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História TIME LAPSE (l.s.) - I'm feeling, all my fucking feelings. - História escrita por larryecho - Spirit Fanfics e Histórias
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História TIME LAPSE (l.s.) - I'm feeling, all my fucking feelings.


Escrita por: larryecho

Capítulo 12 - I'm feeling, all my fucking feelings.


Fanfic / Fanfiction TIME LAPSE (l.s.) - I'm feeling, all my fucking feelings.

Louis era uma bola de alegria, pulando como a criança que ele era no tapete da casa de Harry. Ele havia chegado até lá com Zayn e Liam em seu encalço, com engradados de cerveja e caixas de pizza, ha mais ou menos duas horas atrás. Claro que, todas as tentativas de Harry de impedir que aquela criança bebesse mais de um gole foram fracassadas, já que Louis em uma das vezes, colocou dois dedos de cerveja no copo e tacou na cara de Harry, dizendo que ele havia comprado com o seu próprio dinheiro e faria o que quisesse.

Era o seu primeiro salário trabalhando com Zayn. Ele queria comemorar. Foram as palavras de Louis para convencer Harry de que era merecedor daquilo. O fotógrafo realmente queria saber como ele havia convencido Zayn e Liam, que agiam como uma espécie de muro de Berlim entre Louis e álcool.

Ninguém conseguiu parar aquela criança, no final. 

Ele havia bebido quase uma dúzia de latinhas e agitado, começou a dizer que precisava jogar um pouco para descarregar suas energias. Ele começou ganhando facilmente de Zayn, 5x1 tão fácil que nem ao menos havia suado. Ele era o único realmente alterado, já que os outros três estavam segurando a onda. 

- Eu não vou ter um desafio de verdade aqui, vou? - Foi o que Louis disse assim que a partida que jogava com Liam acabou. Foi um pouco mais díficil, um 3x1 que estava empatado até quase a primeira metade do segundo tempo.

Louis tinha seus cabelos grudados na testa, seu rosto todo suado, e ele parecia não estar nem aí. Há meia hora atrás havia tirado o casaco que usava, ficando apenas de regata. Fazia quase 15º graus lá fora, da última vez que Harry havia checado em seu celular.

O fotógrafo achou que já estava na hora de ensinar uma lição praquela criança irritante e fazê-la desempinar aquele nariz de botão, descer um pouquinho do salto, então com sorte Louis se irritaria e iria pra casa. Ele teria um pouco de paz.

- Vamos lá. Vou te ensinar uma coisa. - Harry disse, ele estava o tempo todo sentado no sofá observando as partidas dos dois amigos contra Louis. Ele pediu espaço para Liam e se sentou no chão, ao lado de Louis, esticando as pernas longas e pegando o joystick. 

Louis o olhou de cima a baixo, aquele ar superior e debochado. 

- Acha que consegue? - o adolescente o desafiou. Ele iria começar um longo e entediante monólogo sobre ser como Messi atrás dos controles e então contar novamente a história de como era um dos melhores jogadores do time amador quando morava em Doncaster, mas Harry rapidamente escolheu o seu time, evitando que aquilo acontecesse. Louis havia contado aquela história umas três vezes em um período de duas horas.

Louis bêbado era chato e repetitivo. 

- Podemos tornar isso mais divertido? - o adolescente se animou, dando pulinhos enquanto se virava para Harry. Tão próximos que seu joelho esbarrou no braço do fotógrafo. Ele nem pediu desculpas. - Se você perder, então tem que beber toda a cerveja que sobrou. De uma vez só. - ele riu, por algum motivo que só ele e Deus entendiam, aquela era uma ideia muito engraçada.

Zayn foi o primeiro a negar. - Harry não vai mais beber.

Harry realmente não ia mais beber. Ele tinha tido sua cota de três latas, foi o que Zayn havia dito assim que começaram a beber. E não era como se ele quisesse ou achasse muito divertido acatar as ordens do moreno como se ele fosse sua mãe, mas para os remédios fazerem efeito ele precisava ficar o mais longe da bebida possível. Além de que, se ele os misturasse, seria bem fodido. Ele não estaria tomando o remédio naquela noite de qualquer forma, mas ainda assim não iria mais beber.

Mas ele não precisava que Louis soubesse daquilo. Então apenas olhou para Zayn, balançando a cabeça, e expressão de Zayn ainda confusa se suavizando como ele começou a entender onde Harry queria chegar.

- Certo, eu sou o único por fora aqui. - Liam sussurrou para Zayn, que tocou seu ombro de leve.

- Harry está realmente tentando ensinar algo para Louis.

Liam assentiu. Harry era tipo, muito muito muito muito bom no video game. Era seu passa tempo favorito e talvez a única coisa além da nicotina que o fazia relaxar. Ele estava sempre comprando um jogo novo, ou uma versão mais atualizada, sempre comparando os aparelhos para saber qual o melhor. Ele era um mestre naquela arte.

Mas Louis por outro lado, tinha aquele de invencível.

Seria bom vê-lo jogar com Harry.

