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História Três é melhor do que dois (Taekook - ABO) - Recompensa - História escrita por mariihreis - Spirit Fanfics e Histórias
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História Três é melhor do que dois (Taekook - ABO) - Recompensa


Escrita por: mariihreis

Notas do Autor


Oii pessoas!
Atrasamos um pouquinho mas em compensação esse capítulo está gigante!!! Hahahaha
Esperamos que vocês gostem!

Capítulo 6 - Recompensa


Fanfic / Fanfiction Três é melhor do que dois (Taekook - ABO) - Recompensa

— Jesus, Jeon Jeongguk vai vir aqui em casa — Taehyung murmurou para si mesmo naquela manhã ensolarada. — Jeon Jeongguk, aqui em casa — repetiu mais alto, tentando fazer as palavras entrarem de forma correta na sua mente. — Meu Deus… — riu sozinho sentado na cama, parecendo um louco. Tamanha êxtase que estava sentindo!

— Hm… — ouviu o alfa ao seu lado resmungar e se mexer, puxando as cobertas para cobrir o rosto dos raios de sol que entravam pela janela.

— Opa — riu baixinho, temendo acordar Hyuki. Empurrou a coberta para longe e se levantou animado, pronto para começar aquele dia intenso.

Arrumou melhor seu filhote na cama e beijou a testa alva, indo em direção ao banheiro. Desde que Hyuki adoeceu, ele estava dormindo consigo, com medo de deixar o filho sozinho e algo acontecer. Mas, graças aos céus, desde quarta-feira, quando foi ao médico e Hyuki tomou um remédio na veia para acalmar seu lado lupino, o pequeno alfa estava bem melhor.

A essa altura, o remédio já não estava mais fazendo efeito no corpinho do filho, mas aquela angústia toda parecia estar se esvaindo aos poucos. Na quinta-feira passou o dia todo agarrado à criança, cuidando e monitorando todas suas ações, já sexta, ele ficou com o Jin, sendo paparicado pelo tio ao extremo.

E hoje seria o grande dia! Jeongguk iria conhecer seu filho!

— Por Deus, onde eu estava com a cabeça quando aceitei isso? — resmungou ao cuspir a pasta de dente na pia, rindo em seguida quando um frio na barriga se fez presente.

Mal acreditou quando recebeu aquela proposta inusitada do alfa. Jamais um alfa que saiu consigo pediu por aquilo!

Taehyung se remexeu a noite inteira e acordava com qualquer mísero barulho, tamanha sua ansiedade. Fazia anos que Taehyung não se sentia assim. Se sentia um adolescente novamente, só que a diferença era que as coisas tinham uma proporção um pouco — talvez muito — maior, afinal não iriam a um simples encontro, Jeongguk iria conhecer seu filho, seu lar e conhecer um pouco mais da sua vida. Céus… Qual era a chance de isso dar errado? Todas!

— Mãos à massa! — falou depois de vestir um short fino de malha e uma blusa branca que usava para quando ia limpar a casa.

Pegou seu pijama recém usado e levou até a lavanderia do apartamento, colocando no cesto de roupa suja quase vazio, já que Taehyung odiava deixar roupa acumular. Ligou a televisão da sala e colocou no Youtube, reproduzindo sua playlist de músicas favoritas. Passou a manhã inteira limpando e ajeitando seu lar.

Hyuki já estava a algumas horas sentado no sofá, mudando com seus dedinhos os vídeos do Youtube que passava na televisão. Algo estava errado com seu pai, tinha certeza! O viu passar pano de novo na sala, pela terceira vez? Não sabia contar tão bem, mas tinha certeza de que já tinha visto Taehyung fazer isso algumas vezes naquela manhã.

— Tá doido… — murmurou para si mesmo, vendo a boca do ômega se mexer e um sorriso bobo nascer em seus lábios seguido de um balançar de cabeça. O que será que ele tá pensando?, era a única coisa que vinha na sua mente ao ver seu pai passar pano pela casa e ficar com as bochechas coradas enquanto murmurava algo que o fazia sorrir de um jeito lindo e bobo.

Deu de ombros e voltou a navegar pela plataforma gigante, resolvendo, desta vez, se render a um vídeo da porquinha Peppa. Era de bebê, mas ele amava.

 

(...)

 

— Raiva, raiva, raiva! — Taehyung continuou a resmungar irritado, procurando algo pelo apartamento.

— O que foi, papai? — perguntou depois de não conseguir ignorar seu pai quando ele parou em frente a TV na qual passava o desenho que estava assistindo.

— Não acho meu celular. Você viu, bebê? — suspirou frustrado.

— Papai, tá aqui seu celular — riu baixinho e pegou o aparelho que estava no braço do sofá, disposto para qualquer um ver.

— Ah… — Taehyung sorriu sem graça e pegou o smartphone.

Com certeza, estava enlouquecendo.

Já passava das 16h e havia marcado com Jeongguk às 17h30. Depois de muitas exigências de si mesmo, conseguiu deixar seu apartamento impecável e muito cheiroso. O jantar já estava quase pronto e o filho estava de banho tomado e trocado, vestido com uma calça jeans preta e uma camiseta branca.

Taehyung ainda estava vestido com sua roupa de limpar a casa, mas sabia que seu banho seria rápido, uma vez que já havia separado seu look para a noite. Passou o dia todo idealizando diversas conversas que poderia ter com o alfa, totalmente temeroso e ansioso. Fazia anos desde a última vez que Hyuki teve contato com uma pessoa com quem estava se relacionando. O último foi aquele alfa… Péssima lembrança.

Respirou fundo, sentindo seu lobo reagir com a possível catástrofe que poderia ser aquela noite.

— Papai, senta — Hyuki sugeriu doce, sentindo a angústia e a ansiedade de seu pai, batendo com a mão no sofá, em um convite para Taehyung se sentar ao seu lado. O Kim assentiu e se sentou, olhando os recados no celular.

Taehyung:

Quando tiver vindo, me avisa

Mandou para Jeongguk enquanto mordia o lábio inferior, sentindo o estômago embrulhar e os pelos se arrepiarem. Estava chegando a hora. Tantas dúvidas rondavam sua mente, tantos “e se?” o deixavam zonzo.

“E se Jeongguk não gostar do Hyuki?”

“E se o Hyuki não gostar do Jeongguk?”

“E se Jeongguk se decepcionar?”

