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História Trent - Os sentimentos de Emi - História escrita por charllottnawar - Spirit Fanfics e Histórias
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História Trent - Os sentimentos de Emi


Escrita por: charllottnawar

Notas do Autor


Venho por meio deste lhes pedir para não surtarem ao final do capítulo kkkkkkkkkkkk...

Beijos a todos e boa leitura!

Perdoem-me pela demora! ^^'

Capítulo 53 - Os sentimentos de Emi


Fanfic / Fanfiction Trent - Os sentimentos de Emi

PARTE 5 ▪ NOS CAMINHOS DE ONO-AOKI

Os sentimentos de Emi

 

Na noite daquele mesmo dia, Sayo não dormiria em sua habitação.

─ Posso entrar?

─ Claro que pode! ─ respondeu, Lin, surpresa, ao ouvir a voz da parceira à porta de sua morada ─ Aconteceu alguma coisa?

─ Não… Vim para saber se você está bem.

─ Tenho que ficar, não tenho escolha.

─ Não, você não tem. ─ concordou, amena ─ Você foi estúpida e preferiu viver aqui, quando poderia ter ido atrás do seu “gentil senhor”, então…

─ Eu não tinha muita escolha, na verdade.

─ Sim, sim… A cegueira, Lorde Sesshoumaru… ─ comentou, já a se sentar no leito, ao lado de Lin, que penteava suas longas madeixas negras com o pequeno pente de madeira ─ Já conheço todas as suas desculpas, Amaya.

─ Motivos justificáveis, na verdade.

─ Motivos justificáveis… ─ zombou, a imitar a voz da amiga.

─ Você diz essas coisas, porque não conhece Sesshoumaru.

─ Vai começar a ladainha…

─ Vou, sim! ─ exclamou, chateada, a interromper o que fazia ─ Ele é frio, mandão, intransigente… Ele odeia ser questionado!

─ Já sei, você já me disse isso.

─ Ele se incomoda com o fato de se preocupar comigo e, pior ainda, com eu ser uma humana! Uma humana fraca e vulnerável, a quem ele tem a missão de proteger! E como se não bastasse, ele ainda é muito ciumento, Sayo.

─ Ah, claro, isso é horrível! É um sinal de que ele não a ama! ─ exclamou, a rir.

─ É sinal de que ele quer me ter sempre embaixo dos pés dele.

─ Mas você ainda continua louca de amor por ele, certo?

─ Viu que meus motivos são justificáveis?

─ Tudo bem, eu entendo seus receios. Você estava preocupada com o príncipe Masuyo e blá, blá, blá… Mas, se você tomou a decisão consciente de ficar aqui, Amaya, não pode agir como agiu mais cedo.

─ Não fiquei insatisfeita com a notícia da nossa parceria, Sayo.

─ Eu sei; e você sabe que não estou falando disso.

─ Acontece que essas restrições de Ono-Aoki me atrapalham quanto ao que eu pretendia fazer, quanto ao que realmente me motivou a ter ficado aqui.

─ Como assim?

Lin não respondeu de imediato, pensou se seria sensato expor suas verdadeiras razões à amiga. Mas, depois de tudo que já lhe havia confidenciado, segredos íntimos e perigosos, os quais deveria guardar a sete chaves, ponderou que poderia confiar na parceira.

─ Sayo… Eu conheço os de Yamashita e Miura, você sabe.

─ Sim.

─ E eu sei que eles são pessoas de bem.

─ Amaya…

─ Eu passei dias em Yamashita! ─ adiantou-se ─ Eu conheci o Senhor Feudal, a princesa, os Samurais de Yamashita… São pessoas excepcionais!

─ Não é o que Masumi-Sama pensa.

─ Eu sei, eu sei… Mas eu convivi com eles e sei do que estou falando. Eu até conheci o Centro de Treinamento de Yamashita!  

─ Sério?

─ Sim, eu cheguei a treinar com os Samurais de lá e como próprio Senhor Feudal de Yamashita!

─ Masumi-Sama tem conhecimento disso?

─ Não sei se sabe dos detalhes. Ela sabe que eles são meus amigos, deve supor esses pormenores.