- Aceito. - Harry sorriu, ele sabia que estava quase no nível de Louis naquele momento, mas iria até o final. Aquela criança precisava mesmo de uma lição. - Se você perder, então você vai ter que beber toda a cerveja que sobrou. Sozinho.

- Harry, porra. - Zayn o chamou desesperado. Ele realmente tinha o olhar desesperado. - Não foi isso que a gente combinou.

- Nós não combinamos nada. - Liam interviu, igualmente nervoso. Ele estava quase hiperventilando. Que droga Harry estava fazendo? Eles tentaram manter Louis afastado do álcool praticamente a noite toda. E tudo bem que haviam falhado, mas ainda assim. - Você tá louco?

Harry assentiu, passando a língua sobre os lábios quando Louis assentiu, sorridente.

Ele deu play no momento em que Zayn e Liam afundaram no sofá, se entreolhando como se estivessem esperando um raio os atingir.

- Você deveria ter dito não. - Zayn sussurrou, se aproximando de Liam, deitando a cabeça em seu ombro. - Você é a cabeça pensante aqui. O nosso cerébro. Como deixou isso acontecer? O que vai ser de nós agora?

Liam suspirou com o drama de Zayn, embora estivesse pensando a mesma coisa. O que mais o assustava, era que Harry tivesse realmente caído no jogo de Louis. Ele parecia tão inteligente pra isso... 

- Vamos rezar. Vamos juntos.

Liam estendeu a mão para Zayn e eles começaram a murmurar um "Pai nosso" no exato momento em que Harry fez o primeiro gol. O quê? Não tinha passado nem dois minutos que o jogo havia começado.

- Eu vou morrer.

xx

- E-eu realmente tenho que beber tudo? - Louis perguntou, quando Harry colocou a bacia cheia com o líquido amarelo bem a sua frente.

Somente o cheiro de toda aquela cerveja estava embrulhando o estômago de todos eles, mas lá estavam. Louis aparentemente apavorado, e Liam e Zayn esperando que Harry realmente tivesse um destino, porque aquela era uma situação inacreditável.

Ele havia ganhado. Fácil. Realmente fácil. Os 3x0 mais fácil de toda a sua história como gamer. Louis era bom, mas Harry era focado. Aquela foi a diferença entre eles dois. Louis jogava para ganhar até mesmo quando não havia nenhuma competição, não havia disputa. Eles estavam ali apenas pela diversão, pelo prazer da companhia um do outro - mais ou menos - e aquela criança precisava, o tempo inteiro, agir como se fosse o centro das atenções de um circo em decadência.

Harry queria o fazer entender que ele não precisa ganhar o tempo todo, para ganhar.

Era fodido? Era. Harry faria aquilo entrar naquela cabeça dura? Possivelmente não. Ainda mais com um Louis bêbado. Mas ele estava tentando.

- Você tem três segundos para começar a beber. - Harry apontou para a bacia e então para Louis. Devia ter quase dois litros de cerveja despejados naquela bacia. Provavelmente Louis nem conseguiria erguê-la até os lábios. Harry estava levando aquilo com seriedade, entretanto.

Louis havia compreendido algo a alguns dias atrás, quando assumiu o que sentia por Aiden, pegando os seus sentimentos e sentindo orgulho deles. Mas não era suficiente, não quando ele continuava a julgar tudo daquela forma, com os olhos questionadores, fazendo um pré-conceito de tudo antes mesmo de conhecer.

Harry o encarou novamente. Seu corpo tremia agora que a euforia havia passado. Zayn havia emprestado o seu casaco para Louis já que o adolescente nem ao mesmo se lembrava onde tinha jogado o seu. Ele tinha o cabelo bagunçado e os lábios vermelhos, de tanto morder a região. Ele parecia como aquele Louis que havia chorado no sofá de Harry, confuso e frágil.

- Você não quer beber? - Harry perguntou, tão rápido Louis ergueu o rosto, balançando a cabeça em um frenético não. - E se eu tivesse perdido? Você iria me forçar a beber? - ele esperou uma resposta que não veio, não em voz alta. Ele a sabia de qualquer forma. Louis era transparente como uma folha.

- Por quê você está fazendo isso comigo? - Louis sussurrou, Harry tinha quase a certeza que ele parecia ter miado. Ou então sua voz só estava ainda mais fina mesmo.

Liam o abraçou por trás, envolvendo sua cintura e fina, e apoiando o queixo em sua cabeça.

- Por quê está fazendo isso com ele?

Harry bufou, passando as mãos pelos cabelos, nervoso. Ele tinha um ponto em algum lugar. Não deveria deixar que aquela cara de cão faminto de Louis o confundir. Nem mesmo Liam ou Zayn.

Ele não se sentia como pai ou mãe de Louis para ter que ensiná-lo as coisas, mas Louis agia, paradoxalmente como alguém que se odiava e se amava ao mesmo tempo. Ele tinha seus problemas pessoais, aquela carga de responsabilidade em cima de seus ombros, e então aquele sorriso cínico e debochado para todas as pessoas a sua volta. A altivez, o nariz arrebitado, o rosto erguido.

Aquela máscara que Harry queria puxar o tempo inteiro.