“E se tudo for um desastre igual d-”

Interrompeu seus pensamentos inseguros quando o alfa deitou no seu colo, pegando no sono tão rápido que Taehyung mal notou. Ele ainda estava abalado e amuadinho. O ômega passou os dedos longos pelo rosto do filho e suspirou. Era tão forte por ele, tudo o que fez foi para o bem de quem amava… Sorriu, torcendo para tudo dar certo.

 

(...)

 

Jeongguk:

Já estou na sua rua

Taehyung:

Ok

Era agora. Hyuki ainda estava dormindo no seu cochilo da tarde no quarto. Taehyung havia tomado banho, se arrumado vestindo uma calça sarja bege e uma camisa vinho. Os cabelos crescidos estavam bem penteados, a barba feita, os dentes escovados, a orelha com uma argola grande dando um charme adorável para o seu visual. Estava lindo e gostoso.

O interfone tocou e ele liberou a entrada de Jeongguk, ajeitando algumas coisas do apartamento por puro nervosismo. A campainha soou. Engoliu em seco e andou até a porta, sentindo seu ômega reagir ao alfa do outro lado.

— Boa noite — Jeongguk falou sorrindo assim que viu seu ômega abrir a porta.

— Bo-boa noite — gaguejou e se auto-repreendeu; perdeu o fôlego. Jeongguk estava deslumbrante! O alfa usava uma calça de couro preta, fazendo par com seu coturno, um moletom branco com algumas coroas pretas da Dolce & Gabbana. Sorriu, completamente maravilhado. — Entra.

Jeongguk estava igual ao ômega, totalmente hipnotizado na beleza singular de Kim Taehyung. Podia vê-lo um milhão de vezes, mas tinha certeza de que cada vez que o via, ele ficava mais bonito, não era possível!

— O que é isso? — Taehyung perguntou curioso assim que trancou a porta, analisando a tuppeware que estava na mão de Jeongguk.

— Ah, isso é kimchi! — falou e estendeu para o dono da casa, que segurou o embrulho. Jeongguk se aproximou e selou os lábios do ômega em um beijinho demorado e gostoso. — Trouxe para o jantar, minha mãe quem fez.

— Não precisava, Guk. Sério! — sorriu feliz, aspirando o cheiro gostoso que saía dali.

— Precisava, sim — acentuou e olhou ao redor.

O apartamento de Taehyung era, sem dúvidas, bem menor que o seu, mas o cheiro de cereja e hortelã o deixava mil vezes mais aconchegante. A decoração era simples porém bonita, o sofá claro estava impecável, os móveis brilhando e tapete felpudo deixava tudo ainda mais fofo. Amou o que viu.

— Que linda sua casa, Tae — elogiou sincero enquanto tirava seus sapatos.

— Obrigado, eu que decorei — sorriu orgulhoso e foi em direção à cozinha, sendo seguido por Jeongguk.

Jeongguk continuou olhando ao redor enquanto Taehyung colocava o kimchi no forno para não esfriar. Seu alfa reagia sem parar aos dois cheiros fortes do apartamento, estava inquieto e ansioso. Queria e precisava ver Hyuki, estava contando as horas para chegar na residência dos Kim, tanto que chegou antes da hora.

— Cadê o Hyuki? — não aguentou, perguntou e mordeu o lábio inferior quando Taehyung se virou com a boca entreaberta.

— E-ele está dormindo — falou e engoliu a seco. Não esperava que Jeongguk fosse perguntar logo de cara assim pelo seu filho. — Vamos lá ver ele.

Jeongguk assentiu e suas bochechas coraram. É agora, os dois pensaram ao mesmo tempo. O alfa sentia suas mãos suarem e suas pernas tremerem. Por Deus, era só uma criança! Mas e se seu alfa não o aceitasse!? Como ficaria com Taehyung se isso acontecesse? Por Deus, não gostava nem de pensar!

Passaram em frente a uma porta e Jeongguk logo soube que era o quarto de Taehyung, dali vinha o cheiro de cereja em maior concentração. Sorriu ladino, ansioso para conhecer a decoração do ambiente.

Jeongguk viu Taehyung hesitar assim que chegaram na porta do quarto de Hyuki. Não sabia de todas as dores que o ômega teve que passar sendo pai solo, mas compreendia, e se dependesse de si, o ômega nunca mais iria passar por algo do tipo. Então, por isso, circulou a cintura do Kim e beijou a lateral de seu pescoço, colocando sua mão por cima da mão magra dele, abrindo a porta, mostrando para Taehyung que estava tudo bem, que tudo ficaria bem.

Adentraram o quarto e Jeongguk suspirou em deleite, o cheiro gostoso de hortelã estava muito intenso ali. A decoração era fofa e singela. Os armários eram branquinhos e planejados; uma das paredes era pintada de azul bebê; tinha estrelinhas no teto; carrinhos e ursos na parede; bolas pelo chão; um carpete fofinho… Sorriu, completamente maravilhado.

— Que quarto lindo… — sussurrou para Taehyung, que riu tímido e entrelaçou sua mão com a de Jeongguk.

— Eu que decorei aqui também — piscou um dos olhos e puxou Jeongguk para perto da cama do filho.

Hyuki dormia segurando sua pelúcia do Pikachu e, como sempre, metade do cobertor estava caído no chão, o lençol todo bagunçado, as pernas abertas e blusa erguida, revelando a barriga branquinha que subia e descia tranquilamente. Jeongguk travou. Seus olhos cresceram e brilharam, a cor púrpura de seu alfa iluminava sua íris.

Estava bem ali, o filhote de Taehyung, o filhote de seu ômega, do ômega que seu alfa escolheu e reivindicou para si.

— E-ele, ele é lindo… — falou maravilhado, a voz estava rouca, seu lobo interno estava presente junto de si. Se aproximou mais da cama.

Taehyung puxou a blusa branca para baixo e ajeitou Hyuki em uma posição um pouco melhor para Jeongguk o conhecer, rindo baixinho por esse jeito de seu filho que conhecia muito bem. O Jeon agradecia por Taehyung estar alheio ao turbilhão de sensações que estava sentindo ao olhar para o alfinha ali.

Seu coração bateu forte e foi tomado por um desejo irracional de seu alfa de reivindicar o filhote como seu, já que ele é filhote de seu ômega. Mas teve que conter seu lobo, sentindo-o rosnar e suplicar para Jeongguk sentir mais do pequeno alfa.

