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História Timeless Love - Catradora AU - Um novo começo - História escrita por xTuffman - Spirit Fanfics e Histórias
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História Timeless Love - Catradora AU - Um novo começo


Escrita por: xTuffman

Notas do Autor


E ai pessoal, tudo bem?

Esse é um capítulo complementar, mostrando um pouco da vida da Catra depois que ela parou na nova realidade para onde o Prime a enviou.

Há vários avanços de tempo aqui até um ponto antes de onde se iniciará o próximo capítulo que já é no segundo arco da história e que, também, será alguns anos depois do fim desse.

Espero que gostem da leitura e desculpe quaisquer erros.

Capítulo 8 - Um novo começo


Fanfic / Fanfiction Timeless Love - Catradora AU - Um novo começo

Los Angeles, Califórnia – Nova realidade 

“O amor é a única coisa que transcende o tempo e o espaço.” 
Prime, citando uma fala que tinha escutado em um filme no futuro da realidade original.

 

Ao mesmo tempo que a realidade anterior se reajustava aos novos parâmetros, Prime cumpriu sua promessa de levar Catra a um ponto no espaço-tempo onde a realidade original e a paralela, a nova realidade, ainda estavam em sincronia e ela poderia ter sua segunda chance. Ela não teria memória de nada de sua realidade e vida anterior, porém fragmentos de memória difíceis de se apagar poderiam ocorrer, os déjà-vu. 

Era 28 de Outubro de 2000, cerca de 19h37 da noite, quando numa sala de cirurgia de uma clínica médica da periferia de Los Angeles, uma pequena Magicat nascia. 

 

Alguns meses depois, Abril de 2001. 

Uma campainha toca insistentemente em algum lugar de Los Angeles. 

Era tarde, por volta das 23h27 da noite, e a governanta que cuidava daquele local se levantava da sua cama para atender quem estava à sua porta, tocando a campainha sem parar. 

— Já vai! Já vai! - exclamava ela pelos corredores, então descendo as escadas, enquanto ajeitava a sua camisola e ia calçando suas pantufas de um jeito desajeitado. 

Ela para em frente a porta, dá um suspiro forte olhando os pés e pensa consigo mesma “Bom, vamos lá...”, segura firmemente o seu bastão de baseball que havia pego momentos antes, pois se caso algo acontecesse, ela gostaria de estar preparada de alguma forma. Coloca a mão na maçaneta, gira a chave na fechadura e abre a porta para encarar o nada à sua frente. Estica o pescoço mais pra fora da porta e consegue ver alguém correndo no fim da rua, adentrando a escuridão, mas não conseguiu identificar quem era. Poderia ter gritado, reclamado de tê-la acordado àquela hora da noite depois de um dia cansativo de trabalho, mas achou melhor não, pois poderia acordar os seus vizinhos e aquela era uma rua onde a maioria dos moradores eram idosos e que a essa altura, já deveriam estar no seu décimo quinto grau de sono. 

Já girava nos calcanhares com a intenção de entrar novamente na grande casa e voltar ao seu sono, afinal o dia seguinte seria cheio, até que ela escuta um barulhinho bem baixinho. 

Ela vira de volta, olhando para a parte de fora e então para baixo, percebendo uma caixa de papelão no chão, um degrau mais abaixo da pequena escada que dava acesso à porta, por isso não havia percebido antes. Então ela se abaixa e abre uma das tampas, dando de cara com uma pequena Magicat deitada dentro, em cima de um cobertor felpudo e enrolada em uma manta para não passar frio. Quando ela se abaixa para pegar a criança no colo, a mesma se encontrava brincando com sua cauda com suas mãozinhas. 

Então a mulher coloca a pequena Magicat dentro da caixa novamente e a pega em suas mãos e consegue ver um nome escrito na sua lateral, era “Catra” o que havia ali, então assumiu que esse era o nome da criança. Baixou a caixa na altura de seu peito para observar o neném ali dentro mais uma vez e percebeu que não deveria ter nada mais que alguns meses de vida, o que comprovou ao ler o papel que se encontrava ao lado da criança que dizia “Me perdoe, mas não posso mais cuidar dela. Nascida em 28 de Outubro de 2000.”, ou seja, o bebê tinha cerca de seis meses de vida. 

Agora sim, com certeza, virou em seus calcanhares adentrando novamente a casa e levando a caixa com a criança consigo e fechando a porta em seguida. Do lado de fora da porta, acima do batente, havia um letreiro entalhado na madeira que dizia “Orfanato Coração de Etheria”. 

