Mccree acordou duas horas depois totalmente confuso, ele ainda havia tido um sonho estranho com o seu alvo, que o pegava nos braços e o levava para algum lugar. Ele só pôde rir, em que mundo isso aconteceria? Porém ele olhou para o lado e viu o japonês dormindo sentado ao lado da cama e ele entrou em pânico. Olhando para os lados freneticamente, Mccree percebeu que estava sem seu chapéu e sua arma, localizou os dois no segundo seguinte mas estava com receio de se mexer e acordar o alvo.
De repente o arqueiro abriu os intensos olhos e bocejou, isso de alguma forma acalmou o pistoleiro porque: quem no mundo iria querer machucá-o depois de levá-lo a sua casa e o deixar dormir?
- Vejo que está acordado, bom. - Hanzo se levantou e foi até a mesa pegar a comida que havia separado.
- Onde eu estou?
Mccree se sentou na cama e Hanzo virou e lhe entregou a comida, era um simples sanduíche e água, era o que ele precisava por enquanto.
- No castelo Shimada, eu suponho que já me conheça, devido ao fato de que tentou me matar a algumas horas atrás.
O pistoleiro riu sem graça, era apenas uma missão que lhe fora designada porque ninguém a queria, mas ele apenas deu uma mordida na comida e evitou falar de boca cheia.
- Eu preciso saber seu nome para que possa decidir se te mato ou não. - Não havia muita emoção na frase.
Mccree engoliu o pedaço e o olhou hesitante, mas se deu por vencido ao perceber que não faria muita diferença falar seu nome ou não, já que o japonês poderia matá-lo com ou sem isso.
- Mccree, Jesse Mccree.
O sorriso que tomou o rosto de Hanzo era estranhamente reconfortante, mas Mccree evitou pensar nisso e voltou a comer. Hanzo havia reconhecido o nome e ele não poderia estar mais feliz, fazia algum tempo que queria conhecer o famoso Jesse Mccree. Assim que soube que ele estava no Japão, Hanzo acionou seus guardas para que capturassem o outro assim que o vissem, foi pura sorte ele mesmo tê-lo encontrado.
- Eu estava procurando você por todo Japão, Mccree.
Percebendo o nervosismo do outro com essa simples frase, Hanzo tratou de explicar.
- Eu soube que trabalha para a Blackwatch, onde meu irmão está. Preciso que mande uma mensagem para ele.
- Não.
O arqueiro riu, como aquele cowboy se sentia no direito de negar algo a ele? Não, ele iria mandar a mensagem por bem ou por mal e Hanzo não tinha nenhuma restrição quanto a isso.
- Você irá mandar a mensagem, pistoleiro. Não pode negar nada a mim enquanto estiver no meu país.
A risada transformou-se em uma carranca séria e Mccree se irritou.
- Olha aqui, arqueiro. Eu sei o que aconteceu com Genji e porque aconteceu, eu sou o melhor amigo dele e me recuso a mandar uma mensagem do irmão que o assassinou a sangue frio! Só me mate logo que terá menos trabalho.
A explosão repentina de Mccree impressionou Hanzo, ele tomou uma decisão naquela hora e não era a teimosia de Mccree que iria mudá-la. Ficando de frente para o pistoleiro que ainda estava sentado na cama, o japonês se inclinou com as mãos nos bolsos e com um meio sorriso falou baixo.
- Pois bem, eu tenho uma proposta para você. Você ficará no castelo por um mês, poderá reportar tudo que acontece aqui que se refira a mim e somente a mim neste castelo ao seus superiores. O farei mudar de opinião sobre mim e aí você mandará a mensagem ao meu irmão.
Os dois se encaravam intensamente e de muito perto, até perceberem que estavam perto demais e Hanzo se afastou levemente, com uma sobrancelha arqueada e um sorriso presunçoso no rosto. Mccree pensou a respeito, ele não tinha nada a perder com aquela proposta, porém ele não gostava nem um pouco de ter que ficar junto daquele crápula por um mês inteiro no castelo dele.
- Então, como vai ser?
- Eu aceito a sua proposta, arqueiro.