Jeongguk estendeu a mão e acariciou os cabelos de Hyuki, sentindo os fios macios e bem cuidados por entre seus dedos. Taehyung acendeu a luz do abajur, revelando mais do rosto do filho. Jeongguk notou algumas semelhanças de Hyuki com Taehyung, como o nariz redondinho, a sobrancelha grossa, o formato do rosto… Ele era tão lindo! A boca era fina, diferente da do pai que era grossa; os olhos também eram diferentes, eram redondos e, apesar de estarem fechados, Jeongguk sabia que eram enormes; a cor do cabelo também era preta. Seu lado ciumento e curioso aflorou, querendo saber de quem Hyuki havia herdado essas características.

Taehyung sentia seu lobo eufórico. Céus, era fascínio que transpassava pelas iris de Jeongguk? Sem notar, seus olhos corresponderam ao intenso púrpura do alfa, ficando completamente dourados enquanto via a cena se desenrolar à sua frente. Pensou em infinitas possibilidades ruins desse encontro iminente, mas ali, vendo o carinho estampado no olhar de Jeongguk, se sentiu um tolo por ter sido tão pessimista esse tempo todo. Estava feliz e ansioso para seu filho acordar e finalmente conhecer o dono do cheiro que tanto o encantou. O famoso cheirinho de menta.

— Vou pegar algo pra gente beber — Taehyung falou no ouvido do Jeon e beijou os seus lábios, saindo do quarto e deixando Jeongguk sozinho com Hyuki. Sentia que o alfa precisava desse momento a sós para se acostumar com a presença do garotinho.

O Jeon então sentou na beira da cama, ainda vidrado no filhote. Era muita informação para absorver. Durante anos idealizou sua volta para a Coreia e sua volta para Taehyung, mas nunca imaginou que ele pudesse ter um filho. Mas ali, olhando a criança dormir segurando uma pelúcia de Pikachu e com um bico nos lábios, sentia que era a pessoa mais sortuda do mundo por, entre todos, ser ele quem poderia construir uma nova vida com Taehyung e o filho deste. Claro, isso se o ômega permitir um dia. Era tipo um intruso, sabia, mas estava disposto a se encaixar na vidinha dos dois.

— Alfinha, alfinha… Será que você vai gostar de mim o tanto que eu já gosto de você? — perguntou em voz alta para Hyuki que dormia, alheio à presença de Jeongguk ali. — Eu espero que sim...

Desceu o carinho do topo da cabeça para as maçãs do rosto, passando o polegar pelo biquinho fofo e apertando de leve o queixo idêntico ao de Taehyung, sorrindo completamente maravilhado por ver aquela criança ali. Por um impulso desconhecido, puxou a coberta e cobriu Hyuki melhor, o arrumando na cama para só então sair do quarto e ir atrás de Taehyung.

Ouviu o ômega resmungar da cozinha, tentando abrir algo, e seguiu o caminho que já havia decorado. Chegando lá, o viu de costas para a entrada e de frente para uma bancada, a calça bege marcava demais a bunda grande de Taehyung, fazendo Jeongguk ansiar para tocar ali, seu tesão por ela continuava gigante. Então, se aproximou em silêncio e riu nasalado quando o Kim finalmente conseguiu abrir a rolha.

Taehyung estava tão concentrado na sua tarefa que levou um susto quando sentiu dois braços fortes circularem o seu quadril. Seu corpo arrepiou quando Jeongguk grudou o peitoral em suas costas e o abraçou por trás, começando a distribuir beijos por sua nuca, descendo em direção ao pescoço.

— Hm… — gemeu baixinho, mole e completamente rendido às carícias que recebia ali.

Os lábios macios e cheinhos beijavam devagar sua pele. Jeongguk não tinha pressa, respirava fundo e sentia a pele quente de Taehyung sob seus lábios, beijando e se degustando ao máximo, enquanto as mãos se ocupavam em acariciar a cintura fina do ômega.

— Vinho? — o alfa murmurou com a boca colada no pescoço dele, ainda o apertando naquele abraço.

— Uhum… — falou entorpecido, tombando a cabeça para o lado, para dar mais espaço para os lábios astutos que lhe beijavam — Eu não tinha o costume de comprar vinho. Desde que voltou, você tem me feito experimentar muitas coisas novas em minha vida, Guk.

— E isso é ruim? — levantou o rosto e colou sua bochecha com a de Taehyung, vendo-o servir vinho nas duas taças ali.

— Ainda não sei ao certo, estou descobrindo. Mas acho que não — sorriu ladino quando Jeongguk abriu um sorriso e pressionou a pélvis contra a sua bunda, colando os lábios no lóbulo da sua orelha.

— Irei te fazer ter certeza, então… — sussurrou e mordiscou fraco antes de se afastar e pegar a taça de vinho, queria provocar Taehyung, como sempre. — Um brinde ao nosso jantar.

— Saúde — Taehyung falou cínico, ergueu a taça e bateu contra a de Jeongguk. Ambos levaram a bebida aos lábios e suspiraram em deleite quando o álcool entrou em contato com seus paladares. — Vamos para a sala.

Jeongguk assentiu e passou o braço ao redor da cintura do ômega, andando colado a ele até chegarem na sala. Se sentaram lado a lado no sofá e Taehyung ligou a televisão, se aconchegando nos braços do alfa, que o abraçou enquanto degustava do vinho.

— Obrigado por querer conhecer o meu filho — Taehyung comentou, um tanto quanto envergonhado. Sentia que precisava externar essa gratidão que sentiu desde o momento que Jeongguk se mostrou muito aberto e interessado em conhecer Hyuki.

— Não me agradeça — Jeongguk sorriu e tirou os braços ao redor de Taehyung, pegando as duas taças na mão. Colocou ambas sobre a mesa de centro e virou de frente para o ômega, segurando as mãos dele. — Isso é importante pra mim também.

O coração de Taehyung batia com força no peito. Seu lobo reagia ao alfa e seu cheiro de cereja exalava com mais força, tamanha sua euforia. Sua espinha gelou quando Jeongguk se aproximou, colando seus lábios de forma doce e molhada. Suspirou em deleite; amava o gosto dele.

Entreabriu os lábios e se remexeu no sofá, recebendo com carinho a língua de Jeongguk. Um choque gostoso foi enviado para ambas as espinhas quando os músculos quentes se tocaram, sendo capturados pelas bocas famintas e apaixonadas.

A mão de Jeongguk foi para a nuca de Taehyung, o segurando com posse, enquanto a outra foi para a cintura fina. O beijo tomou forma, as línguas se entrelaçaram enquanto disputavam território, os suspiros e estalos de puro prazer ficavam cada vez mais altos e frequentes.