Ele queria dizer para Louis: isso é o que você é. Seus medos, suas inseguranças, suas incertezas, seus defeitos são parte de você. Junto a sua parte boa, o seu yang, você é uma parte inteira, Louis, e não apenas uma metade. E tudo bem não querer que ninguém veja suas fraquezas, mas você também não precisa agir como se fosse a única coisa que presta no mundo, enquanto todos estão a sua volta como meros figurantes.

Era duro? Sim. Harry tinha aquele direito? Absolutamente não.

Ele puxou o ar. Aquela merda já estava toda fodida. Ele quase não conseguia mais pensar direito.

- Foda-se. Leve-o pra casa. Não sei, faça com que ele tome um banho gelado e durma. Só... Tire ele de fora da minha vista ou eu vou enlouquecer. - ele disse para Zayn, evitando olhar para Louis que tinha os olhos cheios de água mas se recusava a chorar. No momento, ele virou-se, e enfiou o rosto no peito de Liam.

Seu corpo pequeno tremia sob o abraço de Liam e Harry suspirou derrotado, se arrependendo totalmente do que havia feito. Merda.

- Você tá maluco? - Zayn se aproximou, sussurrando, a mão no ombro do fotógrafo. - Eu ainda estou tentando entender o que aconteceu aqui.

- Eu também. - Harry admitiu. Ele tinha, embora agora parecesse uma ideia estúpida e infantil, um jeito em sua mente de tentar trazer Louis para a realidade. O mais fodido era que ele mesmo estava fugindo dela a qualquer custo. Zayn estava certo o tempo todo.

Ele se afastou do moreno, dando um passo na direção de Liam e Louis. Ele tocou nas costas do adolescente com cuidado. Liam e Zayn o encaravam fixamente. O olhar do tatuador queimava em suas costas e de Liam queimava em seu rosto.

Como tudo ficou tão fodido tão rápido?

- Me desculpe. - ele sussurrou, ainda com a mão nas costas de Louis. - Você está bêbado, eu não devia ter-

Ele foi interrompido quando Louis desfez o seu abraço com Liam, e então virou-se rapidamente para circular a cintura de Harry com seus braços pequenos. Harry ficou sem reação durante alguns segundos, abrindo e fechando a boca, sem saber exatamente como terminar o seu pedido de desculpas. Aquele abraço dizia que elas haviam sido aceitas? Ou Louis só estava estupidamente bêbado e emocional?

- Abraça ele de volta. - Liam sussurrou baixinho, uma vez que o olhar de Harry estava atordoado. Suas mãos balançavam no ar, sem a menor noção do que fazer. - Abraça ele de volta. - Liam repetiu.

Com um pouco de esforço, Harry passou os braços pelos ombros de Louis, juntando suas mãos no meio das costas do adolescente, apenas deixando que Louis chorasse em seu peito e balançasse seu corpo de um lado para o outro.

- Eu preciso de uma bebida. - Zayn disse para si mesmo, enquanto enfiava um copo de plástico no meio daquela bacia cheia de cerveja e levava até a boca, bebendo tudo de uma vez.

Harry não o estava vendo, mas somente o som de Zayn digerindo a bebida o estava fazendo salivar. Ele sentia sua garganta seca, implorando por um gole. Seria somente um gole.

- Você pode me dar um copo? - ele pediu a Zayn, todos ainda falavam em um tom baixo, e se entreolhavam, como se a qualquer momento, alguém magicamente fosse lhes dizer o que diabos estava acontecendo ali.

Louis suspirou pesado contra seu peito, procurando por ar, afastando o rosto durante alguns segundos, para então voltar a chorar com mais força e se agarrar a blusa do fotógrafo.

- Não posso não. - Zayn foi curto e direto. Harry não esperava que ele fosse ceder aquela altura do jogo, mas ele também não esperava toda aquela situação ridícula acontecendo e era a realidade que ele tinha.

- Louis... - Harry o chamou baixo, o adolescente parecia alheio a tudo, apenas chorando alto com o rosto enfiado no peito de Harry. O fotógrafo queria perguntar se estava doendo em algum lugar, mas desconfiava que aquela criança apenas estava fazendo uma manha. - Me larga. - Harry tentou ser sutil, mas sua voz saiu rouca e irregular, como se ele estivesse gritando no escuro.

Demorou algum tempo até Louis dizer alguma coisa. Sua voz chorosa cortando aquele ar denso que permeava o comodo.

- Vou ficar aqui. - ele fungou, apertando ainda mais Harry contra si, cravando as unhas curtas sobre a camisa do fotógrafo, no final de suas costas. - Preciso de um abraço, e se eu abraçar Liam, Zayn vai ficar com-

Harry pressionou o rosto de Louis em seu peito com força, abafando as últimas palavras do adolescente. Por Deus, ele nem se importou se foi bruto demais ou rude, ele só queria calar Louis antes que ele fizesse uma merda de um estrago.

Mesmo de costas, Harry podia sentir toda a tensão exalando do corpo do tatuador. Daquele jeito típico dele, torcendo os dedos uns nos outros e mordendo os lábios. Até sua respiração era irregular.

Ele precisava dar um jeito naquilo.

