~ Lucy Povs ~
**
_ L-Lucy-san, pode parar de chorar um pouquinho?
_ Eu não consigo, me desculpe, não dá.
_ Tudo bem, pode chorar. – Ele suspira alto. _ Então foi por causa do Natsu-san que você levou um murro?
_ Sim.
_ Quem foi? Pode me contar?
_ Aquele garoto que estava brigando com o Natsu ontem, na briga que eu intervi.
_ Richard Struky. – O encaro surpresa.
_ Você conhece ele?
_ Sim. Ele está na mesma sala do Rogue. Ele faz parte de um grupo meio barra pesada, e ele faz questão de mostrar isso para todo mundo. Sorte sua dele não ter feito algo pior e em público, para mostrar que tem ‘poder’.
_ Sorte? – Rio sarcasticamente. _ Ser praticamente sequestrada e esmurrada no rosto é ter sorte?
_ Ah não foi isso que eu quis dizer Lucy-san, foi mal.
_ Tudo bem, me desculpe, só estou um pouco mal humorada.
_ Você tem motivos pra isso.
_ Eu não deveria ter falado tudo aquilo para o Natsu.
_ E por que não? Você levou um murro por causa dele, e ele me bateu.
_ É. Ele mereceu ouvir tudo aquilo. Mas por que estou tão triste? – Sinto um carinho em meu braço.
_ Eu posso ocupar a vaga dele de amigo?
_ Hã? – Eu tinha ouvido aquilo mesmo? Sting Eucliffe quer ser meu amigo? Queria chorar, mas agora de emoção. Ele sorri e faz um cafuné em minha cabeça.
_ Vou na sua sala pegar suas coisas, e então eu te levo embora. – Ele se levanta. _ Me espere aqui, já volto. – E ele sai correndo.
Hoje o dia estava sendo péssimo, mas ao mesmo tempo ótimo. E Sting Eucliffe era o responsável por ele estar sendo ótimo.
O garoto que eu amava estava ao meu lado.
**
_ Eu posso ocupar a vaga dele de amigo?
**
Na verdade eu amaria ouvir ele disser que queria ser mais que amigo, mas tê-lo como meu amigo já era um sonho realizado.
_ É claro que pode, Sting. – Sorrio para mim mesma.
**
~ Natsu Povs ~
_ N-Natsu, cara, se acalma! – E quebro outro copo de vidro no chão.
_ Para Natsu! Vai quebrar todos os copos do lugar?
_ É melhor vocês calarem a boca, ou vou quebrar a cara de vocês no lugar. – Eles ficam quietos na mesma hora.
_ O que houve Natsun?
_ A Luce foi envolvida nos meus assuntos. E eu não vou perdoar quem fez aquilo pra ela.
_ A loirinha?
_ Sim.
_ O que fizeram pra ela? – Ela leva a mão a boca em sinal de surpresa. _ Ah meu Deus, não me diga que a estupraram.
_ Que? Claro que não sua idiota!
_ Ah, então o que foi?
_ Bateram nela, e no rosto, como um aviso pra mim. – Cerro os punhos e bato com força na parede. _ Eu vou caçar quem fez isso e vou matar!
_ Tadinha. O rostinho dela era tão bonitinho.
_ Eu te avisei Natsu. – Kai se levanta da mesa. _ Aqueles caras só mexem com as pessoas próximas de nós.
_ Está dizendo que foi aquele babaca que bateu na Luce?
_ Sim. E pode ter certeza que isso não vai parar por aqui. A loirinha corre risco.
_ Merda! – Pego meu moletom e saio rapidamente dali.
Eu preciso ver a Luce, ficar perto dela, e protege-la do mal que eu mesmo causei.
**
~ Lucy Povs ~
_ É aqui.
_ Então, está entregue.
_ Obrigada, e me desculpe por hoje.
_ Não precisa se desculpar.