Taehyung apertava os braços de Jeongguk por cima do moletom, se envolvendo em sua pegada. Seu corpo estava mole e quente, de repente o clima ameno daquela noite esquentou. Sentiu sua língua ser chupada e sua cintura ser apertada com mais força, arfou rendido.

— E se o Hyuki acordar? — o alfa conseguiu perguntar entre os beijos que cada vez mais se tornavam afoitos e necessitados.

— Eu vou ouvir — falou, tomando a boca cheinha para si novamente.

— Vamos pro quarto? — arfou e apertou o ômega com mais força, sentindo a excitação exalar pelos seus poros.

— Melhor não — disse, ciente do que poderia acontecer caso fossem para o quarto.

Jeongguk assentiu e voltou a abocanhar seus lábios, se deliciando com o gosto do Kim misturado com vinho. Iria aproveitar aquele momento ao máximo. Em um impulso, Taehyung empurrou o peito dele, o fazendo encostar no sofá e não deu tempo para Jeongguk questionar nada, pois o ômega logo se levantou, passando ambas as pernas ao redor do quadril de Jeongguk, e encaixou o membro semi desperto dele entre suas bandas.

— Porra… — Jeon xingou baixinho, maravilhado. Amava ter Taehyung assim, em seu colo, e sentiu muita falta disso.

Taehyung reconectou as bocas ao mesmo tempo que levou os dedos com unhas curtas até a nuca de Jeongguk, as raspando ali, enviando ondas de choque para o corpo quente do alfa. Conforme o ósculo aprofundou, Jeongguk não se aguentou em apenas apertar as coxas roliças de Taehyung, por isso levou as mãos até a carne cheia da bunda dele e apertou enquanto sugava a língua doce do ômega.

Jeongguk se sentiu nas nuvens.

O ouviu gemer baixinho, rendido rente aos seus lábios. O beijo foi partido apenas para ambos sorrirem extasiados e respirarem, para se beijarem novamente naquele ósculo quente e intenso.

O alfa apertava a bunda de Taehyung ao passo que sentia seus cabelos da nuca serem maltratados. Sentia a ereção do homem em seu colo crescer, ao mesmo tempo que seu lobo interno implorava para possuir aquele ômega bem ali.

Taehyung estava quente. Seu corpo queimava e respondia a cada toque de Jeongguk. A abstinência de tanto tempo sem se deitar com alguém estava dando as caras, transformando um simples beijo no colo do alfa em uma erupção. Jeongguk beijava bem, bem até demais para sua sanidade mental. Seu corpo era apertado, sua língua sugada e seus lábios mordidos. Seu lobo pedia mais, seu corpo pedia mais… Arfou alto.

Sem que notasse, começou a rebolar tímido, procurando fricção entre os membros rijos e excitados, se esfregando no alfa abaixo de si. Seu corpo estava entorpecido pelo cheiro intenso de menta e seus sentidos nublados de prazer.

Estava sedento.

Taehyung sentia sua nuca arrepiada e sua virilha arder. Seu corpo gritava de tanta libido. As mãos firmes de Jeongguk apertavam sua bunda e coxa, auxiliando no contato e nas sensações que ambos estavam sentindo.

Separou as bocas em um estalo úmido e respirou ofegante. Abrindo os olhos minimamente somente para ver os lábios cheinhos de Jeongguk inchados pelos beijos intensos e os olhos redondos o encarando cheios de luxúria.

Taehyung estava uma bagunça, uma bagunça linda na concepção de Jeongguk.

Os cabelos, antes bem penteados, se encontravam desgrenhados; as maçãs do rosto acentuadas estavam coradas e os lábios carnudos, inchados e vermelhos. Conseguia vê-los brilhantes e úmidos com a mistura de ambas as salivas. Sorriu sacana, cheio de tesão.

— Merda… — Jeongguk sussurrou rouco, fazendo Taehyung se arrepiar e agarrou a cintura fina. — Você está tão duro… — puxou o ar entredentes antes de atacar o pescoço alheio, beijando de forma sexy.

Taehyung tombou a cabeça para trás, sentindo as bochechas pegando fogo. Merda! Desde quando era tão sensível desse jeito? Se sentiu patético.

Sentia os beijos estalados e molhados serem distribuídos por seu pescoço, as mãos de Jeongguk apertarem sua cintura e o quadril dele se movimentar abaixo de si. Só conseguia sentir vergonha. Sem que pudesse controlar, os ombros encolheram e a cabeça abaixou, afastando levemente a boca astuta do alfa.

— Hm? O que houve? — Jeongguk perguntou confuso, tentando buscar o olhar de Taehyung.

— Nada — o ômega murmurou e voltou a beijar Jeongguk. Não queria ter aquele diálogo, se sentia ridículo.

Jeongguk nada respondeu, apenas correspondeu o beijo de forma intensa, sentindo o corpo do ômega antes mole e quente, ficar tenso. Taehyung se mexia em seu colo, mas não da mesma forma anterior, agora ele parecia desconfortável. As mãos grandes e magras não agarravam sua nuca para o aproximar, mas sim para o manter parado. Separou as bocas de forma dura, franzindo o cenho e analisando o Kim. Tentou buscar novamente o olhar dele, mas não conseguiu.

— O que aconteceu? Eu fiz algo… errado? — diminuiu o tom de voz, preocupado. Depois, riu nasalado ao notar a intensidade do rubor nas bochechas alheias. — Tae, você está com vergonha? — perguntou brincalhão.

— O-o que? Claro que não… — respondeu baixinho, sentindo o corpo esquentar da forma errada. Agora não era tesão, mas sim vergonha.

— Está sim! — gargalhou e puxou o copo menor para um abraço desajeitado, acariciando o couro cabeludo do parceiro de uma forma acolhedora — Que fofo, Tae… — sorriu bobamente, sentindo o ômega tremer levemente em seu colo. — Mas por que você está com vergonha?

Taehyung se sentia derretido. Céus, era completamente rendido ao Jeon Jeongguk. Não respondeu, apenas afundou seu rosto no pescoço alheio, aspirando o cheiro de menta que serviu de tranquilizante para seu desespero interno.

— Olha, se foi porque eu falei que você tá duro, porra, eu também tô muito duro! — Jeongguk divagou, ainda acariciando os fios castanhos e macios. Queria fazê-lo se sentir confortável. — Você é muito gostoso e eu não resisto.

— Idiota — murmurou rindo, dessa vez mais tranquilo. Jeongguk o deixava assim, leve e calmo.

— Tô falando sério! — se defendeu e afastou Taehyung carinhosamente para olhar em seus olhos. — Acho que vou dormir aqui.

