A brisa relaxante atingiu o Yamato enquanto ele estava do lado de fora do prédio escolar, olhando para a quadra de tênis. Ele não conseguiu segurar o sorriso e depois olhou para baixo enquanto seu pé brincava com uma pedrinha. Quando ele ergueu o olhar de novo, ele percebeu que a Sora estava se preparando para uma partida de treino. De repente, ele percebeu que nunca a tinha visto tão bonita, e se viu corando com aquele pensamento. Ele não tinha certeza de quando ele realmente começou a notá-la como uma menina. Yamato estava prestes a ir em direção à quadra quando alguém chamou seu nome. Ele olhou por cima do seu ombro e viu seu irmão vindo em sua direção.
“O que você está fazendo aqui?” Takeru perguntou, embora ele já soubesse a resposta. Era muito óbvio. “Eu achei que você tinha ensaio com a banda hoje.”
“Eu tenho. Eu tenho.” O menino deu as costas para a quadra de tênis e tentou clarear sua mente. “Eu só estava tomando um pouco de ar fresco.”
“Claro. Ao lado da quadra de tênis.” O loiro mais novo enfatizou as últimas três palavras.
“Ah, bem…” Ele deu de ombros. “Eu estava mais perto dessa saída, eu acho.”
“Por que você não para de lutar contra seus próprios sentimentos e admite que gosta da Sora?”
“Porque eu não gosto.” Yamato se recusou a olhar para o seu irmão.
“Certo. Eu quero que você olhe nos meus olhos e diga isso de novo.”
A estrela do rock continuou brincando com a pedrinha e não olhou pra ele.
“Você é tão idiota, Yamato.” Takeru continuou e o Yamato ergueu a cabeça depois de ouvir seu irmão xingando. “Você deveria se declarar pra ela.”
“Tá bom, talvez eu goste dela. Talvez eu veja nós dois juntos, mas é só isso.”
“O que você tem a perder? A pior coisa que ela pode dizer é não.”
“Exatamente. E como eu vou encará-la depois de ser rejeitado? Não é como se eu pudesse evitá-la, sabe?”
“Você está se preocupando demais.” Takeru disse levemente. “Você pode pensar nisso depois que se declarar. Você nem sabe como ela vai reagir.”
“Eu não sei.”
“Vamos, irmãozão.” Ele deu tapinhas no ombro do Yamato. “Onde está sua coragem?”
“Isso é coisa do Taichi.” Yamato respondeu com um sorriso. “A Sora é minha melhor amiga, Takeru.”
“Isso não deveria te ajudar?”
“Eu acho que sim.” Ele disse inseguro. “Mas o que vai acontecer se não dermos certo no final e não pudermos ficar mais perto um do outro? Parece ser um preço alto a se pagar.”
“E se vocês derem certo? Você fica pensando no resultado negativo, mas e quanto ao positivo?”
“Eu acho que é mais fácil considerar só o negativo. Mas você tem razão, nós poderíamos dar certo.”
“Então o que está te impedindo de ir em frente com isso?”
“Eu não sei, Takeru. Eu acabei de dizer que é um preço alto a se pagar. Você tem que admitir que seria muito estranho pra todo mundo.”
“E daí? Isso seria provável de acontecer. Poderia acontecer com a Mimi e o Taichi, quem sabe? Tudo o que eu sei que vocês dois são livres pra fazer isso.”
“Talvez.”
“Promete que vai pelo menos pensar nisso.”
“Tá bom.” Yamato olhou por cima do seu ombro e viu seus colegas de banda esperando por ele. “Eu tenho que ir. Te vejo depois.”
“Claro.”
****
Sora saiu da quadra de tênis quando sua partida de tênis acabou. Ela não estava muito feliz com seu último jogo, já que ela esqueceu alguns movimentos básicos. Ela se sentou no banco e abriu sua garrafa de água.
“Não se preocupe, Sora.” Natsuki bateu no ombro dela de leve. “Você ainda tem tempo de arrumar esses erros.”
“O torneio é em duas semanas, Natsuki.” Ela respondeu meio desesperada. “Eu não deveria cometer os erros que alguém que começou a jogar tênis faria.”
“Você está sendo muito dura consigo mesma.”
“Bem, é claro. Eu vou enfrentar os melhores jogadores do país. Você provavelmente surtaria se estivesse no meu lugar.”
“Eu acho que você está pronta.” Ela trouxe seus joelhos para mais perto do seu peito e colocou seus braços ao redor deles. “Além disso, é sua primeira vez numa competição tão importante. Está tudo bem se você perder. A experiência que você vai ganhar é o que realmente conta.”
