Como toda mulher, adoro me arrumar e ficar bonita, mas eventos beneficentes davam muito
trabalho. Jogar conversa fora era uma coisa cansativa, sorrir sem parar era um saco, e conversar
sobre negócios com pessoas que eu não conhecia era um tédio. Se esse tipo de interação social
não fosse bom para Christian, eu compraria uma boa briga para não ter de participar.
Suspirei. A quem estava tentando enganar? Eu acabaria indo de qualquer jeito. Minha mãe e
Colucci ajudavam instituições que cuidavam de crianças vítimas de abuso porque era uma coisa
importante para mim. Comparecer a um ou outro evento pomposo era um preço pequeno a
pagar em troca disso.
Respirando fundo, tentei relaxar. Eu me programei para ligar para meu pai quando chegasse em
casa e pensei em um bilhete de agradecimento para mandar a Alfonso pela garrafinha que
curou minha ressaca. Eu até poderia enviar um e-mail para o endereço que estava no cartão de
visitas que ele me deu, mas seria uma deselegância. Além disso, eu não sabia se ele mesmo lia
seus e-mails ou delegava essa tarefa a alguém.
Ligaria para ele quando chegasse em casa. Por que não? Foi o que ele pediu ou melhor,
mandou; estava escrito com todas as letras no cartão de visitas. E eu poderia ouvir aquela voz
cheia de luxúria de novo.
A porta se abriu e a massagista entrou. : Olá, Anahí. Está pronta?
Não exatamente. Mas estava quase lá.
Depois de passar várias horas agradabilíssimas no spa, minha mãe e Christian me deixaram no
apartamento e saíram à procura de abotoaduras novas para Colucci. Aproveitei esse tempo
livre para ligar para Alfonso. Mesmo estando sozinha, tive que digitar o número dele várias
vezes antes de enfim tomar coragem para completar a ligação.
Ele atendeu ao primeiro toque.
Alfonso: Anahí.
Fiquei surpresa por Alfonso saber quem era, e confusa por alguns instantes. Por que ele tinha
meu número na lista de contatos?
Anahí: Hã... Oi, Alfonso.
Alfonso: Estou aí perto. Avise na portaria que estou chegando.
Anahí: Quê? - Parecia que eu havia perdido uma parte da conversa. - Chegando aonde?
Alfonso: Na sua casa. Estou virando a esquina. Avise a portaria, Anahí.
Alfonso desligou e eu fiquei olhando para o telefone, tentando assimilar o fato de que em
poucos momentos estaria novamente com ele. Um tanto desorientada, fui até o interfone e
avisei na portaria que estava à espera dele, que chegou ainda enquanto eu falava. Poucos
instantes depois, Alfonso estava à minha porta.
Foi quando eu lembrei que estava usando apenas um robe de seda fina e que já estava
maquiada e penteada para o evento da noite. Que tipo de impressão aquilo causaria nele?
Fechei bem o robe antes de deixá-lo entrar. Ele apareceu sem ser convidado, e eu não tinha a
intenção de seduzi-lo nem nada do tipo.
Alfonso ficou parado na porta por um bom tempo, percorrendo com seu olhar desde a ponta
dos meus cabelos até os meus dedos do pé pintados em estilo francesinha. Eu também estava
impressionada com a aparência dele. A maneira como ele estava vestido, com um jeans
surrado e camiseta, fez com que eu quisesse despi-lo com os dentes.
Alfonso: Valeu a pena ter vindo até aqui para ver você assim, Anahí. - Ele entrou e trancou a
porta atrás de si. - Como está se sentindo?
Anahí: Bem. Graças a você. Obrigada. - Senti um nó no estômago por causa da presença dele,
que fazia com que eu ficasse meio... tonta. - Mas não foi por isso que você veio aqui.
Alfonso: Vim até aqui porque você demorou pra ligar. - Respondeu sincero.
Anahí: Eu não sabia que tinha um prazo.
Alfonso: Eu precisava falar com você ainda hoje, e também queria saber se está tudo bem
depois de ontem à noite. - Seus olhos assumiram uma expressão séria ao passear por mim. Seu
rosto de tirar o fôlego parecia emoldurado por seus cabelos negros impecáveis. - Você está
linda, Anahí. Acho que nunca desejei tanto alguém como agora.
Com essas poucas palavras, simples e diretas, já fiquei toda excitada e carente. Vulnerável
demais.
Anahí: O que você tem pra falar de tão urgente?
Alfonso: Vamos juntos ao evento de hoje à noite.
Levei um susto, surpresa e animada com o pedido.
Anahí: Você vai?
Alfonso: E você também. Vi a lista de convidados e sei que sua mãe também vai. Podemos ir
juntos.
Pus a mão sobre a garganta, dividindo minha preocupação entre o fato de ele saber tanta coisa
sobre mim e o que havia acabado de me pedir.
Anahí: Não foi isso que eu quis dizer quando pedi pra gente passar algum tempo juntos.
Alfonso: Por que não? - Era uma pergunta desafiadora. - Qual é o problema de irmos juntos a
um evento a que nós dois já iríamos de qualquer forma?
Anahí: Não é só um jantarzinho íntimo. É um evento de muita visibilidade.
Alfonso: E daí? - Ele chegou mais perto e acariciou com o dedo um dos cachos do meu cabelo.