— An? — franziu o cenho.

— Posso dormir aqui para terminarmos isso a noite e você ver o quanto eu fico duro por você — falou tranquilo. Taehyung sentiu as bochechas esquentarem mais ainda. Por Deus, Jeongguk iria o matar!

O Kim sentiu uma mordida fofa e sem malícia em seu queixo e riu soprado. Passou os braços ao redor do pescoço do alfa e selou os lábios em um selinho doce e cheio de paixão.

— Você não pode dormir aqui — decretou e deu de ombros, sorrindo ladino para provocá-lo.

— Por quê? Eu posso te recompensar mais tarde… — sussurrou sedutor, desta vez dando uma mordida recheada de segundas intenções, fazendo o ômega encolher os ombros em reflexo.

— Ainda não… ainda não — repetiu baixinho, entorpecido pelas mordidas.

Jeongguk fez um bico pidão, mas não reclamou. Ajeitou Taehyung em seu colo e voltaram a se beijar. Desta vez o beijo era calmo e cheio de sentimentos de ambas as partes. Mal conseguiam pensar enquanto se beijavam, eram rendidos demais a essa paixão.

Taehyung sentiu seu corpo leve e quente. Foi empurrado com cuidado e se deitou no sofá, o beijo não se desfez em momento nenhum quando Jeongguk se posicionou em cima de si. A vergonha já havia passado, podia confiar em Jeongguk.

Toda essa reconexão era muito nova para si, passou anos sozinho e de repente sua paixão adolescente retornou para sua vida, bagunçando tudo o que achava que estava arrumado. Jeongguk tinha consciência disso e estava disposto a mostrar para Taehyung que ele não estava mais sozinho.

Era gostoso estar daquele jeito, beijando de forma calma, tranquila e cúmplice. Taehyung sentia os dedos do alfa afagarem seu braço enquanto os seus estavam massageando a nuca alheia. Beijavam e beijavam, como se o tempo tivesse parado e o mundo não existisse.

Era somente Taehyung e Jeongguk, Jeongguk e Taehyung.

Levou a mão até os cabelos pretos do Jeon, sentindo os fios sedosos e bem cuidados. Sua ação foi copiada pelo alfa e ambos trocaram carinhos no couro cabeludo, tamanha a calmaria e afeto daqueles beijos.

Depois de minutos incontáveis para os dois, Taehyung sentiu um movimento atípico dentro do quarto do filho e recuperou sua racionalidade, separando-se rapidamente dos lábios de Jeongguk, pondo-se sentado no sofá. Viu o alfa o olhar confuso, indagando silenciosamente o que havia acontecido.

— Ele acordou — sussurrou e ele enfim entendeu. Então, assim como o ômega, começou a arrumar a aparência, apagando os vestígios que evidenciavam o que estava fazendo com o Kim antes da criança acordar.

Dessa forma, ouviram a maçaneta da porta girar e o alfinha recém despertado surgiu no corredor. Segurava apenas com uma mãozinha seu cobertor e o Pikachu de pelúcia que tanto amava, enquanto usava a outra mão para coçar os olhos inchados que estavam levemente cobertos pela franja lisa, os cabelos pretos se encontravam bagunçados. Sentia tanto soninho ainda…

De repente, um cheiro de menta invadiu seu olfato sensível, diferente de todos os cheiros de menta que já havia sentido antes. Não era artificial como os das balinhas, nem fraquinho como o que tinha no seu papai às vezes, era um cheiro forte e real, totalmente acolhedor. Seu pequeno corpinho foi envolto de uma sensação muito gostosa de euforia, sentiu-se seduzido e teve a sensação de que seu lobinho interno deu uma pirueta de tamanha felicidade por sentir aquele aroma de perto.

Enfim ergueu os olhos, sobressaltando-se ao ver a figura de um grande alfa ao lado do seu papai, e uma enxurrada de sensações invadiram seu interior de uma só vez. Fitou-o fascinado, a boquinha estava entreaberta. Era dali que vinha o segundo melhor cheiro do mundo! Claro que viria depois do aroma de cereja paterno, isso se eles não estiverem empatados!

— Acordou, papai? — Taehyung pronunciou, tentando despertar ainda mais o filhote, que parecia meio grogue de sono, ou talvez fosse somente a reação dele diante de Jeongguk. Não sabia dizer.

O pequeno Kim nem olhou para o ômega, seus olhinhos estavam grudados na figura esbelta ao seu lado, reparando o quanto aquele alfa parecia ser forte e protetor. Conseguia sentir isso de longe. Era incrível como tinha a sensação de estar extremamente seguro na presença dele, como se nada de ruim pudesse acontecer se ele estivesse consigo.

Mas por quê? Não deveria marcar o território no seu papai? Tinha que protegê-lo, dizer que ele era seu e deixar avisado que era ele quem protegia o ômega. Deveria rosnar, mas seu alfinha interior só queria choramingar, carente, numa estranha saudade de sabe lá o que. Seu aroma de hortelã intensificou, sim, mas não no sentido de demarcar território, mas no sentido de querer chamar a atenção daquele alfa.

— Oi, Hyuki — Jeongguk sorriu, quebrando o silêncio de longos minutos. Também olhava deslumbrado para a criança. Era indescritível a intimidade que já sentia com ela, a conexão era forte. O cheirinho de hortelã dele era tão agradável ao seu olfato, sentia vontade de pegar aquele corpinho infantil e envolver num abraço caloroso, encher o rosto dele com beijinhos. Era tipo uma necessidade, como se seu lobo implorasse por isso.

Ele sabe o meu nome!, Hyuki pensou lisonjeado, sorrindo tímido enquanto desviava o olhar para baixo em busca de esconder o rubor de suas bochechas gordinhas, mexendo o pequeno corpo de um lado para o outro. O coração batia bem rápido e sentia o estômago revirar.

— Ora, logo você está com vergonha? Não estou te reconhecendo, filho — Taehyung riu soprado. — Vem cá, você não vai falar "oi" pro Jeongguk?

Então o filhotinho olhou de relance para Jeongguk, observando-o sorrir para si, e não conseguia explicar a vontade avassaladora de correr até ele para o abraçar. Era o mesmo sentimento de querer muito alguma coisa, mas sem conseguir explicar o porquê de querer tanto assim. Mas, pela primeira vez após dias, não doía mais.

— Oi… — cumprimentou o alfa, meio acanhado, mas não conseguiu esconder o sorrisinho. Caminhou até seu papai, que logo o pegou no colo.

