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História Travessia (Concluída) - Treze - História escrita por LanoaNPC - Spirit Fanfics e Histórias
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História Travessia (Concluída) - Treze


Escrita por: LanoaNPC

Capítulo 13 - Treze


Sesshoumaru era conhecido por sua perseverança. Quando ele ainda buscava poder, ele havia sido implacável, voraz, não importou quem se punha em seu caminho, ele eliminou e ele seguiu adiante. Em certo ponto, seus objetivos mudaram, poder ainda lhe importava, mas já não era sua prioridade, o que o ditava.

Agora, novamente seu mundo mudou, suas prioridades foram revistas e novas e importantes, tomaram sua atenção. Com seu novo objetivo, ele fez escolhas, ele mediu os prós e contras, e por mais que lhe parecesse desagradável, havia certas batalhas que você precisava enfrentar. Algumas foram feitas para se perder, como ele já havia perdido a sua, e estava bem com isso. Agora era a vez dela, aquela era uma batalha que ela precisava enfrentar, não importava que fosse agora ou duas décadas mais tarde, porém, ela ainda sim, precisaria fazer, para que aquilo desse certo, ele esperava e garantiria que ela vencesse, mesmo que a machucasse, ele cuidaria dela e depois disso, garantiria que nada como aquilo precisasse acontecer novamente.

Sesshoumaru também era egoísta, sempre havia sido, por mais que jamais fosse admitir tal característica para qualquer um, além dele mesmo. Ele tinha tempo, mas ela não, ele era praticamente imortal, mas ela não, e sinceramente, ele não via o porquê de esperar, estava ali, então que o fosse de uma vez, ele acreditava que ela era capaz, ele podia ver como agora ela era fogo e não mais o inseto que queimava.

Ele havia tido seu fechamento, ele havia entendido e aprendido, aceitado e estava pronto para viver. Agora, era a vez dela, do monte de retalhos que ela havia se tornado, faltava apenas poucos pontos que a faria inteira novamente. De certa forma, ele havia iniciado sua reconstrução, não havia sido intencional, mas aconteceu, com isso, ele tinha agora uma razão bastante real para terminar aquilo intencionalmente, e novamente, ele era implacável.

Quando eles pousaram na floresta que rodeava a vila, ele sentiu ela tentar soltar seu aperto. Durante toda a viagem, ele a manteve perto, com a desculpa esfarrapada de que assim evitaria uma queda da nuvem. Ele não a deixaria cair, mesmo que não estivessem unidos, mas porque ele apreciou o toque, ele usou de meias verdades.

Sesshoumaru olhou para ela, havia sido muito pouca as vezes que a viu com medo, e para seu descontentamento, aquela era uma dessas. Ele apertou mais a mão dela na sua, ele não a deixou fugir, ele a encarou sem espaço para subterfúgios.

- Você ainda deseja partir?- Ele foi o primeiro a falar, seu tom não revelou muito, mas ela já tinha entendido que não era ali que encontraria a verdade, por isso, ela abandonou sua tentativa ineficaz de se afastar, para o encarar de volta.

Kagome pensou sua pergunta, ela lembrou do acordo deles, algo que se dera não a tantos dias, mas que, contudo, parecia ter sido a muito tempo. A esperança de voltar para a mãe, irmão, avô e amigos, foi o que inicialmente a impulsionou, o primeiro passo que a levou além do desespero, da completa perda. Havia sido uma rota de fuga, um escape bem vindo e desejado, agora, ela já não tinha a resposta prontamente cuspida.

Aquele mundo, aquele tempo, ela tinha se perdido para ela, mas agora, a miko se reencontava, ela amava a forma como o azul do céu era mais vivido, como o ar era limpo e os sons mais amenos. Ela amava as noites, quando o infinitos tons de petróleo, se viam pontilhado de luzes, de onde ela veio, essa simples visão, já não era tão comum. Em especial, ela amava as pessoas que aqui viviam, independente do que aconteceu, das brigas e afastamento, ela os amava e os queria com ela, a simples realização de nunca mais poder vê-los ou mesmo dizer o quanto sentia, era o suficiente para nunca partir.

Quando ela escolheu esse tempo como seu, ela teve seu momento de despedida, ela teve seu tempo de aceitação, cada ponto e vírgula foram ordenamento postos. Sua família acreditou nela, na felicidade dela, e mesmo entre lágrimas, sua mãe sorriu para ela. Ela não tinha nada em aberto do outro lado, aqui, entretanto, ela ainda tinha muito o que viver, não importava o tanto de tempo que ela levou para entender algo tão crucial, ela o fizera e ela tinha sua resposta.