Hanzo sorriu feliz e Mccree soube que já estava mudando seus conceitos sobre o outro homem, como um assassino poderia sorrir daquele jeito com tanta facilidade? Foram tantas perguntas que ele fez a si mesmo naquele dia que ele já havia perdido a conta.
O arqueiro recolheu o prato vazio de Mccree e o botou novamente em cima da mesa, parando para pensar um pouco e logo em seguida se virou novamente.
- Vai precisar de roupas, vou te emprestar uma para poder dormir hoje à noite, amanhã mandarei um de meus servos comprarem roupas para você.
Mccree não retrucou, apenas observou enquanto Hanzo tirava algumas roupas do armário, e se distraindo um pouco ele percebeu quantos músculos haviam por baixo daquela fina camisa social, com um pouco de vergonha ele parou de olhar e bocejou ainda cansado.
Algumas roupas foram postas aos pés da cama e Hanzo pareceu planejar algo.
- Irei chamar uma criada para lhe mostrar onde se banhar, não se preocupe com suas roupas atuais, eu irei levá-las para serem lavadas e poderá usá-las novamente amanhã.
- Obrigado.
O pistoleiro ainda não estava muito confiante sobre aquilo tudo, mas não havia nada que poderia fazer agora que havia aceitado a proposta do japonês, ele apenas seguiu as ordens do outro e seguiu a criada para o banheiro onde tomou um banho longo e que relaxou cada parte de seu corpo. Ele se sentiu estranho ao vestir as roupas de Hanzo, elas não tinham um cheiro característico e pareciam ser caras, porém ele deu de ombros e voltou para o quarto para encontrar uma outra cama arrumada ao lado da que ele dormiu.
Lá estava Hanzo, arrumando a cama enquanto assoviava alguma música japonesa que ele não conhecia, ele achou realmente engraçado ver o senhor da Yakuza arrumar a cama para um prisioneiro.
- A última vez que alguém arrumou minha cama eu tinha oito anos de idade - Mccree brincou, se escorando na porta do quarto.
- Bom, sinta-se privilegiado. Você é de grande importância para mim nesse momento e minha hospitalidade estará toda voltada para você.
Hanzo sorriu calmamente e Mccree ficou sem palavras, ele esperava deixar o outro sem graça mas foi exatamente o contrário, ele não sabia ao certo se havia gostado disso.
- Os criados não tiveram tempo de lhe arrumar um quarto, então dormirá no meu hoje, não se preocupe, isso mudará a partir de amanhã.
O pistoleiro adentrou o quarto e suspirou aliviado quando pegou seu chapéu e sua arma, ele não poderia viver sem os dois. Mccree não percebeu que o senhor do castelo o estava observando com um olhar curioso, então só botou suas coisas de volta na mesa e andou até a cama que Hanzo o havia preparado.
- Nos vemos amanhã de manhã, Mccree. Não me espere acordado - Hanzo riu de sua própria fala e Mccree franziu o cenho.
- Por que a risada? - Mccree se sentou na sua cama.
- Eu nunca pensei que iria dizer isso a alguém, é mais aquecedor do que eu pensei que seria.
E então Hanzo pegou seu arco e aljava os botando no corpo e saiu pela porta. Mccree se permitiu desabar na cama assim que o outro não estava mais na sua vista, aquele dia tinha tido muitos altos e baixos e ele teria que relatar tudo a Gabriel, e ele não estava nem um pouco ansioso pra isso. Fechando os olhos e se cobrindo, Jesse suspirou e tentou não pensar em nada, não precisou muito tempo para o sono lhe abater e ele sonhar com aquele aperto forte em volta de si, quando se sentia tão frágil.
Pela janela, Hanzo o observava de outro prédio, com um sorriso no rosto. Ele finalmente teria como se redimir com o irmão, e aquele ser adormecido em seu quarto seria a chave para isso. Embora ele se sentisse mal por usar o pistoleiro daquele jeito, era a única maneira de consertar tudo.
Pulando para o telhado do prédio mais próximo, Hanzo pensava em como faria para que aquele homem mudasse a sua opinião sobre ele em apenas um mês. De repente ele teve uma ideia, e sorriu tramando algo. Na manhã seguinte Mccree veria de perto como o líder do clã Shimada realmente era.
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