Dali, pôde reparar ainda mais no tal Jeongguk. Ele era tão mais bonito de perto… queria abraçá-lo. Dessa vez, não conseguiu controlar aquela vontade primitiva, então instintivamente abriu os braços e se jogou no corpo do alfa, que o recebeu de prontidão. Foi como se os dois lobos deles tivessem se encontrado e, de maneira inesperada, o lobo de Jeongguk acariciou o pequeno alfinha de Hyuki com seu focinho.

Jeon surpreendeu-se com o ímpeto do ato, mas estava totalmente satisfeito de ter o pequeno em seus braços, por isso não hesitou em acolhê-lo melhor naquele abraço. Era tão diferente de tudo que já abraçou. O corpo não era grande e forte, mas sim pequeno e delicado. Queria o proteger.

Hyuki suspirou em êxtase, um sorriso amplo estava presente em seus lábios e nem viu quando afundou o rosto na curvatura do pescoço de Jeongguk, inebriando-se do aroma de menta vívido naquela região onde as glândulas odoríferas se encontravam. Se embebedou enquanto pôde, até ouvir a voz do seu pai o reprimir:

— Ei, Hyuki! Que falta de educação é essa!? — Taehyung brigou, tentando puxar o filhote de volta para o seu colo pelo ombro pequeno. — Você não pode sair cheirando o pescoço das pessoas assim, é falta de respeito!

E realmente era. Normalmente, quando isso acontecia sem permissão, era algo muito invasivo e até mesmo considerado como assédio. Aproximar as narinas das glândulas de cheiro de alguém era invadir sua privacidade, pois ali era um lugar muito sensível. Contudo Jeongguk não ficou ofendido, pelo contrário, até riu com a avidez do pequeno alfa.

— Está tudo bem, Tae — assegurou, apertando ainda mais o Hyuki em seus braços, sem permitir que o ômega o levasse para longe de si. Não queria soltá-lo mais.

— É que… — Hyuki falou com a vozinha rouca, que soou abafada. Ainda cheirava o alfa. — O cheiro dele… — inspirou mais uma vez. — É muito bom… — suspirou extasiado, parecendo estar sob efeito de alguma substância. Seu organismo inteiro vibrava de felicidade e nunca se sentiu tão bem como agora.

— Você gosta? — Jeongguk perguntou feliz, olhando para o rostinho do filhote — O seu também é muito bom — o apertou mais uma vez, aspirando o cheiro acolhedor de hortelã. Céus, estava nas nuvens! Sentia o nariz pequeno e gordinho perpassando por seu pescoço, era uma sensação nova, um sentimento novo e uma vontade nova de pertencimento.

Depois do longo abraço, Hyuki permaneceu no colo do Jeon, sentado em sua coxa enquanto a cabeça estava pousada no peito dele. As mãos do alfa envolviam seu corpo, o deixando totalmente seguro. Apesar de feliz, parecia cansadinho, e isso fez Taehyung se preocupar. Não era para ele estar assim.

— Você está se sentindo bem, filho?

— Sim, papai. Só estou com fome — reclamou ainda tímido, passando a bochecha no peitoral do alfa que o tinha nos braços, segurando o impulso de pegar na mão de Jeongguk e acariciar sua unha do dedão, como sempre costumava fazer com Taehyung, Jin e Namjoon. Gostava de ouvir o coração de Jeongguk assim tão de perto.

— Vou esquentar a janta — Taehyung se levantou de prontidão. — Quer suas cenourinhas antes para conseguir aguentar até que tudo fique pronto? — perguntou e recebeu um aceno positivo de imediato.

Olhou uma última vez para Jeongguk, que parecia muito bem na companhia do seu filho, e os deixou a sós ao se dirigir para a cozinha.

Abriu a geladeira e pegou as cenourinhas, colocando-as numa tigela. Quando voltou, os dois alfas já se encontravam no chão da sala, Hyuki estava falante enquanto retirava todos seus brinquedos da enorme caixa que possuía a função de guardá-los. O ômega entregou a tigela para Jeongguk, que sorriu e apanhou uma das cenouras antes de oferecer para o Hyuki, que aceitou e se jogou novamente para o colo de Jeongguk.

Taehyung voltou para a cozinha e se apoiou na bancada, tentando processar a cena que ocorria em sua sala-de-estar. Céus, nunca imaginou isso antes, pensava até que era impossível! Jeongguk e Hyuki, juntos? Nem em sonho! Sequer esperava que o Jeon fosse voltar da Alemanha algum dia, imagina então conhecer seu filho, brincar com ele? Jamais!

Mesmo completamente surpreso, não podia evitar de sentir-se feliz, sentir como se tudo enfim estivesse certo, dentro dos trilhos. Algumas coisas ainda martelavam em sua cabeça, impossíveis de serem esquecidas, mas prometeu que deixaria-as de lado por um tempo. Aproveitaria um dia de cada vez, fazia muito tempo que não se encontrava tão feliz assim e não seria coisas do passado que iriam o privar disso.

Colocou as panelas com as comidas prontas no fogo e a carne pré-assada no forno, arrumou a mesa do jantar com os pratos e por fim se serviu de um pouco de vinho, pegando sua taça e se dirigindo para a sala novamente.

Agora, Jeongguk encontrava-se com os braços segurando várias pelúcias e outros brinquedos enquanto Hyuki contava para ele o nome de todos e um pouquinho da história de cada um deles. O ômega riu, bebericando do seu vinho, observando a expressão realizada que ambos os alfas possuíam. Pelo jeito, amaram a presença um do outro.

Ainda bem, Taehyung pensou, aliviado.

Seguiu para o sofá e se acomodou na superfície fofa dali, voltando a beber um pouco mais do vinho.

— O que é isso, papai? — o filhote perguntou ao enfim notar a presença dele ali.

— Suco de uva — respondeu com uma meia verdade.

— Me dá um pouco? Estou com sede — disse, colocando a linguinha para fora ao mesmo tempo que ia na direção do pai.

— Esse é de adulto. Quer que o papai prepare um leitinho pra você?

— Papai! — repreendeu, olhando de relance para Jeongguk. As bochechas rubras do alfinha expunham sua vergonha.

— Ok, ok, me desculpe — riu por causa daquele comportamento do filho. Ele estava querendo impressionar o Jeon. — Então você também quer suco de uva? Posso ir comprar pra você.

— Eu compro — Jeongguk se prontificou, pondo-se de pé rapidamente. — Eu vou lá de carro, é bem rapidinho.

