A morena riu do comentário da fotografa e se aconchegou em seus braços. Clara adora ver a felicidade estampada no rosto de Marina. Ama ainda mais quando o motivo era ela. Ama ver jeito como a fotografa a olhava depois que faziam amor, porque não era o olhar de um homem quando olha para sua mulher depois de seu momento intimo com ela e vice versa. Era um olhar diferente. Clara não sabia deduzir muito bem. Mas ela gosta e muito de ver. Assim como ama demonstrar a fotografa o quanto é feliz, o quanto se sente completa, realizada, pelo simples fato de estar ali, com ela. Deitada naquele chão, aninhada em seus braços. Clara sentia como se o mundo a sua volta não existisse. Como se nada mais fizesse sentido a não ser aquele momento em que as duas se encontravam. E essa sensação tinha nome e sobrenome: Complexidade. Clara se sentia completa quando estava junto de Marina. Sentia-se segura e feliz. Feliz por saber que Marina também tinha essa mesma sensação em relação a ela. Desde a primeira vez que fizeram amor, ambas sentiam essa completude, essa conexão, como se já tivessem vivido isso há muito tempo. E com o passar dos dias, isso só se aumenta cada vez mais e agora, já quase para completar um mês de namoro, á absoluta certeza que ambas tem de terem feito a escolha certa, proporciona uma intensidade maior do que já se tem.
Ficaram assim deitadas, conversando em meio a beijos e troca de carinhos por mais algum tempo, até que Clara reclamou de estar com fome. Então se levantaram, pegaram suas roupas e subiram. Tomaram um banho rápido, vestiram suas camisolas e desceram novamente. Desde que começou a dormir com Marina dia sim e dia não, Clara se permitiu levar uma de suas camisolas para lá, para não precisar usar as da fotografa. Assim como uma escova de dente, uma blusa e uma calça. Marina insistiu para que a morena levasse mais peças para lá, mas a mesma preferiu deixar só essas. Pelo menos por enquanto. Estavam no inicio do relacionamento e por mais que se Clara a amasse muito, não queria apressar as coisas. Depois de sua decepção com Michael a morena aprendeu que se tem que viver um dia de cada vez, de maneira calma, com a razão e a emoção sempre andando lado a lado.
Foram para a cozinha preparar algo para comer. Marina sugeriu que pedissem algo de fora para comer, mas Clara optou por preparar algo rápido para as duas. Então a morena colocou a mão na massa e com a ajuda de Marina preparou um espaguete ao molho pesto, que era um dos pratos preferidos da fotografa. Enquanto a massa ficava pronta, as duas foram preparar a mesa, sempre roubando beijos uma da outra entre uma tarefa e outra. Em uma das vezes, Marina abraçou Clara por traz e começou a trilhar beijos pelo pescoço da morena. Ficaram assim por alguns minutos até que a morena se virou de frente e começou a beijar sua amada. Empolgaram-se no beijo que só foi aumentando cada vez mais e só conseguiram parar quando sentiram o cheiro da comida, que por pouco não queimou.
Ajeitaram tudo e se sentaram para comer. Marina apagou uma das luzes, deixando somente uma acesa, dando ao ambiente um clima mais romântico. Ligou seu som e deixou tocar baixinho sua trilha sonora predileta. Começaram a comer e durante todo o jantar, Marina encheu a morena de elogios, dizendo que aquela era a melhor massa que já tinha comido em sua vida. Clara zombou dela, dizendo não acreditar, mas ficou feliz pelos elogios, pois sabia o quão sincera a fotografa estava sendo. Conversaram sobre várias coisas e ao final, Marina propôs um brinde.
- E vamos brindar a que senhorita? – perguntou Clara, em tom descontraído fingindo não saber o real motivo ao qual iriam brindar.
- A nós. A nossa cumplicidade, ao nosso amor... – respondeu a fotografa já erguendo sua taça.
Clara sorriu.
- Uhum. – concordou - E ao nosso presente, para que momentos como esse possam se eternizados. – Clara completou também erguendo a sua.
As duas sorriram e trincaram suas taças na outra. Bebericaram um pouco do vinho e selaram seus lábios.
- Eu te amo tanto, sabia minha cozinheira? – Marina disse, dando ênfase na palavra “tanto”, arrancando da morena um sorriso tímido que fazia Marina derreter-se completamente.
- Do eu te amo eu sei. – beijou-a - Agora do cozinheira... Não sei não. – disse dando um risinho.
- Ué, por quê? Esse jantar que você preparou pra gente estava maravilhoso. – respondeu – Já se tornou meu prato preferido.
Clara riu.
- Exagerada. Não fiz nada demais.
- Pra mim você fez. – apontou para si e a puxou mais pra perto – Não dizem que tudo que se faz com amor, se torna a melhor coisa do mundo?! Então...
- É... Verdade. – concordou sorrindo fraco, deitando sua cabeça no ombro da fotografa.
Marina sorriu, levou sua mão ao rosto da morena e começou a acaricia-lo.
- Esta pensando em que? – perguntou baixinho, ao notar a mudança de expressão da morena.
