História The White Dragon s Curse - Como tudo começou

Há muito, muito tempo, um dragão de gelo - Chamado por muitos de "Dragão Branco" -de uma dimensão que não faço a mínima ideia do nome, teve uma visão.  Não uma visão qualquer, mas uma visão que previa a extinção de seu mundo. Então, esse Dragão resolveu estudar magias, achar um meio para sobreviver.

Foi quando descobriu a existência de outras dimensões. Nestas dimensões existiam diversos tipos de seres, como por exemplo fadas, bruxos, anões, princesas, e outros. Mas a dimensão que lhe chamou atenção foi a que existia o "Planeta Azul". Por que? Eu não faço a mínima ideia.

Então o Dragão Branco viajou de dimensão em dimensão - esse era o meio mais fácil de chegar onde queria, pois ir diretamente para a Terra necessitaria aprimorar seu conhecimento sobre a magia - até chegar a Terra. Mas ele não veio sozinho, outros seres magicos o seguiram. Pelo menos dez de cada dimensão, era uma chance única de conhecer outros lugares.

Quando os humanos o viram - um grande dragão branco, que mais parecia uma cobra gigante que "dançava" pelo ar - se assustaram. Nunca tinham visto um ser daqueles, os humanos eram totalmente "sem magia".

Ao chegar no chão, o Dragão de neve assumiu uma forma humana. Tinha cabelos brancos, olhos azuis e vestimentas tão brancas quanto seu cabelo. Observou o povo com desdém, via algumas crianças chorando, com medo, com os pais lhes dizendo que tudo ficaria bem, mas estes não estavam tão confiantes.

O Dragão gostou de ver que as pessoas o temiam. No seu antigo planeta, ele era apenas um dragão comum, considerado fraco e louco. Na Terra, não. No Planeta Azul ele podia ser forte, temido e digamos que "superior" aos outros.

Foi quando a lembrança de um "sonho" que tinha na infância lhe veio em mente. "Ser respeitado por todos, como um rei". Se tinha um lugar que isso poderia dar certo era a Terra, sem dúvidas.

Então o dragão desapareceu. Os humanos acharam que tinha ido embora, para sempre. Mas estavam errados. O dragão havia achado sua "casa". O núcleo da Terra.

Era um lugar aconchegante, só precisava de algumas modificações. Calor, calor demais. Usando sua magia ele congelou tudo. Toda a Terra foi congelada. Desde o interior ao exterior. Os humanos quase morreram de frio. Quase. Alguns daqueles seres magicos que vieram a Terra ajudaram. E com o tempo foram se adaptando ao imenso frio.

Quando decidiu se tornar "o deus supremo",  de alguma maneira, ele fez com que o fogo - uma coisa com que hoje em dia quase ninguém sabe o que é - desaparecesse. Ele deixou o sol porque todos iriam morrer sem ele, e que graça tem ser deus de pessoas mortas?

O Dragão Branco era - e ainda é - um ditador cruel, sedento de poder - Tinhamos de obedecê-lo, quem não o fizesse, era executado.

Com o tempo, os bruxos e fadas davam aulas de magia; os anões viravam parte da sociedade; as princesas voltavam a reinar - sim, o mundo inteiro voltou a ser regido por monarcas, mas estes apenas eram mais um dos submetidos pelo Dragão. -; e todos os outros seres que vieram também acabaram se enturmando e ajudando.

Os menos confiáveis eram os vampiros, sempre tentaram aumentar sua população, e muitos não gostavam deles.

Hoje vivemos num mundo em que, se você não tem habilidades magicas, não é um bruxo, fada ou vampiro, não está em algum dos grupos de revolta, é simplesmente um humano normal, você é considerado estranho. 

Neste exato momento, eu me olhava no espelho. Meus longos cabelos castanhos lisos estavam soltos. Meus olhos vermelhos estavam fixados nas minhas vestimentas, que eram basicamente um uniforme escolar, quando alguém me chama, me assustando.

- Liz?- Era minha mãe.- Melhor nós já irmos, não podemos nos atrasar, filha.- Dizia ela calmamente.

E era verdade. Nós tínhamos a Cerimônia de Novo Ano para ir. Essa cerimônia ocorria no primeiro dia do ano, e era a única vez no ano que nós o víamos. Quem víamos? O Dragão Branco. Ele vinha ver como estava o mundo, ver se ainda éramos submetidos a ele, se ainda o temíamos e principamente, ver se algum dos grupos de revolta tentaria ataca-lo.