— Tudo bem-

— Posso ir com você? — Hyuki pediu, interrompendo seu pai. Seus olhinhos brilhavam em expectativa, não estava pronto para ficar longe do alfa ainda.

— Filho, fica aqui. Deixa o Guk ir sozinho, bom que ele volta mais rápido — explicou afável, vendo um bico se formar nos lábios finos do filho.

— Mas eu quero ir com ele, papai — resmungou e tentou disfarçar o incômodo na sua voz.

— Pode deixar, Tae — o alfa riu. — Vamos, Hyuki? — ofereceu a mão para o pequeno, que a segurou sem hesitar, sorrindo, mostrando todos os seus dentes de leite. — Já já a gente volta, Tae.

Os dois saíram, deixando o ômega embasbacado para trás. Hyuki nunca desgrudava de si! E agora foi facilmente com Jeongguk, sem nem pensar duas vezes. Queria sentir ciúme, achar isso ruim, mas não conseguia. Seu lobo estava extremamente satisfeito com isso. De fato estava precisando de outra pessoa consigo. Hyuki precisava.

O tempo que os dois levaram para ir comprar o suco e voltar, foi o tempo necessário para o jantar ficar pronto. Quando Jeongguk chegou com Hyuki, os dois estavam sorrindo e conversando animados. As mãozinhas pequenas da criança estavam agarradas à grande do alfa, numa cumplicidade admirável. Taehyung não conseguiu evitar de se sentir quente de amor, ficou emocionado.

Depois Jeongguk o ajudou a colocar as panelas sobre a mesa e os três sentaram-se nas cadeiras dali, conversando animados e felizes. Taehyung havia servido o filho e estava pronto para comer, mas percebeu Hyuki não sentir interesse em tocar na comida.

— Que foi, filho? Você não gostou da comida? — olhou para o prato intacto. — Veja, sequer experimentou! — o Kim mais velho se mostrou preocupado com o filhote. — As dores estão voltando? — era impossível!

— Não é isso… — o filho respondeu com um bico. Queria algo, mas estava vergonhoso demais para verbalizar, afinal, parecia ridículo! Por que estava se sentindo dessa forma?

— Olha, experimente esse kimchi, foi minha mãe quem fez — Jeongguk interveio, apanhando a colherzinha do alfa, preenchendo-a com a acelga, para então direcionar para a boquinha dele, que não se mostrou tímido em receber o alimento.

Era exatamente isso que queria! Não sabia como pedir, mas ficou muito feliz porque Jeongguk decifrou seus desejos infantis. Ele era tão legal, até lia mentes! Sorriu para o alfa, se sentindo eufórico e feliz enquanto mastigava.

— Por que não se senta aqui comigo? Podemos comer juntos — Jeongguk ofereceu, batendo em sua coxa.

— Não precisa disso, Guk. O Hyuki sabe comer sozi-

Foi interrompido pelo barulho da cadeira sendo arrastada. O pequeno alfa desceu dela e logo se juntou ao Jeon, acomodando-se no colo dele, de frente para o prato. Taehyung olhou desacreditado para aquela cena. Seu filho não era assim, estava parecendo mais novo do que já era! Ele costumava ser super independente e até gostava de fazer as coisas sozinho.

— Não estou te reconhecendo, Kim Hyuki — pronunciou, ainda boquiaberto, mas o filhote nem pareceu prestar atenção nas palavras dele pois recebeu outra colherada do alfa. Jeongguk apenas riu e continuou revezando as colheradas entre si mesmo e o filhote.

Taehyung queria brigar pela folga do filho em explorar Jeongguk desta maneira, mas o momento em si era tão adorável que não resistiu, teve que bater uma foto discreta com seu celular da interação deles.

Depois do jantar, os três permaneceram na cozinha. Hyuki ficou sentado na mesa falando sem parar, bebendo do seu suquinho, enquanto os dois adultos foram arrumar a bagunça do jantar. Quando tudo acabou, foram novamente para a sala e Hyuki os obrigou a ficar no tapete junto com ele para assistir a algum desenho que passava na TV.

No entanto, o desenho logo foi esquecido porque os dois alfas começaram a brincar com almofadas enquanto o ômega apenas os observava, rindo vez ou outra com a fofura deles. Parecia que já se conheciam há muito tempo. Hyuki tagarelava como se não visse Jeongguk há anos e precisava contar de sua vida inteira. Falou dos amiguinhos da escola, das aventuras do Ash e do Pikachu, até de momentos com o pai ômega Hyuki contou! Jeongguk ria e respondia, amando todas as informações recém adquiridas pelo alfinha.

Jeongguk não podia estar mais feliz! Estava tão, mais tão apreensivo com seu encontro com Hyuki, e vê-lo assim, todo soltinho e feliz em sua presença o fazia querer chorar de alegria. Amava tanto aquela criança que mal se reconhecia, sentia necessidade de fazer parte da vida dele junto de Taehyung.

Depois de muito tempo brincando, Hyuki se entreteu com um carrinho de brinquedo. Jeongguk aproveitou o momento, aproximou-se de Taehyung e deu-lhe um beijo furtivo nos lábios, apenas para matar a saudade que sentia dele e do seu sabor. O Kim arregalou os olhos.

— Guk! — brigou baixinho, já corado. Quando o alfa se afastou, eles perceberam que a criança havia presenciado o momento amoroso entre eles.

— Vocês são namorados? — perguntou, curioso. Sua voz carregava uma grande expectativa.

Jeongguk riu alto ao perceber que Taehyung ficou ainda mais vermelho, além de aflito. Que adorável! Não tinha motivos para esconder do menininho a relação que tinha com o pai dele, mas preferiu deixar com que o ômega explicasse da forma que achava mais conveniente.

— Éer, filho… — limpou a garganta e se pôs ereto. — Eu e o Jeongguk… bem, nós somos amigos — mais uma vez respondeu com uma meia verdade.

— Amigos se beijam? — perguntou, confuso.

— Hm, bom, quando eles se gostam muito, eles se beijam, sim — Taehyung tentou explicar.

— Então você ama o Guk, papai? — a pergunta era genuína, mas bastante constrangedora. Hyuki se mostrou muito atento ao esperar a resposta.

— Já está tarde, é hora de você ir dormir — o pai mudou de assunto, desviando o olhar sentindo-se encurralado. — Dá tchau para o Jeongguk e vá escovar os dentes.

