Notas do Autor
Oie anjos!
Segunda parte!
Boa leitura♥
Capítulo 4 - Shit!
Seu sorriso não era amigável.
Era um sorriso que soletrava encrenca.
Como uma promessa.
*******
Eu me foquei no quadro negro. A Barbie e o Ken encararam de volta com sorrisos estranhamente alegres. Mais pra psicopatas.
O Treinador disse:
-Reprodução humana pode ser um assunto pegajoso.
-Uiii!
Resmungou um coro de estudantes.
-É preciso um manuseamento maduro. E como toda ciência, a melhor abordagem é aprender a investigar. Pelo resto da aula, pratiquem essa técnica descobrindo o quanto puderem sobre seu novo parceiro.
Amanhã, tragam em
escrito suas descobertas, e acreditem em mim, eu vou checar a autenticidade. Isso é biologia, não inglês, então nem pensem em ficcionalizar suas respostas. Eu quero ver interação e trabalho em equipe reais.
Havia um Ou então implícito.
Eu me sentei perfeitamente imóvel.
A bola estava no campo dele – eu tinha sorrido, e olha como isso ajudou. (Ajudou tanto que meu deus)
Eu enruguei meu nariz, tentando descobrir a que ele cheirava. Não a cigarros. Algo mais profundo, mais asqueroso.
Charutos!
Eu encontrei o relógio na parede e bati meu lápis na hora da segunda mão. Eu plantei meu cotovelo na mesa e apoiei meu queixo no meu punho. Eu soprei um suspiro.
Ótimo. A esse ponto eu iria falhar.
Eu estava com meus olhos fixos a frente, mas eu ouvi o suave deslizar de sua caneta.
Ele estava escrevendo, e eu queria saber o que. Dez minutos sentados juntos não o qualificava para fazer qualquer suposição sobre mim. Movendo um olhar lateral, eu vi que seu papel tinha várias linhas escritas e estava crescendo.
-O que você está escrevendo?
Eu perguntei.
-E ela fala inglês.
Ele disse enquanto rabiscava, cada pincelada de sua mão suave e preguiçosa ao mesmo tempo.
Eu me inclinei o mais perto dele que eu ousava, tentando ler o que mais ele tinha escrito, mas ele dobrou o papel ao meio, escondendo a lista.
-O que você escreveu?
Eu exigi.
Ele esticou a mão para o meu papel não-usado, deslizando-o pela mesa na direção dele. Ele o amassou em uma bola. Antes que eu pudesse protestar, ele o jogou numa lata de lixo ao lado da mesa do Treinador. O arremesso caiu dentro.
Eu encarei a lata de lixo por um momento, presa entre a descrença e a raiva. Então eu abri meu caderno em uma página em branco. “
-Qual é o seu nome?
Eu perguntei, o lápis pronto para escrever.
Eu olhei para cima a tempo de captar outro sorriso sombrio. Esse parecia me desafiar a arrancar qualquer coisa dele.
-Seu nome?
Eu repeti, esperando que fosse minha imaginação minha voz ter vacilado.
-Me chama de Ross. Sério. Me chama.
Ele piscou quando disse isso, e eu estava bem certa de que ele estava me zoando.
-O que você faz nas suas horas livres?
Eu perguntei.
-Eu não tenho tempo livre.
-Presumo que essa tarefa vale nota, então me faz um favor?
Ele se reclinou em seu assento, dobrando seus braços atrás de sua cabeça.
-Que tipo de favor?
Eu tinha bastante certeza de que isso uma indireta, e eu lutei por um jeito de mudar de assunto.
-Tempo livre. -ele repetiu pensativamente.- Eu tiro fotos.
Eu copiei Fotografia no meu papel.
-Eu não terminei! -ele disse.- Eu tenho uma bela coleção de uma colunista de eZine que acredita que há verdade em comer organicamente, que escreve poesia em segredo, e que estremece ao pensar em ter que escolher entre Stanford, Yale, e... qual é aquela grandona com H?”
Eu o encarei por um momento, balançada por ele ter acertado na mosca. Eu não tinha o pressentimento de que era um chute. Ele sabia. E eu queria saber como – agora.
-Mas você não acabará indo para nenhuma delas.
-Eu não irei?
Eu perguntei sem pensar. Duh!
Ele prendeu seus dedos debaixo do assento da minha cadeira, me arrastando para mais perto dele.
Não certa se deveria escapar e mostrar medo, ou fazer nada e fingir tédio, eu escolhi o último.
Ele disse:
-Embora você prosperasse nas três escolas, você as desdenha por serem um cliché em realização. Julgar é sua terceira maior fraqueza.
-E minha segunda?
Eu disse com bastante raiva. Quem era esse cara? Essa era algum tipo de piada perturbadora? Um vidente estranho?
-Você não sabe como confiar. Eu retiro o que disse. Você confia – só que nas pessoas erradas.
-E o meu primeiro?
Eu exigi.
-Você mantém a vida numa redia curta.
-O que isso quer dizer?
-Você tem medo do que não consegue controlar.
O cabelo na minha nuca ficou de pé, e a temperatura na sala pareceu esfriar. Normalmente eu teria ido diretamente para a mesa do Treinador e pedido um novo mapa de assentos. Mas eu me recusava a deixar Ross pensar que ele podia me intimidar ou assustar.