- Não, eu não desejo ir a lugar algum, estou exatamente onde devo está.- Sua palavras vieram roucas como se ela estivesse prestes a chorar, mas nenhuma lágrima desceu.

- Muito bem, então, nosso trato está findado.

Ela engoliu a bola que se formou em sua garganta, ela não entendeu o porquê, mas saber que seus laços com aquele youkai estavam sendo rompidos, a fizaram querer... Ela não sabia, ainda não.

- Posso sentir o cheiro do bastardo, ele está de volta à vila, vá falar com ele e com quem mais precisar.- Como sempre havia sido, seu tom soou como um comando, mas ela sabia melhor, em seus olhos havia algo mais.

- Eu não...- Ela iria refutar, uma parte sua que ainda temia.

- Quem você é?- Sua pergunta a cortou e a confundiu.

- Você sabe quem sou.

- Este quer ouvi -la dizer.

Um pouco irritada, Kagome tentou libertar -se de seu toque, ela não entendia onde ele pretendia chegar com aquilo e ela particularmente, não gostava tento de charadas. Ele não a deixou ir, em realidade, ele a puxou mais para perto, até que eles quase se tocaram, e um monte de asas pareceram se agitar em seu estômago. Sesshoumaru sempre havia sido ardente, de tão perto, ela sentia como se pudesse se perder e temeu mais que tudo, então, ela lutou contra aquilo.

- Kagome! É quem eu sou!- Ela respondeu com pressa, desejando que ele a libertasse.

- Kagome.

Seu nome nos lábios dele quase a fizeram xingar, havia soado como algo sensual, belo, brilhante.

Ele se inclinou para ela e sua respiração, parou na garganta, ela congelou.

- Quando a vi pela primeira vez, você me desafiou, você uma pequena, frágil e patética humana. Mas aquela não foi a única vez, não importava o quão facil este pudesse lhe matar ou quanto medo você tivesse. Você, Kagome, nunca deixou de me enfrentar, para proteger o que lhe era importante.- Cada palavra dele rocou seus lábios como num beijo invisível, apenas um suspirou e seus olhos dourados nunca deixaram os dela.- Kagome, este estava errado. Frágil e patética, essas são características que não lhe apatecem.

Quando ele se afastou, ela ainda estava em transe. Havia sido muito para lidar, Sesshoumaru falará mais que uma ou duas frases e o mais tocante, ele havia de alguma forma a elogiado. Ela jamais esperou isso vindo dele, aquela era uma faceta dele que ela ainda não conhecia, uma que ela tinha medo de conhecer, pois temia o que poderia significar para eles, mas então, as palavras dele voltaram a povoar sua mente. Ela não era frágil ou patética, em certo momento ela havia se perdido, era verdade, porém, ela não havia permanecido perdida, ela havia se reencontrado, ela fez as pazes consigo, apesar do medo, do que poderia significar, do que poderia gerar, ela seguiu em frente, ela enfrentou os obstáculos que ela mesmo se impôs e agora, olhando pra si, ela entendeu. Faltava tão pouco para que o monte de retalhos que ela fora se visse completo, bastava que ela enfrentasse novamente o medo, que ela enfrentasse as batalhas em aberto e então, ela, enfim, poderia se deparar com a conclusão que buscava. A antiga Kagome e a nova Kagome, quando tudo aquilo terminasse, não haveria distinção entre elas, ela seria apenas Kagome, e ela estava certa de que a amaria, independentemente.

- Acho que preciso ver algumas pessoas.- Ela enfim encontrou sua voz, um sorriso meio brincalhão tomou seus lábios.- Muitos pontos e vírgulas para serem pontos.

Ele apenas a assistiu, por um momento a mais ela o encarou, então, ela se moveu e pela primeira vez, ele deixou o aperto que os ligava se desfazer. Mesmo com a determinação e coragem vibrante que ela reuniu, aquele rompimento, fez seu peito doer, ela apertou as mãos, ainda sentindo o calor dele na palma, ela preferiu não pensar no significado daquele sentimento, ela ainda não estava pronta.

- Estarei a esperando, seu treino ainda não acabou e as visitas ainda não partiram.- Quando ela estava quase alcançando o fim das árvores, ela o ouviu e sua única resposta foi uma risada, era claro que seu sensei tirânico não a deixaria escapar tão fácil assim.

Kagome sentiu o calor do sol assim que deixou a proteção da floresta, a sua frente, as ruas de terra batida, se estendia movimentadas com a aproximação do meio dia. O desconforto de antes, se fora, bastou algumas palavras e um senso de humor terrível e agora, seu peito estava preenchido de calor.


Notas Finais


Contagem repressiva aqui, mais três e epílogo 🙉🙊🙈


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