- Vocês podem ir. - Harry disse rápido, afrouxando o aperto que fazia na cabeça de Louis. Aquela criança estava respirando?

Liam o olhou preocupado. Ele tinha os olhos cansados, e olhava para Louis com tanto carinho.

- Tem certeza? Louis está bêbado e você não tem muita paciência. - Liam se aproximou com cuidado, estendendo a mão para acariciar os cabelos do adolescente. - Me garante que não vai enfiá-lo debaixo do chuveiro frio.

Harry sorriu fraco, quando sentiu a mão de Zayn em seu ombro, virou um pouco o rosto para encontrar o moreno, assentindo.

- Não vou matá-lo. - garantiu. Ele não tinha muita convicção, no entanto. Sua maior preocupação, porém, era fazer com que a mão de Zayn parasse de tremer em seu ombro.

Qualquer palavra de Louis, poderia revelar o segredo que Zayn mais temia revelar em toda sua vida. O moreno podia ser corajoso para muitas coisas, mas os sentimentos por Liam ainda eram algo que o fazia tremer. Ele se sentia apavorado só com o pensamento de que aquilo pudesse deslizar da língua de Louis. Harry sentia todo o medo do amigo.

- Certo, então. Toma cuidado, ok? - Liam fez um último carinho em Louis antes de levar sua mão até o rosto de Harry e acariciá-lo. O fotógrafo fechou os olhos por um segundo, assentindo. Liam poderia ir tranquilo, ele tentaria não matar Louis.

- Valeu, cara. - Zayn sussurrou para Harry antes de apertar sua nuca e os dois amigos deixarem o comodo.

Assim que ouviu a porta fechar, Harry deixou um suspiro pesado escapar dos seus lábios. Um problema já tinha sido resolvido, faltava mais um. Talvez o maior de todos eles. Louis Tomlinson.

Ele ainda fungava baixinho contra o seu corpo, segurando firma na sua carne, nunca deixando ir. Mas pelo menos não chorava mais, Harry pontuou aquilo ao seu favor.

Isso claro, até Louis segurar firme em seus ombros e praticamente subir em cima de si como se estivesse escalando a porra de uma árvore. Harry sentiu seus joelhos fraquejarem quando Louis rodeoou com os seus próprios, jogando todo o peso de seu corpo em cima de si.

O aperto em seu ombro começou a ficar fraco e então ele tinha ao mãos de Louis deslizando pelo seu ombro. Aquela maldita criança sequer aguentava com o próprio peso. Porra, Harry queria muito deixá-lo cair no chão, mas não o fez, ao contrário, segurou firme com o antebraço na cintura de Louis, impedindo-o de continuar deslizando.

Aquilo aparentemente havia feito a vida Louis completa, uma vez que ele riu abafado contra o peitoral de Harry, antes de esfregar sua bochecha contra a blusa do fotógrafo e fechar os olhos.

Harry não acreditava que Louis fosse tão folgado daquela maneira, quer dizer, ele podia simplesmente caminhar com Louis até a varanda e jogá-lo lá de cima, seria completamente plausível, uma vez que ele o odiava bêbado e pegajoso. Porra. Harry tinha certeza que Louis estava babando toda a sua blusa.

Ele tentou afrouxar um pouco a pressão que fazia na cintura do adolescente, como um aviso que o estaria deixando ir, mas o ato apenas serviu para que Louis puxasse com força os cabelos de sua nuca.

- Porra. - Harry grunhiu, sentindo seu couro cabeludo arder. Ele queria chorar e então fazer Louis chorar. Merda. - Vai pro chão. - ele tentou balançar o corpo, mas nada funcionava. Era como se Louis tivesse colado em sua pele.

- Quero ficar aqui. - Louis murmurou, fungando como uma criança. Harry sabia, mesmo sem ver, que Louis tinha um bico enorme nos lábios.

Sua paciência estava por um fio.

- Chão.

- Colo.

- Porra. - ele praguejou novamente, olhando de um lado para o outro, esperando alguma ajuda divina, talvez. Talvez até o diabo pudesse se compadecer um pouco com a sua situação. Qualquer coisa.

Ele cansou, de qualquer forma. Depois de quase cinco minutos naquela posição incomoda, seus joelhos doíam e porra, sua cabeça começou a latejar pelo puxão que Louis havia dado em seu cabelo. Ele respirou fundo, uma, duas, três vezes antes de colocar todo o resto de força mental que tinha e sem deixar o menor cair, puxá-lo pelas coxas até seu quadril. A pele quente contra suas palmas pálidas.

- Enrosca os pés. - ele pediu, a voz assustadoramente baixa e controlada.

Esperou com muita calma Louis enganchar uma canela na outra, de forma a fazer ainda mais pressão em seu quadril. Mas pelo menos, não corria o risco de se desequilibrar com aquela criança no colo.

Harry queria mover sua mão, sua pele queimava com o contato direto na pele de Louis, e talvez aquilo não fosse exatamente o toque que uma pessoa comprometida como Louis devesse receber de alguém, ainda mais estando bêbado. Mas aquela era a única forma segura e rápida de Harry se livrar de Louis.