- No meu cunhado, Virgílio. – respondeu – Ele falou essa mesma coisa que você acabou de falar quando fez um jantar pra pedir a mão da minha irmã em casamento. – disse olhando para um ponto fixo no chão – Foi tão engraçado... Ele estava tão nervoso tadinho, que quase derrubou a comida toda no chão. – disse dando um risinho ao final, ao se relembrar da cena.
- Sério?! Nossa, coitado. – riu – Então quer dizer que ele também sabe cozinhar?
- Sabe não, Virgílio é um dos melhores chefes de cozinha que eu já conheci. - respondeu Clara levantando a cabeça para olha-la – Ele manja muito tanto da culinária brasileira, quanto europeia. – disse dando ênfase com as mãos.
- Nossa! E eu achando que a paixão dele era por a música. – apontou para si – Jamais poderia imaginar que o que ele gosta mesmo é de cozinhar. O restaurante que ele tem lá em Madrid, sempre foi um dos mais frequentados na região onde eles moram, por servir somente comidas típicas daqui do Brasil.
- Poxa, que legal amor... Naquele dia na praia ele chegou a comentar comigo por cima que tinha um empreendimento que rendia muito bastante lucro pra ele, mas ele não me disse que era um restaurante.
- É... Ultimamente ele tem meio que evitado falar disso.
- É? Por quê? – perguntou Marina sem entender.
- Ah... É uma longa história...
- Vem cá me contar então. – disse puxando a morena pra perto novamente.
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- Fica a vontade. Vou pegar o vinho lá dentro. Já venho – avisou Vanessa indo em direção à cozinha.
Após Rafaela aceitar o convite, pagaram a conta e seguiram em direção ao apartamento da ruiva. Vanessa dirigiu o mais rápido que pode, chegando a frente de seu prédio em menos de vinte minutos. Desceram e subiram para o apartamento da ruiva. Chegaram ao apartamento, Vanessa guiou a loira, até o sofá e se dirigiu ao outro cômodo para buscar as taças e o vinho. Enquanto a ruiva se ausentava, Rafaela aproveitou para se olhar no espelho, que trazia consigo dentro da bolsa. Pegou-o e checou se ainda estava com tudo impecável. Passou a mão no cabelo, colocando uma parte dele para o outro lado, deixando mais visível seu franjão. Passou também um pouco de batom nos lábios e guardou novamente tudo dentro da bolsa. Passou a mão em seu vestido e se arrumou no sofá, cruzando suas pernas. Pouco tempo depois, Vanessa voltou. Olhou para a loira e pode notar as mudanças que a mesma tinha feito em sua pequena ausência. Mordeu seu lábio ao pensar se Rafaela tinha se produzido novamente para impressiona-la e ficou feliz com a resposta que veio em sua cabeça. Pensou em comentar com a loira, mas optou por fingir que não percebeu, pois a mesma poderia se sentir timidamente nervosa e acabar por querer ir embora. Então se aproximou da mesa, concentrada no centro da sala, abaixou-se e colocou as taças e o vinho na mesma.
- Bom, eu não sabia de qual tipo de vinho você gosta. – abriu a garrafa - Então resolvi pegar esse aqui, que é o que eu mais gosto. – disse enquanto colocava o vinho nas taças.
- Você tem bom gosto. Tenho certeza que vou gostar. – Rafaela disse carinhosamente, fazendo Vanessa lançar um sorriso tímido e surpreso para ela. Era a primeira vez que a Rafaela a elogiava espontaneamente sem que a ruiva fizesse nada para isso, assim como era a primeira vez que Vanessa sentia-se tímida ao receber um elogio. Sempre quando alguém a elogiava soltava alguma piadinha para reforçar o elogio recebido. Mas agora, sendo elogiava pela loira, sentiu o efeito de uma maneira diferente. Não sentiu vontade de comentar ou de soltar algum gracejo em cima. Na verdade, Vanessa sentiu vontade de agarra-la, de enchê-la de beijos por mais esse progresso que estavam vivendo no relacionamento delas. Mas optou por se conter por enquanto e lançar apenas um sorriso em sinal de agradecimento.
Vanessa pegou uma das taças e deu a outra para Rafaela. Colocou a garrafa em cima da mesa e se sentou no sofá, bem pertinho da loira. Perto o suficiente para sentir novamente o cheiro bom do perfume que exalava dela. Vanessa respirou fundo, tentando manter a calma. Rafaela sorriu de canto e bebericou um pouco do vinho, enquanto observava a designer.
- E então? Gostou? – questionou a ruiva observando-a
- Adorei. – respondeu – Vinhos do Porto são os meus preferidos. – disse referindo-se a marca do mesmo.
Vanessa sorriu.
- O meus também.
As duas se entreolharam, ficando assim por alguns segundos, até que Rafaela desviou o olhar.
- Que foi? Se arrependeu de ter vindo? – perguntou a ruiva cuidadosamente.
- Não. Claro que não. – respondeu – Eu adorei o jantar, adorei o convite e estou adorando também estar aqui com você.
Marina sorriu de canto e se aproximou mais.