_ Preciso sim. Te fiz matar aula, me trazer até em casa, e também ver aquela cena lamentável entre o Natsu e eu, e até mesmo foi machucado por ele. Me desculpe.
_ Relaxa. Um murrinho daquele não foi nada. – Ele se aproxima e faz mais um cafuné em minha cabeça, me fazendo ficar corada na mesma hora. _ Isso não foi nada pra mim. Eu me diverti muito. – Se divertiu? _ Bom, nos vemos amanhã. – Ele se afasta.
_ Jya-nee. – Aceno para ele.
_ Até amanhã. – E ele vai embora de vez.
[...]
Para minha sorte meu papai não estava em casa no momento, então ele não iria ver meu rosto daquela forma.
Meu celular não parava de receber mensagens e ligações da Levy, e até mesmo do Gray. Mas para minha surpresa, nenhuma do Natsu.
Acho que dessa vez nossa amizade tinha chegado ao fim mesmo, sem chances de reconciliação.
_ E bem quando eu achei que nossa amizade ia dar certo.
Agora preciso dar um jeito nesse rosto.
Li várias coisas na internet, e colocarei em prática.
Gelo, sal, spray. Espero que deem resultados.
*PÁ*
Um barulho alto do lado de fora me assusta.
_ Papai? – Mas ele não responde. Abro minha janela devagar.
Meu corpo já tremia de medo.
Será que eles haviam me seguido e descoberto onde moro? Até na minha casa eu não poderia ficar em paz?
Olho com cuidado todos os cantos do lado de fora da casa, e algo me chama a atenção.
Uma cabelereira rosa entre os arbustos perto da cerca. Abro a janela totalmente e fico encarando a ‘tal pessoa’.
Ela se mexe um pouco e se levanta, olhando pela janela da sala.
_ Virou stalker agora? – Grito do alto. Ele se assusta. _ Por que está aqui? – E logo me encara surpreso.
_ O-Oi Luce.
_ O que está fazendo Natsu?
_ Nada. Apenas me perdi.
_ Por favor, vá embora.
_ Eu já estou indo. – Ele se afasta. _ Me desculpe. – Sorrio de canto.
_ Tchau Natsu. – E fecho a janela.
O que esse garoto tinha?
Qual parte do ‘não podemos ser amigos’ ele não entendeu?
Tudo isso aconteceu porque nos aproximamos, e ele vir até minha casa vai piorar a situação. Imagine se alguém daquela gangue ver isso. Eu seria morta dessa vez.
~ CABRUMM ~
Um forte trovão me faz pular de susto. Olho pela janela e vejo o céu escuro e o vento forte.
_ Vai vir uma tempestade. – Pego o celular e ligo para meu pai.
_ Oi minha filha.
_ Pai, onde o senhor está?
_ Estou entregando algumas encomendas de pães e bolos. Está em casa já? – Tinha esquecido que vim embora mais cedo.
_ A-Ah sim. Eu estava com o estomago ruim, então vim embora. – Desculpe por mentir papai.
_ Já está melhor? Quer que eu te leve ao médico?
_ Já estou melhor. Tomei um remédio.
_ Então deite e descanse. Vou demorar para voltar, o trânsito está lento e essa tempestade se aproximando só piorara.
_ Certo. Tome cuidado.
_ Até depois filha.
_ Tchau papai. – E desligo o celular.
Eu estava com medo de ficar sozinha. Não por causa da tempestade que se aproximava, tinha medo daquelas pessoas virem até mim.
_ Acho melhor eu dormir um pouco.
**
~ Natsu Povs ~
Merda de chuva!
Mas eu não sairei daqui, nem que passe um furacão.
Eu vou protege-la, mesmo ela não querendo, eu vou! Ela sofreu por minha causa, levou um soco por mim, o mínimo que posso fazer por ela é ficar do lado de fora de sua casa à paisana, protegendo-a de qualquer pessoa.
Mas essa chuva está forte demais.