Eu senti uma necessidade irracional de me defender e decidi bem ali e agora que eu não recuaria até que ele recuasse.
-Você dorme pelada?
Ele perguntou.
Minha boca ameaçou cair, mas eu a segurei no lugar. Vai que ela sai correndo!
-Você está longe de ser a pessoa a quem eu contaria.
-Já foi a um psiquiatra?
-Não.
Eu menti. A verdade era que eu tinha consulta com o psicólogo da escola, Dr. Liverfield. Não era por escolha, e não era algo que eu gostasse de falar sobre.
-Fez algo ilegal?
-Não.
Ocasionalmente passar do limite de velocidade não contaria. Não com ele.
-Por que você não me pergunta algo normal? Como... meu tipo favorito de música?
-Eu não vou perguntar o que eu posso adivinhar.
-Você não sabe o tipo de música que eu escuto.
-Barroco. Com você, tudo é ordem, controle. Eu aposto que você toca... piano?
Ele disse isso como se tivesse chutado do nada.
-Errado.
Outra mentira, mas essa enviou um arrepio pela minha pele que deixou meus dedos formigando.
Quem era ele, realmente? Se ele sabia que eu tocava piano, o que mais ele sabia?
-O que é isso?
Ross deu um tapinha com sua caneta no interior do meu pulso. Instintivamente eu recuei.
-Uma marca de nascença.
-Parece uma cicatriz. Você é suicida, Laura?
Seus olhos se conectaram com os meus, e eu pude sentir ele rindo.
-Pais casados ou divorciados?
-Eu moro com a minha mãe.
-Onde está o pai?
-Meu pai morreu ano passado.
-Como ele morreu?”
Eu hesitei.
-Ele foi – assassinado. Esse é um território meio pessoal, se não se importa.
Houve uma contagem de silêncio e a beirada dos olhos de Ross pareceu suavizar um pouco.
-Isso deve ser duro.
Ele soava sério.
O sinal tocou e Ross estava de pé, caminhando em direção a porta.
-Espera
Eu chamei. Ele não se virou.
-Com licença!
Ele tinha passado pela porta.
-Ross! Eu não peguei nada sobre você.
Ele se virou e andou na minha direção. Tomando minha mão, ele rabiscou algo nela antes de eu a puxar.
Eu olhei para baixo para os nove números em tinta vermelha na minha palma e fechei a mão ao redor deles.
Eu queria dizer a ele que de jeito nenhum seu telefone tocaria hoje a noite. Eu queria dizer a ele que era culpa dele por tomar todo o tempo me questionando.
Eu queria um monte de coisas, mas eu só fiquei parada lá parecendo como se não soubesse abrir minha boca.
Por fim eu disse:
-Estou ocupada hoje a noite.
-Assim como eu.
Ele sorriu e se foi.
Eu fiquei pregada no lugar, digerindo o que tinha acabado de acontecer. Ele tinha comido todo o tempo me questionando de propósito? Para que eu falhasse?
Ele achava que um relampejo de sorriso o redimiria? Sim, eu pensei. Sim, ele achava.
-Eu não vou ligar! -Eu gritei depois dele. -Não – nunca!
-Você terminou a sua coluna para o prazo de amanhã?
Era a Raini. Ele apareceu ao meu lado, anotando no caderno que ela carregava para todo lugar.
-Estou pensando em escrever a minha sobre a injustiça do mapa de assentos. Eu fiquei com uma garota que disse que tinha acabado um tratamento para piolho essa manhã.
-Meu novo parceiro
Eu disse, apontando no corredor para as costas de Ross. Ele tinha um andar irritantemente confiante, do tipo que você acha combinado com camisetas desbotadas e um chapéu de caubói. Ross não usava nenhum dos dois.
Ele era um garoto do tipo Levi’s-escura-jaqueta-escura-botas-escuras.
-O veterano transferido? Acho que ele não estudou o bastante da primeira vez. Ou da segunda.
Ela me deu um olhar astucioso.
-Na terceira ele tem sorte.
-Ele me dá arrepios. Ele conhecia a minha música. Sem qualquer dica, ele disse, ‘Barroco’.
Eu fiz uma péssima imitação de sua voz baixa. Na verdade patética.
-Chute de sorte?
-Ele sabia.... outras coisas.
-Como o quê?
Eu soltei um suspiro. Ele sabia mais do que eu queria contemplar confortavelmente.
-Tipo como me enlouquecer, -eu disse por fim.- Eu vou dizer ao Treinador que ele tem que nos trocar de volta.
-Vai nessa. Eu podia ter um gancho para o meu próximo artigo no eZine. ‘Segunda-anista Defende-se.’ Melhor ainda, ‘Mapa de Assento Leva um Tapa na Cara.’ Hmm. Eu gostei.”
[...]
No final do dia, fui eu quem levou um tapa na cara. O Treinador recusou meu pedido para repensar o mapa de assentos. Parecia que eu estava presa com o Ross.
Por ora...
Notas Finais
Estão gostando da fic?
Por favor quem estiver acompanhando comenta aqui pra eu saber!
Continuo?