- Então porque essa carinha aí de desanimo de repente?
- Porque me lembrei de umas coisas que aconteceram hoje... Não tive um dia fácil. – disse desanimadamente.
- O que aconteceu? Você brigou com a Clara? – perguntou pondo uma mexa de cabelo da loira para trás.
- Não. – respondeu – Mas antes a gente estivesse brigado... Acho que o baque seria menor do que a proposta que ela me fez. – disse abaixando a cabeça.
- Hm. E oque foi que ela te propôs? – perguntou à ruiva
Rafaela olhou para ela e desviou o olhar.
- Lembra daquela matéria extensa que eu comentei com você?
- Sim. Lembro. Claro – respondeu a ruiva rapidamente
- Então... A Clara propôs de a gente trabalhar essa nossa matéria em cima do projeto da fotografa predad... – olhou para a ruiva assustada ao se lembrar de que a mesma era sócia e amiga dela – Quero dizer... Da sua sócia – disse desviando o olhar novamente.
- Sério? – perguntou sem acreditar
- Uhum. Seríssimo. – respondeu a loira assentindo
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Clara e Marina estavam deitadas uma de frente pra outra, no chão do estúdio conversando carinhosamente. Clara explicou toda a história de Virgílio para Marina, deixando-a totalmente penalizada com a situação que o mesmo se encontrava. Depois, mudaram de assunto e começaram a conversar sobre a escola e Marina comentou sobre como andava a obra e sobre os últimos detalhes que ainda tinha para resolver. Clara contou para a fotografa sobre a conversa assustadoramente amigável que teve com Rafaela, deixando a mesma surpreendida também.
- Esta rindo de que? – perguntou Clara ao notar o sorriso estampado no rosto da fotografa.
- De nada. Só estou me sentindo feliz, por tudo esta dando certo. No trabalho e no amor – disse beijando-a.
Clara sorriu.
- Hmm. Também estou me sentindo assim. Felizzz – riu – Como nunca fui antes. – disse passando a mão no rosto de Marina.
- É... Mas pra felicidade ficar mais completa, só falta sua sócia topar trabalhar no meu projeto, pra eu poder ficar assim óh, grudadinha com você. – disse se aproximando mais da morena e selando os lábios dela.
- Hmm, verdade. Eu mal vejo a hora também. – sorriu
- Pois é, mas enquanto esse dia não chega, vou procurar alguns exercícios de contenção pra mim. – disse enquanto brincava com uma mecha de cabelo da morena.
- Exercícios de contenção? Pra que? – perguntou Clara sem entender.
- Ah, pra eu conseguir controlar meus instintos né?! Porque vai ser uma verdadeira prova de fogo, ficar do seu lado sem poder te cheirar – fungou no pescoço dela – Te abraçar, sem poder te morder – disse dando uma mordidinha de leve na bochecha de Clara, fazendo a mesma soltar um risinho – e te encher de beijinhos depois. – disse intercalando beijos entre pescoço, bochecha e boca.
Clara riu.
- Mas aí a gente tenta dar uma escapadinha, quem sabe né? - disse lançando um olhar provocativo a fotografa.
- Da é? - perguntou mordendo o lábio da morena.
- Com certeza. - disse entrelaçando seus dedos entre os cabelos da fotografa e a puxando para um beijo
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Vanessa ficou em silêncio, tentando processar o que a loira disse.
- Você não vai falar nada? – perguntou Rafaela estranhando o silêncio.
- Não tenho oque falar, até porque isso não me surpreende.
- Não? – perguntou à loira
- Não. – respondeu Vanessa – Na verdade, acho que era meio previsível isso que isso aconteceria. Ultimamente elas têm feito TUDO juntas. Acho que até ir ao banheiro elas vão juntas. – disse a ruiva fazendo careta
Rafaela deu um risinho com o comentário.
- Já eu me surpreendi e muito. – respondeu – Sei lá, achei um pouco de desdenha dela comigo, depois de tudo o que aconteceu vir me propor isso.
- Como você reagiu quando ela te disse? – perguntou a ruiva colocando a taça em cima da mesa.
- Eu fiquei parada, sem saber oque falar. Fiquei surpresa e um pouco brava também. – respondeu dando um risinho fraco
- Entendi... Então eu presumo que a resposta que você deu foi um “NÃO”, daqueles assim bem grandes – disse abrindo os braços para dar ênfase.
- Errou feio... Eu disse que ia pensar. – respondeu notando a expressão da ruiva de espanto ao ouvir sua resposta.
- Você disse isso? Eu não acredito. Nossa, você realmente me surpreende. – falou Vanessa balançando a cabeça positivamente. Ficou surpresa com a resposta da loira, pois jurava que a mesma tinha se posto contra.