“Eu sei. Eu não me importo de perder. É só que…” Sora olhou para a garrafa em suas mãos. “Eu preciso ir bem se eu for seguir carreira como jogadora de tênis.”
“Você está planejando em seguir com isso?”
“Talvez. Não foi uma coisa que eu planejei, mas eu comecei a considerar recentemente. Minha mãe costumava a jogar tênis.”
“Então é por causa disso.”
“O que?”
“Você quer corresponder às expectativas da sua mãe.”
“Natsuki, eu…”
“Por favor, me deixe terminar.” Ela levantou sua mão para interromper sua amiga. “Você não vai ficar feliz se seguir os sonhos da sua mãe. Você precisa viver sua própria vida.”
“Eu não acho que ela vá me deixar fazer o que quero como profissão.”
“Então você precisa se impor e confrontá-la sobre isso.” Natsuki pegou as mãos da menina ruiva. “Estou falando sério, Sora. É o único jeito.”
“Bom, eu vou ter bastante tempo pra fazer isso depois.”
“Se você não se tornar uma jogadora de tênis profissional, você tem outra coisa em mente?”
“Até agora só arranjos florais. Eu não estou pensando muito nisso. Eu tenho três anos pela frente, então eu vou analisar minhas opções quando estiver no ensino médio.”
“Certo, mas me prometa que vai pensar nisso.”
“Eu prometo.” Sora sorriu e virou sua cabeça quando ouviu seu D-terminal apitando. Ela o pegou e o abriu para ver quem estava mandando mensagem pra ela. Seus olhos se arregalaram e ela rapidamente juntou suas coisas e jogou sua mochila no seu ombro. “Eu tenho que ir. Te vejo na próxima aula.”
****
Sora correu até a sala de música o mais rápido que podia, quase caindo no meio do caminho. Mesmo com a sua bom condição física, ela estava se mar quando chegou na sala.
“Sora? O que está fazendo aqui?” Yamato imediatamente parou de tocar sua guitarra e seus colegas de banda o seguiram.
“Desculpa interromper o ensaio de vocês, mas uma coisa muito importante apareceu.”
Para a sorte dela, ele entendeu de imediato e começou a andar até a capa da sua guitarra. “Desculpa, rapazes. Eu prometo que vamos compensar por isso amanhã. Mas o que precisamos fazer agora é urgente e não pode ser adiado.”
“É um encontro?” Kazuo provocou.
“O que?!” Yamato se virou para o seu amigo moreno com cara amarrada enquanto ele podia ver pelo canto do seu olho a Sora dando as costas para o grupo para esconder o corado dela. “Por que você sempre assume que coisas importantes têm alguma coisa a ver com namoro? Sora é minha grande amiga. Certo, eu vejo vocês amanhã.” Ele jogou sua mochila sobre seu ombro e pegou a capa da sua guitarra. Ele colocou sua mão livre nas costas da Sora rapidamente o suficiente para avisá-la que ele estava pronto. “Vamos lá.”
****
“Koushiro!” Tentomon pousou perto do seu parceiro e rapidamente correu até ele.
“Tentomon, eu senti sua falta.” Koushiro se ajoelhou e o abraçou. “Já faz tanto tempo.”
“Eu sei! Olha só pra você, todo crescido.”
“Você não mudou nada.” O menino sorriu para o seu Digimon.
Eu percebi uma pequena rachadura no chão abaixo de mim e olhei pro chão. O chão começou a tremer e eu caí depois de perder meu equilíbrio.
“Hikari, você está bem?” Meu irmão parou ao meu lado e me ofereceu sua mão.
“Estou bem, irmão.” Eu peguei sua mão ao mesmo tempo em que uma sombra muito grande cobriu todos nós.
“O que é isso?” Taichi perguntou enquanto corria até o Koushiro.
“É um bando de Monochromon.” Tentomon respondeu antes que seu parceiro pudesse falar alguma coisa.
“Taichi quer dizer o de cima, Tentomon.” Koushiro disse enquanto escaneava pelo seu programa de informações de Digimon. “Esse é Snimon.”
“Yamato e Sora foram atacados por um desses há três anos, lá em Odaiba.” Eu disse. “Nós devemos tomar cuidado com as lâminas dele.”
“Por que os Digimon mais assustadores têm que ser os mais perigosos?” Mimi cobriu seu rosto com suas mãos e falhou em ver o ataque dele vindo na sua direção. Ela só sentiu seu corpo sendo empurrado ao chão. “Taichi.”
“Você está bem?” Taichi perguntou enquanto ele se afastava dela.
“Taichi, a Digimental!” Agumon gritou para o seu parceiro.