─ Não sei onde você quer chegar, Amaya…

─ Bem… ─ iniciou, após o forte suspiro ─ Minha intenção é descobrir o que realmente houve para que os Clãs se tornassem rivais.

─ Quê? ─ perguntou, descontente.

─ Eu quero entender por que os de Yamashita e Miura nos têm como inimigas, quero saber por que eles nos caçam e por que nós não fazemos o mesmo, e apenas fugimos deles.

─ Amaya…

─ Eu estou entre os dois Clãs, Sayo, eu conheço as duas realidades! Eu sei que nós, Aokis, buscamos a justiça, assim como sei que eles também são pessoas justas e de bem! Eu não posso simplesmente aceitar essa situação!

─ Céus… ─ murmurou, Sayo, preocupada.

─ A verdade é que nem mesmo Masumi-Sama consegue explicar por que logo eu, que os conheço e os amo, vim parar aqui, em Ono-Aoki. Mas eu tenho uma ideia e, sinceramente, acho que ela também tem a mesma suspeita.

─ Então, você acha que pode resolver tudo? ─ perguntou, Sayo, seriamente ─ Você acha que pode solucionar a rivalidade entre os Clãs? É isso mesmo?

─ Não acho que posso solucionar, mas acho que devo fazer algo a respeito.

─ Você acha que DEVE? Você não tem uma vida própria para viver? É isso que está me dizendo? ─ questionou, insatisfeita ─ Você acha mesmo que está aqui, para resolver os problemas dos outros, problemas dos quais, aliás, você desconhece completamente a origem?

─ São nossos problemas agora, Sayo.

─ Tenha dó, Amaya…

─ Você não compreende…

─ Não, eu não compreendo! E acho que você está ficando doida!

─ Não posso ficar com Lorde Sesshoumaru, porque ele não me quer ao lado dele; Não poderia ficar com Masuyo, porque ainda amo Sesshoumaru, e porque temo que ele faça algum mal a Masuyo e aos meus amigos; Não poderia voltar para Murata, porque descobririam que estou cega, e porque não quero ser motivo para mais brigas entre os irmãos…

─ E foi assim que você concluiu que deveria permanecer em Ono-Aoki, para resolver o problema da rivalidade entre os Clãs…

─ Não fale como se eu tivesse agido de forma estúpida, Sayo…

─ Tudo bem, eu não falo. Mas é o que penso.

─ O que eu deveria ter feito, então? Diga-me!

─ Ter lutado por sua maior certeza: o amor que sente por Lorde Sesshoumaru.

─ O quê? ─ questionou, reprovativa.

─ Você o ama, Amaya! Você é louca por ele!

─ E somente por isso eu deveria ter ido atrás dele? E eu que estou ficando doida…

─ Você não entende…

─ É você quem não entende! Sesshoumaru não me quer ao lado dele! Ele me despreza! Ele me abandonou! Ele odeia o fato de ser meu Guardião, e até acha que eu me envolvi com Itilus!

─ Amaya…

─ Ele odeia o que sente por mim, Sayo, essa é a verdade, ele já me disse isso! Eu jamais iria atrás dele, menos ainda depois de tudo o que aconteceu em Nakano!

─ Você acha que ele a desrespeitou…

─ E não?

─ Eu acho que ele a teria desrespeitado, se tivesse ido adiante.

─ Não… Eu não estou ouvindo isso…

─ Ele nem mesmo a beijou, Amaya! Você faz ideia do significado que tem isso?

─ Claro que sim, que ele tem nojo de mim!

─ Claro que não, sua idiota!

─ Você sequer o conhece…

─ E nem preciso conhecê-lo! ─ exclamou, convicta ─ Responda-me uma coisa: o que você sentiu, quando beijou o príncipe de Miura?

─ O quê?

─ Responda!

─ Um beijo não quer dizer tanta coisa assim.

─ Então, você queria tanto se casar com o príncipe de Miura a troco de nada?

─ Acontece que o que houve entre Masuyo e eu tem outra significação! Não quer dizer que eu o ame ou que ele me ame!

─ Então, você pretendeu se casar com Masuyo, somente por se sentir atraída por ele?

─ Essa não é a questão, Sayo! O que tem a ver o beijo de Masuyo com o que Sesshoumaru me fez em Nakano?