Ele andou devagar com o adolescente em seu colo, sentindo a respiração e o hálito de Louis em seu pescoço, uma vez que o mesmo havia deitado com a cabeça em seu ombro.

Harry abriu a porta de seu quarto com o pé esquerdo e subiu na cama pela frente, apoiando-se em seus joelhos, pondo-se literalmente de quatro, para que não ficasse muito ruim para Louis. Que merda que Harry estivesse pensando mais naquela criança do que nas suas costas fodida.

Ele tirou os braços de Louis do seu redor, assim como as pernas. A falta de calor fez seu corpo tremer por alguns segundos, mas ele fez questão de balançar a cabeça, afastando aqueles pensamentos.

Louis não estava dormindo ainda, seus olhos estavam pequenos e sua boca entreaberta, os cabelos bagunçados como se tivesse acabado de acordar. Um rubor tomava conta de suas bochechas e Harry iria se certificar, mesmo que não fosse de sua responsabilidade, que Louis ficasse o mais longe de álcool possível.

Eles haviam falhado naquela vez, mas as próximas seriam diferentes. Ainda mais com a prova de como Louis agia quando bêbado.

- Colo. - ele esticou novamente os braços para Harry, que se afastou antes que Louis o alcançasse. Um segundo até ele perceber a posição em que estava. Entre as pernas de Louis, em sua cama.

Aquilo era tão fodido de tantas maneiras diferentes, ele nem sabia por onde começar.

- Essa é uma cena que seu namorado adoraria ver, com certeza. - Harry disse baixo, abaixando o casaco que Louis usava, já que ao colocá-lo na cama, o mesmo havia subido um pouco, expondo a barriga do adolescente.

Louis bufou, cruzando os braços no peito e fazendo um bico. Ele nunca iria parar de agir como uma criança mimada, Harry pensou.

- Aiden é o meu namorado. - Louis disse o óbvio, deixando um sorriso crescer em seu rosto, grande se comparado aos seus olhos pequenos. Harry estava reunindo forças para sair daquela cama. - Niall é o meu melhor amigo. - ele sorriu mais largo e Harry quis colocar uma arma em sua própria cabeça. - Liam é o amor da minha vida, Zayn eu aturo por falta de opção e você. - ele apontou para Harry que o encarava sem expressão, todo em branco, corpo e cabeça. Louis esticou o braço e com o indicador empurrou a testa de Harry pra trás. - Você eu odeio. - ele riu, recolhendo a mão pra si, colocando-a debaixo de sua cabeça, enquanto tentava se virar para deitar de lado.

Harry estava em um transe, como se tivesse acabado de acordar depois de um coma. Piscou os olhos sem parar, tentando voltar a sua plena consciência, então um estalo na sua cabeça e ele saiu apressado da cama, vendo enquanto Louis se encolhia, de lado. Erguendo os joelhos quase até seu peito, todo encolhido.

Ele rapidamente jogou um cobertor sobre ele antes de correr para a sala.

Porra, porra. Que merda estava acontecendo?

xx

Harry estava deitado de forma desleixada no sofá, com algum livro clássico nas mãos, tão concentrado nas palavras a sua frente que não notou quando Louis se aproximou e ergueu minimamente os seus pés para que pudesse sentar no sofá.

Deixou que seus pés ficassem no colo do adolescente e continuou focado em seu livro.

Já havia pensado demais enquanto Louis estava dormindo, pensou em tantas coisas que só de relembrar fazia sua cabeça letejar. Nem todos os pensamentos eram bons, puros, ou socialmente fáceis de serem aceitos.

A maioria deles não envolvia o pequeno ser de olhos azuis a sua frente, mas a si mesmo e sua cabeça fodida. A cada dia Harry estava mais perto da morte, e aquelas porras daquelas remédios que Zayn pegou com o dr. Samuels não ajudava em merda nenhuma, não retardava nada. Não o curava, porra.

E que merda de pensamento era aquele? Harry nunca pensou em se tratar, nunca pensou em aceitar aquela doença como parte de si e fazer algo sobre. Talvez o álcool ainda estivesse correndo em seu sangue, ou toda aquela cena mais cedo havia conseguido foder de vez a sua cabeça.

Mas porra, ele queria aquilo. Queria seus amigos por perto, mesmo que eles o enchesse o saco, mesmo que eles fossem incovenientes e fodessem a sua vida, Harry não teria ter que dizer adeus. Pelo menos não agora... Não tão cedo.

Então tinha aquela criança estúpida bem ali a sua frente. 

- Está com raiva de mim? - Louis perguntou, jogando os pés de Harry para fora de seu colo, fazendo o mesmo se desequilibrar e acabar deixando o livro cair no sofá. - Por causa do que aconteceu mais cedo?

Harry respirou fundo, passando a mão aberta pelos cabelos, sentindo-os contra os dedos. Sua cabeça não doía mais, mas ainda era um pouco incomodo.

- Não estou com raiva. - Harry sentenciou, encarando Louis pela primeira vez naquela noite, pelo menos um Louis sóbrio. Os olhos vermelhos e inchados, o rosto pequeno amassado e marcado pelo travesseiro. Ele estava encolhido, como quando Harry o colocou na cama, embora agora parecesse mais com o Louis que Harry conheceu.