Pelo menos um dos milhares de grupos atacava, e todos ficavam assustados, ninguém ousava interromper a luta. Nem mesmo os soldados do Dragão. Toda a população tinha esperanças que um dia vencessemos. Infelizmente, isso nunca aconteceu, mas  um dia, iremos conseguir. Eu sei que iremos!

Depois da tal Cerimônia, que ocorria na capital de um país diferente a cada ano - a Cerimônia era transmitida ao vivo para todas as cidades do planeta, sem excessão, quem não a visse seria morto -, a nossa vida continuava normalmente.

Para mim, depois da Cerimônia, teria que ir para a escola. No primeiro dia do ano, sem férias.

A escola hoje em dia nos ensina basicamente sobre como era a Terra Antiga, sobre as guerras, sobre a chegada do Dragão Branco, e como ela mudou tudo.

Meio que eles nos "treinavam" para sentir raiva do dragão - não que isso fosse muito necessário -, para assim, nos tornarmos membros dos grupos de revolta, que nos ensinavam a lutar, usar uma arma, e nos preprarar para quando os "filhotes do Dragão" aparecerem novamente.

Digamos, que o Dragão, de tempos em tempos se reproduz. Seus filhotes são meio que "cópias" dele. Eles tem forma humana e forma original - a de dragão. Se você quer saber, o Dragão é macho, e não faço a mínima ideia de como ele se reproduziu.

Peguei meu casaco e junto com minha mãe e meu pai, fui para o lugar que ocorreria a Cerimônia de Ano Novo.

Assim que saí de casa, senti o quão frio estava lá fora. Quando o Dragão "sai da toca" e vai para o mundo exterior, parece que fica mais frio a cada segundo. Pus meu casaco imediatamente, e pude me sentir confortável novamente.

Logo eu e minha mãe chegamos no tal lugar, e fiquei feliz por não ser o nosso ano de passar a cerimônia com o Dragão. Pelo canto do olho, vi minha melhor amiga, Yuzuki, e sai correndo em sua direção.

Ela era uma garota de cabelos loiros, e olhos cinzentos. Era um pouco mais alta que eu, e vestíamos o mesmo uniforme escolar.

- Yuu!- Gritei ainda correndo, chamando a atenção dela, assim que ela se virou para ver quem a chamava, pulei em cima da mesma, nos fazendo cair no chão.

- Liz!- Ela pareceu feliz ao me ver, mas ainda assim segundos depois de um sorriso amigável aparecer no seu rosto ela fez uma careta.- Poderia sair de cima de mim, por favor?- Ri pelo nariz ao ouvir isso e sai de cima dela, assim que me levantei, tirei a neve da minha roupa e estendi a mão para Yuzuki, ajudando-a a levantar.

Fazia um bom tempo que eu não a via, pois durante o mês de dezembro ela estava em outra cidade, estudando bruxaria. Yuzuki era uma ótima aprendiz de fada a algum tempo atrás, mas assim que aprendeu tudo que a fada tinha para ensinar, resolveu aprender bruxaria também.

Eu iría abraça-la se não percebesse que todos assumiram uma postura rígida e que uns soldados olhavam feio para mim e para Yuu. A Cerimônia já havia começado.

Me virei para o telão e via minha mãe me fitanto meio preocupada, apenas sorri para ela como se dissesse que tudo estava bem, e voltei-me para o telão. Lá estava o Dragão. Com seus cabelos brancos e olhos azuis, um terno branco e uma gravata borboleta azul. Ao lado dele, estava uma garota que tinha os cabelos brancos amarrados em um rabo de cavalo e olhos também azuis, aparentava ter uns dezoito anos. Imagino que seja sua filha, uma filhote, uma dragoa.

Senti ódio ao vê-los. Sorriam como se tudo estivesse bem, o que não estava. Primeiro, esse Dragão chega, e decide que quer ser o deus do nosso planeta, que quer fazer as coisas de sua maneira, que quer nos congelar, e depois sorri como se tudo estivesse bem. 

Suspirei tentando fazer com que a minha raiva sumisse. Comecei a pensar em coisas boas, como por exemplo, quando conheci Yuzuki, e um sorriso apareceu em meus lábios.