─ A questão é exatamente o que ele não fez, sua tonta! Apesar de todos os excessos, Lorde Sesshoumaru não a beijou e nem violou o seu corpo!

─ Em prova e sinal definitivos de que ele não me deseja como mulher!

─ Você poderia pensar dessa forma, se não considerasse o que houve depois.

─ Ele ter me abandonado? Nossa, ele me ama de verdade!

─ Ele parou imediatamente! ─ contestou, meio impaciente ─ Bastou que você lhe dissesse o que sentia, para que ele interrompesse o absurdo ao qual a estava submetendo!

─ Você e suas teorias…

─ Quando se ama alguém de verdade, Amaya, o beijo é a primeira grande conquista. Ele não estragaria esse momento, acredite.

─ Por outro lado, quando não se ama de verdade, nem mesmo se cogita um beijo.

─ Se Lorde Sesshoumaru não a amasse de verdade, ele a teria feito de gato e sapato.

─ Quanta sutileza…

─ Lorde Sesshoumaru é um youkai, não é?

─ Sim, ele é.

─ Demônios têm os sentidos muito mais apurados que os nossos, Amaya. Eles sentem o cheiro do nosso corpo, da nossa fertilidade… Você faz ideia de como isso pode excitá-los?

─ Sim, eu faço.

─ Então, você sabe muito bem que o instinto dele é animal, não humano! Acha mesmo que sairia viva daquelas investidas, se ele não amasse você realment

? Não seja ingênua…

─ Sayo, preste atenção… ─ pediu, Lin, cansada daquela conversa ─ Eu sei exatamente o que Lorde Sesshoumaru sente. Mas a questão é que ele odeia intensamente o que sente por mim. Para ele, amar, desejar e ter que proteger uma humana são coisas humilhantes, entende?

─ Sim, mas…

─ Eu não posso me rebaixar desse jeito! Não posso correr atrás dele, por mais que eu o ame e por mais que o deseje!

─ Eu entendo que você deva se valorizar e se amar mais, Amaya…

─ É o que você sempre me diz!

─ Mas eu também acho que você e Lorde Sesshoumaru poderiam estar vivendo outra história.

─ A história que eu sempre quis viver, mas que ele abomina.

─ Amaya…

─ Minha mãe tinha razão… Amar um youkai é tão difícil quanto ser amada por um youkai… E quando são os dois casos ao mesmo tempo, então…

─ Eu só acho que vocês dois poderiam se entender, porque vocês se amam.

─ Mas, para que isso desse certo, eu teria que obedecê-lo o tempo inteiro, ser quem eu não sou e fazer o que não posso. Sempre que Sesshoumaru e eu tentamos nos entender, acabamos ainda mais afastados.

─ Por puro orgulho!

─ Não é tão simples assim, Sayo…

─ E simples é por em prática esse seu plano absurdo de promover a paz entre Ono-Aoki e Miura?

─ Bem… No momento, é a única solução que vejo, diante do que sou agora, uma Aoki. Eu ainda quero tê-los como amigos.

─ Eu não sei o que você está pretendendo fazer, Amaya… Não sei quais planos mirabolantes essa sua cabecinha está bolando… Só acho que você deve tomar muito cuidado.

─ Você vai me delatar, parceira?

─ Olhe a minha cara de quem vai fazer isso…

─ Eu tomarei cuidado, Sayo, não se preocupe.

─ Você é tão desajuizada… Como não vou me preocupar?

─ Eu vou ficar bem. Nós vamos ficar bem, parceira.

O controle de Masumi perante as súditas não era, na verdade, a maior de todas as preocupações de Lin. Depois da reunião que ela e Sayo tiveram com a Líder, Aoi lembrou a jovem de sua importante tarefa para com a Tenseiga, e aquele passou a ser o novo tormento da Bruxa Cega de Ono-Aoki; de modo que, depois que ela e a parceira despertaram e cumpriram as obrigações matinais do Clã, recolheram-se, com a híbrida, a um ponto mais isolado da floresta Aoki, a fim de estudarem melhor a situação.

─ Você precisa encontrar um meio de capturá-los.

─ Mas eu não tenho ideia de como fazer isso!