Seu nome era Sarah Castapella, ela cuidava de muitas crianças dentro daquele orfanato, junto de outros ajudantes e alguns voluntários. 

O orfanato era uma casa grande, praticamente uma mansão, com inúmeros quartos e com várias crianças que ou perderam seus pais e não tiveram quem cuidasse delas, ou tiveram sua guarda retirada pela justiça devido a algum problema, ou foram abandonadas por eles, como foi o caso da gatinha que Castapella acabara de achar no batente da sua porta da frente. 

Sentou-se no sofá da sala principal, colocou a caixa de papelão em seu colo e com todo cuidado do mundo, segurou aquele bebê em suas mãos mais uma vez, a levantando, para observá-la melhor. 

Era uma criança pequena, tinha um pelo curto na cor castanho onde nas costas e nos braços e antebraços a pelagem formava listras transversais de cor mais escura, tinha uma pele na cor de caramelo por baixo dos pelos, uma cauda felpuda de coloração mais escura, quase chocolate, assim como o cabelo no topo da sua cabeça que formavam uma pequena juba. Também havia pequenos tufos de cabelo atrás da base das orelhas com uma coloração mais clara. A encarou face a face e então percebeu que a criança além de ter uma boca mais marcada, com lábios mais escuros que o resto da sua pele, tal qual um gato, também tinha algumas sardas em suas bochechas e olhos de cores diferentes, “Heterocromia!” ela pensou, enquanto um sorriso singelo se formava em seu rosto, e então viu um olho de cor âmbar e outro de azul claro. 

— Ah minha criança... - disse Castapella, enquanto soltava um suspiro forte — Você não merecia isso, mas vou cuidar de você, pequena Magicat! - completou. 

Castapella ficou pensativa sobre a Magicat em suas mãos, pois sabia que a população deles era a menor existente na sociedade e teria de ser cuidadosa ao deixar alguém se aproximar da menina, com a intenção de adotá-la, já que uma parte dos Magicats que entravam no sistema e que eram adotados, muitas vezes eram tratados como animais de estimação, só por terem características felinas. 

A gatinha apenas continuava brincando com sua cauda nas mãos, enquanto encarava aquela senhora a sua frente. 

 

CASTAPELLA 

5 anos depois – Los Angeles, Califórnia. 

Abro a porta do orfanato e dou de cara com a assistente social, Darla Shippard, que estava acompanhada de uma outra mulher, mulher esta que vinha visitando a pequena Catra faz cerca de um mês. Dou bom dia à ambas e abro espaço para que possam entrar no orfanato, fechando a porta em seguida. 

Então as guio até o meu escritório, faço menção para que sentem nas poltronas individuais à frente da minha mesa e então me dirijo a mesma para me sentar também. 

A mulher que acompanhava Darla tinha por volta dos 35 ou 40 anos, pele escura e acinzentada, cabelos pretos, longos e lisos, olhos verdes e orelhas pontudas. Era uma elfa, mais precisamente, uma “elfa da noite”. 

— A que posso atribuir a visita das duas? - perguntei sinceramente, com um sorriso no rosto. 

— A Senhora Weaver já se decidiu, Castapella, ela gostaria de oficializar o processo de adoção da menina Catra. 

Olho para Weaver que assente com a cabeça, concordando com o que Darla havia falado, com um sorriso feliz no rosto. 

— Então senhora Weaver... - falo enquanto me dirijo a ela — A senhora realmente está decidida a adotar a Catra, certo? Devo lembrar que como sabemos, há um histórico na sociedade onde Magicats adotados pelo sistema costumam ser tratados como animais de estimação e trata-los assim é contra a lei, sem contar que costumam ser devolvidos rapidamente pelo seu temperamento arisco de felinos! 

— Sim Castapella, estou decidida! - exclamou Weaver — Eu sei que a Catra é assim, mas acredito que tenhamos criado um certo vínculo maior depois desse último mês que passei vindo aqui visitá-la e outra coisa, ela é uma pessoa, nunca a vi como um animal de estimação e te garanto que eu repudio esse tipo de tratamento. 

— Certo. - concordei, olhando para Weaver, que ainda tinha um sorriso bastante sincero em seu rosto. 

— Então Darla... - me virei para esta e questionei — Já foi dada entrada na papelada de adoção? Já está tudo certo? 