Havia um tom sugestivo em sua voz que me fez estremecer. Eu conseguia sentir o calor de seu
corpo largo e rígido e o aroma masculino de sua pele. A cada minuto que passava, eu me
deixava levar mais por seu charme.
Anahí: As pessoas vão tirar conclusões, principalmente minha mãe. Ela já está farejando sua
solteirice no ar.
Baixando a cabeça, Alfonso pressionou seus lábios contra a curvatura do meu pescoço.
Alfonso: Não me importa o que as pessoas vão pensar. Sabemos o que estamos fazendo. E
pode deixar que eu me encarrego da sua mãe.
Anahí: Se você pensa assim. - eu disse, quase sem fôlego, - é porque não a conhece muito bem.
Alfonso: Pego você às sete. - Sua língua percorreu a veia pulsante da minha garganta e eu me
derreti sob ela. Meu corpo amoleceu quando ele me puxou para mais perto.
Ainda assim, consegui dizer:
Anahí: Eu não disse que sim.
Alfonso: Mas não vai dizer que não. - Ele mordeu o lóbulo da minha orelha. - Não vou deixar.
Abri minha boca para protestar, mas Alfonso logo a calou com um beijo molhado e luxurioso.
Sua língua se movia devagar, fazendo com que eu desejasse que ele fizesse o mesmo entre as
minhas pernas. Minhas mãos foram diretamente para seus cabelos, passeando por eles,
agarrando com força. Quando lançou os braços em torno de mim, arqueei o corpo, curvando
me sob suas mãos.
Assim como no escritório dele, antes que me desse conta eu já estava deitada no sofá, com sua
boca engolindo meu suspiro de surpresa. Meu robe se abriu ao toque de seus dedos
habilidosos; ele agarrava meus seios, explorando-os com apertões suaves e ritmados.
Anahí: Alfonso...
Alfonso: Shh. - Ele sugou meu lábio inferior, enquanto seus dedos beliscavam meus mamilos
sensíveis. - Eu estava ficando maluco só de pensar que você estava sem nada por baixo desse
robe.
Anahí: É que você veio sem avisar... Ah! Ui...
Ele abocanhou um dos meus seios, produzindo uma onda de calor que fez minha pele
transpirar.
Meu olhar buscou desesperadamente o relógio do decodificador da TV a cabo.
Anahí: Alfonso, não. - Ele me olhou com seus olhos verdes intensos.
Alfonso: É uma loucura, eu sei. Eu não... não sei explicar por que, Anahí, mas preciso fazer você
gozar. Penso nisso o tempo todo, há dias. -Uma de suas mãos abriu caminho até o meio das
minhas pernas. Elas se abriram sem o menor pudor. Meu corpo estava todo excitado, eu estava
toda vermelha, quase febril. Sua outra mão continuou massageando os meus seios, deixando-os
insuportavelmente sensíveis ao toque. - Você está toda molhadinha pra mim, - ele sussurrou,
seguindo com os olhos até onde estavam seus dedos. — Você é linda aqui também. Macia e
rosadinha. Quente. - Não foi hoje que você se depilou, foi? - Fiz que não com a cabeça - Ainda
bem. Acho que não aguentaria nem mais dez minutos sem tocar em você, imagine dez horas. -
Ele enfiou um dedo cuidadosamente em mim.
Meus olhos se fecharam diante da vulnerabilidade de estar de pernas abertas sendo
masturbada por um homem cujo conhecimento do tempo de recuperação depois de uma
sessão de depilação com cera denunciava uma tremenda intimidade com o sexo feminino. Um
homem que ainda estava totalmente vestido, ajoelhado no chão à minha frente.
Alfonso: Você é tão gostosa. - O dedo de Alfonsoentrava e saía suavemente de mim. Minhas
costas se curvaram, e minhas pernas o abraçaram com vontade. - E tão gulosinha. Faz quanto
tempo que você não trepa?
Engoli em seco.
Anahí: Eu andei meio ocupada. Tinha que terminar a tese, depois procurar emprego, cuidar da
mudança...
Alfonso: Faz um tempão, então! - Ele tirou o dedo de mim e voltou com dois. Não consegui
segurar um gemido de prazer. Aquele homem tinha mãos talentosas, confiantes e habilidosas, e
conseguia tudo o que queria com elas. - Você toma pílula, Anahí?
Anahí: Tomo. - Minhas mãos agarraram as bordas do estofamento. - Claro.
Alfonso: Assim que eu te provar que não tenho nada e você fizer o mesmo, vou gozar dentro de
você.
Anahí: Alfonso! - Eu estava ofegante, girando os quadris sem nenhuma vergonha ao ritmo dos
dedos dele. Senti que ia explodir se ele não me fizesse gozar.
Nunca tinha ficado tão excitada na minha vida. Estava absolutamente dominada pela
necessidade de ter um orgasmo. Se Christian chegasse naquele momento e me visse me
contorcendo no meio da sala enquanto Alfonso me masturbava, eu não ia nem ligar.
A respiração dele também estava acelerada. Seu rosto estava todo vermelho de desejo. Por
mim. Sendo que tudo o que eu tinha feito fora me entregar a ele, incapaz de resistir.
A mão que estava nos meus seios passou pelo meu rosto.
Alfonso: Você está vermelha. Ficou escandalizada comigo.
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