Já estou tremendo de frio, o tempo escureceu, o que deixava a visibilidade ruim, mas isso não importa, eu ficarei atento.
Dou alguns passos para trás e acabo esbarrando em um vaso que cai e quebra.
_ M-Merda! – Olho para a janela de cima e ainda estava com a luz apagada. Espero que o barulho não tenha acordado ela.
**
~ Lucy Povs ~
~ CREK ~
Levanto da cama assustada.
Tinha alguém ao redor da minha casa, eu conseguia sentir a presença.
Fecho os olhos e imploro que não fosse nada, apenas um gato.
_ Por favor Kami-sama, que não sejam aqueles delinquentes. – Levanto da cama e saio do quarto.
Mantenho as luzes apagadas e vou até a porta de entrada.
Preciso ter a certeza que não era ninguém. E se forem os delinquentes, fecho a porta rapidamente e ligo para a polícia.
Giro a chave, pego na maçaneta a abro a porta....
~ Natsu Povs ~
A porta da entrada é aberta tão rápido que não deu tempo para me esconder, e eis que ela aparece, e assim que me vê arregala os olhos.
_ NATSU??? – Aceno para ela, e sou retribuído com um olhar mortal de fúria. _ Você é louco?? O que está fazendo aqui nessa chuva?? Quer morrer de gripe?? Eu te pedi para ir embora! – Ela tenta vir até mim, mas a impeço.
_ Não venha aqui, você vai se molhar.
_ Não me importo. – Ela não me obedece e vem até mim. Retira seu casaco e coloca sobre minha cabeça. _ Você é um idiota sabia? – Sorrio de canto.
_ Esqueceu do ‘delinquente’ na frase.
_ Desculpa. Eu não deveria ter falado aquilo.
_ Você deveria. Você se machucou por minha causa, e isso eu jamais irei perdoar.
_ E ficar na minha casa vigiando é um jeito de se redimir?
_ Não deixarei mais ninguém te fazer mal Luce. Ficarei aqui e te protegerei.
_ Não preciso de um guarda costas. – Ela sorri e me encara. E nesse momento pude ver seu rosto mais de perto. O que tinham feito com ela? Seu olho estava inchado e roxo. Estava horrível. E aquilo foi o necessário para uma lágrima escorrer do meu olho. Há muito tempo eu não chorava, mas ver aquilo foi cruel demais. _ N-Natsu? – Ela se surpreende. _ E-Está chorando? – Abaixo a cabeça em silêncio.
_ Por que ainda fala comigo? Por que me trata como um ser humano?? Por favor, me odeie, me repudie. – Ela pega em minha mão, me surpreendendo. _ Luce...
_ Venha, vamos entrar. Você precisa tomar um banho e se aquecer. – Nada disse, apenas me deixei ser levado por ela.
**
~ Lucy Povs ~
Natsu estava no banho, e mesmo a porta estando fechada ainda dava para ouvi-lo chorando.
Eu achei que ele nem soubesse chorar, mas me enganei. Natsu também era um ser humano, e tinha sentimentos.
Me sinto arrependida pelo jeito que o tratei. Não foi ele quem fez isso ao meu rosto, não era ele quem merecia ouvir aquilo.
Eu preciso me desculpar, mas meu orgulho está ferido, e não quero fazer isso.
_ Luce, eu acabei. – Ele grita do banheiro, sua voz estava fanha.
_ Pode pegar a toalha que está dobrada em cima do cesto. Está limpa.
Depois de alguns minutos ele sai, e céus, ele estava com a toalha enrolada na sua cintura cobrindo o que tinha embaixo, mas o seu peito estava completamente nu, e caramba, que corpo era aquele???
Viro o rosto rapidamente. Se eu ficasse encarando mais um pouco iria babar.
_ Desculpe, minha roupa está molhada.