— Sim Castapella, já estou com tudo aqui comigo. - disse ela, enquanto tirava uma pasta cheia de documentos de dentro de sua maleta. 

Pego a pasta de suas mãos e a abro, verificando todos os documentos dentro, como comprovantes de residência da senhora Weaver, comprovantes de renda e atestados que asseguravam que a mesma tinha plenas condições mentais, físicas e monetárias de cuidar de uma criança pequena de toda maneira possível, assim como uma declaração de um juiz autorizando a conclusão do processo. 

— Certo... vamos lá então. - falei me dirigindo as duas — Vejo aqui que aparentemente está tudo nos conformes, mas devo lembrar que há um período de alguns dias de “despedida” da criança do orfanato, para que dê tempo de ela arrumar suas coisas corretamente e se despedir de todos que cuidaram dela, além dos outros amigos aqui dentro. 

— Tudo bem! - responderam as duas em uníssono. 

— Ok então! - exclamei — Weaver, gostaria de alguns momentos com a Catra, para conversar com ela e lhe dar a notícia? 

— Claro, eu gostaria muito! - ela disse. 

Assinto com a cabeça, concordando, então faço menção para que Weaver me acompanhasse à sala de visitas. Deixo-a lá dentro e então vou atrás da Catra. 

 

CATRA 

Eu estava no meu quarto lendo uma revistinha em quadrinhos da She-Ra que a senhora Weaver tinha me dado numa das últimas visitas que ela veio me fazer aqui no orfanato, então a porta do quarto se abre e vejo a senhora Castapella olhando para mim com um sorriso no rosto. 

— Bom dia minha gatinha. - ela disse, enquanto sentava ao meu lado da cama e me fazia um cafuné. 

— Bom dia senhora Castapella! - sorri de volta. 

— O que está fazendo? - ela me olha curiosa. 

— Estou lendo uma revista em quadrinhos da She-Ra que a senhora Weaver tinha me dado numa das últimas visitas. 

— Nossa, que legal! - ela exclamou — Bom, eu tenho uma novidade para você! A senhora Weaver está aqui hoje e gostaria de te ver e ela tem uma novidade para te contar. Vamos lá? - eu assenti freneticamente com a cabeça e a acompanhei até a sala de visitas. 

Chegando lá, logo que a senhora Castapella abre a porta para mim, posso ver a senhora Weaver sentada na poltrona enquanto olhava um dos livros infantis que tinha na estante perto dela, então saio correndo de braços abertos em sua direção. 

— Senhora Weaver! - gritei — Como é bom te ver! 

— Olá minha menina! - ela me abraçou — Como vai você ein? 

— Vou bem senhora Weaver! - me afasto um pouco do abraço, enquanto olho para ela que tinha um sorriso no rosto. 

— A senhora Castapella disse que a senhora tinha uma novidade para me contar? - perguntei. 

— Sim minha menina, eu vou adotar você! - disse ela, abrindo um sorriso enorme no rosto. 

— Então... a senhora vai ser a minha nova mamãe? - perguntei e Weaver assentiu com a cabeça, ainda sorrindo. 

Eu não podia estar mais feliz. 

 

 Aproximadamente 1 ano depois – Los Angeles, Califórnia. 

 Estávamos na praia, aproveitando o dia, eu estava na areia com meu baldinho amarelo e uma pazinha de plástico, fazendo castelinhos de areia e cavando buracos por aí enquanto minha mãe adotiva estava sentada numa cadeira de praia, com seu chapéu e óculos escuros, debaixo da nossa barraca, enquanto lia um livro a uns metros distante de mim. 

Até que vejo um par de pezinhos brancos parados em minha frente, subo minha visão e dou de cara com uma menina mais ou menos do meu tamanho, parecia um pouquinho mais alta, loira com um rabo de cavalo, de olhos azuis, tão azuis quanto o oceano perto de nós, com um sorriso no rosto que tinha uma janelinha devido à falta de um dos dentinhos da frente. 

— Olá! - ela disse sorridente — Posso brincar com você? 

Ela parece um anjo, pensei comigo. 

— Oie! - respondi — Claro, pode sim! 

Então ficamos as duas ali brincando na areia, construindo castelinhos de areia por algumas horas, até a minha mãe adotiva chegar perto de nós. 

— Catra minha filha, vamos? Está perto da hora do almoço! - ela me disse. 