O adolescente ficou em silêncio, o que certamente preocupava Harry, uma vez que Louis era sempre muito barulhento. Ele esperou pela bomba. A forma como o menino lambia os lábios denunciava que ele estava prestes a falar alguma coisa, e então ele tinha os olhos fixos na barra do casaco e as sobrancelhas mexendo. Era patético mas Louis era fácil de ser lido, e bem, Harry era um ótimo leitor.

- Você estava certo. - o adolescente disse baixo, sem coragem de encarar o fotógrafo. - Se fosse eu, provavelmente teria te obrigado a beber ou teria enfiado sua cara dentro do balde. - Louis riu para si mesmo, ainda era fraco e cansado, mas era um riso. Harry manteve-se quieto. - Obrigado por não ter me forçado e desculpe pela cena, eu não... Eu bêbado sou.... Não devia beber tanto. - suspirou, puxando o ar pela boca e o soltando em seguida.

Harry podia ver a luta que Louis enfrentava consigo mesmo, ele próprio se enfrentava todos os dias.

- Me desculpe se eu agi como um filho da puta. - Harry admitiu. Se Louis podia reconhecer seu erro, então Harry reconheceria o seu também. Eles sequer estavam no lugar seguro do mais novo, mas Harry não se importava no momento. Ele meio que precisava fazer aquilo. - Eu não tenho que tentar te ensinar nada, ou colocar algo na tua cabeça. Você é novo mas não é idiota e porra, você é uma pessoa e eu sou outra. Somos diferentes, e eu posso discordar de muitos pensamentos teus, mas não posso simplesmente querer que você acredite nas mesmas coisas que eu acredito. Isso foi, porra, eu não sei o que eu estava pensando.

Louis tinha seus olhos bem abertos enquanto ouvia Harry, era bom que eles estivessem sendo sinceros um com o outro, e não simplesmente jogando as coisas e deixando que o outro entendesse da forma que quisesse. Não era assim que as coisas funcionavam com os três ali. Eles tinham aquilo de sempre dizer o que pensavam, pelo bem ou pelo mal. Eles não poupavam palavras, não se importavam de parecerem idiotas.

Louis estava aprendendo. E mais do que isso, ele estava gostando de aprender.

Ele pegou de volta os pés de Harry, com um pouco de relutância do fotógrafo e colocou em seu colo de novo, fazendo um carinho estranho na pele pálida.

- Seus pés são feios. - ele torceu o nariz mas não parou com a carícia em nenhum momento. Harry não tentava mais puxar o pé de volta, apenas mantendo-se ali parado enquanto Louis o tocava. - Qual livro você estava lendo?

- Hm, Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres.- Harry murmurou, olhando fixo para a pequena mão apertando seus dedos do pé.

- Eu entendi o que você quis me ensinar mais cedo. - Louis voltou aquele assunto. Hary esperava que ele deixasse pra lá porque tudo o que podia ser dito já havia sido dito. Ele errou feio, e pediu desculpas. Era aquilo. Ponto. Louis não precisava ir além. - Sério, eu realmente entendi. Você e Zayn estão sempre me tratando como uma criança e eu sempre estou agindo como uma. Mas, eu não sou, ok? Não sou uma criança.

Harry suspirou. Sabia a carga que Louis carregava em seus ombros e foi um puta de um imbecil por ter colocado aquele olhar de insuficiência no rosto do garoto. Porra. Não era assim que tinha que ser.

- Eu sei que você não é. Eu já disse, eu não sei o que eu-

- Às vezes eu me comporto de um jeito que eu não quero. - Louis o interrompeu. Ele tinha a sua coragem ali, as palavras na ponta de sua língua. Ele não estava falando para Harry, estava falando com Harry. Ele estava desabafando. - Como quando eu digo algo que não quero dizer. É como se eu não pudesse controlar, mas eu sei que posso, é só... Difícil. Aiden diz que gosta desse meu lado, ele diz que impulsividade é sexy. - Louis de repente pareceu pequeno demais. Harry não sabia o que fazer. - O que você acha?

Harry lembrou da forma como se sentiu ao tocar nas coxas de Louis. Errado. Como ele se sentiu com a respiração do adolescente em seu pescoço. Muito errado. E como seus corpos pareceram se encaixar quando estavam na cama. Porra. Fodidamente errado.

- Pensei que você me odiasse. Minha opinião realmente importa? - Harry jamais admitiria que fazer Louis sorrir naquele momento o havia feito sorrir também. - Escute Aiden. Ele está com você por algum motivo. Não que eu consiga enxergar algum agora-

Harry não terminou a frase pois Louis beliscou seus pés com as duas mãos. A pele fina na ponta dos dedos pequenos. Harry queria chutar Louis bem no meio da cara.

O menor riu, levantando-se do sofá e se espreguiçando. Dormiu por mais ou menos duas horas e já havia perdido o sábado inteiro naquela brincadeira. Era hora de voltar para a realidade.

- Vou estudar. - ele avisou para Harry, enquanto caminhava para fora do apartamento, deixando Harry com aquela porra daquele sentimento indecifrável no peito. Aquele amargo na boca e um enjoo na ponta do estômago.

