| Então de adeus ao chão da floresta enquanto você corre com o vento |
Naquele dia em específico, Renjun foi embora mais cedo, claro que os amigos ficaram preocupados com ele até por que ele estava passando muito mal, mas ficaram felizes em saber que ele iria tentar ir num psicólogo
- Vou ver se consigo arranjar um horário pra você ainda hoje - Disse a mãe de Renjun - consegue ficar sozinho agora? tenho que ir pro restaurante , aquilo
- c-claro - suspirou se sentando no sofá
- qualquer coisa me liga filho, por favor - pediu dando um beijo nos cabelos de Renjun, e logo saindo de casa
Renjun estava sozinho e com uma possível crise de ansiedade atacada, estava se sentindo estranho, queria vomitar mais mas sabia que não ia conseguir, estava sem forças até para sair da sala
- O mãe onde...está fazendo o que aqui? - Yixing perguntou confuso, tinha certeza que Renjun estaria na faculdade
- voltei pra casa...estou passando mal, a mamãe saiu - suspirou cansado e tentando manter a calma
- hmm certo, volto mais tarde - e assim saiu da casa deixando Renjun sozinho para trás
- calma renjun...calma não tem por que você passar mal - o huang dizia para si mesmo - respira que vai dar tudo certo, você só precisa comer...só precisa comer
Renjun se levantou e foi para cozinha fazer alguma coisa, não queria comer nada muito pesado até por que estava com real medo de passar mal, então apenas cortou um pepino e colocou em um pratinho
- vai renjun, uma rodelinha de cada vez, e com muuuita calma - respirou fundo e colocou uma na boca
E assim foi indo até ele acabar com as quinze que havia colocado no prato, ele comeu tudo bem devagar levou meia hora, mas comeu tudo e sem passar mal, ele precisava voltar com a sua rotina pra poder ficar bem novamente
- certo...acabei o pepino, mas não posso viver só com quinze rodelas...e se eu cortar um moranguinho? é saudável e é leve...vou fazer isso
Renjun não havia enlouquecido por estar falando sozinho aquilo era apenas uma pequena distração para que ele não se lembrasse que estava passando mal, bom na maioria das vezes funcionava
- pronto moranguinhos cortados agora é só botar pra dentro...viu só idiota nem é tão difícil - soltou uma risada pelo próprio xingamento
Renjun comeu, estava alimentado, e iria parar por ali, pelo simples falto que ele já se sentia cheio então melhor parar do que forçar, ele agora com mais energia, bebeu um copo de água e subiu para seu quarto, estava inspirado a escrever algo em seu caderninho
" O que o desespero fez comigo? Eu era uma pessoa tão liberta para pensar e tão cheia de ideias, na verdade, sempre tive minhas feridas da vida as quais de vez em quando me atordoavam, mas a partir de quando o desespero entrou nesse tão enorme sentimento dentro de mim, comecei a fazer coisas absurdas contra os meus princípios e nada mais fluía como antes, por trás de uma alegria fingida e um luto inesperado eu engoli muita coisa em busca de respostas e tentava por diversos dribles agradar alguém insistentemente, poderia ser tudo tranquilo, eu poderia não ter chegado a esse estado, eu poderia ter me alimentado desde o começo, poderia brotar os melhores frutos por ser tão feliz, mas minha cabeça já não era mais a mesma e eu estava perdendo o controle de tudo, até do meu amor próprio por conta de coisas que começaram acontecer me deixando imperceptivelmente atormentado cada vez mais, e hoje eu me pergunto...o que será que meu pai pensaria de mim se me visse nesse estado... "
Renjun se sentia preso dentro de si, tinba saudades enormes de seu pai, mas ele não iria o visitar no cemitério, se negava a fazer isso, porra se não foi nem no velório e nem no enterro, por que ele iria no cemitério levar uma flor?
- Desculpa pai, sei que sempre levava flores ao vovô no cemitério, mas eu não consigo pisar mais lá, eu prometo que um dia eu vou...mas eu ainda não estou preparado para ir e ver o seu nome na lápide, acho que se eu for e te ver nesse estado é capaz de eu ser o próximo - riu sem humor
- está falando sozinho agora? - Era Yixing ali
- não, apenas aproveitando que estou sozinho para por meus pensamentos para fora, a mamãe ainda não chegou se quer saber - disse sem olhar para trás
- sei disso, o que tanto escreve? - perguntou curioso
- desabafos...antes que eu me mate - sorriu triste - o que quer?
- saber se melhorou - disse simples
- ah...sim já pode ir então - disse esperando o mais velho sair o que não aconteceu
- o psicólogo da mamãe ligou, disse que é pra você estar lá em meia hora - disse e saiu do quarto como Renjun queria
- mais essa ainda - suspirou derrotado - só queria abraçar meu sobrinho agora...ele é a cura dos meus problemas - queria chorar...mas seria forte
Renjun se arrumou de uma forma despojada, não estava no clima pra ir em consulta nenhuma, até por que ele estava indo forçado de uma forma indireta, mas vai que seria bom para a cabecinha dele
o consultório em si não era longe, dava uns dez minutos do condomínio então renjun preferiu ir andando, até por que iria pensar no que iria falar pra pessoa, ele se sentia de certa forma sem sua privacidade, e estava odiando aquilo
quando chegou no lugar ainda faltavam cinco minutos para que desse o horário, ele ficou sentadinho ali olhando ao redor, as pinturas que não faziam sentido, os quadros que também não faziam sentido, porra nada ali fazia sentido
- Renjun? Vamos entrar? - uma mocinha bem educada apareceu ali levando Renjun para a salinha - Bom me chamo Yuqi, se apresente, quero conhecer mais sobre você
- Huang Renjun, 22 anos, faço direito - foi simples e direto
- certo...o choi me disse que você perdeu seu pai recentemente, me conte como você está lidando com isso? - perguntou pegando um caderninho
- sinceramente? - yuqi concordou - eu estou sem parâmetro algum, eu perdi a pessoa que eu mais amava na minha família, perdi meu companheiro, meu melhor amigo...não é como se ele fosse simplesmente viajar para longe, ele nunca mais vai voltar, nunca mais vou ouvir a voz dele, nunca mais vou saber se ele está bem ou não - sentiu um nó na garganta
- certo...imagino que esteja sendo realmente difícil pra você, mas vou te contar uma coisa, cada um age de uma forma diferente com o luto e fiquei sabendo que você não quer comer
- Não tenho fome é só isso, aliás por que eu estou aqui? vim aqui pra você falar da minha alimentação? - sim foi rude, ele estava irritado
- você veio aqui pra eu poder te ajudar a lidar com tudo de uma forma mais fácil - sorriu
- não preciso da sua ajuda, tenho meus amigos comigo - renjun se segurava para não chorar mas estava difícil...é seria uma longa conversa
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