_ T-Tudo bem. Eu vou pegar uma roupa do meu pai para você. – Me levanto e vou até o guarda roupa do meu pai. Encontro uma blusa e uma calça e entrego a ele, sem olhar. _ Toma. Vista logo.
_ Desculpe. A cicatriz deve ter te assustado. – Hã?
_ Cicatriz? – E nesse momento a curiosidade é maior e me viro para olhar a tal cicatriz. E lá estava ela, no canto daquele corpo bonito e robusto.
Uma cicatriz que parecia ter sido feita com algo pontiagudo.
_ Foi uma facada. Ganhei em uma briga no ano retrasado.
_ Deve ter doido.
_ Sim, pra caramba, achei que ia morrer. – Sem meu consentimento minha mão se aproxima e toca a cicatriz. Seu corpo era quente e se arrepia com meu contato, afinal minha mão estava gelada.
_ Você poderia ter morrido Natsu.
_ Sim. – Aliso a cicatriz.
_ E por que ainda continua fazendo essas coisas?
_ Não sei.
_ Você quer morrer desse jeito? Quer ter cicatrizes espalhadas pelo corpo? – Levanto minha cabeça e o encaro. _ Quer ver seus amigos se machucando por isso? – Merda. Falei o que não devia.
Afasto minha mão e meu corpo de perto dele.
_ Luce, eu--- -
_ Desculpe, eu não vou mais te dar ‘sermão’. – Me viro. _ Depois venha até a cozinha. Vou preparar algo para nós. – E saio do quarto deixando-o para trás.
[...]
Natsu aparece vários minutos depois. Seus olhos estavam vermelhos e inchados. Ele tinha chorado mais ainda.
_ Fiz macarronada, espero que goste.
_ S-Sim. – Ele estava com a cabeça abaixada e falava baixo.
_ O que houve? Está chorando de novo? – Ele assenti com a cabeça. Rio. _ Acho que ninguém imagina que você é um chorão emotivo. – Ele me encara. Lágrimas escorriam pelo seu rosto.
_ Foi aquele maldito de ontem? O tal do Richard? Foi ele quem fez isso?
_ Não. – Ele bate o punho na porta que dava acesso à cozinha.
_ Não minta pra mim Luce! – Me assusto com seu tom de voz. Ele havia mudado, e agora estava o Natsu violento de antes.
_ N-Não grite.
_ Então me fale a verdade! – Ele me encara, e ainda chorava. _ Por favor Luce.
_ Foi o líder do grupo dele.
_ Qual o nome?
_ Ele não disse.
_ Para onde te levaram?
_ Para um fliperama.
_ Qual?
_ Próximo daquele que te encontrei. – Ele começa a se aproximar. Seu olhar era sério e fixo em mim.
_ O que eles disseram para você?
_ Q-Que estavam surpresos por saber que uma garota conseguia te parar, além da outra menina que eles não falaram o nome.
_ O que mais? – Ele ainda se aproximava. Eu já estava acuada no canto da mesa. Meu instinto queria que eu fugisse, mas fugir do que?
_ E que era para te mostrar meu rosto para que você soubesse que se mexer com eles isso vai acontecer comigo.
_ O que eles fizeram com você?
_ Me deram um soco.
_ O que mais?
_ Só isso. – Por fim ele se aproxima e pega em meu braço. _ N-Natsu?
_ Eles te tocaram? – Ele aperta meu braço.
_ N-Natsu, está doendo.
_ Eles te tocaram Luce?
_ Não Natsu, eu juro, eles não tocaram em mim, e não fizeram mais nada além do soco. P-Por favor, me solta. – Ele então me solta, mas em seguida me abraça forte. _ N-N-Natsu?? – Ele estava estranho.
_ Se eles tivessem te tocado eu juro que iria caçar um por um e acabar com eles. – Retribuo seu abraço. Ele não estava estranho, estava se sentindo culpado.
_ Vamos comer. – Me afasto de seu abraço. _ Ou vai esfriar. – Ele assenti com a cabeça.
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