— Sim mamãe! - respondi — Mãe, olha só para ela, não parece um anjo? - segurei uma das mãos de Weaver e apontei para a menina que brincava comigo. 

— Sim minha menina, parece sim, muito bonita a sua amiguinha! - ela respondeu enquanto sorria para a loira — Mas agora se despeça dela e vamos para não atrasarmos o nosso almoço! 

Eu assenti, recolhi minhas coisas, dei um abraço rápido na amiguinha que tinha feito ali e me despedi dela que me deixou com a visão de seu sorriso com janelinha enquanto dava tchau com sua mãozinha. 

“Droga, esqueci de perguntar o nome dela!” eu pensei, dentro do carro no caminho para casa, mas espero vê-la novamente por aqui algum dia desses. 

Não a vi mais. 

 

6 anos depois – Los Angeles, Califórnia. 

Eu tinha acabado de voltar do mercado da esquina para a minha mãe, tinha ido comprar umas coisas que ela tinha me pedido, quando entro em casa e a vejo sentada de frente para a televisão da sala, um pouco impressionada. 

— O que foi mãe, tá tudo bem? - questionei. 

Sim, a esse ponto da vida eu já a chamava de mãe. Não como antes na inocência de uma criança, mas como mãe mesmo.

Há uns 2 anos atrás já tínhamos feito o processo de registro, oficializando-a como minha mãe e eu finalmente escolhendo um nome para mim, para poder usar o seu sobrenome junto.  

Agora eu me chamava Camila Weaver. 

Camila, nome esse que eu já gostava desde pequena e já fazia um bom tempo que eu me apresentava assim para as pessoas, mas nunca deixei de utilizar o meu apelido, Catra. 

— Vem cá minha filha, aconteceu uma coisa com os Grayskull. 

— Com quem? 

— Os Grayskull, os donos da maior empresa de construção do país, eles são bem conhecidos pelos seus programas de caridade, inclusive o orfanato de onde te adotei foi construído por eles e recebia doações deles. 

Então me sento ao seu lado e começo a prestar atenção na notícia. 

“...investigações relatam que o avião que parte da família Grayskull viajava teve uma pane hidráulica nos sistemas de manobra, travando os flaps e o sistema de elevação na posição para baixo, fazendo com que a aeronave iniciasse uma descida acentuada e muito rápida, não havendo tempo para se recuperar da manobra, pois já estava iniciando o procedimento de aproximação do aeroporto, estando assim bem próxima do chão. O jatinho de modelo EtherianAir EA150 da família Grayskull se chocou contra o monte San Antonio, próximo à Los Angeles, enquanto retornava à cidade.” 

Então a cena muda para a transmissão do enterro da família. Dava para se ver quatro caixões, mas apenas dois nomes eram mencionados, Randor e Marlena Grayskull. 

Das pessoas em volta dos túmulos, eu conseguia ver uma senhora baixinha com cabelos grisalhos, uma moça morena de cabelos castanhos em uma longa trança e uma menina loira de rabo de cavalo, mas estas últimas tinham suas faces borradas pela transmissão, provavelmente para preservar suas identidades, já que deveriam ser as filhas dos Grayskull. 

— Santa Ethéria, que sofrimento que essas meninas devem estar passando. - disse minha mãe, enquanto olhava para a televisão. 

— Pois é, não posso nem imaginar o que elas podem estar sentindo. - respondi. 

E não podia mesmo. 

Eu sabia que tinha sido abandonada quando criança no orfanato, a senhora Castapella sempre tentava me explicar isso da melhor maneira possível quando eu perguntava sobre meus pais biológicos e quando a senhora Weaver me adotou e me acolheu, ela me explicou também e se tornou a pessoa que me deu amor, compreensão e me transformou na menina de 12 anos que sou hoje. 

Então a dor que eu sentia por abandono, aquela sensação constante de não ser suficiente para ninguém, para que meus pais me quisessem, era diferente da dor de uma pessoa que perde os seus pais por uma fatalidade, um acidente, é diferente de uma pessoa que recebeu amor de seus pais biológicos a vida toda, por mais que hoje eu tivesse a Sandra Weaver, minha nova mãe, para me apoiar e me dar afeto. 

 

 “O destino vai se encarregar de unir vocês... quantas vezes for necessário...” 

Prime. 


Notas Finais


E ai, dúvidas? Comentários?

Críticas e sugestões são sempre bem vindas! 😉


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