Errado, errado, errado.

xx

- E o que aconteceu? Você ficou bêbado e pulou no colo dele? Louis, você está pulando as melhores partes. Me dê detalhes, por favor! - Niall gritava do outro lado da linha, atropelando as palavras, ansioso demais.

Louis estava uma verdadeira bagunça, sua mente não havia apagado nada do que havia acontecido quanto ele estava bêbado e ele meio que odiava isso, porque desde esse dia, sua mente trabalhava vinte e quatro horas por dia em o embaraçar, fazê-lo lembrar do modo vergonhoso como havia abraçado Harry, e então escalado Harry, abraçado Harry novamente - na cama -. 

- Foi apenas isso. - Louis disse, mentindo para si mesmo de uma forma nada convincente. - Foi um pouco mal o que ele fez comigo, embora eu fosse fazer pior se fosse ele. - ele colocou um dedo na boca, abafando um pouco as palavras confusas. Ele nem sabia mais o que estava falando. - Liam me abraçou.

Niall estalou a língua do outro lado da linha e Louis assentiu para o comodo vazio. - Estamos na mesma página? Parece que estou lendo um livro diferente do seu.

- Não sei o que está acontecendo comigo, de verdade. - Louis admitiu frustrado. Pensar em Harry e em toda aquela situação ridícula fazia sua cabeça latejar. - Vou sair com Aiden hoje, preciso me arrumar. Depois conversamos.

- Então o namoro de vocês anda bem mesmo? - Niall perguntou desanimado. Louis sabia que ele não estava muito feliz com seu namoro mas sempre que ele perguntava o motivo para o loiro o mesmo se fazia de desentendido. Aiden era um cara bom, Louis não sabia porque Niall não gostava dele. - Faz quanto tempo? Um par de semanas?

Louis suspirou. - Um mês. Fez um mês semana passada. Então teoricamente é um mês e uma semana.

- Você é bom com matemática. - Niall riu humorado e por mais que Louis quisesse, o sorriso morreu em seus lábios. Ele se sentia um pouco miserável e aparentemente não havia nenhuma razão para isso. - Vai para o encontro com o garoto dos seus sonhos. Eu vou voltar para o meu video game, a gente se vê.

Louis desligou o telefone e imediatamente pressionou o travesseiro macio contra o próprio rosto, abafando um grito. Parecia uma droga de um filme horrível em camera lenta.

Ele tinha sua vida andando corretamente sobre os trilhos. Seu trabalho no estúdio não era o melhor do mundo, mas o fazia se sentir bem. Zayn - aquele maldito tatuador - tinha ganhado um espaço no coração de Louis mesmo contra a sua vontade. Ele realmente não o viu se tornando alguém assim, tão especial quanto ele era agora. Era quase inacreditável.

Ele sorria quando via Zayn. Isso era horrível!

E então ele tinha as coisas funcionando bem em sua casa. As gêmeas estavam estudando em um colégio integral que elas se adaptaram facilmente, e ainda que Jay ainda fosse a mesma, ela estava diferente. Aos poucos, ela estava começando a participar da vida das filhas. Não pedia mais dinheiro à Louis com tanta frequência e jantava em casa pelo menos três vezes na semana. 

Seus estudos iam bem. Louis era naturalmente inteligente e seu amor pela profissão que iria exercer realmente deixavam as coisas mais fáceis.

Ele tinha Aiden - o namoro dos sonhos. Gentil, atencioso, amoroso. Aiden era um pouquinho pegajoso demais e às vezes isso irritava o adolescente, mas Aiden estava sempre lá por ele, com seu bom humor e sorriso bonito.

Mas não era como se Louis pudesse respirar o ar puro e se sentir plenamente feliz quando ele tinha aquela sensação de que estava faltando alguma coisa. E droga, aquele borburinho no estômago como borboletas todo vez que ele via o maldito babaca do seu vizinho.

Ele queria odiar Harry. Queria odiar Harry com todas as suas forças mas não conseguia evitar todas as noites levar algo saudável para ele comer, ou contar sobre o seu dia, ou tentar conter o sorriso quando ele chegava na casa do fotógrafo e ele estava com as gêmeas as seu redor, brincando com elas e sendo um completo imbecil.

Todos os dias Louis queria perguntar a Harry por que ele havia o beijado na testa antes de ir falar com Joey.

Quer dizer, havia passado mais de um mês e Louis ainda podia sentir sua testa formigando no lugar onde Harry o beijara.

Ele tentava criar outras memórias com Aiden, subsituí-las pelas de Harry, mas era impossível. Não importa o que ele fazia, o fotógrafo estava sempre em seus pensamentos.

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- Estou pensando em fazer uma tatuagem. - Louis comentou, sentando-se ao lado de Zayn. Ele entregou um copo para Harry, erguendo a sobrancelha direita. - Você não vai colocar suco pra mim?

Harry parou o que estava fazendo. O que ele estava fazendo mesmo antes de Louis entrar pela sua porta com aquela ideia maluca? Harry não sabia nem quem ele era.

