora, mais um acidente na praça. – Disse carregando uma criança em suas costas.

-[Eleanor] Tornozelo?

-[Louise] Sim.

-[Eleanor] E você nem sequer chorou. Mas é um homem corajoso! – Ela fazia o menino sorrir e rir. – Coloque-o na minha mesa.

-[Louise] Sim senhora.

 

Com tudo o que Eleanor disse, ela acompanhou Clementine para fora de sua sala, querendo dá-la seus últimos conselhos.

 

-[Eleanor] Lembre-se Clem... Você não vai conseguir salvar a todos. Mas sempre dá pra salvar alguém.

-[Clementine] E se isso acontecer? Como você lida com as culpas?

-[Eleanor] Infelizmente não há resposta certa pra isso, Clem. Às vezes... – Ela suspirava. - Às vezes você só tem que viver com as consequências. E é por isso que você tem a Violet, assim como eu tive o Tripp.

Como ultimo gesto, ela abraçou Clementine, e a mesma retribuiu o abraço, dando ela a leveza que queria sentir.

-[Eleanor] Amor, Clem. Essa é a resposta para qualquer um dos seus problemas. Não deixe a culpa superá-la.

Com suas últimas palavras, Eleanor entrava na sala para iniciar seu tratamento. E isso deixou Clementine pensativa nos corredores até a saída do hospital.

-[AJ] Clem!

-[Clementine] AJ.

-[Javier] Hey Clem! Vamos começar com o jogo?

Era uma sensação de paz. Ela teria que enfrentar qualquer consequência que viria, mas até lá... Ela aproveitaria a vida da melhor maneira. Começando em cobrar uma promessa de Javier e jogar seu esporte favorito!

-[Clementine] Bora! – Disse animada.



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