“É claro.” Ele assentiu e tirou seu D-terminal do seu bolso. “Vai Digimental!”
“Agumon mega-digivolve para… WarGreymon!”
“Mimi, rápido!”
“Eu sei.” Mimi se levantou, pronta para entrar na luta. “Vai Digimental!”
“Palmon mega-digivolve para… Rosemon!”
Koushiro olhou para a parceira da Mimi em choque e encantamento. Vê-la pessoalmente era completamente diferente do que só ouvir sobre ela. Ele estava tão concentrado em seus pensamentos que o Tentomon teve que puxar a roupa dele pra que pudesse ser ouvido. “O que?”
“Nós devemos procurar pela sua Digimental.”
“Tem razão. Mas você não consegue evoluir e isso vai nos fazer demorar um tempo pra encontrar.”
“Eu posso te ajudar.” Eu disse e me virei para a minha parceira. “Tailmon.”
“Vamos lá, Hikari.”
“Vai Digimental!”
“Tailmon mega-digivolve para… HolyDramon!”
Mais uma vez o Koushiro ficou sem palavras por causa de outro Digimon no nível Extremo. Dessa vez, contudo, ele balançou sua cabeça antes de subir na HolyDramon. Ele não desviou o olhar do seu digivice em nenhum momento.
“Vocês vão ficar bem?” Eu perguntei ao Taichi e à Mimi.
“Não se preocupe. Nós vamos fazer nosso melhor.” Meu irmão se virou para sua namorada. “Certo, Mimi?”
“Sim! Eu estou mais do que pronta pra lutar.”
“Ótimo! Nós voltaremos logo. Vamos lá, HolyDramon.” Eu observei a batalha por cima do meu ombro antes de me virar pra frente de novo e sair com o Koushiro e o Tentomon.
****
“Então eles acharam as nossas Digimentals.” Yamato disse entre suas respirações enquanto ele e Sora corriam o mais rápido que podiam até a Sala de Informática.
“Foi o que o Taichi disse no e-mail que ele me mandou.” Sora respondeu. “Você tem certeza que não tem problema você largar o ensaio da sua banda assim?”
“Sim.” Ele tentou soar firme, mas ele sabia que ela podia facilmente perceber quando ele estava mentindo. “Não se preocupe, nós vamos ter muito tempo para compensar.”
“Certo.” Ela colocou sua mão na parede perto da Sala de Informática e começou a respirar fundo para inalar mais ar.
“Você está bem?”
“Sim, estou bem. Eu não tive muito tempo pra me recuperar da aula de tênis, só isso.”
“Podemos fazer uma pausa antes de ir ao Mundo Digital.”
“Não, estou melhor agora.” Sora balançou sua cabeça. “Além disso, nós vamos ver a Piyomon e o Gabumon pela primeira vez depois de um ano e meio. Você deve estar tão ansioso quanto eu.”
Yamato não disse nada, mas ele não precisava. Ela estava certa. Ela passou por ele, em direção a Sala de Informática.
“Nós sabemos onde elas estão?” Ele perguntou enquanto a seguia.
“Os outros, você quer dizer?” Sora olhou para ele e depois de volta à tela do computador quando ela recebeu um aceno positivo em resposta. “Não, mas nós devemos conseguir encontrá-los logo. A coisa mais importante é encontrar nossas Digimentals agora.” Ela se levantou e afastou a cadeira. “O portal está aberto. Você está pronto?”
“Sempre.” Yamato pegou seu digivice e o apontou para a tela.
****
O apito no digivice do Koushiro ficou mais alto enquanto nós nos aproximávamos de uma floresta.
“Nós devemos descer e dar uma olhada.”
HolyDramon imediatamente desceu em direção ao chão e voltou a ser Tailmon assim que nós descemos dela. Tentomon rapidamente pousou perto de uma árvore e vários arbustos.
“Por aqui, Koushiro.”
Nós corremos na direção dele e cruzamos com uma Digimental amarela com o símbolo do Brasão da Sabedoria. Koushiro e eu trocamos olhares antes de eu encorajá-lo a levantar o artefato, o que ele fez em poucos minutos.
“Você conseguiu!”
“Graças a você, Tentomon.” Ele pegou seu D-terminal também pra ver se havia alguma resposta da Sora ou do Yamato. “A Sora tá com o Yamato agora e eles estão a caminho.”
“Ótimo.” Eu disse.
“Nós devemos voltar e ajudar o Taichi e a Mimi agora.”
“Mas nós vamos deixar as outras duas Digimentals aqui?”
“Eu vou mandar pra eles a localização exata. Taichi e Mimi estão em desvantagem numérica; eles são nossa prioridade agora. Tentomon!”