- Ah, eu não tinha uma resposta exata para dar a ela. – disse - Fiquei confusa na hora sabe? Foi como se uma parte de mim dizia pra eu não aceitar, porque conviver com elas, vendo-as juntas de perto, me traria todo aquele sofrimento, toda aquela mágoa, aquele sentimento de traição. Já a outra parte dizia que eu tinha que pensar melhor e colocar na balança o que era realmente importante. Por que por mais que eu não goste dessa Marina, eu não posso colocar minha rixa com ela a frente de uma das coisas que eu mais amo na vida, que é o jornalismo. Porque infelizmente esse projeto dela se encaixa perfeitamente com o que nos foi pedido pra essa matéria. – explicava ela enquanto gesticulava com as mãos – E essa história toda dela querer realizar o sonho da mãe dela, é realmente uma história bonita. É nobre da parte dela esse gesto. – disse ela com um tom desanimado. Só Deus sabia o quão difícil era para ela estar admitindo tudo isso. Por mais que se sentisse totalmente confortável em se abrir com a ruiva, por a mesma passar pela mesma situação que a dela. Sentia raiva em ter que admitir qualidades da mulher que roubou dela uma das pessoas que mais amava.
- É verdade. É um gesto muito nobre da parte da Marina fazer isso. – concordou
– Pois é.
- Então você já sabe o que vai responder? – perguntou passando a mão em uma mecha de cabelo da loira
- Ainda não. – respirou fundo - Cada hora que passa fico mais confusa. – disse
- Eu te entendendo e muito.– disse - Mas acho que se fosse ao contrario, eu aceitaria de cara.
- Você? Sério? – perguntou surpresa.
- Sim. Claro. – respondeu a ruiva desviando o olhar.
- Tem certeza?
- Uhum. – assentiu
Rafaela arqueou as sobrancelhas.
- Então olha pra mim. Nos meus olhos. – pediu virando o rosto da ruiva para si.
- Pra que? – perguntou tentando disfarçar.
Rafaela permaneceu em silêncio estudando a expressão da ruiva.
- Que que foi? Eu heim! – disse a ruiva desviando o olhar. Abaixou a cabeça e quando levantou novamente, notou Rafaela com um sorrisinho de canto. O mesmo sorriso irônico que faz todas as vezes que a ruiva fala algo que ela não leva muita fé. Vanessa desviou o olhar de novo, tentando não se entregar. Então olhou de canto e ao ver a loira com a mesma expressão, deu um risinho e revirou os olhos se entregando de uma vez – Aí, ta, ta bom. Eu menti. – disse em tom de ironia, cruzando os braços.
Rafaela riu, ao ver o jeito da ruiva. Sabia desde o começo que ela estava mentindo, mas quis entrar no jogo para ver até onde ela iria.
- Eu sei. Te conheço. – apontou pra ela – Sei quando esta mentindo e quando não esta.
- Putz. Então eu estou ferrada agora? – perguntou a ruiva fingindo desanimo.
- Ah, isso com certeza. – respondeu fingindo-se de séria
Vanessa riu. Adorava quando a loira fingia-se de séria e levantava uma sobrancelha enfatizando o que estava dizendo. Ficava mais linda do que já é.
- Mas falando sério agora... – se virou pra ela – Acho que você deve aceitar essa proposta.
- Aé? E porque você acha isso? – perguntou séria se virando de frente para a ruiva.
- Porque eu acho que a gente só se livra do passado, quando passa a enfrenta-lo sabe?! – respondeu – Olha eu por exemplo... – apontou pra si – Só você sabe o quanto foi difícil pra mim. O quanto eu custei a me conformar com tudo isso... E só fui começar a ter coragem pra aceitar essa perda, quando eu me vi sendo obrigada a conviver diariamente. – respirou fundo – Nossa, só eu quanto era difícil ver a Clara descendo todos os dias do quarto da Marina junto dela pra tomar café com a gente. Ver o clima de felicidade que pairava sobre elas na minha frente, me dava uma dor aqui dentro sabe? – pôs a mão sobre o lado esquerdo do peito – Porque você terminar um relacionamento e quase nunca ver a pessoa é uma coisa, agora você terminar e ter que conviver com ela e ver sendo feliz com outra na sua frente, e você sem poder fazer nada, é um teste de paciência muito punk, porque a minha vontade mesmo era de quebrar a cara das duas. Mas, ao invés disso, eu respirava fundo, juntava meus cacos e agia como se pra mim aquilo não fosse nada... – parou por alguns segundos e continuou – Ter que exercer esse autocontrole todos os dias, foi foda pra mim. E ainda é. Só que agora, meu nível de incomodo com elas é de um por cento... Mas foi essa obrigação de ter que conviver com ambas que me ajudou a perceber que meu relacionamento com a Marina já era, que eu tinha que seguir em frente e investir em alguém que realmente valesse a pena. – falou a ruiva olhando fixamente para a figura loira a sua frente.
Sustentaram o olhar por alguns segundos em silêncio, Até que Rafaela sorriu e quebrou-o.
- Nossa, eu imagino o quanto deve ter sido barra pra você tudo isso. – disse passando a mão no ombro da ruiva – Mas não sei se eu conseguiria ter esse autocontrole todo. Nunca as vi juntas. Não sei se conseguiria agir normalmente. – respondeu
- Não custa tentar né?! – disse a ruiva.