- Você vai fazer uma tatuagem? - Zayn perguntou surpreso, ele pegou o copo da mão de Louis, encheu com o suco e entregou para o adolescente. - Eu não acredito nisso. Vai mesmo me deixar te tatuar?

- Eu não disse que faria com você. - Louis sorriu provocativo, levando Zayn a rosnar. Ele ainda sorria, embora. - Estava pensando em algo pequeno, sabe, eu acho que vai doer muito.

- Depende. Você poderia fazer em um lugar com bastante carne. - Zayn o olhou sugestivamente. - Na sua bunda, talvez.

Louis riu, cobrindo a boca com a mão quando um pouco se suco escapou dos seus lábios. Ele olhou para Harry que ainda estava parado na cozinha como um poste. Era como se ele estivesse congelado.

- O que você acha? Eu deveria fazer uma tatuagem na minha bunda?

Harry piscou os olhos algumas vezes - muitas vezes - ele estava no planeta terra?

- O que?

Louis suspirou entediado. - Vou fazer uma tatuagem, eu disse. Vou fazer uma tatuagem na minha bunda. Estou perguntando o que você acha deu fazer uma tatuagem na minha bunda.

Louis parecia estar falando com uma criança de três anos. Claro que ele estava fazendo de propósito, provocar Harry perdia a graça de vez em quando, mas sempre era bom. Ele nunca perdia o jeito. Ver o fotógrafo com o olhar perdido como um cachorrinho era o maior triunfo da vida de Louis.

- Você não precisa dizer bunda tantas vezes. - Zayn apontou. - Acho que ele já entendeu.

Harry aos poucos voltou ao normal, o mais normal possível. Ele se sentou na mesa. Sequer havia se lembrado de que se levantou. Ele pegou um pedaço de pão e levou até a boca.

- Vai mesmo fazer uma tatuagem? - sua voz era um pouco descrente e sua expressão também.

Não era como se Louis não estivesse esperando essa reação, afinal, ele havia julgado Harry e também Zayn e Liam e todas as pessoas do mundo que tinham tatuagens e olha onde ele estava agora. Trabalhando em um estúdio e desejando uma tatuagem.

- Ainda estou pensando no lugar. - ele deu uma olhada rápida no próprio corpo, analisando. - Qual outro lugar seria bom?

- É uma tatuagem grande ou pequena? - Zayn perguntou.

- Média. Hm, acho que uns cinco centímetros. É só uma palavra, na verdade. - Louis explicou, bebendo um pouco de suco. Harry estendeu o guarnapo quando Louis deixou suco escorrer pela boca.

- Está com a porra da boca furada?

- Não. - Louis encolheu os ombros, passando o pano de vagar sobre os lábios. - Estou com uma afta aqui. - ele mostrou a parte interna do lábio inferior para Harry, apontando para o machucado. - Dói.

- Claro que dói. - Harry bruscamente tirou o copo de perto de Louis e o entregou a Zayn. - Não pode beber nem comer coisas cítricas.

- Desde quando você virou um dentista? - Louis passou a língua sobre o pequeno ferimento, sentindo a textura estranha.

Harry não respondeu nada, ele apenas suspirou alto e voltou a comer seu pão. Louis poderia dizer que ele não estava se sentindo bem, uma vez que ele nunca deixava Louis sem uma boa resposta.

E não era incomum que Harry sentisse mal estar, especialmente pela manhã. Seus olhos sempre estavam pequenos demais, seu humor dez vezes pior que o normal e sua paciência em um limite perigoso. Louis quase sempre o ultrapassava. Harry não chegava a ser mal exatamente, apenas dizendo algumas palavras feias que Louis esquecia no mesmo segundo.

- Podemos tentar na coxa, se você quiser. - Zayn retomou a conversa, ainda analisando Louis. Ele estava tão animado com a ideia de tatuar o adolescente que seu olhar era até um pouco assustador.

- Não sei. - Louis comprimiu os olhos, pensando em uma alternativa. - Você acha que no pulso doeria muito?

Zayn revirou os olhos. - Tatuagens no pulso são tão clichês. É chato.

- Quem vai fazer a tatuagem sou eu. Eu escolho o lugar que eu quiser. - Louis resmungou.

- Então procure outro tatuador. Eu me recuso a fazer uma tatuagem no pulso.

- Como se você fosse deixar outra pessoa me tatuar. - Louis respondeu sem humor. Ele levantou da mesa, seu dedo estava na boca, pressionando o ferimento. - Tenho que ir. Charlotte levou as meninas para a escola e eu tenho a casa inteira. Vou estudar. - ele olhou para Harry que tinha os olhos fixos no nada, ele parecia divagar. - Você vem?

Harry balançou a cabeça. - Pra onde?

- Para o estúdio. - Louis disse sem paciência. - Vou fazer a tatuagem depois do expediente. Você vai estar lá?

- Não.

Louis sorriu, ele tirou o dedo da boca e passou pela bochecha de Zayn que se contorceu em desgosto.

- Nos vemos mais tarde.

- Eu disse que-

- Tchau. - Louis o interrompeu, sorrindo ainda mais largo. Porque não importava quantas vezes Harry negava no final ele sempre estava lá.

Louis estava contando que isso não mudasse. 



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