Gato Preto – Vamos bruxa! Não temos muito tempo.
Ellen – T-ta bom ta bom! Vamos tentar a troca... de... *Suspira*
Gato Preto – Não temos tempo a perder, anda! (Nunca imaginei que ajudaria tanto alguém um dia. Mas se a situação continuar desse jeito ela não irá conseguir almas para eu devorar. Vamos gato, você precisa se alimentar também. Chega de fingimentos, já que ela já sabe que perdeu a metade da memória.)
Por algum motivo o gato estava agindo de uma forma estranha. Quero dizer, antes ele era tão frio comigo que chegava a dar vontade de socar a cara dele. Bem, ele ainda continua chato, mas agora ele está menos... Ele com certeza está fazendo tudo isso por ele mesmo. Sinto que ele não é do tipo que ajudaria as pessoas sem receber algo em troca. Gato esperto, mas confesso que estou precisando da ajuda dele. Estou começando a me desesperar com tudo isso.
Ellen – Não precisa fingir que está tentando me ajudar gato. Está na cara que você irá sair beneficiado se esse teu plano der certo.
Gato Preto – Heheheh, como você é uma adivinha Bruxa. Mas pense bem, se você continuar assim você pode acabar morrendo. E a sua amiguinha também. E se acharmos uma cura para você, talvez você consiga trabalhar melhor nos seus feitiços e tals.
Ellen – Odeio quando você tem razão.
Estávamos andando o mais cuidadoso possível quando de repente sinto alguém pegando no meu pé. Eu pulei de susto, porém não gritei. O gato não havia percebido o meu susto e fiquei lá paralisada por um tempo. Quando olhei para o meu pé, estava lá um sapo. Ele me lembra muito o sapo que acompanhou a Viola pela casa até ele ser devorado por uma cobra gigante naquela sala, melhor nem me lembrar daquilo. O sapo subiu no meu ombro e fui atrás do gato sem dizer nada. Até que chegamos ao destino final, que era o meu quarto.
Gato Preto – Chegamos.
Ellen – *Abre a porta lentamente*
Quando abrimos a porta, apenas havia o meu corpo possuído pela Viola caída no chão com os meus diários em volta. Ela provavelmente estava dormindo ou desmaiada. Espera, desde quando tenho tanto diário? Cheguei mais perto para ver as datas e me assustei um pouco. Eu sabia que tinha muitos anos de vida, mas não tanto assim. Tirei os diários que estavam nas mãos da Viola e tentei acordá-la.
Ellen – Ei, Viola acorda. *Balança o braço da Viola*
Viola – Hum... *Acorda* O qu... *Se assusta e bate na Mão da Ellen, afastando-a* Ellen... S-sinto muito, você me assustou.
Ellen – Não se preocupe, creio que eu faria o mesmo.
Viola – O que você está fazendo aqui? *Olha para o sapo* Espera, de onde veio esse sapo? Ele não tinha sido...
Ellen – Devorado? Creio que este aqui é outro. Também me assustei quando o vi. E... estou aqui por causa daquela coisa que se diz eu. Ela vive me atormentando nos meus pesadelos e está ficando cada vez mais perigosa, os pesadelos estão se tornando reais. Inclusive você esteve no meu ultimo pesadelo.
Viola – Aconteceu algo?
Ellen – *Mostra o olho vermelho* Você e aquela sombra eram apenas uma pessoa só, e você me deu uma facada no olho. Não estou te culpando, como o gato disse para mim, está saindo do controle. Precisamos realizar a troca de corpos agora.
Viola – Antes disso... *Olha para os diários da Ellen* Como posso dizer?
Ellen – Não se preocupe comigo do passado.
Gato Preto – Até por que ela perdeu a metade da memória depois da troca de corpos que vocês fizeram. Inclusive você Viola. Heheh.
Viola – Como assim?
Ellen – Depois o gato explica, precisamos voltar para os nossos corpos para tudo isso acabar.
De repente os moveis começaram a se mexerem. Livros caindo, folhas se espalhando pelo chão, com certeza isso é uma obra daquela sombra. Droga, falamos alto demais. Saímos correndo daquele lugar e fiz com que a porta se dirigisse diretamente para a biblioteca. Bem, preciso aproveitar o máximo de poder que eu tenho sobre esse lugar, se não posso acabar morrendo. Chegando à biblioteca tranquei as portas para evitar interrupções. Percebi que o sapo havia desaparecido, para onde será que ele foi?
Viola – E-Ellen. *Desvia o olhar* Você está bem com isso? Sobre a troca?
Ellen – Bem, é a única saída que temos.
Gato Preto – Vamos Bruxa, não temos muito tempo.
Ellen – Antes de realizarmos a troca, precisamos prender o meu corpo. Como o gato disse antes para mim, aquela sombra é feita do meu ódio. E se eu voltar para o meu corpo, a sombra também volta comigo.
Viola – Mas Ellen...
Ellen – *Abraça a Viola* Vou ficar bem, o gato irá me ajudar. *Se afasta* Agora precisamos te prender em algo. Já que depois da troca aquela sombra irá voltar no seu devido lugar, e eu posso acabar te machucando.
Viola – E-está bem...
Ellen – *Segura a mão de Viola* Assim que tudo se resolver, prometo que irei brincar com você.
Viola – *Sorriso leve* É uma promessa.
Depois de prender a Viola, que está no meu corpo, eu modifico a casa para que a porta da biblioteca a leve diretamente para a saída. Assim começamos a troca.
Ellen – Está pronta?
Viola – Sim.
Fechei os meus olhos e logo em seguida respirei fundo fazendo com que as nossas almas trocassem de corpo. Demorou alguns segundos até eu sentir que estava em um corpo. Assim que eu abro os olhos, lá estava na minha frente, levantada... Viola em seu devido corpo junto com o gato. Será que a troca resolveu todos esses problemas? Será o fim daquela sombra e todos esses pesadelos bizarros que eu tive? O que nos espera daqui em diante?
Continua...
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