Ouviu um "aah" desanimado e os ombros do filho se curvaram para baixo, num sinal de que ele ficou triste com a notícia. Não queria se despedir daquele alfa, queria dormir com ele e ter seu cheiro de menta 24 horas por dia! Era tão bom, por que não podia ser assim? Ele tinha mesmo que ir embora?

Mas não iria contrariar seu papai. Só o aroma de cereja dele já era muito confortável, conseguia se manter feliz com a presença do ômega ao seu lado, mas é claro que a presença daquele alfa sempre seria bem-vinda.

Estava realmente com sono, mais um motivo para não ir contra as palavras do pai, então caminhou lentamente em direção ao Jeongguk, que abriu os braços para recebê-lo. Mais uma vez, enfiou o narizinho no pescoço alheio, degustando daquele cheiro o máximo que pôde. Não queria esquecê-lo jamais e desejou muito apanhar uma bandana e esfregar nas glândulas odoríferas dele, apenas para ter os dois cheiros consigo para sentir a hora que quisesse.

— Você vai voltar pra brincar comigo de novo, não vai? — quis saber, passando a pontinha do nariz sobre a pele do pescoço do Jeon.

— No dia que você quiser — o alfa garantiu, afagando o cabelo escuro da criança.

— Amanhã!

— Se seu pai deixar, eu venho — olhou para o ômega, que apenas fitava os dois alfas com um sorriso no rosto. Isso fez com que Hyuki o olhasse também, pidonho.

— Se você dormir hoje no mesmo horário de sempre e fizer todas as refeições certinhas amanhã além das tarefinhas de casa da escola, então o Jeongguk poderá vir — Taehyung tirou proveito da situação.

— Eu vou fazer tudo isso! — o filhote exclamou feliz e saiu dos braços do alfa para abraçar fortemente o seu pai. — Você é o melhor papai do mundo — pronunciou em êxtase, inalando o aroma de cereja do ômega.

O Kim, por sua vez, não conseguiu evitar seus olhos de marejarem. Tamanha foi a exaustão da última semana e as milhares de vezes que se perguntou se realmente estava sendo um bom pai para Hyuki que apenas aquela última frase dele simplesmente recompensou todo o sufoco que passou. Por mais tempestuoso que fossem seus dias às vezes, seu filho sempre aparecia e mostrava que todo seu esforço valia a pena.

O alfinha desvencilhou do pai, deu um beijo estalado nas maçãs do rosto acentuadas dele e voltou até Jeongguk, beijando timidamente a bochecha do alfa, recebendo um selar casto nos cabelos em seguida, murmurando um “boa noite” arrastado para Jeongguk. Seguiu para o banheiro com passinhos apressados. Taehyung aproveitou para limpar o canto dos olhos, vendo que Jeongguk já havia se levantado.

— Está tudo bem? — o alfa perguntou ao oferecer uma mão para ele se levantar.

— Está, sim — Taehyung aceitou a ajuda. — É só que é muito bom vê-lo tão feliz desse jeito, aí eu me emociono um pouco.

— Você fez um ótimo trabalho como pai, Tae. O Hyuki é um amor de criança. Quero ele pra mim — Jeongguk riu soprado enquanto caminhavam para a porta. O ômega sentiu um frio na barriga com aquelas palavras e sorriu abertamente.

— Vocês se deram muito bem, pude ver que se divertiram muito juntos — comentou, verdadeiramente feliz. — Quer vir mesmo amanhã? Se não puder, eu converso com o Hyuki — falou ao abrir a porta.

— Claro que quero — Jeongguk disse, saindo do apartamento e com isso a luz automática do corredor acendeu. — Tem certeza que você não prefere me convidar pra ficar pra dormir? — sorriu ladino, fazendo sua aposta.

O Kim foi pego de surpresa com aquela insinuação novamente. Não costumava trazer ficantes para seu apartamento quando seu filho estava, quem diria então deixá-los dormir ali. Foram poucos os que Hyuki chegou a conhecer e queria conservar isso, pelo menos até ter mais certeza sobre o Jeon, e ter mais certeza se estava realmente pronto para encarar uma vida com um alfa ao seu lado. Tinha muito o que pensar ainda.

— Hoje, não. Quem sabe outro dia?

— Nem se eu dormir no sofá? — Jeongguk forçou um bico manhoso. A verdade é que não queria ir embora de jeito nenhum. Sentia uma vontade gigantesca em estar com os dois.

— Não — Taehyung respondeu rindo, achou muito fofo aquele charme dele.

— Nem se você dormir no sofá?

— Jeongguk! — o ômega deu um empurrãozinho no ombro dele e os dois começaram a gargalhar juntos.

— Tudo bem, tudo bem, me desculpa. Pelo menos tentei, né? — deu de ombros. — Mas agora vou embora pra te deixar descansar.

Puxou Taehyung pela cintura, ocupando os lábios dele com os seus e instintivamente o beijo foi aprofundado. As duas línguas se despediram com devoção, enrolando uma à outra, e a saliva viciante do ômega acentuava a vontade de Jeongguk em ficar, não queria ir embora para longe dos cheiros de cereja e hortelã. Queria ficar ali.

Iam continuar com o beijo ávido, mas a luz do corredor se apagou, trazendo-os de volta para a realidade. Se afastaram sem vontade, apesar do sorriso presente em cada rosto. Era necessário se despedirem.

— Boa noite, Tae. Até amanhã — Jeongguk deu um último selar nele.

— Boa noite, Guk — observou-o chamar pelo elevador e já sentiu falta do calor corporal dele junto de si. — Até amanhã — acenou.

Ao ver a porta do elevador se fechar com o alfa lá dentro, fez o mesmo com a porta do seu apartamento, trancando-a. Por fim, apoiou as costas ali, ainda inebriado pelo o que acabou de acontecer. Não conseguia acreditar ainda.

Aquele dia, sem dúvidas, recompensou todos os outros anteriores.


Notas Finais


E aí? Foram tapeados ou esperavam essa reação do JK e do Hyuki??
Nós simplesmente amamos escrever esse capitulo e esperamos que vocês tenham gostado!

E agora? Como será que ficará a relação dos taekook?
Podem esperar altas cenas dos três juntinhos 🤧 ou será que não? Hahahaha

Beijos e até o próximo!
Com amor, Biih-San & m4ry_tk

Deem uma olhadinha:
''Half-Kingdom''(taekook/abo/vottom): ~> https://www.spiritfanfiction.com/historia/half-kingdom-taekook--abo-19577925

Link do Wattpad: https://www.wattpad.com/story/243661065
Link do trailer: https://www.youtube.com/watch?v=dgQsKT6CzyY


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