- Talvez custe – disse - Você me disse que se fosse ao contrario. Se você estivesse no meu lugar, você não aceitaria. – disse apontando pra ruiva.
- Sim. É verdade. Eu realmente não aceitaria. – respondeu – E provavelmente agiria por impulso como sempre costumo agir, diria não e ainda arrumaria uma confusãozinha para não fugir do hábito né?! – disse fazendo a loira soltar um riso fraco – Mas é aí que esta a questão: Você não é igual a mim. – apontou pra ela – Porque você, mesmo surpresa, com raiva, magoada com ela, você foi forte, se manteve racional, firme prometendo ainda que iria pensar melhor... E sabe por que você fez isso? – perguntou e continuou - Porque você é boa. Tem bom coração. – sorriu e pegou nas mãos dela – Eu percebi isso logo no nosso primeiro encontro, quando eu te propus se juntar a mim contra elas e você me convenceu de que aquilo não era o melhor caminho lembra? – perguntou e Rafaela assentiu ouvindo atentamente - E eu fiquei tão impressionada com sua atitude, por que no seu lugar, eu não agiria assim mais é nunca na vida. – disse dando uma apertadinha nas mãos dela – E é por isso que eu acho que você deva aceitar. Porque você não é igual a mim Rafa. – soltou uma mão dela e levou a sua ao rosto da morena - Você tem um coração bom, capaz de amar uma pessoa quando ela menos merece. – disse acariciando lentamente o rosto e o cabelo dela. Rafaela ouvia tudo atentamente com os olhos um pouco marejado e o sorriso de canto. Estava encantada e emocionada com as palavras da ruiva. – Se eu, que tenho fama de explosiva consegui driblar isso, você então, vai tirar isso tudo de letra. – disse com um sorriso de canto.
Rafaela sorriu mordendo seu lábio inferior e levou uma de suas mãos ao rosto da ruiva.
- Agora quem me surpreendeu foi você. – pôs uma mecha de cabelo dela para traz – Eu jamais imaginei te ouvir dizendo que conseguiu superar a Marina. – tirou a mão do rosto dela e apoiou em sua perna - Você sempre venerou tanto ela que eu achei que nunca iria desistir de tentar se reconciliar com ela.
- Pois é. Mas eu consegui. – disse – E graças a você – pôs as duas mãos no rosto dela – Que não desistiu de mim.
- E nem teria como desistir né? Com você me perseguindo por aí. – disse a loira franzindo a boca dando um risinho, arrancando um também da ruiva – No fundo, eu sabia que por baixo daquela exclusividade toda, tinha alguém que valeria a pena.
- Hmm... – aproximou-se – Então eu valho a pena?
- Se não valesse, eu não estaria aqui. – respondeu – Sozinha com você – aproximou-se - No seu apartamento – aproximou mais - Correndo um grande risco de você querer me embriagar pra depois abusar de mim. – disse baixinho a milímetros de distancia da boca da ruiva.
Ao ver a proximidade, Vanessa respirou fundo engolindo a saliva.
- Você acha que eu seria capaz disso? – perguntou em tom surpreso intercalando seu olhar entre os olhos e a boca da loira.
- Uhum. Tenho certeza. – respondeu Rafaela lançando um olhar provocativo para ela.
- E mesmo sabendo, ainda aceitou o convite. – disse agora a com a distancia mínima da loira.
- Pois é. Ultimamente eu ando com uma certa dificuldade em recusar convites seus.
- Aé? – perguntou sorrindo de canto.
- É... Apesar das suas más intenções, eu gosto de você. – encarou-a séria
Ao ouvir, Vanessa arregalou os olhos, surpresa com o que acabara de ouvir. Era a primeira vez que Rafaela confessava que gostava dela. Sempre quando entravam nesse assunto, a loira desviava rapidamente dele ou simplesmente não respondia. Mas a ruiva sabia que isso não era por mal. Desde que começou a conviver com ela, Vanessa percebeu o quão difícil era para a loira falar sobre seus sentimentos. E agora ouvi-la falar assim, diretamente a pegou de surpresa.
Vanessa sorriu, olhando fixamente para a figura loira, com uma expressão séria a sua frente.
- Gosta mesmo? – perguntou rezando para que a mesma não desdissesse o que acabou de ouvir.
Rafaela sorriu.
- Sim. – respirou – E muito. – disse agora em tom tímido, desviando o olhar.
- Só não mais que eu. – disse a ruiva por fim, carinhosamente, colando seus lábios nos dela.
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– Bom dia papaiiiiiiiiiiii – gritou Julia se aproximando do sofá.
Ao ouvir, Virgílio sorriu e Pluto levou um susto e deu um pulo, fazendo a menina dar um risinho. O gato estava deitado em sua caminha próximo ao sofá onde Virgílio estava sentado.
- Bom dia filhotaaaaaaaaaaaaa. – gritou ele em resposta abraçando a menina.
- Bom dia Pluzinho – disse ela beijando a cabeça do gato – Cadê a mamãe? – perguntou a menina se aproximando do homem.