─ Não tem? Somente você pode descobri-lo, já que sabe como conjurar os Espíritos!

─ Sim, mas…

─ Além disso, você precisa estudar melhor a Joia.

─ Já o fiz inúmeras vezes, Aoi… ─ respondeu, cansada ─ A única coisa que consegui perceber, pelo som que ele faz ao ser tocado, é que possui um espaço vazio.

─ Provavelmente, para aprisionar os Espíritos.

─ Não me diga!

─ Pois deixe o seu sarcasmo de lado e olhe para dentro de si mesma. Talvez, você consiga descobrir um método eficaz para capturá-los.

E tão logo, Sayo e Aoi veriam a jovem se concentrar, para, depois de um tempo de meditação, entrar em transe. Não era segredo, para nenhuma das duas, o meio ao qual Lin estava recorrendo naquele momento.

─ Aoi… ─ iniciou, Sayo, não muito certa sobre se deveria conversar a respeito daquilo ─ Por que Amaya precisa fazer isso?

─ Para que possa usar o poder dos Elementos da Natureza mais facilmente, sem precisar conjurá-los através do Artefato.

─ Mas ela não poderia associar esse Diamante a outra arma?

─ Não.

─ É que a Tenseiga é de Lorde Sesshoumaru…

─ A Tenseiga pertencia a ele, na verdade.

─ Amaya me disse que a Espada é dele, que é uma herança de família.

─ Uma herança com a qual ele tinha a Missão de proteger sua parceira, Sayo.

─ Sim, ele abandonou a Missão, mas…

─ A Tenseiga, agora, será a arma de Amaya. Com ela, sua parceira poderá lutar com mais desenvoltura, proteger-se do perigo e até mesmo de Lorde Sesshoumaru, se for preciso.

─ Amaya não está muito satisfeita com a manipulação, Aoi, e eu também não acho isso sensato.

─ É necessário.

─ Isso só criaria mais desavenças entre eles.

─ Eles já estão separados.

─ Mas isso os distanciará ainda mais!

─ Agora.

─ Agora?

─ Depois, isso os unirá ainda mais.

─ Você fala como se conhecesse o futuro, Aoi… E isso muito me assusta.

─ Eles vão se entender qualquer dia desses, não se preocupe.

─ Eu torço por isso, você sabe. Apesar de não conhecê-lo, acho que as atitudes de Lorde Sesshoumaru são de quem realmente ama.

─ Você tem toda razão.

─ Tenho? ─ perguntou, instigada.

─ Todo caminho que Amaya trilhar a conduzirá novamente a Lorde Sesshoumaru. Até você, que acha que está em Ono-Aoki por razões particulares, está contribuindo para isso.

─ Estou?

─ Você sempre conversa com ela sobre Lorde Sesshoumaru, você acredita no amor verdadeiro que ele sente por ela… Tenho certeza de que Amaya se lembrará de suas palavras mais tarde.

─ Do jeito que as coisas aconteceram, parece que eles nasceram um para o outro… ─ investiu, mas não obteve resposta alguma da híbrida ─ Eu realmente espero que isso não demore a acontecer, Aoi.

─ E eu espero que você também me ajude a protegê-la.

─ Não é essa a minha mais nova Missão no Clã?

─ A mais nova?

─ Não a compreendo.

─ Veja… Ela está despertando.

Sayo ficou instigada com as palavras de Aoi; mas, assim que viu a amiga abrir os olhos, voltou sua atenção à jovem.

─ Preciso encontrar um meio de Conjurar todos os Espíritos de uma única vez.

─ E por que tem que ser dessa forma? ─ perguntou, a parceira.

─ Se eu conjurar um por vez, o primeiro espírito a ser capturado ocupará todo o espaço da Joia, e eu preciso do poder de todos, não apenas de um.

─ E você sabe como capturar todos de uma vez? ─ perguntou, Sayo.

─ Terei de fazer isso em um Ritual Energético.

─ Nesse caso, nós vamos precisar da ajuda de todas as Bruxas, inclusive das habilidades de nossa Líder, Amaya.

─ E o que estamos esperando?

Pouco tempo depois, as recém-aceitas já estariam a conversar com a Líder do Clã.