Pouco depois de o Dragão fazer um discurso, começou a tocar o hino. Todos cantamos, e depois de mais um discurso, finalmente acabou. Olhei para Yuu, e disse:

- Céus, como senti saudades!

Ela sorriu, erguendo uma sombrancelha.

- Acha que foi a única?

- Eu sei que você me ama.- Dei um risinho e Yuzuki revirou os olhos.

- Convencida.

Ambas rimos e após nos despedirmos de nossos familiares, nos dirigimos ao colégio. As aulas demoraram um pouco para acabar, e assim que acabaram, fomos para o lugar onde normalmente nosso grupo de revolta se reunia - era basicamente no porão de um prédio velho e inutilizável, porém grande da escola.

Quando chegamos, dois dos cinco membros do grupo já nos aguardavam. Sakura, uma garota que tinha cabelos rosados - fadas normalmente tem "cabelo colorido" - e olhos verdes, era uma boa fada; e uma bruxa que tinha cabelo castanho e olhos da mesma cor, chamada Inori.

- Agora só falta o Yoichi...- Comentou Sakura.

- Sim.- Inori respondeu.

- Ei, Yuzuki, como anda os estudos?- Perguntou Sakura, referindo-se ao tempo que Yuu passou estudando bruxaria.

- Ótimo.- Respondeu a loira, sorrindo.- Aprendi algumas técnicas incríveis, além de alguns feitiços.

E nisso, Sakura, Yuzuki começaram uma conversa que eu não entendia quase nada, me senti meio excluída, mas tudo bem.

Logo, Yoichi - um vampiro, do bem, é claro, que tem cabelos loiros, olhos azuis, alto e branco - chegou. Ele é meio que meu melhor amigo, então assim que chegou, pulei em cima dele, como fiz com Yuzuki.

- Yoi!

- Liz!- Ele deu um risinho, e logo o soltei.- Já estão todos aqui?

- Sim.- Todas nós respondemos, nosso grupo de revolta não tinha muita gente mesmo.

- Então acho que já podemos começar. Viram o Dragão?- Indagou o loiro.

- Sim, tinha uma filhote no lado dele...- Comentei.

- Eu também notei.- Comentou Inori.

- Será que... só existe ela de filhote?- Perguntou Yuzuki, tensa.

- Como assim?- Sakura pôs uma mecha do cabelo para trás.

- O fato de nós só termos visto uma não significa que só exista uma.- Yuu deu de ombros.

- Talvez possa haver outros.- Concordou Yoichi.- Mas acho melhor começarmos a treinar.

- Sim.- Sakura pegou sua arma que por acaso, era um cetro.

Peguei minha arma - que era apenas uma simples espada- e me dirigi ao centro do porão. Yoichi também pegou sua espada e foi até a minha frente.

- Pronta para perder?- Sorriu de forma macabra.

- Não vou perder pra você.- Fiz uma careta e ele riu.

Nos posicionamos e aos poucos íamos nos aproximando um do outro. Assim que chegamos perto o suficiente para um atacar o outro, ele desferiu um golpe que se eu não tivesse desviado, teria acertado minha barriga.

Dei um sorrisinho de lado provocante para ele e em seguida o ataquei com minha espada, desta vez ele se defendeu com a sua. Logo a minha estava longe e eu fiquei indefesa. Yoichi sorriu, vitorioso e eu desferi vários chutes seguidos de socos em sua barriga, depois de algum tempo, o garoto se recompôs e segurou meu pé no momento em que eu iria chuta-lo.

Me desequilibrei por um momento e quando ele soltou meu pé acabei caindo.

- Que luta besta.- Comentou.- Quero um adversário que chegue a minha altura.

- Você diz isso só porque eu sou baixinha.- Inflei minhas bochechas e ele riu.

*

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O resto do dia foi bem normal. Fui para casa e pela noite pensava no momento em que todos estaríamos livres do Dragão Branco. Imaginei o momento em que eu poderia saber o que é terra - a neve cobriu a terra quando o Dragão chegou-, ou ir a praia - a água das praias haviam desaparecido, não faço a mínima ideia de onde vem a água que eu bebo- e todas as coisas que quando ele veio para cá, deixaram de existir.

Mas eu sei que vamos conseguir mata-lo. Tudo vai voltar "ao normal". E vamos ser felizes.