- Foi ao mercado com a sua vó. Quer tomar seu leitinho agora? – perguntou ele colocando a menina em seu colo
- Não. Eu quero falar com a titia. – respondeu a menina em tom animado.
- Mas ja filha? Ela deve ainda esta dormindo. Ela é preguiçosa igual sua mãe. – disse baixinho como se estivesse contando um segredo.
Julia riu.
- Claaaaro né papai, elas são irmãzinhas. – disse a menina.
Virgílio riu.
- É verdade. – concordou – Mas você quer falar o que com ela?!
- Que eu e o Pluzinho estamos com muitas saudadinhas dela e da titia Marina. – disse a menina fazendo um biquinho meio ao pronunciar a palavra saudades.
Ao ouvir seu nome, Pluto se levantou e se sentou no sofá próximo a eles.
- Agora melhor não filha. Ainda é muito cedo. Mais tarde a gente liga.
- Ah não papai, por favor, eu quero falar agora. – pediu a menina dengosa.
Virgilio olhou para ela, e riu ao ver a carinha fofa de pidona que a filha estava fazendo. Olhou para Pluto e o viu tentando imitar a expressão de sua filha.
- Ta, ta bom. – disse ele bufando. Sabia que se insistisse os dois não o deixaria em paz. – Mas que tal em vez de ligarmos, mandarmos aquelas mensagens de voz que você adora? – perguntou Virgilio se referindo ás mensagens do Whatsapp. Julia adorava ficar falando e mandando mensagens de voz para todos.
- Ehhhhh. Ta bom. – vibrou a menina
Pluto miou, como se quisesse dizer o mesmo que a menina havia dito. Virgílio riu, se esticou e pegou seu celular na mesinha de centro. Sentou a menina no sofá ao seu lado e aproximou o celular da boca dela.
- Quer que eu segure?
- Não papai. Eu sei segurar. – disse a menina tomando o aparelho da mão do homem.
Julia pôs Pluto em seu colo, apertou no lugar indicado e então começou a falar.
“Oi titia Clara, oi titia Marina. Aqui é Ju. Eu estou com muita saudadinhas de vocês duas. Ontem eu fiz um desenho bem bonito pra vocês e eu e o papai e o Pluzinho comemos brigadeiro que você gosta e depois brincamos de guerrinha de travesseiro escondido da mamãe. Não conta pra ela ta? E depois a gente construiu uma cabaninha no meu quarto, pra vocês poderem dormir quando vierem aqui me ver. Um beijo do Plu e Juju.”
– Que mensagem bonita filhota, sua tia vai chorar quando ouvir. – disse depositando um beijou na testa dela
– Será que elas vão gostar da nossa cabaninha papai? – perguntou ela.
– Mas é claro que sim. Elas vão amar. Nossa cabana é top. Né não Plutão? – perguntou ele passando a mão no pelo do gato.
Ao sentir, Pluto miou duas vezes.
- Espero que elas venham logo. – disse a menina deitando a cabeça no ombro do pai.
Virgílio sorriu notando o quão ansiosa a menina estava. Sabia como Julia gostava de Clara e Marina. Pluto também estava ansioso. Ao ver Julia sentada em uma das pernas de homem, correu e sentou na outra. Ficaram assim por mais alguns minutos, até que Virgílio levou ambos para tomarem café da manhã.
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Aproximava-se das 9hs quando Clara abriu os olhos devagar. Fechou-os novamente e os abriu de uma vez, sentindo um pequeno incomodo por conta da claridade. Virou seu rosto para o lado e notou Marina, que dormia tranquila, de bruços, virada para si. Sorriu e continuou parada, apenas observando a fotografa. Ficou assim por alguns minutos, até que não resistiu e depositou um leve beijo nos lábios da mesma. Ao sentir, Marina abriu um sorriso largo.
– Ah, como é amo acordar assim. – disse ela baixinho, ainda com os olhos fechados.
– Ué, você já estava acordada? – perguntou Clara surpresa
– Sim – respondeu – Eu sinto quando você acorda e fica me olhando. Aí eu fico quietinha, só esperando seu beijinho carinhoso. – confessou abrindo os olhos e dando um risinho.
- Ah, então quer dizer que a senhorita me enganou esse tempo todo? – perguntou fingindo-se de brava.
- Mais ou menos. – respondeu com um risinho – Desculpa amor, mas é que eu adoro quando você quando me mima. Quando fica assim, quietinha, só olhando pra mim com esse sorriso lindo.
– Ahhh, não precisa se desculpar meu amor. Eu também adoro te mimar. – Clara disse sorrindo e selando os lábios da fotógrafa.
Marina sorriu e a puxou para um beijo de verdade. Interromperam o momento ao ouvir o barulhinho vindo do celular de Clara, alertando-as de que tinha chegado uma mensagem. Clara se levantou, esticou-se e pegou o aparelho em cima da mesinha ao lado da cama. Sentou-se e destravou o mesmo para ver de quem era. Marina se levantou e se sentou ao lado da morena.
– É uma mensagem de voz do Virgílio. – disse – Será que aconteceu algo? – perguntou franzindo a testa.
- Será? – perguntou Marina também aderindo um semblante preocupado.