─ Claro que podemos ajudá-la, Amaya! ─ assegurou, Masumi, animada com o que estava por vir ─ Mas não acredito que o uso de Magia Negra seja viável para este fim.

─ E por que não seria?

─ Se usar esse tipo de energia contra os Espíritos, e se você capturá-los sob tal circunstância, a energia usada para prendê-los, suponho, também ficará presa dentro da Joia. Assim, é bem possível que os Espíritos possam dominar você, quando usar a Espada.

─ A tentativa de dominação acontecerá naturalmente, Masumi-Sama. Aoi me explicou que, quando se aprisiona um Espírito da Natureza, é preciso ser forte o bastante para controlá-lo, pois ele vai querer se libertar. Se eu for fraca, eles me dominarão, usarão o meu corpo e assumirão o controle. É assim que eles conseguem “se libertar” do enclausuramento.

─ E você é suficientemente forte para dominá-los, Amaya?

─ É o que iremos descobrir.

─ Não gosto dessa incerteza, mas… Se é o que Aoi está lhe orientando a fazer…

─ Então…

─ Sim, nós faremos o Ritual.

─ Arigatou, Masumi-Sama.

─ Mas sem Magia Negra. Não quero potencializar a ação dos Espíritos sobre você, após a manipulação. Você terá de fazer isso sozinha, Amaya, utilizando as suas habilidades.

─ Se a senhora achar melhor…

─ Eu não tenho dúvida, Aoki.

─ E quando podemos realizar o Ritual?

─ Rituais funcionam melhor à noite. Receio não estarmos em dias favoráveis. Melhor esperarmos a próxima lua cheia.

─ Aoi disse que não devo tardar na realização dessa manipulação.

─ Então, que seja daqui a oito dias. Será noite de lua nova, que também é propícia para Rituais Energéticos. Nós daremos um jeito de iluminar o ambiente.

─ Tudo bem, então.

─ Será preciso prepararmos o lugar e as Bruxas. Será um evento e tanto em Ono-Aoki.

─ É impressão minha, ou a senhora está bastante animada?

─ É a minha chance de conhecer melhor o poder da minha Aoki usuária de Magia.

─ Claro… ─ respondeu, Lin, resignada.

─ Temos tempo de sobra para nos preparar.

A semana transcorreria depressa, mas não para Lin, que se via demais ansiosa em cumprir aquela desafiadora tarefa; nem para o Guardião do Mundo dos Vivos, que não encontrava uma pista sequer do paradeiro de sua protegida; e nem mesmo para os de Murata, que também se viam preocupados com o sumiço da jovem.

Cinco dias antes do Ritual em Ono-Aoki, Sango e Miroku chegariam ao vilarejo, de regresso de Shimizu, e não trariam boas notícias.

─ Nenhum sinal dela, pessoal. Assim que recebemos a mensagem de vocês, deixamos Shimizu e partimos com Kirara em busca de Lin. ─ informou, Miroku.

─ Procuramos nos vilarejos e feudos da área sul e não encontramos nenhuma pista. Na volta, inclusive, passamos por Kobayashi e também não encontramos nada.

─ Na verdade, querida, havia indícios de luta na área do poço.

─ Luta? ─ instigou-se, Inuyasha.

─ Mas não dá para saber quem lutou, Miroku.

─ Mas Lin tem uma conexão com aquele lugar, querida.

─ Isso não garante nada! ─ exclamou, a esposa, chateada.

─ Fico a me perguntar se não terá sido obra da ave novamente. ─ insistiu, Miroku ─ E se Sesshoumaru está procurando por Lin também, eu tenho quase certeza disso.

─ Não acho que tenha sido a ave.

─ E por que não poderia ser, Kagome?

─ Miroku… A energia de Lin não desapareceu como da vez em que ela foi selada em Ishikawa. Apenas não estamos conseguindo localizá-la.

─ Neste caso, Lin está se escondendo de propósito! ─ exclamou, Sango.

─ Mas de quem?

─ De todos! Do príncipe, de Sesshoumaru, de nós… Vai saber o que se passa na cabeça daquela menina! ─ reclamou, a Taijiya, já a se afastar do grupo ─ Quer saber, eu vou descansar! Estou exausta da viagem!