“Deixa comigo.”
Por mais que o Koushiro quisesse observar o nível Extremo do Tentomon, nós não tínhamos tempo a perder. Nós estávamos prestes a subir no HerakleKabuterimon quando duas vozes familiares chamaram nossa atenção, nos fazendo virar.
“Nós podemos falar pra eles.”
“Vão ajudar os outros.” Piyomon pousou ao lado do Gabumon. “Vão!”
“Obrigada, Piyomon e Gabumon.” Eu sorri para eles. “Seus parceiros devem chegar muito em breve.”
“Vamos, Hikari.” Koushiro se curvou depois de subir no HerakleKabuterimon e me ofereceu uma mão, me ajudando a subir. “Se segure firme.”
****
Sora andou pela floresta depois de se levantar da queda. Ela estava segurando seu digivice e olhando para a tela com atenção quando ela encontrou o Yamato sentado não muito longe de onde ela tinha caído. “Você está bem?”
“Estou ótimo.” Ele se levantou. “Nós sempre vamos cair assim toda vez que viermos pra cá?”
“Provavelmente sim.” Ela deu de ombros. “Mas não é o jeito mais agradável de chegar aqui.”
“Nem me fale.” Yamato pegou seu digivice e olhou para a tela dele. “Parece que as Digimentals estão perto.”
“Nós tivemos sorte do Koushiro conseguir achar a dele primeiro e nos falar o lugar exato de onde encontrá-las.” Sora olhou por cima do seu ombro em direção a floresta e seus olhos se arregalaram. “Estou vendo uma coisa ali.”
Yamato parou ao lado dela e olhou para as Digimentals na frente dele. Ele se ajoelhou e levantou-a muito facilmente. Depois ele procurou pelos olhos dela e eles ficaram em silêncio por alguns minutos.
“Ela deveria ser erguida tão fácil assim?”
“Eu não sei.” Ele voltou a ficar em pé. “Você deveria tentar.”
“Certo.” Sora se aproximou da sua Digimental e se curvou para levantar. Um sorriso apareceu nos seus lábios quando ela segurou o artefato em suas mãos. “Finalmente.”
“Você está curiosa para descobrir o que Piyomon vai se tornar?”
“Estou. Eu…” Ela se virou para olhar para o Yamato e levemente se inclinou para sua direita pra ter certeza de que ela estava vendo claramente. Seu sorriso ficou maior e ela olhou para a parte mais alta das árvores ao redor deles.
“O que houve?” Yamato lhe perguntou com suas sobrancelhas erguidas e depois sentiu uma coisa abraçando suas pernas. Seu coração já estava batendo forte antes mesmo que ele pudesse olhar pra baixo. Um par de abraços com pelos brancos e azuis estava enrolado ao redor dele.
“Yamato!”
“Gabumon!” Ele se virou e se ajoelhou de novo, abraçando seu parceiro o mais forte de que podia. “Você estava aqui esse tempo todo?”
“Estava. Eu encontrei o Koushiro e a Hikari não faz muito tempo e falei pra eles que eu tomaria conta das Digimentals até vocês chegarem.” Gabumon olhou por cima do ombro do Yamato em direção a Sora. “Piyomon está vindo também. Ela foi beber água no rio aqui perto.”
“Então você a viu?”
“Sim, nós estávamos juntos até…”
“Sora!” Piyomon veio voando na direção da sua parceira e pousou nos braços dela. “Eu achei que você não queria mais me ver.”
“Boba.” Sora sorriu. “Por que eu não iria querer te ver mais?”
“Talvez você tenha se cansado do meu jeito.”
“Isso não vai acontecer de novo, Piyomon.”
“Você promete?” Seu rosto se iluminou de felicidade.
“Eu prometo.”
“Eu senti tanto, tanto a sua falta!” A Digimon abraçou Sora mais forte.
“Eu também senti a sua!” Sora retribuiu o gesto.
“Eu odiaria estragar o momento, mas o Taichi e os outros estão esperando por nós.”
“Você tem razão. Vamos lá.”
Piyomon pousou ao lado do Gabumon e eles olharam para os seus respectivos parceiros. Sora sentiu seu coração bater mais forte; ela estava prestes a ver a forma Extrema da Piyomon em segundos. Ela não pôde evitar imaginar como ela seria. Ela olhou pra baixo quando sentiu sua mão sendo segurada pela sua parceira de maneira tranquilizadora. Sora assentiu e depois se virou para o Yamato. Eles trocaram olhares por alguns segundos antes de se virarem para seus Digimons.
“Vai Digimental!”
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