Marina se aproximou e Clara aumentou o volume. Apertou o sensor e aproximaram do ouvido. Abriram um sorriso assim que ouviram a vozinha meiga vindo do aparelho. Ao termino sorriram encantadas com a menina.
- Ainnnnn que fofa amor, ela me chamou tia! – Marina disse toda derretida
– Titia Marina – repetiu Clara imitando a voz da menina - Eu não aguento uma coisa dessas. Da vontade de correr lá agora e encher essa criança de beijos. – Clara disse soltando um risinho.
- Da mesmo. – concordou – Me passa essa mensagem depois que vou ficar ouvindo ela direto. – Marina disse.
Clara riu.
- Passo sim. Mas antes, vamos mandar uma de volta pra ela?
- Vamos, vamos sim. – respondeu a fotografa.
Clara aproximou o celular de Marina e as duas responderam a mensagem da menina, dizendo que adoraram a mensagem que ela mandou e que iriam sem falta hoje a noite lá jantar com eles. Depois de mandar, ouviram a mensagem de Julia mais uma vez e se levantaram correndo e foram tomar banho.
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- DIVAAAAAAAAAA! – exclamou Priscila indo em direção a fotografa e abrindo os braços para um abraço.
- Pri. – Marina disse abraçando-a e beijando o rosto dela – Que bom te ver. - desvencilhou-se – Estava com saudades.
- De mim? Sério? Aiii, acho que vou ter um treco. – disse pondo a mão no coração.
Marina riu. Clara balançou a cabeça.
- Eu também estou aqui viu rainha do exagero. – disse meio que reclamando
Priscila riu.
- Ah... Desculpa chefinha linda. – disse a assistente depositando um beijo no rosto dela – É que eu me empolguei.
- Como sempre né?! – disse – Algum recado pra mim?
- Não. Nenhum. – respondeu – E a senhora? Algum recado pra mim? – perguntou empolgada.
- Não. Eu deveria ter algum recado pra você? – perguntou Clara sem entender
- Recado eu não sei, mas bem que a senhora poderia ter noticias boas sobre AQUELE ASSUNTO né? – perguntou a assistente com um piscadela, referindo-se ao fato de Clara ter falado dela para Flavio.
- Ah não, esse assunto agora não Pri, acabei de chegar. – reclamou ela – Outra hora a gente conversa sobre isso.
- Mas chefinha...
- Depois a gente conversa. – disse – Agora tenho que resolver um assunto sério com a Marina. – disse puxando a fotografa e indo em direção a sua sala.
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- Assunto sério? Oque será que é? – perguntou baixinho a si mesma curiosa levando uma mão ao queixo – Não Priscila. Não. Você prometeu que iria ser discreta e que nunca mais iria ouvir conversa de ninguém atrás da porta. – repreendeu-se e respiro fundo – Agora se controla e vai fazer seu serviço. – disse se sentando em sua mesa. Apoiou seus braços em cima da mesa e começou a bater a ponta de seus dedos em cima do móvel. Respirou fundo novamente, olhou para a sala de Clara e desviou o olhar. Olhou novamente e notou a porta encostada, com uma brechinha entreaberta. – Perdão senhor, mas eu não consigo resistir. – disse indo em direção à sala de Clara a ponta de pé.
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- Essa Priscila é uma figura né? Você deve se divertir muito trabalhando com ela. – Marina disse sentando-se na cadeira a frente da mesa da morena.
- Sim... Ela é demais. – concordou Clara sentando-se em sua cadeira.
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Do lado de fora Priscila ouvia com um sorriso no rosto. Adorou ouvir pessoas falando bem dela. Se aproximou mais da porta e abriu um pouquinho mais.
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– Mas eai, doeu vir até aqui em cima senhorita fotografa? – perguntou Clara em tom provocativo
- De jeito nenhum senhorita jornalista. – respondeu – Mas é que eu estava querendo evitar situações desagradáveis né? Vai que ela ficasse com raiva de ver a gente e desistisse do projeto? Não íamos mais poder ficar juntinhas o dia todo.
Clara riu.
- Ah não, ela não desistiria por causa disso. – disse – Até porque ela sabe que esse seu projeto é incrível. Qualquer jornalista do mundo pagaria milhões pra cobrir ele.
~ Milhões? Nossa... Que projeto é esse? E o que a chefinha dois tem haver com isso? – perguntou Priscila a si mesma parada em frente à porta. Coçou a cabeça e voltou a apoiar-se na porta
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Derike saiu do elevador e ao ir foi em direção a mesa de Priscila com duas pastas em suas mãos. Se aproximou mais e franziu a testa ao não ver a menina. Colocou as pastas em cima da mesa e começou a se questionar sobre onde Priscila estaria. Olhou no relógio e lembrou-se que sempre nesse horário a menina ia buscar seu café. Pensou se esperaria e decidiu que sim. Então andou até a cadeira da moça e sentou-se nela. Ao se arrumar na cadeira e virar-se de frente, avistou Priscila, um pouco curvada, com a encostada na porta de Clara. Balançou a cabeça ao ver o que a menina estava fazendo e decidiu ir até ela. Caminhou sorrateiramente até a mesma e parou atrás dela, que de tão entretida não percebeu a presença do rapaz. Derike então deu um passo a frente, ficando a milímetros de distancia dela.