─ O que foi que deu nela, Miroku? ─ perguntou, Inuyasha, após a partida de Sango.

─ Kohaku.

─ Aconteceu alguma coisa? ─ preocupou-se, Kagome.

─ Ele ouviu uma conversa nossa e acabou descobrindo que Lin havia desaparecido novamente. Decidimos não lhe falar a respeito, mas ele nos surpreendeu, enquanto Sango e eu conversávamos.

─ Essa não…

─ O pior é que, agora que está casado, Kohaku não pode deixar Shimizu e unir-se a nós nas buscas, como gostaria de fazer. Ele está angustiado com a situação e isso tem causado alguns problemas em seu casamento.

─ Pensei que Kohaku tivesse desistido de Lin.

─ E desistiu, Inuyasha. Mas isso não o impede de estar preocupado com ela. Afinal, ele sempre a amou.

─ Mas ele pode comprometer seu casamento, agindo dessa forma. Sango tem toda razão de estar preocupada. ─ ponderou, a Sacerdotisa.

─ Tanto que está pensando em passar um tempo em Shimizu.

─ Então, vocês irão para lá?

─ Não decidimos ainda, Inuyasha… Mas é bem provável que sim. Caso não seja possível irmos nós dois, terei de ficar em Murata com as crianças.

─ Nesse caso, acho que já sei qual é a verdadeira preocupação de Sango, Miroku…

─ Qual?

─ Deixar você sozinho não é algo seguro.

─ Tem razão, Inuyasha!

─ Até você, Kagome?

─ Vamos entrar. Daqui a pouco o sol irá se por.

Enquanto isso, na Escola de Exterminadores de Shimizu, Emi e Kohaku tentariam se entender.

─ O que há, Kohaku?

─ Não é nada, Emi.

─ Tem certeza?

─ Estou um pouco cansado, só isso.

─ Cansado…

─ O que houve? ─ perguntou, ao notar o descontentamento da esposa.

─ Está preocupado com ela, não é?

─ Emi, por favor…

─ Tudo bem, eu entendo.

─ Você entende? ─ perguntou, surpreso.

─ Eu sempre soube do que sente por ela… Não tenho o direito de questionar sua preocupação, já que aceitei me casar com você, mesmo ciente do fato…

─ Emi…

─ Eu só não queria que isso interferisse tanto em nosso casamento, Kohaku.

─ Querida…

─ Não precisa se justificar.

─ Escute-me… ─ pediu, durante o carinhoso abraço que deu na esposa ─ Eu amo você, Emi… Muito! De verdade!

─ Eu sei.

─ A última coisa que quero é fazer você infeliz!

─ Eu não duvido disso.

─ Sei que não tenho me comportado como deveria… Sei que tenho estado um pouco ausente… ─ admitiu, já a fitar a esposa, mas ainda abraçados ─ Eu só ajo dessa forma, para que você não sofra, para que não se entristeça por me ver tão preocupado com ela…

─ Eu sei…

─ Emi… Não chore… Por favor! ─ pediu, cheio de remorso, a beijar os olhos lacrimosos da esposa ─ Não fique triste assim, querida…

─ Não se preocupe comigo… ─ pediu, após afastar-se.

─ Como não vou me preocupar com você? ─ questionou, receoso quanto àquela ação.

─ Não se importe com demonstrar, a mim, as suas preocupações a respeito dela… ─ respondeu, ainda de costas para o marido ─ Eu disse que ficaria ao seu lado em toda e qualquer situação, não disse?

─ Sim, mas…

─ Aqui estou, Kohaku. ─ disse, já a fitar o esposo com amor.

─ Por que está sempre tentando ser compreensiva? Sei que está com raiva, sei que está odiosa por causa do que está acontecendo!

─ Sim, eu estou! Estou com muita raiva, Kohaku! ─ admitiu, seriamente ─ Mas de que me adiantaria lhe fazer cobranças? ─ perguntou, resignada; e ao silêncio encabulado do marido, aproximou-se novamente ─ Lin está viva, Kohaku… A sacerdotisa garantiu que consegue sentir a energia dela… Então, por favor, não se preocupe tanto! ─ suplicou.

