Ao abrir os olhos naquela manhã eu sabia que algo havia mudado, começou pela tranqüilidade e harmonia em cada pequeno e insignificante gesto que eu praticava. Ao entrar em seu carro, sentir seu cheiro e ter um leve vislumbre de seu sorriso me desejando bom dia, eu soube a razão para o mundo estar diferente aos meus olhos: ele.
Zayn Malik também conhecido como uma das atrações da bienal, desfilava a minha frente com dois escritores renomados a sua cola. Com seu blazer azul petróleo e cabelos extremamente pretos – que estavam novamente pedindo por um bom corte – ele parecia um daqueles vocalistas de boyband dos anos 2000.
Eu havia acordada disposta a ser paciente e esperar que o mesmo desse o passo inicial sobre a noite passada, e se havia algo em mim que me trazia orgulho era minha determinação em sempre esperar e acreditar.
Eu havia optado por usar meu simples e confortável tênis branco juntamente com um vestido vermelho fosco que fazia um contraste impecável com meus cabelos que ainda mantinha alguns poucos cachos em suas pontas, conseqüências de se ser perfeccionista em tudo que faz.
Paro em uma pequena banca e olho a capa amarela de um livro, no entanto uma risada – baixa – amarga ao meu lado chama minha atenção.
- Você está bem? – indago a jovem ao meu lado, com cabelos longos presos em um longo rabo de cavalo a mesma se vira para mim, de inicio me assusto com sua expressão cansada, apesar de fundas olheiras a mesma não apresenta ter mais que 17 anos.
- Sim, estou bem – responde limpando o nariz com o dorso de sua mão, encaro a mesma com meu melhor sorriso zombeteiro e a mesma arqueia sua sobrancelha para mim – Ok, talvez eu não esteja tão bem.
- O que aconteceu? – pergunto arrependendo-me no mesmo instante quando a mesma franze o cenho para mim – Olha, me desculpa por parecer inconveniente, não quis adentrar a sua intimidade – digo rapidamente.
Ela ri e vira-se para mim dando-me a imagem de seu crachá que mostra que a mesma é apenas uma dentre os milhares de estudantes. Ela sorri de lado e coloca uma mecha que escapa de seu rabo de cavalo por detrás de sua orelha rodeada de brincos.
- Você sabe, más decisões e toda aquela lorota de colégio – diz balançando os ombros, encaro a mesma e sinto-me triste pela expressão que a mesma demonstra.
- Isso também tem a ver com algum rapaz? – questiono e a mesma olha para baixo antes de olhar para mim, seus intensos olhos me encaram e a mesma balança a cabeça assentindo – Eu achei que sim, eles sempre estão lá não é mesmo?!
- Você já sentiu como se estivesse de frente para a melhor coisa que poderia te acontecer em meses, mas não sabe como alcançar sem espantar para longe? – indaga olhando-me com apreensão.
Desvio meus olhos de seu rosto tendo a visão de Zayn parado a poucos metros de nós olhando-me com o cenho franzido. Assim de longe, não é difícil entender a razão para ser tão fácil compará-lo com uma obra de arte, o homem é malditamente lindo, no entanto, este não é o ponto central.
A maior questão que me fez pensar no mesmo no instante em que as palavras saíram da jovem a minha frente, foi por que em toda minha mine vida, eu nunca havia sido tratada como ontem, nem mesmo pelo até então grande amor da minha vida, respeito era o inicio chave para qualquer sentimento e não havia uma porcentagem de mim que não o respeitasse.
- Sim, já passei por uma situação semelhante – respondo voltando a olhá-la.
- E o que fez? – questiona-me.
- Eu tento não deixar que ele simplesmente vá no fim tudo que você pode fazer é: tentar – respondo vendo a mesma assentir mordendo os lábios – Mas, você tem que saber o momento certo e principalmente a pessoa, o coração nem sempre é sábio ao escolher, mas sempre é intenso ao sentir, não se deixe levar por ele, afinal de contas, você só tem um, é sua obrigação cuidar bem dele – digo encarando seus grandes olhos.
- Você está certa – responde sorrindo.
- Normalmente ela sempre esta – diz uma terceira voz fazendo-se presente.
Zayn caminha até meu lado parando a poucos centímetros de mim encarando de forma sutil a moça a nossa frente, ela nos olha intrigada por um segundo até sorrir de leve encarando-me, sorriu para a mesma fazendo sinal para que ela fique calada, ela assente e o olha novamente e não culpo seus olhos gulosos, ele realmente é tudo isso.
- Estou atrapalhando? – indaga com sua grave voz rouca.
- Sim – respondo ao mesmo tempo em que a moça a nossa frente diz “Não”.
Malik olha-me por um instante antes de desviar seus olhos para a mesma que se balança para frente e para trás mordendo os lábios em uma tentativa inútil de esconder seu sorriso.
- Eu vou embora, não posso me perder do pessoal do colégio, minha mãe me mataria se eu ficasse presa em NY – diz rindo de leve fazendo-me sorrir para seu gesto mais tranqüilo e sereno – Obrigada pelo conselho, eu irei seguir e espero que você o siga também – diz sorrindo ao olhar de Zayn para mim, mas uma vez o mesmo olha-me de soslaio ficando sempre em silencio.
- Fico feliz em ter sido útil – respondo vendo a mesma se afastar abanando um pequeno “tchau” para nós, quando a mesma se vira surgi-me que ao menos sei seu nome – Ei! – grito fazendo a mesma se virar ao meu encontro – Você não disse seu nome – digo.
Ela sorri e responde: - Ashland.
- Foi prazer – digo acenando de volta assistindo a mesma partir em direção a um grupo, de longe uma moça a espera de braços cruzados, não muito distante um rapaz a observa, ele tem cabelos castanhos e é alto demais para um adolescente, no entanto a forma protetora que o mesmo a olha e o jeito sereno que ela retribui conta-me que talvez seus sentimentos não sejam de todo rejeitados – Acho que aquele é o garoto – digo a Zayn apontando para o jovem alto que agora caminha a frente de Ashland.
- Ela está apaixonada por ele? – indaga-me olhando-me de soslaio.
- Eu acho que nem ela mesma sabe responder a isso – digo suspirando os perdendo de vista, viro-me para Zayn e me arrependo de meu ato repentino, pois nem mesmo de longe estava pronta para ter seu rosto tão próximo ao meu novamente.
- E você, está apaixonada senhorita Allen? – sussurra encarando-me.
- Eu não sei, estou senhor Malik? – sussurro de volta vendo seu sorriso de canto ganhar vida.
- Vamos, ainda há muito a ser feito – diz estendendo-me seu mão, olho para a mesma e vejo seus anéis pratas rodearem seus dedos, colocando meu grande cérebro de lado seguro a mesma e juntos caminhamos por toda a bienal.
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