- Que feio heim?! – sussurrou ele ao pé do ouvido dela
Ao ouvir a voz, Priscila deu um pulo que quase abriu por completo a porta de Clara. Se virou rapidamente e empurrou Derike para longe.
- Aiii, que susto garoto! – exclamou a menina sussurrando - Quer me matar é? – perguntou brava dando um tapa no braço dele.
- Eu não. Quem quer se matar é você, porque se a chefe te pega ali eu n...
- Xiiiiii, - interrompeu ela tapando a boca dele - Fala baixo. Ela pode ouvir.
- Que feio heim Pri? Depois eu que não sou Dético né? – disse cruzando os braços.
- Aii, que dético o que garoto. É ético que se fala. – corrigiu ela em tom bravo – E eu não estava ouvindo atrás da porta.
- Ah não? Tava fazendo oque então ali então, com a orelha grudada na porta? – perguntou ele
- Nada ué. Eu ouvi umas vozes altas e fui ver se estava tudo bem. - mentiu ela desviando o olhar.
- Ah sei. Até parece que eu acredito. – disse franzindo a boca.
-É... E até parece que você já não fez isso né? – perguntou provocando-o
- Uma vez só. – respondeu dando de ombros.
- Então pronto. Agora deixa eu voltar pra lá que eu quero descobrir que projeto é.
- Que projeto? De quem? – perguntou ele confuso
- Eu não sei. – respondeu se aproximando dele – Mas parece que é coisa boa.– sussurrou ela.
- Ta, mais QUE TIPO DE COIS....
- Xiiiiiiu. – interrompeu ela novamente tapando a boca dele – Fala baixo Derike. Você quer que a gente se ferre?
- Não. Foi mal. – sussurrou ele
Priscila balançou a cabeça e foi em direção á porta. Abriu-a novamente e encostou sua cabeça nela. Derike foi logo atrás. Olhou para os lados para ver se não tinha ninguém e correu em direção a Priscila. Se aproximou dela se se curvou, ficando por cima da menina.
- Que é isso Derike? Sai daqui. – pediu sussurrando
- Xiiiiiiiiu. Eu quero ouvir. – disse ele se apoiando na porta também.
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- É, mas eu não daria essas informações para qualquer jornalista. Até porque eu quero que o projeto da minha mãe seje lembrado com respeito e não como uma tentativa minha de ganhar fama.
- Ah, isso com certeza né amor? E isso também nem passaria pela cabeça de ninguém... Até porque montar uma escola de artes não algo fácil de se fazer né?!
- Não mesmo. – concordou – Nossa, são tantas coisas, tantos detalhes pra pensar. – disse passando as mãos no cabelo.
~ Então a Marina vai montar uma escola? – sussurrou Priscila abrindo um sorriso
~ E de artes. Que irado. – disse ele
~ Derike, para de apoiar em mim, a gente vai cair. – pediu ela baixinho, falando entre os dentes.
~ Fica quieta, eu quero ouvir mais. – disse ele
~Então sai de cima de mim. – pediu Priscila
~ Será que tem aula de música lá? É minha chance. – disse ele empolgado, ignorando o pedido da menina.
- Derikeee sai. – pediu novamente dando uma cotovelada nele.
~ Eu não vou sair Priscila. Eu já disse que... AAAAAAAAH! – gritou os dois em coro caindo por cima dela em meio a sala da chefe.
Ao ouvir o grito, Clara se levantou e Marina virou-se rapidamente para ver o que era, arregalando os olhos ao ver os dois estatelados no chão.
- Mas o que é que isso aqui? – perguntou Clara já brava, com os braços cruzado se aproximando deles.
- AII! SAI DE CIMA DE MIM DERIKE. – gritou Priscila empurrando-o para o lado.
- Não me empurra Priscila. – disse ele começando a se levantar.
Priscila se levantou rapidamente, ajeitou seu óculos e começou a passar as mãos por seu cabelo e corpo, ajeitando a roupa. Derike se levantou em seguida com a mão nas costas.
- Aí minhas costinhas. Você quase me esmagou seu palerma. – reclamou ela dando um tapa nele.
- A culpa foi sua q...
- EU POSSO SABER oque vocês estavam fazendo caído aqui na minha sala? – perguntou em tom bravo.
- E-Eu posso explicar chefinha. – adiantou Priscila
- Ela pode. – disse Derike apontando pra ela.
Marina franziu a testa já sabendo o que tinha acontecido ali. Clara deu um passo a frente se aproximando mais deles.
- Por acaso assim, só por acaso, vocês estavam ouvindo minha conversa atrás da porta? – perguntou ela calmamente esboçando um sorriso irônico – ESTAVAM? – perguntou alterando a voz.
Priscila e Derike arregalaram os olhos, se entreolharam e voltara a olhar para ela, rezando para que uma desculpa qualquer caísse do céu.
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