─ O que me preocupa, Emi, é supor que Lin esteja, outra vez, seguindo o caminho errado. Independente do que senti por ela, ou do que… ─ hesitou por um instante ─ Ou do que eu ainda sinta.

─ Kohaku…

─ Incomoda-me saber que Lin, talvez, não tenha feito o que seria melhor para que ela pudesse seguir em frente. Ela me pareceu tão feliz e animada a respeito do príncipe de Miura, não entendo!

─ E você não se incomoda com saber que ela está feliz com outro?

─ Incomoda-me saber que ela está infeliz, apenas isso. Se ela está feliz com Masuyo, ou com quem quer que seja, isso já me basta.

─ Até mesmo se fosse com o youkai?

─ Receio que Lin nunca consiga amar outra pessoa, Emi… Quando ela não tinha absolutamente nada, Sesshoumaru lhe deu tudo de que mais precisava, inclusive a vida. E eu acho que talvez Sesshoumaru nunca tenha amado outra pessoa na vida além de Lin. Mas estou certo de que ele nunca ficará com ela. Pelo que percebi, independente de amá-la, ele parece não gostar de sentir o que sente por ela. Por isso, sequer cogito a possibilidade de que eles fiquem juntos.

─ Você não respondeu à minha pergunta, Kohaku. Eu quero saber se você se incomodaria se Lin e Sesshoumaru ficassem juntos.

─ Faz diferença para você?

─ Não, mas… Talvez, faça diferença para você, já que parece não se importar com o fato de ela estar com Masuyo e hesitar quando eu falo do youkai.

─ Já disse, Emi: Lin me pareceu feliz ao falar do príncipe, mas sempre falava de Sesshoumaru com profunda tristeza.

─ Bem… ─ iniciou, após o longo e desconcertante silêncio que se fez entre ambos ─ Eu vou me recolher agora, Kohaku…

─ Mas já? Sequer anoiteceu ainda.

─ Eu trabalhei muito naquelas porções hoje. Estou cansada.

─ Não vai comer?

─ Mais tarde, talvez.

─ Emi…

─ Está tudo bem… ─ disse, após beijar o rosto do marido ─ Procure não demorar muito, sim?

─ Encerrarei as atividades da Escola mais cedo. ─ prometeu.

─ E eu estarei esperando por você, então… Não se canse muito, sim?

Kohaku lhe responderia apenas com o sorriso encabulado, ciente do que Emi lhe faria àquela noite ─ talvez, o mesmo que atormentaria o juízo do Guardião do Mundo dos Vivos, num tranquilo ponto de uma floresta qualquer, onde ele descansava, após mais um dia perdido de buscas.

─ O senhor é muito grande… ─ sussurrou, Lin, a fitá-lo com riso devasso, após a tentativa frustrada de envolvê-lo completamente em sua boca.

Mas, tão logo, ela voltaria a por à prova a resistência do Guardião, que permaneceria, por um tempo, do modo como estava, parcialmente despido, sentado e recostado ao tronco da robusta árvore, enquanto se embebia de prazer e assistia, extasiado, às carícias libertinas que a protegida lhe fazia com desejo e sem o menor pudor. Vê-la despida, naquele instante, nem mesmo era necessário para excitá-lo daquela forma. O calor de sua boca molhada e o cheiro de sua excitação bastavam para atiçá-lo e mantê-lo refém daquela humana, naquele tipo de intimidade que ele jamais havia permitido à fêmea alguma.

─ Meu senhor… ─ sussurrou, lasciva, a acariciá-lo também com as mãos ─ Eu não vou parar…

E o Lorde logo se levantaria, então, para fitá-la de cima, com seus olhos sérios, mas cheios de desejo, exibindo e segurando seu imponente membro rígido, como forma de consentimento ao que viria em seguida. Após o gozo, ele veria a jovem, ainda de joelhos, fitá-lo com malícia, deslizar a língua sobre o lábio superior, morder o inferior e engolir seu sêmen sem a menor hesitação. Aquela não seria a primeira vez em que ele despertaria naquele estado, após sonhar com a protegida.

 

*          *          *

 


Notas Finais


♪ Música tema do capítulo: "Wicked Game", by Chase Eagleson (Chris Isaak Cover) ♪


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